29 fevereiro 2008

Pride of Baghdad tem nome em português



Esta semana, entrou no ar a resenha do álbum Pride of Baghdad, uma belíssima HQ do selo Vertigo que vai ganhar uma edição brasileira pela Panini nas próximas semanas.

Além de listar os devidos adjetivos, usei a resenha para comentar também um dilema que o tradutor e os editores deveriam enfrentar: "pride", em inglês, significa, ao mesmo tempo, "família de leões" e "orgulho", o que dá um bem-vindo sentido duplo ao título.

Pois bem, no fim de tarde desta sexta, me contaram qual é o veredito da editora: a versão nacional vai se chamar Os Leões de Bagdá. À primeira vista, parece uma versão simplista, mas não é bem assim. Graças a uma passagem da história, que não sou bobo de revelar aqui, o duplo sentido está mantido.
Melhores e piores de fevereiro

E lá se foi fevereiro! A exemplo do que fizemos em janeiro, segue o que cada integrante deste blog leu de melhor e pior no mês. Ah, o Naranjo pediu desculpas, mas ficou de fora da lista desta vez.

Vale esclarecer que não precisa ser um lançamento do mês corrente, é só pra dar uma idéia pros nossos leitores.

Serão três (ou mais) indicações para os melhores (não necessariamente em ordem de preferência) e uma ou duas pras piores.

Divirta-se!

Muito legal este álbumSidney Gusman

Melhores: Justiceiro - Bem-vindo de volta, Frank (Panini), O Fotógrafo – Volume 2 (Conrad), Samurai Executor # 8 (Panini) e Usagi Yojimbo - Daisho (Devir)

Pior: Batman & Spirit (Panini)

Só europeus na lista do CodespotiSérgio Codespoti

Melhores: Les Tours de Bois-Maury - Vol. 1 Babette, de Hermann (Glénat), Dans la colonie pénitentiaire, de Franz Kafka, de Sylvain Ricard e Mäel (Delcourt) e Samurai 3 - Le teizème prophète, de Di Giorgio e Genêt (Soleil)

Pior: Haute Securité # 1, de Gihef, Callède e Kathelyn (Dupuis)

Esta coleção é mesmo sensacionalMarcus Ramone

Melhor: O Melhor da Disney - As Obras Completas de Carl Barks # 32 (Abril)

Pior: Marvel Action # 13 (Panini)

Eis um belo álbumEduardo Nasi

Melhores: O Fotógrafo - Volume 2 (Conrad), Fraise et Chocolat 2 (Les Impressions Nouvelles) e Pride of Baghdad (Vertigo)

Pior: Batman # 63 (Panini)


É aqui que o Capitão América bate as botasZé Oliboni

Melhores: Quarteto Fantástico - A gente costumava ir pro hiperespaço só para comprar rosquinhas, publicada em Universo Marvel # 30 (Panini), Novos Vingadores # 48 (Panini), principalmente pela história da Wanda, e Novos Vingadores # 49 (Panini)

Pior: Crimes de Guerra, do Pantera Negra, em Marvel Action # 12 (Panini)

Sem trocadilho, uma edição matadoraGuilherme Kroll Domingues

Melhores: Justiceiro – Bem-vindo de volta, Frank (Panini), Tom Strong - A Invasão das Formigas Gigantes (Pixel) e Peanuts # 1 (L&PM)

Pior: Blade # 1 (Panini)

Quando Os Invisíveis voltarão ao nosso mercado?Delfin

Melhores: The trouble with Girls (Malibu Comics) de 1988/89 cuja primeira edição saiu aqui em Almanaque Supertitãs, da Nova Sampa, The Invisibles – Volume 7 (Vertigo) e Tom Strong - A Invasão das Formigas Gigantes (Pixel)

Pior: Guerra Civil # 7 (Panini)

Quem disse que crossovers são sempre uma porcaria não leu esteRicardo Malta Barbeira

Melhores: Planetary e Batman - Noite na Terra (Pixel), A volta de Ubaldo, o paranóico (Geração Editorial) e Pixel Magazine # 10 (Pixel)

Pior: Planetary e Liga da Justiça - Terra Oculta (Pixel)
Só pra avisar

Há um mês, o nosso correspondente internacional Sérgio Codespoti fez uma nota sobre a revista de fotografia francesa Photo. Ele destacou a edição anual dedicada aos amadores, que traz textos de quadrinhistas como Moebius e Milo Manara introduzindo as categorias do concurso.

Como a Photo costuma levar um mês pra sair da França e chegar por aqui, demorou um tempo, mas nesta semana consegui comprar a minha. É uma revista relativamente fácil de se encontrar em livrarias e bancas com boa fartura de material importado. E está bem bacana mesmo.
Sem Koike

Acaba de entrar no ar no Universo HQ a resenha do último volume de Samurai Executor. O texto marca não só o desfecho de um grande mangá, mas também a chegada do primeiro período sem uma obra de Kazuo Koike nas bancas desde janeiro de 2005, quando a Panini lançou o primeiro Lobo Solitário.

Foram três anos em que o autor japonês esteve presente nas bancas ininterruptamente. Além dos dois títulos que tiveram arte de Goseki Kojima, ainda houve outros dois: o elegante Yuki, lançado pela Conrad com arte de Kazuo Kamimura, e o deliciosamente freak Crying Freeman, da própria Panini. Com a exceção de Yuki, os demais já tinham saído no Brasil, em séries que foram canceladas antes de chegarem ao fim.

Agora, depois de quatro coleções completas, não há nenhum anúncio de uma nova série de Koike pela frente em nenhuma editora. É uma pena.

Koike é um grande roteirista, mestre em grandes reviravoltas. Às vezes, suas tramas parecem fracas, mas aí vem a virada, e então tudo faz sentido -- até mesmo os pontos fracos. Para quem vinha acompanhando todos os títulos ao longo desses 37 meses, ele vai fazer falta.

Mas sua ausência nas bancas é uma boa oportunidade para os leitores que, chafurdando em lançamentos, perderam alguma série. Todas ainda estão disponíveis em gibiterias e, às vezes, até mesmo em livrarias e sebos, muitas vezes com excelentes descontos de mais de 50% no preço -- basta saber cavocar.

Na dúvida, pode-se pesquisar a seção de resenhas do Universo HQ antes de comprar: todas as edições foram resenhadas, uma a uma, e serve como um guia de compras para quem não se importa com spoilers leves.

27 fevereiro 2008

Capitão América avistado vivo

Dizem por aí que o Capitão América morreu. Bollocks! E eu disse bollocks, não mollocks, que esses sim são um saco!

E daí? Grandes lendas, ao contrário do que querem a poderosa chefona Marvel e sua comparsa italiana, não morrem. Tentaram fazer o mesmo com o Elvis. E do Paul. E com a Marilyn. Os casos são incontáveis. Quem é que acredita nessa morte?

Pois o Universo HQ, meu amigo, o Universo HQ, este site que você lê insistentemente em busca da, atenção, VERDADE, oferece aqui a única e verdadeira VERDADE: o Capitão América está vivo.



A foto acima foi encontrada no site Flickr. Há outras, como esta e esta.

Todas provam que Steve Rogers está perdido, sozinho, abandonado por seu país, sua nação, seu povo e sua América. Mas vivo. E isso é mais do que os Vingadores querem que a gente saiba.

24 fevereiro 2008

Nostalgia: mera diversão ou algo mais?

FantasmaAlgumas verdades são incontestes. Por exemplo, o fluxograma infância / adolescência / idade adulta / terceira idade (detesto quem usa a expressão “velho”. Quem dera todo mundo chegar lá).

Então. E daí?

É que estive relacionando algumas “coincidências” sobre o mercado de quadrinhos, no caso, revistas antigas.

Você sabia que revistas em quadrinhos das décadas de 1950/1960 vendem pouco, mesmo que o preço seja razoável? Mistério... afinal, são revistas difíceis de se encontrar.

Então, o que vende bem? Resposta: edições das décadas de 1970/1980. Nem são tão raras assim. Qual a explicação para o fato? Elementar, diria Sherlock.

FerdinandoQuem leu quadrinhos na infância (meu caso) e não colecionou ou guardou, mas seguiu acompanhando esse hobbie saudável, a partir de certo momento teve uma vontade irresistível de reencontrar o material que acompanhou em anos anteriores, quando mais jovem. Esses são os principais compradores de HQs (não tão) antigas: pessoas maduras, por volta de 30/40 anos, querendo retomar leituras passadas.

Basta uma rápida analogia com a televisão. Quem não conhece algum fã do National Kid? Eu não vejo graça no seriado. Em compensação, adoro Ultraman/Ultraseven, personagens que os fãs do Jaspion e similares acham sem atrativos. Segue nessa linha de raciocínio.

Hoje, o mercado tem uma grande procura por edições do Fantasma, Mandrake, Mortadelo e Salaminho e outras, além de diversas séries da Ebal, como Legião dos Super-Heróis, por exemplo. Ao contrário de séries em quadrinhos mais antigas, não tão concorridas (mas não custam barato: Ferdinando, Brucutu, Agente Secreto X-9, Jim das Selvas, etc.), justamente pela faixa etária do colecionador. Curioso, não? Mas é fato – confirmado com alguns donos de sebos.

Jim das SelvasEnfim, o mercado “nostálgico” existe. E, salvo raras exceções, como a série da Luluzinha (Devir) e alguns álbuns da Opera Graphica (Krazy Cat, por exemplo), permanece um nicho pouco explorado. Será que vale investir nele? As editoras que encontrem a resposta. Este colecionador aqui, com certeza, vai adquirir todo e qualquer lançamento neste segmento.

Afinal, recordar é viver. É minha maior motivação no Universo HQ.
Em tempo: pensei em falar sobre isso quando fiquei sabendo da nova série sobre a Super Máquina. Não perdia um episódio do seriado original alguns (muitos) anos atrás.

22 fevereiro 2008

Sexta-feira brava

Tem dia que os deuses da tecnologia não ajudam. A atualização já está pronta desde a manhã, inclusive as resenhas, mas nosso servidor está fora do ar, fazendo manutenção devido a ataques de hackers. Por isso, estamos impossibilitados de colocar tudo online.

Enfim, assim que possível os textos estarão no ar. Então, volte mais tarde no site que tudo deve estar ok.

18 fevereiro 2008

A corajosa declaração da Pixel

Os quadrinhos brasileiros acordaram com uma declaração corajosa de uma editora de quadrinhos acerca de seus cada vez mais constantes erros de português. Foi a Pixel Media, por meio de seu editor-chefe, Cassius Medauar, no blog da editora.

Trata-se de uma declaração que alia percepção, humildade e profissionalismo em um mercado que, cada vez mais, parece acordar para o fato de que foi-se o tempo em que se podia empurrar qualquer coisa para o leitor. Desde que o mercado se elitizou, no final dos anos 90, o consumidor nacional de quadrinhos está cada vez mais exigente e não quer ver nem vírgulas fora do lugar.

E ele tem razão: está pagando por um produto e quer que este seja impecável. No comércio, se o produto não estiver 100%, é código do consumidor em cima – e, hoje, as lojas trocam prontamente a mercadoria por uma em perfeito estado.

E no caso dos quadrinhos? Como trocar uma edição em que toda a tiragem possui problemas? Os casos são raríssimos, como o recente (e atrasado) recall das edições iniciais de Trigun pela Panini. Ainda que o motivo não fossem erros de vernáculo e, sim, questões comerciais e contratuais (as únicas que parecem afetar a sensibilidade de algumas editoras do mercado nacional), foi uma atitude respeitável. E inevitável.

A própria Panini, no entanto, tem nos proporcionado um triste espetáculo de falhas gramaticais, ortográficas e, às vezes, de pura revisão eletrônica automática.

A multinacional italiana, líder do mercado brasileiro de quadrinhos, ainda não se declarou oficialmente a respeito do problema. Outras editoras padecem, em maior ou menor grau, do mesmo mal. Como é o caso de Pixel. E a atitude de falar oficialmente ao seu leitor, pelo canal direto de contato que possui com o seu público, é mais uma mostra das mudanças que estão ocorrendo no mercado.

Editoras pequenas vêm dando o exemplo. As edições da Zarabatana, no quesito da norma lingüística, são certamente um dos melhores exemplos de cuidado e capricho. Resultado de um projeto consciente do editor Claudio Martini, um apaixonado pela nona arte que decidiu investir numa linha de quadrinhos interessante (e que agora começa a ser descoberta, pouco mais de um ano após a fundação da editora) que é justamente voltada ao novo leitor nacional, que exige a mesma qualidade – tanto técnica como narrativa – encontrada num livro.

Imagine se livros de determinada editora, aliás, saíssem com errinhos de português, aqui e ali, a cada edição. Pense: essa editora fictícia perduraria? A resposta é não. Se perdurasse, seria a duras penas e não teria um bom conceito no mercado, junto ao público e/ou a crítica.

Imagine os errinhos irem pipocando na sua cópia de O Alquimista, O Código Da Vinci, algum livro da série Harry Potter, O caçador de pipas ou qualquer outro campeão de vendas. É até pra se pensar: um bom livro, com uma edição descuidada, seria campeão de vendas?

Atitudes corretas como as colocadas anteriormente merecem ser seguidas. Outras editoras nacionais poderiam tomar posturas similares às de Pixel e Zarabatana, pois, cada uma a seu modo, estão contribuindo de forma definitiva para o processo de extinção de um modelo tacanho que, infelizmente, ainda persiste. Mas que, em algum momento, está naturalmente fadado a terminar.

17 fevereiro 2008

Sai que é sua, Homem-Aranha!

Quem não gostaria de ter o Homem-Aranha no gol de seu time? Pelo menos o time francês Saint-Étienne pode se gabar de já ter tido, pelo menos uma vez, o Cabeça-de-Teia jogando com suas cores.

Isso porque o goleiro Saint-Étienne, Jérémie Janot, jogou uma partida da temporada 2004-2005 devidamente trajado como o ágil super-herói.

Janot, que muita gente afirma que será o futuro goleiro da seleção francesa, é famoso por figurinos inusitados, como pode ser conferido no seu site.

Confira a entrada em campo do goleiro Homem-Aranha no vídeo abaixo:


15 fevereiro 2008

As resenhas do UHQ

Hoje é sexta-feira e, como você já deve saber, quase sempre é neste dia que a área de resenhas do Universo HQ é atualizada com os textos que vamos produzindo ao longo da semana. Tenho um especial carinho pelos reviews, pois eles são a minha principal colaboração para o site. Em uma semana boa como esta, chego a enviar de cinco a sete textos, fazendo "volume", como diz o Nasi.

Pode até parecer pouco, mas toma um tempo razoável ler a revista, fazer anotações e escrever o texto. Mas fazemos isso com muito prazer, porque é algo que dá um retorno bem interessante: não passa uma semana sem receber pelo menos um e-mail comentando, elogiando ou criticando a resenha.

São leitores que têm a paciência de escrever, apontando eventuais erros, explicando o seu ponto de vista e, muitas vezes, redigindo verdadeiras matérias sobre um determinado tema.

Sempre lembro de um e-mail que recebi após fazer a resenha da minissérie Reino Sombrio, na qual o leitor relatou toda a história dos elmos do Gavião Negro, apontando muitos detalhes e informações que eu nem fazia idéia.

O que quero dizer com isso é que colocamos nossos e-mails no final das resenhas justamente para manter esse canal de comunicação aberto. Para poder ter essa conversa com os leitores que acompanham as revistas.

Por isso, não tenha vergonha, não pense que está nos perturbando e nem se preocupe com grandes formalidades. Escreva pra gente, pois esse retorno é a melhor parte do trabalho que fazemos aqui.

13 fevereiro 2008

Fetiches e Guerras

Atenção: se você não leu Guerra Civil # 7 e não quer saber o final, pare aqui!

Muita gente falou mal do final da minissérie Guerra Civil. O Sidão e o Nara, em particular, colocaram como o pior título que leram em janeiro. Por um lado, é de se esperar essa reação. A minissérie vinha caminhando muito bem, com uma história empolgante, mas teve um final, no mínimo, anti-climático.

No meio do auge da luta entre os heróis, algo que o Nasi vem apontando como um grande fetichismo para leitores, o Capitão América vê a destruição que está causando e simplesmente pára de lutar. Do nada, a batalha termina, Steve Rogers se entrega para a polícia e o lado do Homem de Ferro “vence”.

Deixando de lado a opinião daqueles que estavam torcendo por uma grande vitória do Capitão América e se decepcionaram, vários questionamentos foram levantados sobre esse final, sendo o principal deles o fato do Capitão ter percebido só agora os estragos que os super-humanos causam.

Se pensarmos bem, o grande problema foi a frustração que o final causou diante da expectativa que se tinha, pois, olhando o quadro geral, esse era o melhor encaminhamento que se poderia ter.

Mais do que uma história de fetiches, essa minissérie estava mostrando a posição editorial da Marvel para os novos tempos em que vivemos. A editora sempre foi famosa por levar mais realismo às suas histórias, humanizar os heróis e fazer os leitores se identificarem com eles.

Contudo, o tempo foi passando e a realidade que a editora mostrava em suas tramas estava cada vez mais distante do que os leitores esperavam, principalmente depois de dezenas de outras HQs que se propunham a mostrar como seriam heróis no nosso mundo.

Assim, para tentar marcar uma certa mudança de rumo, eles promoveram essa Guerra que opõe heróis tradicionais e personagens com uma concepção mais atual. De um lado, as identidades secretas, as roupas coloridas e o senso sempre afiado de ética, justiça e liberdade. De outro, a lei, a burocracia, o jogo político sujo e a noção de que o mundo está longe de ser preto e branco.

O resultado não poderia ser outro. O conceito de realidade na Marvel já mudou. Os heróis, a partir de agora, passarão a viver em um mundo mais complexo, lidando com diversas outras preocupações. Mas vale notar que o final mostra que continuarão existindo personagens para todos os gostos. Ainda terão aqueles que serão heróis no estilo mais tradicional (*) e aqueles que seguirão essa nova proposta.

Mas e o final? Oras, as histórias de guerra não funcionam mais nos dias de hoje. O Guilherme ontem assistiu a Rambo 4 e viu isso. Tudo que deu certo na continuação do Rocky não funcionou em Rambo, porque vivemos em tempos que os heróis de guerras são abominados, pois a guerra é algo moralmente reprovável.
Contudo, não podemos deixar de lado o fato que, até algum tempo atrás, éramos altamente favoráveis às batalhas, com algumas exceções sempre tachadas como hippies ou algo do gênero.

Assim, nada mais justo que o Capitão perceber só agora a destruição que ele está causando. Só agora essa destruição virou um problema, só agora ela foi posta em questão no universo dos super-heróis.

Vale dizer que a todo momento a Marvel mostrou uma forte tendência “contra o registro”. Pode ter sido só para despistar o leitor do final da trama, contudo, ninguém me tira da cabeça aquele texto do Greg Rucka que saiu em um dos encadernados do Arqueiro Verde sobre os leitores quererem heróis mais amargos, andando mais no “fio da navalha”, mais “realistas”. No fim, mesmo que seja uma estratégia narrativa foi um jeito de dizer que o jeito tradicional era bem legal, mas, se vocês insistem, se nos perturbam, nós vamos mudar, pelo menos até as próximas reclamações.

(*) Um dos grandes problemas de se manter alguns personagens como heróis tradicionais era o Homem-Aranha. Ele tem tudo para ser um herói de verdade em um mundo cínico (vide a versão Ultimate), mas entregou sua identidade e isso não funcionaria nesse novo conceito da Marvel. Então, como já dissemos por aqui, a editora achou mais fácil jogar os últimos 25 anos de história do personagem no lixo do que ter que lidar com o problema.
Lançamento de Superman - Crônicas

Superman: Crônicas

Hoje rolou o lançamento de Superman - Crônicas na Fnac. O papo foi bem bacana, e eu pus pra tocar a trilha do velho musical do Homem de Aço da Broadway, pra desespero generalizado.

Além disso, saíram umas poucas e boas novidades da Panini, que já amanhã entram no Universo HQ. A foto aí em cima, gentilmente feita pela Beth Castilho, já dá uma dica (clique nela e vá ao Flickr para ver quem é quem e conferir mais fotos). Mas tem mais. Fãs de uns heróis do futuro e de um cavaleiro nostálgico, comemorai.

11 fevereiro 2008

Steve Gerber se foi...


Acabo de receber o Bad Signal, do Warren Ellis, com a notícia de que o Steve Gerber morreu. Damn. Vou ali beber um vinho e brindar pelo sujeito que trouxe um superpato ao mundo e agora se foi.

10 fevereiro 2008

Três filmes

Depois de um carnaval lendo quadrinhos (e fazendo um punhado de resenhas), comecei a tirar o atraso do cinema. Aí resolvi fazer comentários rápidos e rasteiros aqui no blog, até pra gente poder trocar opiniões.

Sweeney Todd

Sou um notório seguidor do Tim Burton e, diante disso, dizer que a história do barbeiro assassino de Londres virou um filme arrebatador naturalmente soa previsível. Mas Sweeney Todd é um filme maior até mesmo dentro da filmografia de Burton. Está desde já entre meus favoritos, lado a lado com Edward Mãos-de-Tesoura e Ed Wood.

Onde os fracos não têm vez

Bem, também sou um seguidor dos irmãos Coen, mas não me empolguei com Onde os fracos não têm vez . Não me entenda mal: não dá pra dizer que é um filme ruim, longe de mim sequer insinuar isso. Tecnicamente, é impecável. Mas técnica não é tudo na vida, e eu fiquei com a impressão de que já tinha visto aquela história contada várias vezes por pessoas diferentes. Não bateu.

Juno

Depois de ver tanto sangue nos dois filmes acima, a história da adolescente que fica grávida do namoradinho é uma delícia. Juno tem tudo pra virar um daqueles filmes que são clássicos da Sessão da Tarde: engraçado e emocionante, tem personagens carismáticos e uma trama simples e eficiente.

08 fevereiro 2008

Ué, por que só a Marvel pode ter seus zumbis?

Achei essa foto no Flickr de Emilio Valdés. Tem mais umas nesse estilo por lá, além de outras imagens bem bacanas.

06 fevereiro 2008

Meu ano sem DC

2007 foi um ano bem corrido para mim. Tive certas mudanças no emprego e em outras áreas da vida que, muitas vezes por bons motivos, tomaram meu tempo livre para ler quadrinhos. Dessa forma, para continuar a produção de resenhas do UHQ, alguma coisa tinha que ser sacrificada e a escolha óbvia foi a DC.

Por mais que estivessem acontecendo muitas coisas legais no Universo DC, eu não estava resenhando nenhum título fixo da editora e, portanto, não tinha compromisso de manter a leitura mais ou menos em dia, como faço com a Marvel.

Então, fui comprando e estocando as revistas, muitas vezes com certa tristeza, pois ouvia o pessoal falando bem desta ou daquela fase do Superman ou do Batman.

É claro que fiquei curioso, tanto que, sempre que dá, leio alguma coisa da pilha (hoje estou no momento em que começa o Um ano Depois, logo após a Crise Infinita). Mas o outro motivo de optar por deixar a DC de lado é que sempre fui fã da Marvel.

Talvez algumas pessoas que leiam minhas resenhas questionem isso às vezes, mas é verdade. Comecei a ler super-heróis com o Homem-Aranha. Depois de um tempo, expandi para todo o Universo Marvel e virei fã incondicional dessas revistas, tanto que as acompanho fielmente até hoje.

Enquanto isso, a DC entrou na minha vida muito mais tarde, quando pude começar a ler de tudo e conhecer muito mais das HQs do que apenas os super-heróis.

Dessa forma, como fã dos personagens da editora, você deve imaginar como é triste ler as revistas mês a mês e encontrar tantas histórias ruins. Pior ainda quando elas são dos personagens que mais gosto. Afinal, seria muito fanatismo ou até masoquismo da minha parte insistir em leituras que não curto, principalmente com a infinidade de possibilidades que temos por aí.

Eu gosto de super-heróis, adoro a Marvel e me divirto muito com os meus gibis. Contudo, na hora que se tem que fazer uma resenha sobre eles, não dá para ignorar furos no roteiro, tramas forçadas ou falta de ritmo. Não tem como elogiar desenhos que não conseguem se expressar ou aqueles que dez mil artistas diferentes estão por aí fazendo iguaizinhos.

Nem mesmo dá para deixar de lado um comentário sobre um trabalho editorial fraco que escreve “cedo” com s, não respeita concordâncias e conjugações e passa por cima de falhas como balões escritos “traduzir” ou letreiros que substituem caracteres por retângulos.

Uma coisa é gostar, se divertir, outra é a revista te dar elementos suficientes para escrever uma crítica imparcial. Ou, pelo menos, não ter falhas em demasia que te levam a, na hora de tentar mensurar uma nota numérica, ser obrigado a ir descontando meio ponto aqui ou ali.

05 fevereiro 2008

Referências

Este aí é O beijo, obra mais famosa do artista austríaco Gustav Klimt. Por coincidência, em 2008 faz cem anos que o quadro ficou pronto.


E esta aí é a página 21 de Os Novos Vingadores # 48, da Panini, que começou a chegar às bancas na última sexta. A arte é da história dos Vingadores mesmo, feita pelo ótimo Alex Maleev.


Eu, que curto os dois artistas, estava lendo a revista agora à tarde e me surpreendi. Se você clicar e ampliar a imagem, verá os detalhes no vestido da moça de vermelho. Se você já tiver a revista em mãos e folheá-la, verá que é mais do que uma coincidência. Se não tiver, vale a pena incluir na lista de compras pra ter essa história.

Maleev faz uma grande homenagem a Klimt. Não é só nessa página, não. Vai de cabo a rabo da história, nas poses, nas paisagens e nas texturas. Pena que eu não achei na net uma reprodução da página 22, que é ainda mais bonita. Desta vez, o cara, que já era ótimo, se superou.

Só para dar mais um aperitivo, aí vai a capa da revista original (que está só no miolo da publicação brasileira). Nela, a Feiticeira Escarlate é representada aos moldes das damas klimtianas. Veja só:

02 fevereiro 2008

Origem (nem tão) secreta dos heróis
do Universo HQ - Parte I

Você já foi informado sobre o terrível evento cataclísmico de 1986, que agregou infinitas Terras a esta em que nós vivemos. Mas talvez não conheça as origens secretas de todos nós. Como este blog tem um caráter estritamente sério e informativo, então a idéia é lhe apresentar de onde viemos. E esqueça aquela história de papai, mamãe e sementinha: heróis não nascem assim. Findo este solilóquio inicial, eis o primeiro personagem a ser revelado:

Marcelo Naranjo
Nascido em Laranjal Paulista, logo se mudou para Limeira, que sempre foi, para os seus, uma terra de grandes oportunidades. Mas as coisas não foram muito bem para o pequeno Marcelo: após seus pais terem implodido seu pequeno mundo por terem entrado como laranjas num negócio duvidoso, eles juntaram todos os seus esforços e conseguiram mandar o pequeno infante para a terra prometida, a Espanha. E, enfim, a sorte sorriu para o jovem: ao desembarcar de seu navio cargueiro, um caça-talentos olhou direto para sua pele alaranjada bem brasileira e pensou: 'Esse aí vai ser um astro". Após se apresentar, Marcelo concordou sem nenhuma relutância em acompanhar o olheiro de estrelas no seu Citröen direto para um estúdio de TV, onde gravaram de primeira o piloto de uma série alcançou o mundo todo, inclusive o Brasil – para orgulho dos seus pais, que o viram na vitrine da Mesbla. Mas, desde então, ninguém mais o chamaria de Marcelo, mas, sim, pela alcunha que o consagrou: Naranjito!

Assista agora ao piloto que deu origem a tudo:

01 fevereiro 2008

Bob Dylan vem aí, lará lalalará



Bob Dylan vai tocar no Brasil daqui a pouco. A preços salgados, é verdade, mas veja bem: é o Bob Dylan. E eu tenho uma teoria de que músico talentoso que evidentemente vai morrer em breve vale qualquer preço, porque sempre pode ser a última vez.

Por isso resolvi postar a versão desanimated aí do alto -- tem palavra mais apropriada para o Dylan que desanimated?

O desenho não é de nenhum sujeito mundialmente famoso, nem vem do portentoso banco de imagens do Codespoti, e sim da pequena mina de ouro chamada Flickr. Mais especificamente do álbum do Odyr (criador da tirinha do gato Heitor e de umas histórias por aí). Pelo que entendi, ele viu um DVD do Dylan e ficou ali, rascunhando, rabiscando, tanto que tem outros desenhos no link.
Dois anos de Pop Balões

Como isso não é um fato muito notável e a tendência dos jornalistas é só comemorar as datas “cheias” como cinco, dez anos e por aí vai, estou fazendo um post para lembrar do aniversário do site Pop Balões, criado e editado por mim e pelo Diego Figueira.

Desde 1º de fevereiro de 2006 estamos no ar tentando seguir uma proposta um pouco diferente. Buscamos fazer matérias, pesquisas e apresentar elementos diferentes da cultura pop que podem interessar ao leitor de quadrinhos. Nos esforçamos para trazer textos que sigam essa nossa idéia de ser um jeito diferente de pensar quadrinhos.

Temos uma espaço permanentemente aberto para que artistas mandem suas HQs para publicarmos no site, divulgando o trabalho deles. Além de manter um Mapa, sempre em construção apresentando o que está sendo publicado de novo no mercado independente nacional, sejam fanzines, revistas ou livros que os autores produzem sem o apoio das editoras.

Como eu disse no blog do Pop Balões, agradeço a todos os nossos leitores, colaboradores e a força que sempre temos dos amigos do UHQ.