Amadora está sensacional
Agora é quase meia-noite aqui em Amadora, Portugal. Acabamos de chegar do jantar e só agora tive chance de escrever minhas primeiras impressões sobre o festival.
Autores de diversos países do mundo (os jantares e almoços têm sido divertidas e prazerosas confraternizações entre profissionais de vários países e estilos muito diferentes), exposições belíssimas e muito bem distribuídas, placas e luminosos divulgando o evento pela cidade, prêmios para os melhores do ano e (o mais legal) para novos autores e crianças de diversas idades, palestras e muita coisa boa para se comprar. Não bastasse tudo isso, o pessoal da organização é de uma atenção incrível.
Estou acompanhando o Mauricio em todas as entrevistas que ele tem dado. Impressionante como o povo português o idolatra. Na sexta-feira, foi aniversário dele e houve até bolo e festa-surpresa no restaurante, com direito a Parabéns a você em vários idiomas.
Quanto ao evento em si, ainda não consegui ver todas as exposições com a atenção que gostaria, mas é de cair o queixo a da América Latina (a parte dedicada ao Brasil deixa a desejar, pois faltou muita gente boa).
Hoje, enquanto o Mauricio encarava três horas de autógrafos junto com outros artistas (mas a fila do "pai" da Turma da Mônica era, de longe, a maior), consegui dar uma volta mais cuidadosa. E outra que chama a atenção é a da série de dez álbuns Decálogo, escrita por Frank Giroud, com desenhos de dez artistas diferentes. Cada tomo tem a trama ligada a um dos mandamentos. Instigante, no mínimo. E a mostra tem um totem para cada capítulo, com o livro exposto e uma maquete de uma cena marcante da edição. Giro, como dizem por aqui!
Outra coisa que já tenho certeza é de que terei um enoooorme rombo na minha conta, pois é impossível perder algumas chances que há por aqui. Há muita coisa com descontos bem bacanas e ainda contei com as dicas de meu amigo Pedro “Hunter” Bouça, que mora em Portugal. No estande da Asa, a maior editora portuguesa, há promoções do tipo "Leve 3 e pague 2"; e com materiais como O Escorpião, Gipsy, Rapaces, Decálogo, álbuns do Enki Bilal e outros. Tudo em capa dura, papel de luxo, com preço variando entre 10 e 12,40 euros.
Melhor: há álbuns a 5 e 3 euros! Coisas como Ken Parker, colorido e em formato gigante, livros do Manara e outros filés que só saíram no mercado europeu. Simplesmente irresistível. Sorte que o Mauricio também vai fazer uma “feira” e despacharemos tudo para o Brasil, senão o excesso de bagagem seria líquido e certo.
E ainda há as outras editoras, como Devir (hoje conheci o José de Freitas, diretor aqui, que é simpaticíssimo), Polvo (os caras estão lançando aqui o Peanuts completo - os dois primeiros, tremendos bitelões, estão por 42 euros), Vitamina BD (também com ótimos títulos como Senda, por exemplo) e outras, como a Loja Tintim, que tem livros e produtos diversos da criação máxima de Hergé.
Depois farei uma matéria completa sobre o 17º Festival Internacional de Banda Desenhada de Amadora, mas pelas primeiras impressões fica fácil saber por que ele é, hoje, um dos cinco principais eventos dedicados aos quadrinhos do Velho Continente. Merecido reconhecimento, sem dúvida.
10 comentários:
É incrível que em uma grande metrópole como São Paulo não há nenhum evento de quadrinhos desse porte sendo realizado. por outro lado, os eventos de animes daqui estão ficando cada vez mais "monstruosos".
Cadu, isso é realmente inacreditável. O mais legal é que Amadora tem TODO o apoio do governo local.
Gusman, fala pra alguma editora daqui lançar o Decálogo. Abraços !
Leonardo, tentarei.
Abraço
Então, o que você me diz é que Amadora é profissional?
Não deu pra segurar :p
Pode apostar, Delfin.
Sempre que penso nesse assunto fico um pouco triste: é incrível como os quadrinhos americanos são populares, tão populares que muita coisa ruim que sai por lá é publicada aqui. Enquanto isso, a maior parte dos leitores brasileiros não tem sequer uma idéia da gigantesca e maravilhosa produção européia. Na maioria das vezes, nem mesmo as maiores obras do velho continente são publicada no Brasil (vejam só, apenas agora vemos Incal ser publicado aqui) e, quando são, muitas vezes os leitores recebem com desconfiança e uma ponta de preconceito.
Amadora define bem o trabalho da concorrência do UniversoHQ. Você sim, Sidney, deveria criar uma editora e uma revista nos moldes desse espetacular site. Pense no assunto com carinho, e mostre aos amadores como se faz.
q massa....sempre fico caçando materias desses eventos...acho muito legal...grava uns videos e manda pro youtube xara!!
abraços
A maioria dos eventos q temos aqui em São Paulo são ligados ao consumo, tipo o Fedt Comix. Os demais são pulverizados ao longo do ano.
Poderia ser feito algo do gênero em São Paulo, com palestras, exposições, tarde de autógrafos, convidados internacionais e, lógico, estandes de editoras vendendo seus produtos.
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