31 agosto 2006

O Homem-Aranha é chocante!

O que de mais chocante aconteceu no Verão 2006 nos Estados Unidos? Para o jornal da Universidade de Stanford, em primeiro lugar estão as declarações anti-semitas do ator Mel Gibson (eu nem sabia disso!); em terceiro, os arruaceiros bêbados que jogaram cobras vivas em uma sala de cinema onde acontecia a avant-première de Serpentes a bordo, protagonizado por Samuel L. Jackson (eu também desconhecia essa!); depois, o anúncio do celibato de Paris Hilton, a put.. quer dizer, aquela socialite que todo mundo viu (graças à grande rede) transando com o namorado; e, por último, o rebaixamento de Plutão a planeta anão.

Ei, mas e a segunda colocação? Ah, essa ficou com o Homem-Aranha tirando a máscara em público e revelando sua identidade secreta na saga Civil War.

Bem, mais chocante que aquele novo uniforme ridículo, isso não é.


30 agosto 2006

Saddam Hussein torturado com South Park?

Hoje eu soube de uma "notícia" bem interessante. Verdade ou mentira, o fato é que não contive o riso ao ler no Blog What Would Tyler Durden Do? que Saddam Hussein está sendo forçado a assistir, repetidamente, às cenas em que é mostrado como homossexual e amante do Diabo no longa de animação South Park - Maior, Melhor e Sem Cortes.

Não encontrei em mais nenhum lugar alguma referência a isso. Mas, naquele site, afirmam que o próprio criador da série, Matt Stone, disse que recebeu essa informação de mariners da prisão onde o ex-ditador iraquiano tá trancafiado.

Coisa mais tosca...


29 agosto 2006

E não é que existem, mesmo?

A vida imita a arte, ou é o contrário? Seja como for, algumas coisas esquisitas já mostradas nas HQs do Batman talvez não sejam fruto de mera imaginação fértil.

Elas têm (ou tinham) uma contraparte no mundo real e, ao que parece, existiam bem antes de seus similares nos quadrinhos. Veja as imagens.



Uma imagem que vale por mil palavras

Que o Joe Quesada quer separar Peter Parker e Mary Jane, isso todo mundo já sabe. Mas, assim, já é demais!

Essa imagem tá se espalhando na internet e gerando muitos comentários em blogs e sites informativos norte-americanos. Será que vai rolar isso, mesmo?

Pô, eu me amarro na ruiva!

21 agosto 2006

Mestre Shima

Nossa, depois de semanas de trabalho absurdo e um estresse bravo, finalmente posto de novo no blog.

Hoje, quando acordei e me preparava para mexer em matérias da Wizard # 36, tocou o telefone logo cedo. Era ninguém menos que Julio Shimamoto, o maior mestre dos quadrinhos nacionais ainda em atividade.

Mestre Julio Shimamoto em seu estúdioShima ligou para agradecer por eu ter soltado uma nota de Guerreiros da Água (uma HQ institucional que desenhou no Rio de Janeiro) na Wizard. Dá pra acreditar? Velho mestre, nós que trabalhamos com HQs é que temos que agradecer a você sempre pelos anos de excelente serviço prestado à nossa arte seqüencial.

O bom e velho Shima, além de excelente artista, tem a humildade dos grandes de espírito!

Arte de J.J. Marreiro para minha coluna na Wizard # 35Ele elogiou também minha coluna sobre Flavio Colin, na edição 35, e disse: "Sidney, adorei o fato de você ter lembrado dele. Colin merece ser relembrado de tempos em tempos, pois suas obras parecem revelar coisas novas a cada leitura. Estão sempre atuais!".

Falou e disse, Mestre Shima!

Bom, nem preciso dizer que depois desse rápido bate-papo ganhei o dia, né? Ou melhor, a semana! O mês, quem sabe...

20 agosto 2006

Um gênio chamado Isaac Asimov

Muito mais do que um extraordinário escritor de ficção científica, Isaac Asimov foi um dos maiores gênios do século passado.

Sou um fã inveterado desse gênero literário. Tenho uma vasta coleção que inclui os mais diversos autores, mas nenhum, por mais brilhante que seja, pode ser comparado a Asimov.

Talvez Robert A. Heinlein, com o clássico e espetacular Um estranho numa terra estranha, que ganhou até uma música do Iron Maiden no álbum Somewhere in time, em 1986, poderia chegar lá (a banda também homenageou Asimov na capa do mesmo disco, com os dizeres “Isaac Asimov Foundation” em um letreiro, aludindo à aclamada trilogia Fundação).

A diferença é que a imensa maioria dos reles mortais que escreveram uma obra-prima da ficção científica ficou só nisso. Não conseguiu repetir a dose, embora tenha feito muitos trabalhos de boa qualidade.

Já Isaac Asimov possui uma imensa galeria de Obras-Primas (com ênfase nas letras maiúsculas), daquelas que só é possível escolher a melhor na base do “uni-duni-tê”. Sem contar que ganharam versões em filmes como O Homem Bicentenário, Eu, Robô e outros que não chegaram aos pés dos livros.

Até os quadrinhos adaptaram alguns trabalhos do mestre visionário que criou as leis da robótica, hoje utilizadas pela indústria do ramo. As HQs também já emprestaram muitas das idéias do autor, como há poucos anos, em uma aventura do Astronauta, personagem de Mauricio de Sousa. A história usou, indiscutivelmente, todo o enredo (mudando apenas os personagens) de O cair da noite - escrito por Asimov em parceria com Robert Silverberg -, um conto que depois foi transformado no romance de mesmo nome.

Li o conto pela primeira vez em uma edição da Isaac Asimov Magazine, coleção publicada a partir de 1990 pela Record. A série era a versão brasileira da homônima norte-americana, um sucesso editorial havia anos nos Estados Unidos.

A coleção, aliás, reunia contos não só de Asimov, mas de outros nomes de grande expressão mundial, e incluía até trabalhos de autores brasileiros (como o premiado Roberto Schima). Eram livros mensais, em formatinho, que chegaram a pouco mais de 30 edições.

Foi nessa época, enquanto colecionava os livrinhos, que soube da notícia da morte de Isaac Asimov. Era abril de 1992. Muitos telejornais, revistas e outros meios de comunicação abriram espaço para essa nota triste que me pegou de cheio, quando eu estava no auge da minha idolatria pelo autor.

Mas o que importa é que o mestre deixou um legado tão maravilhoso que jamais será esquecido. Quem não conhece sua obra, simplesmente não tem idéia do que está perdendo. Entre romances e contos, são mais de 400 trabalhos que têm a ficção científica como tema principal ou mesmo como pano de fundo para questões sociais, políticas e até filosóficas.

Em qualquer boa livraria do Brasil é fácil encontrar algum livro escrito por Asimov. Vai por mim, procure um desses e boa... quer dizer, ótima leitura!

19 agosto 2006

Outras capas engraçadinhas

Liga do Giffen? Que nada! Engraçadinhas, mesmo, eram as capas antigonas dos gibis da DC, com o Super-Homem e seus amiguinhos em situações infantilóides ou controversas (ou as duas coisas juntas!). Algumas já foram mostradas aqui no blog. Seguem mais, logo abaixo.

Três super-heróis numa brincadeirinha ridícula, em World's Finest Comics # 33 (março/abril de 1948):


Ops! Outra vez, três heróis em uma situação ridícula, agora em World's Finest Comics # 55 (outubro/novembro de 1951):


E o que pensar dessa cena, de World's Finest Comics # 14 (abril de 1944)? Só faltaram uns balõezinhos de diálogo: "Ei, Batman, vamos nadar pelados, alegres e serelepes, ao lado desses garotinhos?".


Putz, o Super tá tirando uma com os alunos da escola do corpo de bombeiros? (World's Finest Comics # 59, de julho/agosto de 1952):


Aqui, o Azulão sacaneia uns bandidos mequetrefes (Action Comics # 73, junho de 1944):


Ah, não! Papai Noel, de novo, não! (Action Comics # 117, dezembro de 1947):


Com tanto poder assim, tem mesmo é que se exibir (Action Comics # 85, de junho de 1945, e Action Comics # 122, de julho de 1948):

Na boa, isso é papel pra o maior super-herói dos quadrinhos se prestar? O horror, o horror!!!(Action Comics # 127, de dezembro de 1948):

A Queda do Superpato


CAPÍTULO II


Sentado em uma poltrona, em frente à lareira, Donald parecia fitar o vazio. Seus pensamentos eram uma miríade de lembranças, ora alegres, ora tristes.

Os momentos maravilhosos que passara ao lado de Margarida; o sonho de ter lindos patinhos (que não pôde ver realizado); o dia do casamento, e até mesmo as brigas homéricas que protagonizara com o Gastão por causa de sua amada. Tudo isso passava por sua mente naquele momento.

Fazia mais de dois meses que Margarida havia falecido, vítima do Prof. Gavião. Donald estava desconsolado. Quanto ao Superpato, seu alter ego, desde o dia da prisão do assassino nunca mais fora visto.

Os jornais têm destacado o crescente aumento da criminalidade em Patópolis. Ninguém consegue explicar o sumiço do maior (e único) herói da cidade.

Outros super-heróis também tiveram suas carreiras abreviadas (Superpateta foi morto pelo Dr. Estigma; Morcego Vermelho sofreu um acidente e está paralítico; Vespa Vermelha está preso por matar a sangue-frio um assaltante já desarmado; Borboleta Púrpura aposentara-se para cuidar de seu marido, o Peninha, vulgo Morcego Vermelho; Superpata... bem, esta era a Margarida, que até já havia se aposentado há uns poucos anos). A cidade, agora, estava à mercê da bandidagem.

Donald permanecia ali sentado, olhos fixos na lenha que queimava na lareira. Em um certo momento, olhou para o alto, fechou os olhos, deu um prolongado suspiro e levantou-se. Ficou por alguns segundos em pé no meio da sala e chamou:

- Huguinho... Zezinho... Luisinho... Venham aqui. Tenho algo importante a lhes dizer.

Os sobrinhos apareceram depressa. Já estavam preocupados com seu tio, há horas ali calado e fitando o nada.

- O que foi, tio? – perguntou, esbaforido, Zezinho.

- Tenho algo a lhes revelar. Além de um pedido a fazer.

Deu as costas aos sobrinhos, voltou a sentar na poltrona e virou-se para os rapazes. E desandou a falar:

- Antes de qualquer coisa, gostaria de agradecer a vocês por estarem passando esse tempo em minha casa. Realmente eu teria feito uma besteira se ficasse sozinho, amargando esta maldita solidão e a falta da... vocês sabem de quem. Imagino que vocês também estão curiosos sobre o paradeiro do Superpato, que há meses não tem dado as caras na cidade.

- Sim, estamos. Mas... o que ele tem a ver com o que o senhor tem a nos dizer? - indagou Huguinho.

- Calma, garoto – rebateu Donald. – Acontece que eu sei onde ele está.

Silêncio total. Os gêmos se entreolham.

- Meus queridos sobrinhos... Eu sou o Superpato! - disse Donald, em voz alta.

A reação de Huguinho, Zezinho e Luisinho foi um misto de surpresa, descrédito e galhofa.

- Que brincadeira é essa, tio? – perguntou Luisinho.

- Não é brincadeira. Fiquem certos de que não estou louco, também. Sigam-me, vou mostrar-lhes uma coisa.

Donald dirige-se a seu quarto, seguido pelos estupefatos sobrinhos. Abre a porta e segue até o enorme guarda-roupa, abre-o e revela uma fileira de cabides repletos de uniformes do Superpato.

- Meu Deus! M-mas... isso não quer dizer nada. O senhor pode ser um fã dele, e guarda todas essas coisas. – diz um dos sobrinhos.

- Donald expressa um leve sorriso no canto da boca. Aperta um botão no piso do guarda-roupa, e o fundo se abre como uma ponte levadiça, revelando uma escada que segue em direção ao subsolo.

O espanto se faz presente nos três rapazes.

- Eu não acredito no que estou vendo! Isso é fantástico! – exclama Zezinho.

- Podem me acompanhar? – pergunta Donald, e desce as escadas.

O que se segue é a visão de um cenário futurista. Uma sala cheia de computadores e máquinas inimagináveis, carros, motos e helicópteros com designs dignos de um desenho de Flash Gordon, armas parecendo vir de um conto de Isaac Asimov.

- Esse é o Ninho do Pato. O que acham?

- Tio, eu não tenho palavras pra descrever! Mas agora tudo faz sentido... As suas saídas noturnas quando éramos garotos... Sua insistência em você mesmo lavar suas roupas... E tantas outras coisas suspeitas e esquisitas...

- Pois é, Luisinho. No começo, meu esconderijo era naquele casarão abandonado na Colina dos Patos. Depois, quando o Tio Patinhas morreu e deixou sua fortuna para mim, comprei esta mansão em que vivo agora. Todas essas coisas que você vê aí foram construídas pelo Pardal.

- O Pardal sabia de tudo?

- Sim, Huguinho, desde o começo. Ele me fornecia gratuitamente toda a parafernália. Quando fiquei quaquilionário, passei a remunerá-lo por isso.

- Mas, por que só agora o senhor foi nos contar tudo isso?

- Por um motivo simples, Zezinho: não tenho mais condições de continuar vestindo o manto do Superpato. Estou velho demais, e psicologicamente afetado com a recente tragédia que ocorreu em minha vida. E como Patópolis não pode ficar sem seu maior protetor... Quero que vocês sejam o Superpato!

- O quê? Nós? – indagam, em uníssono, os três sobrinhos.

- Sim. Isso mesmo. Vocês já são adultos, têm o mesmo porte físico que o meu, são mais jovens e estão em pleno vigor físico, devido a suas atividades esportivas constantes. O resto se resolve com treinamento. E já podemos iniciar hoje.

- Tio, que loucura é essa? Nós não podemos fazer isso. Somos casados, temos nossas famílias. Como iremos administrar as duas vidas? Além disso, precisamos dar toda a atenção do mundo às nossas mulheres. Afinal, Lalá, Lelé e Lili ainda estão muito abaladas com a morte da Margarida. – rebateu Huguinho.

- E tem mais – completou Luisinho. – O que o senhor quis dizer com “nós” sermos o Superpato, e não um de nós?

- Bem... Vocês se esqueceram de que já foram o Zorrinho? Todos pensavam que o pequeno herói era um só, mas, na verdade, eram vocês três que se “transformavam” nele. – disse Donald.

- Mas nós éramos crianças. No máximo, puníamos algum moleque que puxava os cabelos das garotas. – rebateu Luizinho.

- Pensem sobre isso. E lembrem-se de que Patópolis precisa de vocês. Na época em que eram escoteiros-mirins vocês sempre tiveram habilidades para livrar a mim e ao Tio Patinhas das encrencas em que nos metíamos, em cada aventura inventada pelo velho muquirana. Agora, é a vez de livrar uma cidade inteira das encrencas em que os vilões a meteram. Conto com vocês.

Dito isso, Donald deu as costas e subiu novamente as escadas, deixando os sobrinhos de olhos arregalados e boquiabertos diante da situação.

Ao chegar no topo, no último degrau, virou-se para os três e disse:

- Isso tudo agora é de vocês.

Donald voltou para a poltrona na sala de estar. Recostou-se, fechou os olhos e recomeçou a pensar em Margarida.

Alguns minutos se passam, ele ouve passos aproximando-se. Abre os olhos. São seus sobrinhos, que entreolham-se, meio desconfiados, e depois dizem, numa só voz:

-Nós aceitamos. Queremos ser treinados. Seremos o novo Superpato.

Continua...
Cumequié???

Não sei se isso foi uma grande pegadinha ou queriam mesmo aplicar um golpe em pessoas ingênuas.

Mas a verdade é que na HQ Secret Romance # 47, publicada nos Estados Unidos pela Charlton Comics em 1979, apareceu essa propaganda escrota.

Uma tal de Universal Stardeed Comm., do Canadá, estava vendendo lotes de terra (mais precisamente 100 acres) em planetas, satélites naturais e outros corpos celestes, à escolha do comprador. "Cada um deles se encontra registrado em nossos computadores", diz um trecho do anúncio.

Eu, hein!
Quem é o pai verdadeiro?

Hoje, 19 de agosto de 2006, os norte-americanos estão celebrando os 100 anos de nascimento de Philo Taylor Farnsworth (foto ao lado), o inventor da televisão, que patenteou a máquina - sob o número 1.773.980 - em setembro de 1927.

Opa! Peraí! Mas e quanto ao escocês John Logie Baird, que o resto do mundo considera o "pai" do aparelho de televisão? Não foi ele que proporcionou a primeira transmissão de TV da História, em janeiro de 1926, mostrando uma imagem do Gato Félix para um público estupefato?

Taí uma questão que embaralha a cabeça. Procurei informações numa porção de sites, nacionais e internacionais, e só fiquei mais confuso. Uns dizem que foi em 1928 que Farnsworth patenteou o televisor; outros, que a primeira transmissão foi feita realmente por Baird, mas em outubro de 1925, em Londres, para uma platéia de cientistas britânicos. O gato Félix teria sido a primeira imagem transmitida pela RCA - Radio Corporation of America, no ano em que foi fundada, em 1926, ou mesmo dois anos depois.

Mas a confusão não pára por aí. Ainda encontrei outros nomes de inventores que, no mínimo, teriam criado os precursores do televisor.

Nessas horas me lembro do velho debate sobre quem inventou o avião (Santos Dumont ou os irmãos Wright?) e a máquina de escrever (que Brasil, Estados Unidos, França, Inglaterra e Itália reivindicam a "paternidade").

13 agosto 2006

A Queda do Superpato

Uma aventura Ultimate Disney escrita por Marcus Ramone


CAPÍTULO I

A noite sem lua não era empecilho algum. Com um binóculo infravermelho, o Superpato espreitava, atrás de uma árvore, o esconderijo do Prof. Gavião. O último golpe do vilão, há poucas horas, culminara com a morte de Margarida, fiel esposa de Donald, alter ego do campeão de Patópolis.

Ela estava entre os clientes que se encontravam no banco durante o assalto. No momento em que tiraria da bolsa o sinalizador de alta freqüência para contatar o marido, Margarida foi alvejada impiedosamente por um tiro de escopeta. Reunindo as últimas forças, porém, conseguiu apertar o sinalizador.

A dor da morte de sua esposa ainda não atingiu em cheio o Superpato. Sua adrenalina o mantém sóbrio. O ódio entretém seus pensamentos, calculando friamente as mais baixas formas de vingança. Conseguira localizar o vilão e segui-lo até o esconderijo, despistando a polícia com falsas pistas, a fim de ficar sozinho para eliminar o Prof. Gavião.

Parecia que o local estava livre. Seus detectores de armadilhas eletrônicas – presente do Prof. Pardal – não estavam acusando nenhum obstáculo no meio do caminho.

Aproximou-se lentamente, encobrindo-se com sua capa negra e usando óculos infravermelhos. Mais uma conferida no detector. Nada de armadilhas. Na verdade, nem uma simples tranca. Estranho. Fácil demais.

Superpato entra na casa. Tudo às escuras, procura o quarto de onde parecia vir um barulho de passos. Aproximou-se. Eram apenas ratos, para lá e para cá no assoalho maltratado.

De repente, uma forte luz... e um baque surdo na nuca o faz perder os sentidos por alguns segundos, caindo no chão frio e empoeirado. Recobra-se a tempo de ver a figura do Prof. Gavião fitando-o ameaçadoramente.

- Preparado para morrer? – indagou o vilão.

- Não, maldito, ainda não chegou a minha vez. Quem vai morrer hoje é você. – respondeu o Superpato.

Um poderoso soco é desferido no Prof. Gavião, rachando seu bico e fazendo-o gritar de dor.

- Esse foi pelo assalto ao banco, seu pulha! – vociferou o herói.

Empunhando uma pistola de raio desintegrador, apontou-a para a cabeça do vilão e completou:

- E essa vai ser pela Margarida!

Ao mesmo tempo em que dizia isso, Superpato tirava a máscara, para espanto do Prof. Gavião, que mal podia acreditar no que via.

- Não pode ser! Você é... Donald, o pato mais rico do mundo.

- Sim, e agora você sabe o que vai lhe acontecer por matar minha esposa. Adeus, Gavião!

Donald aponta a arma, mas antes que consiga disparar, ouve atrás de si uma voz firme, mas pausada:

- Por favor, não faça isso. Você é melhor do que ele.

Era o Coronel Cintra.

- Ainda bem que cheguei a tempo. Eu devia imaginar que você iria querer a polícia afastada, Donald. Por isso o segui, enquanto meus homens estão na pista falsa que você forneceu. Vamos, amigo, largue essa arma. Eu prenderei o Prof. Gavião.

O nefasto cientista gargalhava de forma insana.

- Isso, prenda-me! Hoje mesmo abrirei a boca e revelarei ao mundo quem é o Superpato.

- Não, você não vai fazer isso, Gavião. Tente e eu mesmo o matarei. Não sou melhor do que você. – rebate, seco, o Coronel Cintra.

Donald entende que tudo havia acabado. Agora que a tensão estava se dissipando, não encontrava mais forças nem coragem para tirar a vida do assassino de Margarida.

Cai de joelhos, aos pés de seu grande amigo, entrega-lhe a arma, e chora... como nunca havia chorado em toda a sua vida.

Continua...
Crossovers pra todos os gostos

Há poucas semanas, escrevi pra o UHQ uma matéria sobre os inusitados crossvers do Super-Homem nos quadrinhos, nos quais o Homem de Aço protagonizou os mais inesperados encontros com personalidades do mundo do entretenimento e da vida real.

Acontece que, além do kryptoniano, muitos outros personagens participaram de crossovers atípicos.

Os Vingadores, por exemplo, baixaram o sarrafo no Godzilla em uma aventura publicada na HQ do lagartão em 1979.

Já o Quarteto Fantástico encontrou os Beatles em 1964. Décadas depois, na minissérie Marvels, eles também apareceram entre os convidados do casamento do Sr. Fantástico com a Mulher Invisível.

Ainda na área da música, o grande, fenomenal e espetacular Kiss (sim, sou fãzaço da banda, acho que deu pra perceber!), já estrelou aventuras com o pato Howard e os X-Men.

Voltando ao Quarteto (não o de Liverpool, mas o Fantástico), na fase do John Byrne, Reed e Sue Richards organizaram uma festa em casa e convidaram seus vizinhos, que tinham rostos bem familiares para os veteranos leitores de quadrinhos. Entre eles, dava pra reconhecer Dagwood (o marido da Blondie), Dick Tracy e até o pai do traquina Pimentinha.

Em 1995, foi a vez do Cavaleiro das Trevas cruzar com um personagem do tipo "nada a ver" com seu universo. Isso aconteceu em Tintin contre Batman. A HQ foi produzida e lançada na França por um fã dos dois detetives. Ou seja, sem a autorização dos donos de seus respectivos direitos autorais.

E ainda vale lembrar de The Simpsons / Futurama Crossover Crisis II, lançado no ano passado. Até aí, nada de estranho, pois é o encontro de personagens de um mesmo autor. O barato, mesmo, foi ver ícones da Marvel e da DC contracenando com o Bart em diálogos hilários, principalmente na parte em que comentam sobre proteção de direitos autorais (clique na imagem abaixo pra ampliar e ler essa página).

12 agosto 2006

Mais mulheres de Carl Barks

Eis mais alguns desenhos de nu feminino do Homem dos Patos. Só fico imaginando quem teriam sido as modelos pra essas poses.

A moçoila aí, com jeitão de "foi bom pra você?", é uma imagem de 1939:


E essa outra, em traços simples, mas não menos convidativa, foi desenhada na década de 1940:

Nas paradas de sucesso

A associação entre quadrinhos e música é realmente muito vasta. Os exemplos são tantos que daria pra escrever um livro sobre o assunto.

Há poucos dias, descobri que o Juiz Dredd, o policial durão da fictícia cidade inglesa de Mega-City Um, foi tema de um single gravado pela banda de ska The Fink Brothers, formada por dois integrantes do grupo Madness.

O disco, intitulado Mutants In Mega-City One, foi gravado em 1985 e tem apenas duas músicas. As artes da capa, contracapa e encarte são assinadas pelo Brian Bolland (seria até uma sacanagem se fossem desenhadas por outro artista!).

Não tenho a mínima idéia da qualidade musical da banda, mas só pelas ilustrações eu queria ter esse disco em casa.

06 agosto 2006

Sobre Eisner, Spirit e homenagens

Esse crossover aí do lado não aconteceu numa história em quadrinhos. A ilustração foi feita pelo mestre Will Eisner em homenagem ao aniversário de 50 anos de criação do Super-Homem, em 1988. Quem também assina os parabéns é o próprio Spirit.

Eisner e seu personagem também contracenaram com a Turma da Mônica. A primeira vez foi em um desenho que ele fez em comemoração aos 30 anos da baixinha dentuça, em 1993.

No ano passado, foi a vez do Mauricio de Sousa homenagear Spirit e seu criador, numa história emocionante, daquelas de dar nó na garganta, em que o Penadinho encarna (sem trocadilhos!) o detetive mascarado. No final, o velho mestre Eisner aparece sorrindo, em plena atividade, como todos gostaríamos que estivesse até hoje.

A história também foi assinada por Flávio Teixeira, roteirista da Turma da Mônica.