29 outubro 2008

Um novo Beco das HQs está online

Como prometido, uma nova coluna está online no Universo HQ. Esta semana é a vez do Beco das HQs, assinada por mim.

O tema é a migração cada vez maior dos quadrinhos de super-heróis para as livrarias. Isso é legal, sem dúvida, mas traz conseqüências para as vendas nas bancas. E é sobre isso que comento.

Clique aqui para ler o novo Beco das HQs e comente à vontade.

43 comentários:

Anônimo disse...

Otima materia, Sidney. Só acho que essa coisa das editoras focarem só em quem já é fã (aqui e nos EUA) é um movimento suicida. Não há renovação de leitores, então em pouco tempo, não há mercado. Continuando assim, em 10 anos não vai valer a pena imprimir nada, o custo será alto demais e os quadrinhos vão ter que encontrar outro meio de chegar aos leitores, como a web. Abs.

Anônimo disse...

OS QUADRINHOS DA MARVEL/ DC ESTÃO TÃO POUCO ATRATIVOS POR CAUSA DESTAS SÉRIES INTERMINAVEIS QUE OS PERSONAGENS EM SI PERDERAM A FOÇA. HOJE SE VOÇÊ QUER VER UM SUPER-HEROI PREFERIDO É MELHOR ASSISTI-LO NA TELEVISÃO. CADA DIA MAIS SÃO APRESENTADOS ROTEIROS PSICOLÓGICOS E MENOS AÇÃO! OS ARTES SÃO DE DOER, A COMPUTAÇÃO GRAFICA DE COLORAÇÃO NÃO GARANTEM A BELEZA DOS DESENHOS COMO IMAGINAM OS AUTORES. E ESTAS REFORMULAÇÕES ANUAIS ACABARAM COM OS MITOS NOS QUADRINHOS, SÓ SOBREVIVEM NO CINEMA E NA TELEVISÃO ONDE SÃO MAIS ESTÁVEIS. OUTRO DIA NUMA GRANDE BANCA OUVI O SEGUINTE COMENTÁRIO DE UM GRUPO DE JÓVENS REFERINDO OS GIBIS DA MARVEL/ DC " NÃO COMPRA ESTA PORCARIA QUE NÃO DA PRA ACOMPANHAR,LEVA UM ANO PRA TERMINAR A HISTÓRIA E VOÇE TEM QUE COMPRAR OUTRO GIBIS COM HISTÓRIAS DE OUTROS PERSONAGENS QUE LEVAM MAIS UMA ANO PRA TERMINAR" obs: LEVARAM TRÊS MANGAS E DOIS GIBIS DA MÔNICA!

Chris Santos disse...

Acabo de ler teu blog no Universo e concordo com tua visão. Sou um destes leitores que envelheceram e que está "deslumbrado" com a qualidade dos encadernados, não só da Panini, como recentemente da Pixel também. Digo mais, com estes encadernados os quadrinhos começam a ganhar um novo estatus, pois pessoas que sempre acharam leitura de criança e com baixa qualidade se interessam por eles, afinal temos luxuosas edições e histórias fechadas que podem ser entendidas sem que o cidadão seja um especialista na entrucada cronologia das editoras, falo por experiência própria, pois minha mãe, que não é leitora de quadrinhos, adorou Crise de Identidade, o encadernado que acabei de adquirir. Outro aspecto que devo comentar é sobre um resgate, sim, a Panini acaba de salvar o mal fadado "ANOS 90" com o lançamento do primeiro volume da Queda do Morcego, por mais que se critique os quadrinhos daquela época não muito distante, eles foram de importância para uma geração que acompanhou todas as mutilações, mortes, clonagens e heróis se transformando em vilões com a mesma excitação com que busca os encadernados hoje. Vida longa aos encadernados, mas também aos títulos mensais.

Sidney Gusman disse...

Toni, meu temor é exatamente o mesmo que o seu. Só acho que isso demora pouco mais de dez anos.

Anônimo, infelizmente, hoje super-heróis não atraem jovens leitores devido justamente à complexidade de suas cronologias e à encheção de lingüiça anual com sagas "mais do mesmo".

Cristiano, como mencionei, os encadernados têm essa "missão" de resgatar leitores antigos, mas não dá pra viver só deles. As editoras ainda precisam das bancas. Por isso, têm que trabalhar para manter os dois nichos de vendas rentáveis.

Abraço

Unknown disse...

Outro dia conversando com o Delfin levantei uma hipótese. Não seria mais interessante a ter em banca só uma revista matadora da Marvel e só uma da DC? Só com histórias boas, sem muito apego cronológico, servindo para formar leitores. O cara que sempre ouviu falar de Superman, Homem-Aranha, vai na banca, encontra essa revista, lê, entende (que é o mais importante) e fala: "nossa que legal!".

Daí no final da revista ele descobre que nas livrarias ele pode encontrar um material especializado, encadernado, seqüencial que segue a cronologia do personagem. Seria uma aplicação em larga escala do modelo da Pixel e obviamente exigiria muita ginástica editorial e mental. Mas, para mim, é o que mais se aproxima do meio termo de agradar o leitor habitual com produtos diferenciados e, ao mesmo tempo, formar novos leitores que é a parte que não quase não é feita porque muita gente acredita que é um processo natural.

Sidney Gusman disse...

Zé, há países europeus que não estão nem aí pra cronologia dos super-heróis. Eles publicam sagas fechadas e boas.

Anônimo disse...

Deixa eu dar uma de advogado do diabo. Meu irmão tem 12 anos e comprou, por conta própria Hulk Contra o Mundo. O moleque pirou na HQ, e a partir daí foi até a banca e comprou X-Men Extra, Universo Marvel e entrou de cabeça no mundo dos supers.

Creio que é exatamente o contrário, os gibis de super-heróis NÃO são para leitores maduros, são para adolescentes, para jovens, eles sim ainda não leram nenhuma super-saga e se surpreendem com isso.

Nós, que já enjoamos, não suportamos mais nada disso.

Guilherme Veneziani disse...

Muito bom o artigo Sidney! Fez uma avaliação muito precisa da linha super-heroística.

É uma pena, para quem gosta do gênero, que a Marvel e a DC não façam muita questão de obter uma renovação nos leitores, pois, como foi dito, um dia os velhos vão morrer. E mesmo no meio de guerras e crises, às vezes sai uma boa história...

Agora a Marvel e DC não tem uma linha infantil? Se não me engano saia algo aqui em formatinho da Marvel e foi cancelado. Certamente por baixas vendas. Tudo bem que concorrer com a Turma da Mônica é difícil, mas será que não faltou um projeto de divulgação melhor? Ou o material era ruim mesmo?

Agora, com seu comentário sobre a publicação na Europa, você me deixou curioso. Você sabe como funciona a publicação de super-heróis na Argentina, Chile, Uruguai e etc?

Abraços

Anônimo disse...

Pessoal, eu não me considero um colecionador (só compro regularmente homem aranha)mas tô lendo a guerra dos anéis que consegue (pelo menos nos dois primeiros numeros) ser uma boa história sem ter que ignorar a cronologia, será q o problema maior não é a qualidade dos escritores? Enquanto houverem muitos straczinscs, loebs, etc. infelizmente ainda teremos muito lixo, pelo menos , na minha modesta opinião.
abcs

Joéliton
Maceió-AL

Anônimo disse...

Sidney,

Acho apenas que as Bibliotecas Marvel e DC são um pouco caras demais (ma faixa de 50,00, chegando a 65,00!!). Lançamentos como o Sandman da Pixel (29,90) e as obras de Carl Barks da Abril (16,95) têm mais a ver com um leitor médio brasileiro que gosta de qualidade mas que tem um orçamento limitado (categoria na qual me incluio). Sei que muitos discordarão de mim, mas acho que capa dura é um exagero, encarece muito o produto final, e nem sempre é agradável de ler.

De qualquer forma, parabéns pelo texto.

Zé Oliboni,

Acho que talvez, não apenas uma, mas duas ou três revistas por editora fosse ideal. Para Marvel poderia ter uma do Homem-Aranha, uma dos X-Men e uma mix variado.

De qualquer forma, acho que alguma variação da sua proposta vai acabar prevalecendo, pelo menos no Brasil. Tentar manter 6 ou 10 títulos nas bancas me parece inviável hoje em dia, não importa quantas Crises Finitas ou Infinitas sejam inventadas,

Um abraço a todos

Sidney Gusman disse...

Kroll, teu irmão é uma exceção à regra. E ainda bem que elas existem.

Mas quero ver quando ele tiver que comprar N títulos para entender a HQ que começou na revista que ele coleciona.

Veneziani, as linhas infantis de Marvel e DC não vingaram. E falo em nível mundial. E não foram poucas as tentativas.

O mais curioso é que a molecada toda sabe quem são os super-heróis mais famosos, mas não se tornam fãs de suas revistas.

Infelizmente, não sei como estão as publicações de supers na América do Sul.

Joéliton, a Guerra dos Anéis é possível de ser entendida sem interligações, mas... imagine um cara que não leu a Crise Infinita ou a Crise nas Infinitas Terras.

Quem é aquele Superboy do mal? E o tal de Monitor? Ou seja, dá pra se divertir, mas pro novato sacar a história como um todo vai precisar dar uma pesquisada.

Luiz, sem dúvida que são caras essas edições. Mas são lançadas justamente pensando no leitor que se dispõe a gastar essa grana. No mundo ideal, teríamos a mesma revista em capa dura e cartonada (para quem não pode pagar), mas isso é só para alguns casos ainda.

Abraço

Unknown disse...

Sidney,

eu nunca postei um comentário, mas essa sua matéria merece. Muito boa! Não só pelo texto bem escrito, mas é que eu coleciono quadrinhos faz tempo, hoje sou psicólogo, já tenho meus 29 anos... bom, você já disse tudo na matéria.

Um abraço.

Marcelo (Maringá - Paraná)

Sidney Gusman disse...

Opa. Valeu, Marcelo. E seja bem-vindo a postar mais comentários por aqui!

Abraço

Jackson Good disse...

O problema dos encadernados é que eles são caros demais e não há garantia de que tudo que vc queira ler vá sair nesse formato. Fora a espera. Eu, por exemplo, não aguento esperar indefinidamente se o material já saiu nas revistas de linha. E os heróis menos populares? Por exemplo, o Arqueiro Verde, vai ganhar republicação em encadernados? Nunca. Claro, pagar 7 reais nas mensais por causa de UMA história (ou seja, 1/4 da revista) fica meio difícil. A solução, por mais triste que seja, são os scans.

Acho que a Panini, quanto a qualidade das histórias, só pode rezar mesmo. Mas ela pode tomar atitudes inteligentes, como organizar melhor seus mixes. A revista do Lanterna Verde foi uma alívio, pois antes os títulos desse mini-universo dentro da DC (green lantern, corps, ion) saíam todos espalhados em várias revistas! Qual a lógica?! Sem contar as porcarias que são publicadas. Pantera Negra é o maior exemplo. Os leitores massacram e a Panini continua publicando.

No fim das contas, os mixes são uma idéia ruim. Em casos como Homem-Aranha, Batman, X-Men, que tem vários títulos regulares nos EUA, faz sentido reuni-los aqui. Mas pegando Marvel Max, Marvel Action, Superman & Batman, vc que são títulos que não têm relação nenhuma entre si saindo juntos, só porque a editora adora o formato mix. E o leitor compra por causa de UMA série e tem que aturar 3 porcarias. A solução, creio eu, seria encardenados ou minisséries não tão luxuosas para publicar esses personagens. Compra quem quer, que não gosta não precisa engolir. Essa política de escolher qualquer coisa aleatoriamente porque precisa "preencher o mix" é uma idiotice sem tamanho, e já mostra o erro em existir esse formato.

Anônimo disse...

Olá, Sidney,
Não posso comentar sobre a qualidade das HQs de super-heróis de hoje, pois parei de ler faz tempo. Cresci lendo gibi e sonhava um dia trabalhar na área, mas a redundância nas histórias me afastou dessa linha e mudei como leitor e profissional pro caminho das paródias. Hoje acompanho de longe, lendo as matérias e lamentando as ressurreições e as infinitas crises infinitas. Pra mim o cûmulo foi a volta da Tia May, mas parei mesmo pouco depois da morte do Super-homem. No fundo eu sabia que ele voltaria, mas me restava um pouco de esperança de que os quadrinhos seguissem a linha do começo, meio e fim.
Hoje sou eu que não volto.

Luciano Félix

Anônimo disse...

Gostei muito do teu texto.concordo com quase tudo que vc mencionou .gostaria de chamar a atenção de vocês para um outro fato,que está servindo para afastar das bancas e lojas o comprador- A venda na internet pelos sites das editoras ( mais precisamente a CONRAD e a pixel ):
estas 02 editoras ,mas não só elas, oferecem descontos em seus produtos para quem compra pela rede,muitas vezes maiores do que os oferecidos aos negocios fisicos.
Uma banca de revista,dependendo do lugar do país que esteja estabelecida, tem no maximo 30 % de desconto da sua distribuidora local. A mesma coisa para as lojas especializadas ,que com exceção das de sao paulo, ainda tem que pagar o frete da compra do material.
Isto faz com que cada vez mais estas lojas encontrem dificuldades de manterem -se neste segmento...Se na internet o cliente encontra o produto com 40, 50 % de desconto , com facilidade de pagar em trocentas vezes, porque ele iria comprar na banca ?
Enquando as editoras não forem organizadas e sérias ( bom ,isto já é querer demais neste país) elas não podem reclamar que estão perdendo seus leitores ...
Se até as minhocas aprendem, que dizer do leitor de quadrinhos..Porque comprar um titulo no lançamento, se dai a 3 ou 4 meses este titulo vai estar em promoção , ou em algum site , ou em algum evento próximo de você ! Ou ainda , em algum " encadernado de luxo " !
Eu de minha parte gostaria muito que seguisse saindo BIBLIOTECA MARVEL, OS CRONICAS DA DC enfim, todo o material realmenet ESPECIAL destas 02 casas .

jesus ferreira

Sidney Gusman disse...

Jackson, respeito seu ponto de vista, mas sou contra os scans. Sobre as revistas mix, no Brasil elas são vitais, pois sem elas personagens menores não teriam chance alguma no nosso mercado.

Luciano, infelizmente pro mercado de super-heróis, tem muito mais gente como você, que não volta mais. E o leitor é o menos culpado nisso.

Jesus, muito legal seu depoimento. Vale uma averiguação.

Abraço

Igor Bone disse...

"Personagem menor" também é um conceito relativo. O Batman e o Aranha vendem bem, mas tem fases horrendas e ilegíveis. O Demolidor teve uma recente fase maravilhosa, mas não vendia. Tiveram até que mudar o nome da revista de "Demolidor" pra "Marvel Action" (sem mudar nada das histórias que estavam sendo publicadas) só pra ver se davam uma aumentada nas vendas. É complicado isso de "só 1/4 da revista é bom" pq o 1/4 que é bom varia de pessoa pra pessoa. =)

Rafael disse...

Grande Sidney. Ótima assunto esse que você abordou nessa sua coluna.

parabens

Anônimo disse...

muito boa a coluna. eu ja migrei, so compro o q sei q é bom, e em promoções.
imagino q o ideal seria filtrar as melhores revistas e pagar um pouco mais somente por elas, por exemplo como os X-men do Whedon por r$3,00 e 25 pags, algo por ai. acho q isso aumentaria o numero de vendas, so nao sei se valeria a pena levando em conta o contrato da panini com a marvel e a dc.
mas Mix eu to fora, é a pior coisa q existe.
abç

umpixell disse...

Fala Sidney! Rapaz, eis um assunto delicado de se tratar. Realmente os quadrinhos estão muito apegados à cronologia, principalmente ao período de 19-- e guaraná de rolha. A renovação é pouca e o apelo das hq's tem cansado já. Nem sei o que sugerir para uma melhora, o público de hoje lê muito mangá e material alternativo. Talvez deveriam investir em novidades que atraíssem os novatos, que com o tempo procurariam o que ocorreu lá pra trás. Talvez pudessem lucrar com isso, reimprimindo material antigo ou apresentando resumos rápidos, como aquelas histórias do Universo DC, que esclarecem muita coisa. É por aí!

Abraços...

Amalio Damas disse...

O problema maior das editoras de quadrinhos é focar seu trabalho no produto e não no cliente. Se tivessem feito isso, não estariam com tantos problemas. Isso é básico, porém poucas empresas pensam assim.

KRAWDO disse...

Sou mais um leitor que deixa de comprar revistas mensais para cada vez mais investir nos encadernados. Posso dizer que me sinto ofendido por pagar R$6,90 para ler UMA história interessante e depois ver uma edição encadernada, totalmente focada no arco de meu interesse. Já prevendo que SUPREMOS ganhariam uma superedição encadernada, eu logo parei minha coleção de Marvel Millenium. Acho que o grande problema é o alto custo que as próprias editoras se impõem para lançar materiais mensais em banca. Embora seja arriscado, mas acho que deveria haver uma pesquisa de mercado em eventos, fóruns para que as editoras pudessem apostar numa melhor adequação dessas revistas - que querendo ou não, garante a publicação regular desse tipo de material no país. Apesar de dificil, as editoras (no geral) não devem desistir de chamar novos leitores, pois são eles que garantem a sobrevivencia e estabilidade do mercado. As vezes penso que agora é a hora das editoras reverem seus materiais em banca, já que os encadernados estão ganhando seu novo espaço.
Ainda mais com a alta do dólar, vai saber quanto que as H.Qs estarão ano que vem...

Sergio disse...

Parabéns pelo artigo. A prova do quanto ele é interessante é o porte do debate que temos no blog.

Alan Moore, em entrevista publicada acho que no próprio UHQ, dizia que as majors não fazem mais histórias em quadrinhos, mas storyboards para o cinema.

Falta interesse pelo leitor. Mauricio de Souza sente seu leitor, faz pesquisas, conversa com jovens, para saber o que querem.

Se as editoras não se importam com o provável desaparecimento do seu público em alguns anos, é sinal de que não se importam também com a imbecilidade de manter uma cronologia por décadas.

Afinal, não percebem que grande parte dos leitore (se não formos maioria) não se interessam em ter que consultar vários exemplares de sua coleção para uma boa história.

O que lhes interessa é tornar colecionadores reféns com mudanças "revolucionárias" mas passageiras nos personagens para obrigar que comprem mais e mais revistas, mesmo que falte qualquer enredo.

Sidney Gusman disse...

Bone, claro que Batman e Aranha têm sagas tenebrosas, mas eles são ícones da cultura pop, todo mundo conhece. Não é o caso dos tais “personagens menores”. Foi disso que falei.

Valeu, os depoimentos Rafael, Jean e Led.

Amálio e Kurawdo, concordo. E, desde já, convido todos os leitores a conferirem a próxima coluna do Nasi, que entra no ar quarta-feira! Vai direto nesse ponto.

Pessoal, se eu demorar a responder os próximos comentários, não estranhem: é que estou saindo daqui a pouco para uma viagem a Portugal: acompanharei o Mauricio no Festival de Amadora. Por isso, olho no Blog. Se sobrar um tempo coloco aqui imagens e textos sobre o evento.

Abraço

Sidney Gusman disse...

Sérgio, é por aí mesmo. E gostaria de ressaltar uma coisa que você mencionou e muito me alegra: o ótimo nível dos comentários dos nossos leitores.

Abraço

nenhum disse...

O problema é que para quem tem mais de vinte e cinco anos tempo e espaço para gerenciar uma coleção se tornam escassos. Há outros interesses também, o que faz este ser um público um tanto que conservador e seletivo. É uma faixa etária que a pessoa tem filhos ou mesmo mora em mais de um lugar.

Sem uma renovação de público é a única solução já que este é um público que ou compra TPBs ou deixa de comprar revistas.

Jackson Good disse...

Sidney, entendo que como profissional da área, vc seja contra os scans. Mas não dá pra fechar os olhos, pois eles são uma realidade. Tanto quanto os donwloads de mp3, que acabaram com a obrigação de comprar um cd (cada vez mais caro) por causa de UMA música, os scans são a resposta á maioria dos fãs que desaprova o formato mix.

Você diz "Sobre as revistas mix, no Brasil elas são vitais, pois sem elas personagens menores não teriam chance alguma no nosso mercado."

Pois bem, aí já identifica o problema! Se esses personagens precisam ser "ajudados" por outros, enfiados goela abaixo dos leitores, então eles não merecem ser publicados mesmo. O leitor só compra porque é obrigado, não dá pra negar. "Mas tem quem gosta deles", vc pode dizer. Aí que entra minha idéia de fazer especiais desses personagens, sejam mini-séries ou encadernados, sem ser de luxo, para baratear o preço de capa. Podem ser em tiragens menores, inclusive.

Claro, eu não entendo nada de mercado, estou falando como fã. Aliás, como fã cansado de pagar R$ 6,90 para ler o Demolidor, por exemplo, acompanhado de histórias na melhor hipótese medianas, na pior, medíocres mesmo. Pantera Negra é lixo puro. O Justiceiro é outro caso: Marvel Max tem trazido séries cada vez mais repugnantes. Nova Onda, excelente, foi a última excessão. Marvel Max é um caso claro do absurdo dos mixes: como não tem saído mais revistas sobre o selo MAX nos EUA, a Panini escolhe qualquer coisa pra preencher as outras 3 vagas da revista. Resultado: porcaria após porcaria. Saudade do tempo que ela contava com Poder Supremo, Alias e minisséries que valiam a pena, como Born e Thor: Vikings.

Anônimo disse...

a panini não está de mãos atadas em relação ao material da marvel e dc, se ela quisesse poderia ir atrás dos não-clientes, pesquisando seu gosto e produzindo material localmente (sem necessariamente recriar o personagem pra ser local) que atenda e conquiste esse consumidor, e que surfe melhor na onda de marketing e mídia espontânea que cada blockbuster de super herói gera na sociedade como um todo.

outra coisa, é uma falta de criatividade muito grande imaginar apenas banca, livraria e internet como canais de vendas, quando existem dezenas de outros, muitos não-concorrentes entre si.

Quem quer crescer, tem que acreditar, investir e fazer diferente, a panini (e todas as outras ed. de quadrinhos) tá precisando de um empreendedor, po!!

Sidney Gusman disse...

Jackson, ignorar os scans é impossível. Tanto que escrevi isso na coluna do mês passado. Apenas sou contra.

Sobre edições especiais de personagens de menor expressão, o lance é que elas costumam encalhar. E, você sabe, com tiragens menores, vêm preços maiores. É uma equação que não tem como ser mudada.

Rodrigo, as editoras têm mais é que se mover - e rápido.

Nenhum, é como escrevi: com a maturidade pressupõe-se que os gostos também mudem.

Abraço

Victor disse...

Fantástico artigo! Pelo jeito o retorno alvinegro insuflou o Sidão de inspiração. Parabéns!

(o que segue tem tom irônico, mas no final quero expressar uma preocupação séria)

Pouco mais de um ano atrás eu descobri um site sobre hq e postei lá que havia SÉRIAS chances de, daqui duas décadas (considerando que a média de idade dos fanbois é talvez 25 anos ou mais), os quadrinhos de Super-heróis do Universo Marvel e Universo DC serem coisa do passado. Resultado: despertei muita CELEUMA e revolta de outros visitantes! Um dos argumentos contrários é que havia aumento na venda de certos títulos... porém, APOSTO que esse aumento esporádico é devido a antigos leitores que voltam a comprar quadrinhos (afinal, mesmo o fanboy mais relapso não resiste a ver uma guerra civil entre herói da Marvel).

Celeumas à parte, o fato é que essa tese do fim dos quadrinhos de super-heróis UM/UDC não é nenhum absurdo, muito pelo contrário. Afinal, quando estiverem APOSENTADOS, os fanboys terão dinheiro para comprar todas as sagas da Marvel e da DC? Sim, porque eles terão de escolher entre gastar o que receberão de aposentadoria em VIAGRA, remédio para OSTEOPOROSE e outros medicamentos GERIÁTRICOS, ou gastar com a mais nova reformulação incrível do Universo Marvel, repleta de infinitas referências. Ademais, nem teremos, ao ler uma nova história, como consultar todas as referências em nossos 80.000 gibis que guardamos na garagem de nossos filhos, pois corremos o risco de, levantando uma pilha de revistas, quebrarmos as costas.

E a culpa disso será da MÁ QUALIDADE, sim, do que a DC e a Marvel tem feito, e da sua ABSOLUTA INCAPACIDADE de captar o interesse e o pensamento dos jovens. Há exceções, é claro, e eu conheço uma, mas a verdade é que os jovens hoje são diferentes do que nós éramos: eles têm muitos outros interesses atraindo sua atenção - são os animes, são os orkutes da vida, são os blogues, são os mangás, são os GTA's e os Win Eleven's da vida... enfim, o universo de entretenimento deles é muito mais DIVERSIVIDADO que foi o nosso quando tínhamos a mesma idade. Eles não TEM SACO para cronologias complexas, para histórias com tie-ins e tie-outs e referências a quadrinhos publicados há duas décadas.

Eu mesmo, gato escaldado, há pouco tempo resolvi fazer a besteira de comprar algumas coisas da Marvel para ver o que a tal "Era Bendis" estava fazendo com o Universo Marvel. Margo arrependimento: o Bendis anda tendo umas boas idéias mas na execução saem umas histórias ruinzinhas, muito sem graça (como Dinastia M, Guerra Secreta e Iluminatti). Arrependido, agora eu não sei se paro de comprar para resguardar meu dinheiro, ou continuo comprando para não ficar com a "coleção" (ah, maldita palavra!) incompleta.

Independentemente da decisão, uma coisa é certa: vou REDOBRAR o cuidado antes de comprar alguma outra mega-saga-transformadora-de-tudo, e agradeço não ter nem iniciado ainda qualquer compra relativa à essa Crise-não-sei-o-quê da DC (que parece ter seus momentos bons, como 52, mas tem coisa muito ruim também). Vou me concentrar mesmo em comprar os encadernados de coisas antigas e consagradas da DC e da Marvel, e, eventualmente, alguma novidade que receba elogios quase unânimes (como o Capitão do Brubaker e o Superman All Star do Morrison), bem como coisas do estilo da linha Vertigo.

E, se eu ver numa encruzilhada, piscando pra mim, uma dessas sagas estilo "Invasão-Guerra-Secreta-Dinastia-Illuminati-passa-pra-cá-seu-dinheiro" e "Crise-Infinitamente-Final-com-contagem-regressiva-passa-pra-cá-seu-dinheiro", vou rezar o pai-nosso e fazer o sinal da cruz pra resistir à tentação.

Sidney Gusman disse...

Victor, por acaso eu já te convidei pra escrever resenhas no UHQ, né?

:-)

franco disse...

a matéria sobre "quadrinhos + baratos" é boa. só gostaria de acrescentar que as vendas tem dimuído devido a falta de interesse de uma melhor distribuição no norte/ nordeste do país e nas cidades do interior dos estados destas regiões. Mesmo com minhas constantes idas a Salvador, não consigo encontrar tds lançamentos e pedir pela internet corremos o risco de receber com "avarias", fato que não interessa a nenhum colecionador. e quanto aos crossover não conheço ninguém que os compre. há um vasto material europeu(moebius, manara, bilal) que continua sendo ignorado aqui no Brasil. A edição da globo para "Os mundos de Moebius" foi muito pobre em relação a estrangeira. Aguardo uma melhor aposta das editoras em quadrinho europeus e numa edição mais sistematizada da obra de Will Eisner.

Anônimo disse...

Excelente matéria, Sidão. Me lembrou do tempo em que eu lia sua coluna todo mês na Wizard, era sempre uma das melhores partes da revista!
Valeu!

Victor disse...

Ô Sidão, eu é que me convidei primeiro, eheheh.

Tá lá no UHQ a resenha do Umbrella Academy, e talvez ainda esse mês eu consiga fazer uma outra do "Casanova" do Matt Fraction e Gabriel Bá. Abraço!

Amalio Damas disse...

Distribuição? Isso existe no Brasil? Parece que existe um esboço de um sistema que funciona desde 1896, mas até hoje está sendo aperfeiçoado. Franco, por ironia, aqui em Franca onde moro, a distribuição usa o fabuloso sistema do uni-duni-tê.

Anônimo disse...

Acabei de ler a coluna do Gusman no Universo HQ (Beco dos Quadrinhos) e ele acertou na mosca : eu mesmo sou um que comprava tudo (tudo mesmo) e a alguns anos atrás deixei de comprar as mensais da Panini por vários motivos (atraso das publicações nas bancas, sagas terríveis e, a principal delas, absoluta falta de tempo) e passei a comprar somente os encadernados (hoje compro somente Novos Vingadores das mensais, já que acabram com a Batman Extra).

Lembro-me que estava trabalhando distante da civilização (há pouco tempo atrás) e liguei pedindo que minha esposa comprasse o encadernado dos Surpeendentes X-Men e ela me disse "Mas tá 38,00 reais. Não quer esperar pra ver se sai com desconto na Fnac ou Saraiva ?" E eu virei pra ela e disse :"38 tá uma pechincha, faz as contas se eu tivesse comprando X-Men extra só por causa de uma história ?"

Bingo! Parabéns pela coluna, Gusman.

P.S. Qualquer encadernado do Byrne que a Panini lança ou venha a lançar, eu compro dois!

Francisco disse...

Leonardo Machado,

sou capaz de apostar que você se arrependeria se comprasse encadernados com trabalhos recentes do Byrne.

Francisco disse...

Definitivamente edições mais caprichadas como trabalhos mais seletos como a Pixel Magazine são soluções bem mais interessantes que esse amontoado de edições que não dão qualquer tesão na leitura, salvos casos isolados.

Todavia me faço uma pergunta, esse mercado de encadernados existiria sem o "lixão" mensal nas bancas?

Sem o "lixão" as editoras teriam lastro para bancar os artistas?

Se bancassem, o preço dos volumes "encadernados" não seria proibitivo?

Unknown disse...

Acabei de fazer a mesma coisa em relação a Batman de Grant Morrison, optei pelos TPB's.

Encomendei Batman and Son e The Black Glove, e ano que vem pretendo comprar R.I.P.; Aproveitei o embalo e tb comprei Tales of the Demon pois não encontrava Grandes Clássicos DC 4 em lugar algum. Em julho já tinha comprado a Edição Definitiva do Longo Dia das Bruxas, que está lindíssima!!

Minha esposa acha que eu rasgo dinheiro por gastar R$ 200,00 por semestre com quadrinhos (R$ 76,00 do TLH + U$ 38,91 dos importados). Fazer o quê, é a vida!!!

Mas Mixes?? Nunca mais!!

Anônimo disse...

Muito bom o artigo. Embora, como leitor de quadrinhos há cerca de 40 anos, eu lamente muito o fato, a tendência é o completo desaparecimento dos mesmos, em um prazo não muito longo. Acabo de chegar de viagem à Itália e Portugal. Na Itália, imaginei que encontraria muitos quadrinhos nas bancas, com base no fato de que eles sempre foram populares lá e até mesmo no fato de que é o país de origem da Panini, nossa maior editora. Pois bem, embora nas bancas ainda se achem mais quadrinhos do que na maior parte dos países que eu conheço, a situação é visivelmente ruim. Basicamente se vê o material da Sergio Bonelli Editore (Tex, Zagor, Julia etc), uns poucos gibis Disney (muito pouco, considerando que a Itália era talvez o maior produtor de quadrinhos Disney), uns mangás, uma ou outra revista de super-heróis e praticamente mais nada. Em Portugual, a situação é ainda pior. Nas bancas praticamente não se quadrinhos (ou bandas desenhadas como eles querem por lá). A maioria do que vi foram revistas da Turma da Mônica importadas do Brasil. Nas livrarias se acha alguns álbuns (Tintim, Asterix, Spirou), mas não é lá muita coisa. Na FNAC se acha uma boa quantidade de álbuns franceses luxuosos, mas é só para quem pode pagar e sabe ler francês (eu até sei). Nos Estados Unidos, o número de revistas de super-heróis cresce o tempo todo, mas as tiragens estão cada vez menores, além de que só marmanjos as leem. Quem tentar achar um comic em banca em Nova York, vai ter seríssimas dificuldades. Eles só se acham em lojas especializadas, que são bem poucas (para quem quiser, tem uma muito boa na rua 33, quase esquina com 5a avenida). Pois bem, se o panorama mundial é de decadência do veículo, em grande parte pela concorrência de outros meios, como videogames e até mesmo porque hoje os adolescentes estão conhecendo o sexo cada vez mais rapidamente (diversão que certamente ajuda a substituir os quadrinhos, além do que ser leitor de quadrinhos não ajuda ninguém a ganhar mulher, pelo contrário). as editoras americanas Marvel e DC parecem fazer o possível e o impossível para pior a situação. Histórias longas e confusas, algumas idiotas, outras pernósticas; arte de baixa qualidade; os mesmos heróis, vilões e tramas recicladas eternamente, foco excessivamente centrado em super-heróis. Os problemas são tantos que eu até desanimo de continuar....

Anônimo disse...

Pessoal,

sinceramente, acho que vocês estão exagerando. E vou explicar porque!

Uma revista de 25 páginas, a do demolidor por exemplo, custa 3 doletas nos EUA. Aqui pagamos 6,90 na marvel action, que tem as histórias do demolidor com mais 3 histórias de brinde. Sacaram? Encarem as demais histórias como brinde que ninguém fica nervoso. E essa regra vale para qualquer outra revista, com execessão da pixel magazine que sempre tem pelo menos 3 histórias muito boas.
Façam as contas! Pagamos os mesmo que os americanos, com 3 histórias de brinde. Pra mim tá bom, porque todas as revistas que eu compro tem pelo menos 1 história boa.

Tá ruim, é obvio, mas ainda assim acho que o esquema escolhido pela panini não é ruim... Já pensou pagar 6 reais para ler uma história de 25 pg?

Não são todas as histórias que saem em encadernado depois, só as que encalham e as que são A++ que recebem um tratamento especial e tudo mais.


Abraço!


Roberto Melo

Sidney Gusman disse...

Ah, Roberto, não encaro HQs ruins como brindes, não. E muita gente pensa como eu hoje.

Realmente, não é tudo que sai encadernado, mas tudo que é acima da média acaba pintando, certo?

Essa é a questão.

ABraço