Alterar ou manter? Eis a questão!
Li ontem à noite a Chiclete com Banana - Antologia, que acaba de chegar às bancas numa parceria da Devir com sumida Nova Sampa. É a volta de um clássico do quadrinho nacional da década de 1980. Muito legal!
Mas uma coisa me incomodou: os erros de português não foram corrigidos. Sou absolutamente contra esse negócio de lançar como o original. Não é uma edição fac-simile; é uma antologia de melhores histórias. Pra mim, o que estava errado deveria ter sido arrumado sem dó.
Além disso, como a revista abordava assuntos quentes quando era lançada, tem coisas bem desatualizadas e que um leitor novo não vai sacar. Exemplo: quantos jovens de 20 e poucos anos entenderão uma gracinha sobre Maria da Conceição Tavares chorando? Por isso, creio que umas notinhas (não muitas, para não explicar as piadas) funcionariam.
E você, o que acha?
8 comentários:
Entendo que alguns dos erros de português ali eram propositais mesmo.
Eu acho que antologia de melhores histórias tem é que sair em livraria com um formato mais perene. Se é para publicar com o papel chulé e impressão porca do original, mais valia fazer fac-símile mesmo. Ou publicar histórias novas.
Hunter (Pedro Bouça)
Correções e notas explicativas em Chiclete com banana? Não iria contra o próprio espírito da obra?
Seria como tentar mostrar os anus 80 de outra forma. Sacou? "anus 80"? não dá pra corrigir isso sem estragar a coisa.
Taí um lance complicado. Acho que explicar piada é broxante.
Mas imagina aquela história clássica da Chiclete, "O Peru do Policarpo". O final hilário fica totalmente sem sentido para os que não sabem quem foi o intragável jornalista Paulo Francis.
O problema é que são piadinhas que não funcionam mais. Charge muitas vezes tem prazo de validade. Aí vale, sim, dar uma explicaçãozinha, pq de qualquer jeito já tá perdido. Nem eu com trintão me lembro quem é a Maria da Conceição Tavares, imagina a gurizada.
Stalker, acho que, em vez de explicar, a edição podia ter inovado. Sei lá, coloca links do youtube ou da wikipedia para os casos desses nomes que poucos conhecem, como da Maria Conceição Tavares.
Não se explicaria a piada e ainda se prestaria um serviço.
O lance dela (uma economista portuguesa radicada no Brasil) chorando na TV foi tão pontual, que só quem viu lembra.
Hunter, acredite, os erros que cito não são propositais.
Eu acho que, alterando ou mantendo, como não tenho a série original (que mancada!) vai é pro cofre!
Ou talvez, sendo uma antologia, poderiam ter mais cuidado e seleocionar as piadas que ainda estejam atuais. E isso existem várias.
Mas sobre os erros de portugues, acho divertido mante-los. Fica com um aspecto bem podre, tosco e marginal como é a revista mesmo. Algo do tipo, "fomos burros e erramos da primeira vez, vc nao espera que alguem sente a bunda aqui e revise né?" ou alguma dessas frases engraçadas do Angeli...
Acho a idéia das notas editoriais uma boa. Melhor do que a solução da Conrad, de fazer os Freak Brothers consumir Ritalina décadas antes da sua existência ou popularidade.
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