30 janeiro 2009

Todo dia é dia de quadrinho nacional
 
Hoje, 30 de Janeiro, é o Dia do Quadrinho Nacional. Essas datas são uma forma de chamar a atenção da maioria das pessoas para algo que é cotidiano nosso.

Com um pouco de sorte, alguns jornalistas se lembrarão da data e farão matérias sobre mestres do quadrinho nacional, ou sobre algum artista em destaque no momento. Muitas vezes, ela serve de pretexto para eventos aqui e acolá, atraindo pessoas, movimentando informações e novamente chamando atenção para algo que nós já sabemos. 

O Dia do Quadrinho Nacional não é para os quadrinhistas ou para os leitores, não é nem para você que lê este blog. Nós sabemos que a HQ brasileira existe; e existe de diversas formas. Pode não ser uma indústria tão gigantesca quanto em outros países, mas isso é uma questão cultural que não é culpa só dos quadrinhos, é algo mais sistêmico que não vem ao caso agora.
 
Mas, ao nosso modo, temos todos os tipos de operação: um mainstream, representado pelos Estúdios Mauricio de Sousa; autores que vão escoando sua produção ao seu modo, como por exemplo os Gêmeos Bá e Moon, Marcio Baraldi, Laudo, Lourenço Mutarelli (que migrou para literatura); autores de tiras diárias há anos no mercado, como o clássico trio Laerte, Angeli e Glauco; os que optam por emprestar seu talento para os personagens norte-americanos, fazendo sucesso na Marvel, DC e em outras editoras; além de um prolífero mercado independente, com vários fanzines e revistas de autores que se autopublicam, se organizam e vendem em um verdadeiro trabalho de corpo a corpo.

A questão é que a gente sabe de tudo isso. Para nós, notícias e resenhas de quadrinhos nacionais são algo comum. Frequentemente, o Universo HQ solta as novidades que os autores vão nos repassando, notícias que vamos atrás, além resenhas dos materiais que lemos. 
 
Enfim, isso é comum para nós, que gostamos de quadrinhos e acompanhamos esse universo, mas não é um hábito para aqueles que desconhecem toda a diversidade que existe nas HQs.

Então, é importante lembrar que este dia não é só para levantar uma bandeirinha verde e amarela, ou valorizar um quadrinho apenas por ele ser nacional. Longe disso. 30 de janeiro é mais uma chance para as pessoas ouvirem que o Brasil tem, sim, uma produção de quadrinhos e descobrir que ela é boa, e não só por ser feita aqui.

27 janeiro 2009

Mais problemas na DC Comics?

O site da DC Comics sumiu misteriosamente com o nome de seu homem-forte, Dan Didio, depois da sua última atualização.

Na página sobre a editora estão listados os nomes de vários executivos, como Paul Levitz, por exemplo, mas Didio não está lá.

Didio, vice-presidente editorial da DC Comics, tinha um contrato com a DC que venceu em outubro de 2008, mas, na época, parece que a editora fez a renovação, apesar das críticas crescentes ao trabalho.

Pode ser apenas um erro, um simples engano ou um sinal de as coisas na DC estão piores do que se imagina (vide as demissões e os problemas da Mad).

Por enquanto não há nada de concreto. Vamos aguardar os acontecimentos nos próximos dias.

21 janeiro 2009

Os melhores de 2008

Os melhores de 2008Deu um trabalhão para compilar tudo, eleger e escrever todos os textos, mas está online minha matéria com os melhores de 2008.

Este ano, o Nasi me ajudou na seleção dos títulos periódicos, pois abri mão de ler algumas séries de super-heróis e certos mangás e fumetti.

Como cada um tem suas preferências, poste à vontade as suas opiniões.
A nova Fórmula 1? Olhe a velha e perceba como era mais bonita (ainda mais quando você chegar no detalhe)!

Pois. Os carros novos estão bem feinhos, não estão? Vai, fala a verdade. Aqueles spoilers de tamanho grotesco (gigantes na frente, minúsculos atrás) vão dar o que falar (mal) em termos de estética. E as pinturas, pouquíssimo originais? Está certo que pinturas bonitas não ganham corridas, como a Honda fez questão de nos demonstrar lindamente nos dois últimos anos. Mas, de vez em quando, vale fazer um carro lindo, como esse antigo Ligier, pilotado em duas corridas de 1993 por Martin Brundle (o rival de Ayrton Senna na F-3 dez anos antes):

Que tal? Bonitão, né? Nem se percebe o tradicional logotipo dos cigarros Gitanes, que acompanharam a Ligier por boa parte de sua trajetória na mais famosa categoria do automobilismo mundial. Agora quer o detalhe? Adivinhe quem fez o design deste carro?

Nada? Então passe o mouse na próxima linha e descubra.

Hugo Pratt.

Sim, ele mesmo! A vida não é mesmo cheia de surpresas? Imagine algum outro mestre dos quadrinhos fazendo isso hoje, mais de 15 anos depois. No mínimo, seria digno de nota!

Em tempo: peguei a imagem do ótimo blog português Um desenho, uma pintura.

12 janeiro 2009

Estamos de volta

Pronto, já está no ar a primeira atualização de 2009 do Universo HQ, com 19 notícias, uma bela matéria do Codespoti sobre os 80 anos do Tintim e a (maldita) reforma ortográfica.

Explico o "maldita": além das mudanças que estão amplamente divulgadas, há centenas de dúvidas ainda, especialmente quanto ao uso (ou não) do hífen. Preto-e-branco, por exemplo, hoje passou a ser grafado no UHQ sem hífens, o que pra mim é muito esquisito.

Na atualização de hoje, por exemplo, abri duas exceções. As palavras Vôo e Jóias, que estão em títulos de álbuns do Tintim, eu pedi pra manter o acento, por entrarem em itálico e por serem nomes de obras. Enfim, vai ser uma confusão, que, convenhamos, não tínhamos a menor necessidade de experimentar.

Escrever ideia, estreia, heroico? Vai ser duro de acostumar. Mas vamos nós! Que 2009 nos aguarde.

09 janeiro 2009

Quem não gostar de spoilers, desista por aqui! [contém updates!]

Agora, quem não suportar uma notícia sobre algo que quer muito, muito saber (como o filme de Watchmen, de Zack Snyder), pode prosseguir. Porque o assunto é esse mesmo. E não só!

Acontece que estou chegando agora de um evento programado há um mês pela Paramount, para divulgação de cenas exclusivas de dois dos principais lançamentos do ano para a distribuidora: o já referido Watchmen e a badalada nova aventura que dá um reboot no universo de Jornada nas Estrelas, que tem o dedo do pessoal de Lost em toda a sua concepção (com J.J. Abrams dirigindo, a cereja no bolo). Teve coquetel recepcional antes, teve um coquetel maior depois. No meio, meu caro, empolgação!

Então, após palavras do pessoal da Paramount, passamos à exibição de cenas dos filmes. Star Trek começou a jornada (he, he, he, não resisti ao trocadilho). Com o diretor Abrams apresentando o filme, cena a cena, pudemos saber um pouco mais sobre as origens de Jim Kirk em seus tempos caipirões, mas também deu pra ver: a primeira interação entre Kirk, Spock e McCoy (extremamente promissora); uma baaaaaita sequência de ação espacial; uma das clássicas brigas de bar envolvedo gente da frota estelar; as viagens no tempo salvando a pátria outra vez; mais um camisa vermelha morrendo; e, de quebra, a esgrima do sr. Sulu finalmente mostrou a que veio.

Na boa? Um filmão que, para o desespero das teorias conspiratórias do Alexandre Matias (editor do caderno Link do Estadão e do decano site Trabalho Sujo), tem citado logo na primeira cena exibida o famoso drinque que é uma sensação no cenário de Cloverfield: Slusho! O que leva a gente a pensar: estaria mesmo J.J. Abrams construindo o seu Abramsverso? Se sim, onde é que Felicity (sua primeira série) e Alias se encaixariam em tudo isso? Conspirai, conspirai!

Diga-se de passagem: Abrams tem o tempo do suspense. E isso já conta muito a favor de tudo o que faz, que costuma ser de tirar o fôlego.

Em seguida, Watchmen. Zack Snyder, didaticamente, apresentou as origens do filme, sua história e, sem ser condescendente com quem não conhece o livro de Alan Moore, Dave Gibbons e John Higgins, meteu o pé na nossa porta e apresentou, de cara, os dez minutos iniciais do filme, arrebatadores, nos quais se vê a morte do Comediante e, logo em seguida, na sequência de créditos, toda a história do século 20 após a introdução do vigilantismo mascarado na vida real daquele mundo, com todas as suas consequências (na verdade, um apanhado muito bem selecionado das páginas da biografia de Hollis Mason, o primeiro Nite Owl, intitulada Sob a Máscara – cuja capa aparece no filme e, pô, que baita capa!).

Já bastaria para deixar o Juneca (Odair Braz Júnior), o Rodolfo (Bruno, do site Herói) e o Pablo (da Rolling Stone), que estavam ao meu lado, de boca aberta. Mas isso foi só a primeira de três cenas. A segunda foi só a origem do Dr. Manhattan. E eu juro: como é que ele pôde trocar a Janey Slater (interpretada pela Laura Mennel, essa linda da foto acima) pela Silk Spectre (Malin Akerman, também bonita nessa foto aí de baixo)? Eu me apaixonei perdidamente e à primeira vista pela ex do bom doutor, que mostra assim o quanto ainda era humano até chegar ao ponto em que chegara naquele exato momento, em Marte.

Podia ficar nisso, mas não. Porrada ao melhor estilo quebra coco na terceira sequência, mais curta, que mostra Nite Owl e Silk Spectre, após uma noite revigorante de vigilantismo ilegal, salvamento de vidas e sexo, partirem para salvar o recém-encarcerado Rorschach. Se você não lembra o que acontece com o Grande Figura, vá logo reler e, depois, imagine o sorriso nos rostos de quem assistia ao desfecho daquela cena no cinema Multiplex Bristol, onde aconteceu o evento de hoje.

De quebra, ainda assistimos a um trailer exclusivo do filme, que estréia mesmo no dia 6 de março — mesmo com a pendenga Fox-Warner a todo vapor.

Quer saber? Pode ser exagero, mas talvez a empolgação das pessoas que lá estavam possa ser medida pelas palavras do Rodolfo Braz: "2009 pra mim já acabou. Depois de Watchmen, não vem mais nada este ano". Será?

Pode até ser que não, mas que vai ser difícil superar esta aventura, isso vai. Aliás, parece que o filme fechou em 163 minutos. Isso mesmo, Watchmen deve ter quase três horas de ação, tramas intrincadas e um desfecho impactante (com ou sem lula espacial). É uma tendência que vem se configurando em grandes lançamentos mundiais: as produtoras estão dando tempo para a história. E isso é uma grande notícia. E só nos resta esperar até março.

Ah, e o Jornada? A exibição não mostrou, mas a estréia será no dia 8 de maio. Presentão pras amorosas namoradas de um monte de nerds e geeks que as levarão a contragosto ao cinema. Será lindo de ver! :)

Update: o site Newsarama, em seu blog, mostra o impressionante trailer japonês de Watchmen. Impressionante porque, pela primeira vez, o público de algum país teve acesso mais a cenas que remetem ao espírito quase lúgubre da história de Moore, Gibbons e Higgins. Inclui algumas cenas políticas que puderam ser vistas ontem na sessão da Paramount. E inclui algumas outras que só podem deixar o fã de Watchmen cada vez mais apreensivo, ansioso e de dedos muito cruzados.