É muito "difícir"...
Há seis ou sete meses, se eu tivesse deixado de colecionar o gibi Universo Marvel e, hoje, comprasse a edição do mês, deixaria de entender muita coisa. Só pra se ter uma idéia, nesse período o Capitão Marvel mudou de nome e de uniforme, e ainda ganhou outros poderes.
Esse é só um pequeno exemplo do que é colecionar gibis de super-heróis, há muito tempo: comprar só pra não ficar desinformado sobre as mudanças que acontecem a todo instante. Qualidade das histórias? Isso é um mero detalhe. O que não pode é deixar de acompanhar todos os títulos publicados pela DC ou Marvel pra não ficar depois "boiando" sobre a hipermegaultra saga que redefinirá pra sempre esses universos - até que a próxima faça, poucos meses depois, a mesma coisa.
Isso é lamentável. É disso que as grandes editoras se valem pra aumentar as vendas, em detrimento de uma boa história em quadrinhos que deixe um sorriso no rosto do leitor depois da última página.
E admito que não deixo de colecionar esse ou aquele gibi por causa disso (coisa de nerd viciado, fazer o quê?), posto que, mesmo estando ruins, tenho receio de nunca mais voltar a comprá-los, pois em pouco tempo não vou entender bulhufas do que tá acontecendo naquelas páginas.
Por isso mesmo deixei de lado X-Men e X-Men Extra no número 10, por exemplo, e já fiz duas infrutíferas tentativas de retornar. Tanto que já decidi: mutantes, nunca mais!
Enquanto isso, pra mim é sempre um prazer ler uma edição de Zagor, Tex e Mágico Vento. Sem complicações, sem mudanças, e histórias que são de maravilhosas pra cima. É incrível como me sinto bem após ler um desses gibis. Sem exageros, às vezes dá vontade de aplaudir e gritar "Bravo, bravo!".
Apesar de colecioná-los sem perder uma edição sequer, posso muito bem, a qualquer instante, interromper a coleção. Quando retornar, em alguns meses ou anos, eu teria a certeza de encontrar os personagens como eu os conheci.
Não seria disso que as HQs de super-heróis precisam?
Voltando a falar delas, agora vem essa balela de "começar de novo" nos gibis da DC. Diz-se que agora é o momento de iniciar uma coleção ou de os antigos leitores retomarem o bonde.
Tá bom... Em primeiro lugar, a bagunça tá a mesma. Depois, pra entender esse "início", é preciso acompanhar a maxissérie 52. Dá pra entender?
Como não ando com a grana transbordando pelos bolsos, vou continuar mesmo com o que já venho colecionando. Ou seja, se daqui a três meses eu pegar um desses gibis que não acompanho, ficarei "voando" ainda mais.
13 comentários:
Prezado Ramone, você tirou as palavras da minha boca, há meses, desde o início da Crise Infinita e da Dinastia M, venho me questionando internamente sobre a minha idiotice de continuar comprando gibis que, além de terem um conteúdo muitas vezes péssimo, não me trazem nada de novo, porque é sempre a última saga que mudará tudo permanentemente por essa semana, e também medo de parar de comprar e depois nunca mais conseguir retomar a história de onde ela tenha parado. Consegui parar também com X-Men e além dele, com Batman, Superman, Homem-Aranha, Novos Titãs, Wolverine e Superman/Batman. Ainda continuo com os outros, mas confesso que é difícil comprar um gibi de 100 páginas apenas por causa de uma história de 22 na maioria dos casos. Outro fator que também pesou foi o custo que acaba ficando exorbitante para quem tem família. Analisando pelo lado positivo, essa "economia" me proporcionou comprar coisas diferentes que eu conhecia pela fama, mas que ainda não tinha lido em função do orçamento como, O Dobro de Cinco, O Rei do Ponto, Adolf, Palestina, Zap Comix, Kafka de Peter Kuper, A Pro, etc.
Pois é, Amalio, essa economia também me possibilitou comprar outros materiais de qualidade indiscutivelmente melhor.
E quanto à outra coisa que você disse, sobre comprar um gibi de 100 páginas por causa de apenas 22, tenho o exemplo de Marvel Action. Tô colecionando, mas só pelo Demolidor. O resto eu leio no sacrifíco (afinal, se eu pago quase 7 reais, então tenho que ler).
ramone, se o sacrifício é tanto, compra na amazon só o demolidor, na versão encadernada. você vai ler o final antes, ter edições com lombada quadrada e pagar menos que os 42 das seis edições da revista brasileira que precisaria para completar a história. se pedir essa e mais o capitão américa, sei lá, vai diminuindo o peso do frete no cálculo e compensando mais e mais.
Não vamos nos esquecer de que agora temos uma excelente linha de revistas dos selos Vertigo e Wild Storm publicada pela Pixel que valem muito mais que qualquer revista mutante do pedaço.
E enquanto o povo compra revistas que não gosta para manter coleção, iniciativas como a linha européia da Panini passam despercebidas...
Bem, Hunter, pelo menos a mim, a linha européia da Panini não passa despercebida. Coleciono todos os títulos (embora Blueberry esteja aquém da minha expectativa).
Mas viciado é fogo, mesmo, e tenho que arranjar um jeito de me livrar dessa coisa maluca de ter um gibi de que não gosto, só pra não deixar a coleção incompleta.
Nasi, já fiz isso com Os Supremos quando larguei Marvel Millenium. Mas, no momento, fica inviável catar tudo quanto é arco nas edições gringas, já que ando gastando muito completando coleções antigas de gibis da Ebal e da RGE.
Cadê a publicidade no UHQ então, pô? Vocês nunca mencionam esse material... :-p
Hunter (Pedro Bouça)
meus amigos
esse texto me fez pensar no que a gente faz e nas saídas pra resolver o impasse....acho que as edições encadernadas resolvem em parte esse problema - muitas vezes pegamos uma história fechada e aí fica tudo bem..já faz tempo pego os encadernados do demolidor que saem nos eua - gostaria que essa prática fosse feita aqui no brasil -sei que para alguns personagens isso acaba acontecendo-mas é duro acompanhar uma série numa revista com vários personagens que a gente não gosta muito e depois ver uma edição encadernada dando sopa nas bancas - se a gente tivesse certeza, aí ficaria mais fácil (seria só aguardar pra ler a história completa) e como um colega por aqui falou - a edição é bem mais bonita também!
abraços a todos
andré maschietto
Hunter, publicidade não rola, mas Aldebaran e XIII têm sido resenhados. Blacksad já foi. Blueberry teve um também.
Aos poucos, a gente alcança as edições. O problema é que tem muito material pra resenhar.
Além de todos aparecerem no Checklist da Panini.
Gente, meu depoimento:
Há alguns anos, simplesmente parei de comprar as revistas de linha da Panini. Foi de repente. Gastava uma baita grana, enchia armários e mais armários com revistas cujas histórias estavam muito aquém da qualidade dos tempos áureos dos quadrinhos de super-heróis e me divertia muito pouco com isso tudo. Era mais uma 'pulsão', uma 'obsessão' de ter tudo, de juntar todos os números das revistas, de acompanhar cada reviravolta na vida dos heróis, por mais chatas que as histórias fossem. Hoje, uso a grana que eu gastava nessas porqueiras para comprar coisas excelentes como os albuns da Dargaud publicados pela Panini, a revista do Mágico Vento, mangás excelentes como Lobo Solitário, Buda e Adolf, e alguns álbuns importados (omnibus, principalmente). A era das histórias de super-heróis, vamos ser sinceros, já acabou. Hoje em dia os quadrinhos são muito mais do que isso, como é óbvio, e ninguém mais tem saco de ficar acompanhando por décadas a fio a vida de um mesmo personagem. E dá para se divertir pacas sem ter que assistir a Liga da Justiça ou os Vingadores salvarem, pela enésima vez, o planeta terra ou o universo de uma catástrofe, ou ter que testemunhar a milionésima reformulação da vida do Homem-Aranha. Sei que vou polemizar, mas será que o aracnídeo não deveria ter acabado na época em que o John Romita largou o personagem? Os X-men não teriam tido uma carreira mais digna se o seu título houvesse terminado quando o Chris Claremont largou o barco? Será que o Super-homen não era interessante só na época em que se podia contar histórias ingênuas sem soar ridículo?
Não, Sidão. Os primeiros números de XIII e Aldebaran - que iniciaram a linha em maio de 2006 - nunca apareceram na checklist do UHQ. Pode conferir! E esses lançamentos haviam sido divulgados pela Panini em março.
Fora isso, o único título a ser resenhado em seu mês de lançamento foi Blacksad. Aldebaran foi lançado em maio e resenhado em outubro. E XIII só em janeiro de 2007!
Só XIII e Blacksad receberam notas de lançamento no UHQ. Nenhuma nota sobre a linha em si ou os outros lançamentos, apesar de praticamente todos os outros sites sobre quadrinhos terem dado destaque ao fato de que o Leo era brasileiro. A título de comparação, o Incal da Devir, o outro grande lançamento de origem franco-belga do ano passado, recebeu notas de lançamento em dois de seus três volumes - tantas quanto a linha européia da Panini recebeu para todas as suas 19 edições publicadas!
O site é de vocês e eu não pretendo querer afirmar o que devem ou não cobrir, mas vou morrer achando que o UHQ não deu a esse material (exceto, talvez, Blacksad) a atenção que sua importância e qualidade mereceriam.
Hunter (Pedro Bouça)
Hugh, o problema é que esses personagens não são mais personagens, são FRANQUIAS! Eles pertencem a empresas que os tratam como produtos, pura e simplesmente. Histórias de qualidade surgem mais das ocasionais boas equipes criativas que trabalham nas séries do que qualquer interesse dos donos das franquias.
Os outros materiais que você cita são geralmente pertencentes - e trabalhados - por seus criadores. Isso é sempre uma diferença significativa!
Por outro lado, se o Homem-Aranha tivesse acabado quando Stan Lee (não John Romita) saiu, nunca teria acontecido a Morte da Gwen Stacy ou a ótima fase de Roger Stern e John Romita Jr. Se o Demolidor tivesse acabado quando o Lee saiu, nunca teríamos lido o Demolidor de Frank Miller. O que dizer disso? Definitivamente, não existe uma verdade absoluta nessas horas.
Meu sistema é ficar atento aos lançamentos nos EUA para saber quando algum criador que eu admiro vai trabalhar em uma série conhecida, comprar as edições dele e parar IMEDIATAMENTE quando ele sai (pouco me importa se é no meio de uma história ou não...). Dá um pouco de trabalho, mas me permite ler super-heróis sem me decepcionar repetidamente.
Hunter (Pedro Bouça)
Hunter, XIII # 1 só não entrou no Checklist, porque a EDITORA não mandou na época!
Mas fizemos uma nota quando, enfim, saiu: http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/n03052006_08.cfm.
Você pesquisou mal. Aldebaran # 1 está no Checklist, sim: http://www.universohq.com/quadrinhos/checklist_junho2006.cfm#panini.
E esperei a Wizard noticiar oficialmente as novidades, para, só aí, divulgar que XIII e Aldebaran sairiam (e fiz isso justamente por ser o editor da revista). De novo, faltou pesquisa: http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/n20032006_07.cfm
Você também poderia me dizer que outro site se quadrinhos tem mais resenhas desse material que o Universo HQ.
Agora, QUANDO as resenhas entram no ar é um problema estritamente NOSSO. O Universo HQ não dá grana e jamais "cobraria" dos meus colaboradores algo assim.
E se a Panini colocar esses materiais em livrarias (como deveria ter ocorrido desde o lançamento), as resenhas nunca perderão a validade.
Não que eu lhe devesse esse tipo de satisfação, mas Incal ganhou notas, porque achamos que valia. Simples assim. Ou o fato de um dos álbuns não ter sido noticiado também seria uma teoria da conspiração?
Outra que você esqueceu: fomos o único site que foi atrás da Panini para informar que a linha européia não ia parar: http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n03052007_08.cfm
E também noticiamos coisas européias que a própria Panini nem sequer colocou em site oficial, casos de A Última Batalha e Alias.
Então, menos, muito menos. O Universo HQ é o site que cobre mais amplamente o que acontece no mercado nacional. Só que não dá para noticiar tudo, infelizmente. Até gostaríamos, mas todos trabalhamos (muito) para mantê-lo no ar.
A você, resta o direito de gostar ou não. Mas, do jeito que colocou as coisas, parece até que está pagando para acessar o site...
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