25 junho 2010

Por que o Superman não vem ao Brasil

A DC Comics está fazendo uma campanha com o Superman na qual os leitores dão razões para o personagem visitar sua cidade, durante o arco Grounded (uma das notas de hoje).

Então, fiquei pensando no que aconteceria se o personagem visitasse o Brasil.

Superman seria assaltado por um menor.
Superman não teria uma cabine telefônica para trocar de roupa.
Superman seria entrevistado pelo Globo Rural sobre sua infância na fazenda, em Smallville.
Superman faria parte, involuntariamente, da campanha de algum partido político.
Superman também seria envolvido em algum escândalo político, e teria que explicar, numa CPI, que não ajudou a criar nenhum dossiê.
Superman visitaria uma escola de samba e se tornaria tema de samba-enredo do próximo carnaval.
Superman teria que nadar com as piranhas no Pantanal.
Superman daria entrevista ao lado de caciques e pajés na Amazônia, seguindo o exemplo de Sting e James Cameron.
Superman teria seu nome acrescido à Academia Brasileira de Letras, afinal, estão aceitando qualquer um...
A vida do Superman seria tema de um especial do Globo Repórter.
Superman seria entrevistado por Jô Soares e participaria de um programa com a Hebe Camargo.
Superman resgataria muita gente durante as enchentes que assolam o País.
Superman seria alvo de fofocas maldosas sobre seu relacionamento com Lois Lane e sua amizade com Jimmy Olsen.
Superman participaria da parada gay, em São Paulo.
Superman comeria uma buchada de bode no Nordeste.
Seria acossado por travestis que tentariam, em vão, roubar a sua carteira.
Teria que refutar a afirmação (de alguma pseudo-celebridade) de que é o pai de alguma criança.
Os óculos de Clark Kent seriam roubados do seu quarto de hotel
E, sem dúvida, Superman teria que explicar por que usa a cueca sobre a calça.

É por isso que o Superman não visita o Brasil.

Mas certamente seria uma HQ mais interessante e divertida do que as que estão nas bancas atualmente.

23 junho 2010

Captain Tsubasa



Quando preparamos o especial de quadrinhos sobre futebol para a Copa do Mundo no Universo HQ, cogitei fazer resenha de uma HQ cuja animação foi muito marcante na minha infância: Super Campeões.

O desenho japonês, exibido na extinta TV Manchete, era baseado em um mangá, lançado no Japão em 1981, por Yoishi Takahashi, chamado Captain Tsubasa. Era esse título que eu pretendia resenhar, mas, ao pesquisar sobre o assunto, descobri que além de não ter versão brasileira, ele não foi lançada nos Estados Unidos. Também não encontrei edições latino-americanas, apenas uma francesa, já esgotada. Então fiquei devendo o review.


Mas a história do mangá é bastante divertida. A exemplo de Slam Dunk, é exclusivamente baseada no esporte e mostra garotos japoneses envolvidos em confrontos escolares.

Aos poucos, Oliver Tsubasa (ou, no seu nome original, Tsubasa Oozora) vai ganhando jogos e campeonatos até chegar à seleção japonesa. O auge de sua carreira é quando ele vai para o Brasil jogar no São Paulo e ganha o campeonato brasileiro sobre o Flamengo.

O mangá teve várias encarnações, bem como o animê. A primeira delas durou de 1981 a 1988, totalizando 37 volumes. Houve algumas edições soltas, uma delas baseada em Carlos Misaki (ou Misaki Taro, no original).

Captain Tsubasa voltou em 1994, contando a história do mundial juvenil disputado na França e vencido pelo Japão – só na ficção, é claro. Essa segunda versão foi de 1994 a 1997, e ficou conhecida como “World Youth”, com 18 volumes.


Um efeito direto do mangá foi a popularização do futebol em terras nipônicas. Isso, aliado à chegada de Zico por lá e à criação da J-League, fez com que o futebol se tornasse uma paixão para os japoneses. Tanto que, em 2002, o país sediaria sua primeira Copa do Mundo, dividindo a honraria com seus vizinhos da Coreia do Sul.

Dentro desse contexto, Captain Tsubasa foi reiniciado em 2001, com o subtítulo Road to 2002, com nova origem e história para Oliver e seus amigos. A animação dessa série também chegou ao Brasil, sendo exibida pelo Cartoon Network. Essa foi a última encarnação televisiva da série.


Recentemente, o mangá teve uma novo revival, chamado Golden 23, com 12 volumes publicados entre 2005 e 2008. Foi a última versão da HQ, que pode ser redescoberta no seu país com a ótima campanha japonesa na Copa de 2010.

Mas, mesmo com todo o seu sucesso e com tantas versões, Captain Tsubasa nunca ganhou uma edição brasileira. Quem sabe alguma editora não resolva lançá-lo no embalo da próxima Copa?

Confira abaixo o vídeo da abertura brasileira do desenho animado.