21 setembro 2007

O formatinho dos antigos gibis de super-heróis

Há uma rua no centro da minha cidade que é repleta se alfarrábios. É um ao lado do outro, com coleções imensas de gibis antigos pra vender.

Nesse paraíso que costumo freqüentar quinzenalmente (e não deveria, pois fico comprando pilhas de gibis que vão levar uma década pra serem todos lidos), há algum tempo notei que faz anos que centenas de formatinhos da Marvel e da DC, a maioria da década de 1990 (o que tem de Capitão América é um absurdo), estão lá, coitados, totalmente ignorados. Ninguém quer, ninguém compra. E só resta aos donos dos sebos a rotina de tirar a poeira das capas.

Pra confirmar, perguntei a dois dos proprietários dos alfarrábios se aqueles formatinhos eram de estoque antigo ou renovado. Eles disseram que é muito antigo e que faz tempo que não adquirem mais daquilo pra revender, embora apareçam muitos colecionadores querendo se desfazer dessas coleções. "Pode vir neguinho oferecendo mil gibis desses por um real que eu não compro", exagerou um dos alfarrabistas. "Só vão tomar espaço dos gibis grandões, que vendem mais", disse o outro, comentando sobre o formato americano e maiores, que têm uma boa saída.

Não sei se isso acontece em outras cidades desse imenso Brasil, mas fico intrigado com essa aversão que muitos leitores parecem ter adquirido contra os gibis de super-heróis em formatinho, desde que o formato americano veio pra ficar de vez no mercado brasileiro, graças à Panini. Quem tem, quer se desfazer; quem não tem, passa longe de querer comprar.

Escrevi tudo isso pra chegar à simples pergunta: você prefere o formato americano ou o formatinho pras revistas em quadrinhos mensais/bimestrais de super-heróis? Por quê?

34 comentários:

Anônimo disse...

Coleciono revistas a muitos anos, teve época em que eu comprava quase todos os formatinhos da abril, tanto da DC quanto da Marvel, e a qualidade dos formatinhos éra ótima, mas a de se concordar que o formato americano acabou valorizando muito mais arte e com isso trazendo mais colecionadores, mas ele peca por algo que o formatinho era imbativel, o espaço ocupado pelas coleções.
Já me acostumei com o formato americano então digo que prefiro esse formato hoje em dia, mas um colecionador e fã de quadrinhos irá comprá-los seja em qual formato publicado.

Marcello Santo Nicola disse...

Acho que o material mensal comum fica melhor em formatinho. Com a explosão dos formatos grandes não tenho mais espaço pra nada!

eré disse...

Acho que não é tanto pelo formatinho e sim pelas revistas publicadas. Capitão América, Hulk, Superaventuras ficam encalhadas em sebo, mas é impossivel achar uma coleção completa de Homem Aranha, edições especias como Super-homem e Homem Aranha, Batman e Hulk, etc.

Marcus Ramone disse...

Meu interesse nos formatinhos é puramente sentimental. :-)

Mas o lado racional também tem vez: os formatinhos ocupam menos espaço na coleção e, claro, custam menos (pô, meu bolso merece essa consideração, he, he, he).

Anônimo disse...

Já comprei muito formatinho, Ramone, mas acho uma porcaria. Sempre achei o quadrinho muito pequeninho. Mas também não suporto aqueles formatos gigantes tipo os de Alex Ross, Príncipe Valente etc, que dá um trabalhão arrumar lugar para guardar. Fico com o formato americano mesmo. Abço.

Anônimo disse...

O formato americano é bem melhor. Mas o formatinho tem seu valor sentimental.

Marcus Ramone disse...

Sem dúvida, sob os aspectos gráfico e visual, o formato americano é muito melhor, não há o que discutir. :-)

Mas,pelo menos para os títulos de periodicidade curta (mensal, bimestral e até trimestral), eu preferia que fosse o formatinho. Por uma razão simples: o preço.

O leitor poderia comprar mais títulos gastando o mesmo valor que atualmente deixa nas bancas por poucos gibis.

Por que não deixar os formatos e, por conseqüência, os preços maiores para as edições especiais e minisséries?

Pode ser uma idéia simplória, mas certas coisas deveriam ser adaptadas à realidade brasileira, sei lá...

Seja como for, confesso que meu lado saudosista supera (e muito) o racional nesse assunto, he, he, he...

Eduardo Nasi disse...

Ramone, acho que a diferença de preço é pequena e a perda de qualidade, imensa e desastrosa.

Marcus Ramone disse...

Não sei se a perda seria assim tão desastrosa, Nasi. E, no fundo, isso é um luxo que eu dispensaria numa boa, desde que o preço compensasse.

Você não imagina como me contento com pouca coisa, desde que eu possa ter em mãos todos os gibis que eu gostaria de ler, he, he, he.

É, não tenho como negar: sou mesmo um "formatinhólatra" inveterado e assumido. :-)

R R disse...

Eu sempre fui fã do formatinho, e ainda compro alguns em sebos quando vou a BH, mas já não é a mesma coisa que há 12, 15 anos atrás, quando praticamente não existia gibi mensal em formato americano e eu comprava muitos formatinhos para aumentar a coleção.

Hoje já me habituei à qualidade desse formato, e, além disso, as coleções "Grandes Clássicos DC" e "Os maiores clássicos..." da Marvel, lançados pela Panini ajudam a tirar mais a vontade de comprar formatinho velho. Já cheguei até a comprar "Os maiores clássicos do Demolidor" 1 a 4, que já tinha completo em formatinho só pra tê-lo no americano.

Os formatinhos vão ficar só na saudade e na curtição de relembrar a infância mesmo...

Abraços!

Anônimo disse...

Sou ainda fã do formatinho. Não canso de reler minhas revistas do Dreadstar lançadas pela Globo! rs

Sergio disse...

Prefiro o formatinho, que é mais fácil de guardar e carregar. Além disso, tende a ser mais barato.

Val disse...

po, bem q eu qeria morar na sua rua. eu nem axo por aqui em salvador, ai poderia completar minhas coleçoes da Ebal, Rge, Abril, globo e Bloch.,... ah bons tempos, hq de aventuras ingneuas e sem as drogas q inventam pra vender hj, malditos mutantes!!!

Anônimo disse...

Li bastante coisa interessante nos comentários acima e concordo com o Nasi, entre outros: o formatinho compromete a qualidade da arte!

Lembram que, em alguns quadros com diversos personagens ao fundo, estes ficavam todos de uma mesma cor (geralmente rosa magenta) já que o formatinho não permitia a colorização correta dos uniformes?

No caso do formato americano, isso raramente ocorre. E a qualidade da arte original pode ser mantida.

Realmente o custo do formatinho é mais baixo, mas não compensa.

Eduardo Nasi disse...

O problema, Ramone, é que hoje em dia o preço não compensa. A gente acaba comparando, equivocadamente, Mônica com Homem-Aranha. Mas Mônica, nosso amigo Sidão tá de prova, tem uma tiragem monstruosa. E é isso que barateia a revista, criando a ilusão de que o formatinho seria muitíssimo mais barato.

Sérgio Codespoti disse...

Ramone,

Eu curto mais o formato americano. No formatinho não é só a arte que perde, já imaginou o que acontece com a redução do tamanho dos balões?

Cabe menos texto e portanto editor é obrigado a resumir o diálogo original.

Eu traduzi Excalibur para a revista Marvel Force, que era formatinho, isso na década de 80. Sempre perde texto.

Mas eu sou nostálgico em relação ao formato. Me lembra a infância, com Heróis da TV (aliás, quem lembra quando a Heróis da TV trazia exatamente os heróis da TV: Mightor, Galaxy Trio, Herculóides, etc?), Homem-Aranha, Superaventurs Marvel, Almanaque Marvel, etc...

Anônimo disse...

Meu caro, parabéns pelo trabahlo e só uma dúvida, onde fica esta rua no centro?...eu adoro formatinho..,
abraços
Manoel

Anônimo disse...

Formatinho tem seu lado nostálgico, sim. Sem dúvida. E foi o que permitiu (pelo preço, na ÉPOCA) que eu comprasse tantas histórias.

Embora eu tenha gostado da curta duração que a Abril teve com novos formatinhos (depois do formato premium), parece que a iniciativa não deu certo. E um motivo óbvio era a comparação com a concorrente, na época (Panini). Então, fiquei satisfeito quando a Panini adquiriu os direitos da DC e colocou a mesma qualidade gráfica nas histórias.

E, sem dúvida alguma, o formato americano possibilita melhor qualidade gráfica (ainda mais agora com as novas técnicas de colorização, que não eram utilizadas na época do formatinho. Que, aliás, era recolorido aqui) e de texto (como foi dito acima). Imagina ler Homem-Aranha Ultimate, com aquelas páginas que tem uns 20 quadros recheadas de texto, no formatinho?

Sidney Gusman disse...

Não sou daqueles que detestam o formatinho. Pelo contrário. Durante algum tempo achei que o formato americano deveria ser usado somente para materiais mais bacanas. Só que hoje isso é impossível.

O Nasi está certo: com a queda brutal das tiragens de super-heróis, as revistas não seriam tão baratas. Assim, não gerariam aquele efeito de atrair mais leitores, como ocorreu por muito tempo na Abril.

Naquela época, só pra lembrar, uma revista da Abril era cancelada se VENDESSE 35 mil exemplares. Hoje, a maioria das TIRAGENS não chega a isso. Ou seja, são outros tempos mesmo.

Claro que a arte era prejudicada, mas muito mais num George Pérez, um John Romita Jr. Tem vários pés-de-chinelo que ficavam até "passáveis" com a redução.

O texto, evidente, precisava ser enxugado, mas se notarmos o que tem de encheção de lingüiça nos roteiros atuais...

Ou seja, tem prós e contras, mas não creio que seja possível uma volta aos patamares de antigamente (vale lembrar que a Panini mantém 4 revistas de super-heróis em formatinho para o público infantil). O formato americano me parece consolidado.

Anônimo disse...

Eu coleciono revistas a pouco tempo, comparado com vocês, apenas 12 anos.
E peguei justo uma das partes do final dos formatinhos com o inicio da publicação imediata dos formatos americanos.
É de concordar que os formatinhos são ótimos. Mas a qualidade gráfica dos quadrinhos de hoje vai para algo maior. Um formato americano, no que é publicado no original, ganha mais pela arte e pelo espaço.
Formatinhos ainda podem ter vez no nosso mercado, se for bem usado, mas eu prefiro mais o formato americano, pela a arte que pode ser melhor apreciada.

Anônimo disse...

disse tudo Marcus. meu interesse no formatinho é puramente sentimental.
Meus pais colecionavam quadrinhos e aprendi a gostar om eles...
Hoje aos 23 anos e na geração "formato estadunidense", prefiro ler as revistas nesse formato, amis sempre procuro as do formatinho e mesmo quando as releio, já acho estranho, mais continuo procurando.

Acho que as unicas que leio numa boa, em formatinho, são os fumetti que a mythos publica, bem que hoe em dia quase nao releio meus ken parker (da vechi) depois que a tapejara lançou no formato italiano...

pena que aqui em Salvador é raro vc ver um sebo, e quando ver os gibis são muito mal cuidados...
em poucos lugares (quase nenhum) são bons...

Que rua c mora??/

tem casa vendendo ai??
quero morar num lugar assim...
respirando gibi...

Anônimo disse...

Na minha opinião o formato americano é melhor, mas muita coisa boa foi publicada por aqui em formatinho. Por isso, vale a pena comprar formatinhos antigos por causa das histórias.
Aqui no Rio tem uma esquina no centro da cidade com três sebos e uma banca que vendem quadrinhos antigos, principalmente formatinhos. Já comprei muita coisa boa por lá!

Anônimo disse...

Tem toda a razão Asdrubal. O meu saudosismo é justamente pelo que já foi publicado. Histórias de qualidade que suplantavam o limitador do formatinho. Podemos até usar como exemplo as obras da Image. Só desenho (Alguns) de qualidade e histórias pobres. Se tiver uma história boa até abro mão do formato americano.

Anônimo disse...

Nem se compara né? Além da percepção do desenho ser prejudicada no padrão formatinho, aquelas cores chapadas diminuem muito o impacto do traço do artista. Mil vezes ler uma história em p&b como Tex ou o Conan antigamente do que uma colorida daquela forma.

J.R. do Vale disse...

Cara. Eu sou fã de formatinho. Não troco, não vendo e não dou. E nem tão velho eu sou assim (31 anos). Me diz qual é a tua cidade q vou visitar tudo que é lugar ai e trazer malas e malas de gibi pra casa. Os titulos da Geração Marvel compro todos, mas não é a mesma coisa. Tem que ter no minimo 84 páginas pra ter graça. Gosto do formato americano, mas fã mesmo eu sou é do bom e velho formatinho. E se ninguem quer, eu quero, e muitos ainda.

Victor disse...

Sem dúvida que a afeição que temos pelo formatinho é só isso mesmo: afeição, afinal fez parte de nossas infântias. Agora isso, nada justificaria a preferência, pois realmente há muita perda de qualidade e inclusive de texto.
Quanto à qualidade das histórias outrora publicadas no formatinho, tenho duas coisas a comentar: primeiro, a própria matéria do blog salienta que a maior parte do que está encalhado era da década de 90. Pois é, o fato é que as histórias de melhor qualidade foram publicadas em formatinho na década de 80. Tanto que muitas das minhas coleções de formatinho param bem no início da década de 90, porque o que saiu depois nunca me agradou tanto (principalmente na época em que se abandonou a lombada quadrada pela grampeada). Segundo detalhe: mesmo as boas histórias da década de 80 foram, sejamos sinceros, MASSACRADAS pela editora Abril (nem falo tanto da RGE...). Cara, ler as histórias, por exemplo, de Heróis da TV, deixam um gosto amargo na boca, pois se vê que não havia nenhuma preocupação com cronologia e continuidade das séries. Exemplo clássico são as primeiras histórias do Conan: a Abril não se preocupava em publicá-las na ordem - numa história o Cimério estava participando de um exército que invadia uma cidadela, e dois meses depois aparecia a história onde ele tinha entrado para esse exército. Quanto aos outros heróis, era um samba do crioulo doido: você lia uma história numa edição onde determinado personagem dos vingadores estava com um uniforme, e no mês seguinte ele aparecia com um outro uniforme totalmente diferente, e a editora, quando muito, dava uma desculpa esfarrapada para a mudança, mal se preocupando em tapar os buracos.

Anderson Mendanha disse...

Eu tenho cerca de 5 mil revistas, a maior parte formatinho. Queria me desfazer,pois falta espaço e vejo não vou conseguir vender.

Acho que vou acabar seguindo alguns conselhos e doar tudo pra uma gibiteca. Não vou ganhar nada material, mas com certeza vou estar ajudando a divulgar os quadrinhos.

Direto do Reino disse...

O problema no caso não é o formato da revista e sim o título da revista. Pelo menos aqui em Curitiba revistas do X-Men, Homem-Aranha e Batman esgotam rapidamente sendo em formatinho ou não.
São personagens que o pessoal vai atrás mesmo seja pelo título, seja pelas histórias ou pelo tesão em colecionar.
Se o caso de más vendas fosse apenas do formatinho o que vocês me diriam de edições do Spawn e toda aquela coisarada da Image que lançaram nos anos 90 e que tem aos milhares nos sebos sem nunca serem vendidos? O negócio parece praga, você pergunta aonde estão os quadrinhos e tá lá pilhas e pilhas de Spawn...

De qualquer maneira só mantenho minhas edições do Aranha em formatinho que era o que eu colecionava quando mais novo. Hoje prefiro comprar os Essentials americanos, ou as edições especiais que saem por aqui, para ler as histórias antigas. Mesmo os Essentials sendo em preto e branco acredito que são melhores do que os coloridos formatinhos e ainda são melhores para guardar.

Cadorno disse...

Bem, se tiveres o endereço ou o site destes alfarrábios, envie aqui para nós do Ceará, que tenho um projeto de incentivo a leitura e uso os quadrinhos para revelar o quanto é bom ler.

Sou também colecionador, tenho caixas de formatinho, hoje vale pela nostalgia, pois o formato original tem mais qualidade em relação ao foratinho

Anônimo disse...

formatinho é lixo! q queimem todos e republiquem tudo em formato novo!

Mininim® disse...

O formatinho foi inventado pela abril, tiraram páginas, recortaram diálogos, somente pra caberem no maldito formato.
Ainda bem que essa insanidade foi abolida!

Anônimo disse...

O Formatinho de longe é o mais barato, mais afetivo e o mais popular formato.
O negócio é editar muito quadrinhos com preço barato e ganhar na quantidade de vendas ao invès de lucrar em um exemplar, esse formato luxo faz vc comprar uma revista que custa o preço de 5 revistas.

Anônimo disse...

O formatinho exigia um tratamento editorial de verdade, ao contrário do que se faz agora: traduzir e republicar. Não me importo se cortaram páginas nos gibis que li nos anos 70, isso não mudou em nada minha diversão. Hoje os cortes seriam certamente mais criteriosos, mas o fato é que tem muita encheção de linguiça (e bate-papos vazios) nos quadrinhos de hoje. Tudo pra esticar as histórias e criar ganchos pra sagas mega-chatas.

Comentando Gibis disse...

Cara, eu sou um colecionador, e a maior parte da minha coleção é de formatinhos da abril (batman, hulk, superman, liga da justica, etc). E eu acho MUITO bom esse tipo de formato por dois motivos: 1) é mais comodo para ler e 2) é menos cansativo (as vezes cansa soh de olhar aquelas paginas intensas, cheias de desenho e texto, o que acontece raramente no formatinho).

Viva o formatinho abril!

Abs