22 abril 2009

Salve o quadrinho nacional

Quarta-feira é dia de coluna atualizada no Universo HQ. Nesta semana, é a vez de Marcus Ramone, com a sua Recordatório.

E ele escolheu um tema espinhoso, mas que precisa ser abordado: o quadrinho nacional independente. Pra muita gente, basta ser nacional pra ter qualidade. Não é por aí. Uma HQ não é boa por causa do país onde ela é produzida. Há materiais ótimos e péssimos em qualquer lugar do mundo.


Mas há quem discorde disso.

Então, clique aqui, confira o artigo do Ramone e comente à vontade.

109 comentários:

Guilherme Kroll disse...

Concordo com o Ramone. Mas acho interessante que, mesmo desordenadamente, a produção nacional vem aumentando. Só com um grande número de autores trabalhando é que florecerão novas gênios, capazes de produzir trabalhos de qualidade.

Decenauta Xiita disse...

Só quero saber uma coisa. Vocês do UHQ, por um acaso, são contra quadrinhos de super-heróis nacionais? Acham que esses quadrinhos são um gênero exclusivamente americano?

Victor disse...

Vamos lá, não vai ser meu único comentário, mas o primeiro. Depois vou falando mais.

Em primeiro lugar, o ótimo texto do Ramone foi corajoso ao buscar "culpados", e apontar, entre eles, a má qualidade de grande maioria dos trabalhos, o xenofobismo incoerente e a dificuldade de criticar-se abertamente quando o trabalho de um compatriota é ruim.
Concordo com tudo, e assino embaixo.

E lanço mais um fator determinante para o desenvolvimento dos quadrinhos nacionais: grana.
Não acho que a arte deve estar a serviço do lucro de grandes empresas, mas é obrigatório reconhecer que a existência de um mercado de consumo, com o envolvimento de certo interesse financeiro, ajuda na profissionalização de talentos.

É difícil alguém fazer uma obra que preste só trabalhando nas horas vagas, como 'hobbie'. É difícil se profissionalizar se não tem um estímulo e um reconhecimento financeiro. E é difícil alguém evoluir sem haver críticas duras e genuinas ao seu trabalho.

Dani Karasawa disse...

Excelente o texto do Marcus Ramone. Parabéns pela qualidade na construção das ideais e na abertura dessa discussão no UHQ. Obviamente que, além dos fatos citados pelo Marcus no texto, há inúmeros outros que fazem com que grande parte da produção nacional seja mediocre. Independente do estilo seguido (comics, mangá, europeu, etc.) é muito triste constatar que a maior parte da produção de HQ no País é de ruim para o "descendo a ladeira sem freios".

Marcus Ramone disse...

Decenauta, ninguém aqui é contra super-herói nacional. Eu, por exemplo, gosto do Raio Negro do Malagola, da Nova do Emir e de outros contemporâneos.

O que escrevi no texto é que tem quadrinhista que esculhamba a "invasão" gringa dos super-heróis e esse estilo (e olha que eu também tenho cisma com a atual fase da Marvel e DC), mas cai na contradição de fazer o mesmo tipo de história, inclusive emulando poses, estilos e traço e narrativa.

Pra você ver, bati o olho, certa vez, numa capa de gibi nacional em que o super-herói - numa história que se passa no Brasil - está em pé numa gárgaula de concreto, olhando para o horizonte. Putz, quer algo mais norte-americano que isso? Ou no Brasil existe prédios com gárgulas (corrijam-me aí se eu estiver errado).

Lorde Lobo disse...

Certamente, um bom texto a respeito do que anda acontecendo por aí em termos de quadrinhos nacionais.
Também sou quadrinhista nacional, reconheço que há muita coisa ruim sendo lançada por aí... Assim como há lançamentos medianos e - vez por outra - coisas boas de se ler chegando até os leitores, claro que sim! Mas é óbvio também que isso seja algo exclusivo ao nosso país!
Penso que toda tentativa é válida, principalmente se ela se der nos fanzines (que são, na minha modesta opinião, a melhor escola para qualquer um que busque trabalhar, de forma mais séria, com quadrinhos).
Entendo perfeitamente que falta autocrítica por parte de muitas pessoas que editam e publicam seus materiais, mas entendo também o porquê fizeram isso! Pode não ser o melhor material do mundo, mas era o melhor que poderiam oferecer naquele momento! E é como se diz: "Não se pode culpá-lo por tentar"! Digo isso porque temo que a autocrítica demasiada possa vir a engavetar um possível trabalho que valha a pena ser lido!
Se me pedissem para citar algo de bom que tem sido feito atualmente, citaria as revistas do Cometa (Samicler Gonçalves) e do Necronauta (Danilo Beyruth)... Penso que estes são apenas dois exemplos que mostram o quanto as coisas podem - em termos de produção de HQBR - ser legais. Sei de muita coisa legal que ainda está por vir...
Por último, se quiserem conhecer o meu personagem, o PENITENTE, é só darem uma chegadinha em meu site.
Obrigado.

computador engorda disse...

Primeiro queria dizer que, gostaria muito que tds tivessem essa visão mais de "porrada" pro nacional, pois, estamos no rodapé no sentido de qualidade em quadrinhos...
O artista teria que ser mais empresário, ainda estão na fase "A arte pela arte".
Sem lucro, não existe empresa,não existe qualidade, não autor.

Quadrinista brazuca, tem que mudar a ladainha, e ser o agente da mudança.

Sabe calcular custos, sabe mkt, sabe administrar...é o q acho, dps de conhecer muitos deles!

Marcus Ramone disse...

Victor, você captou com perfeição o que eu quis dizer no texto.
Espero que, como você, entendam que, embora eu defenda e incentive uma produção nacional de quadrinhos, não posso deixar de apontar tanta coisa que tem de ruim.
Você bem disse: "É difícil alguém evoluir sem haver críticas duras e genuínas ao seu trabalho".

Marcus Ramone disse...

Lorde Lobo, concordo contigo. Como eu disse, há coisas muito legais sendo feitas. Ninguém deve desistir de tentar produzi-las. Os leitores (aqueles que amam quadrinhos) agradecem pelo que costuma resultar dessa perseverança do quadrinhista nacional.

Decenauta Xiita disse...

Ah, bom Marcus! Ainda bem! Espero que gostem dos meus personagens quando eu lançá-los em algum dia desses. Quanto as gárgulas, eu tinha impressão de que existissem em alguns prédios em SP. Acho que me enganei. Realmente, não faz muito sentido isso aqui no Brasil, já que eles pertencem ao estilo gótico, que é mais comum em países nórdicos.

Victor disse...

Mais um lance: o mundo da nona arte está abarrotado de títulos, virtuais e nas bancas. É muita coisa para se ler, muitas possibilidades. O sujeito, no mínimo, gasta parte de seu tempo livro lendo algo e, quando esse algo é ruim, o prejuízo é de se amargar.

Por isso é razoável que a gente tente estabelecer um critério para o que se lê.

Quando se trata de um artista conhecido é fácil. Mas quando se trata de um artista desconhecido, o único critério é a repercussão do trabalho. Ou seja, a gente só lê algo totalmente novo, gastando nosso tempo, quando lemos muitas recomendações de amigos, elogios de sites de reviews, ou quando vemos que essa obra foi premiada e tals.

Por isso, acho totalmente justificável um leitor dizer que só vai ler algo nacional que jamais leu quando escutar MUITAS recomendações e elogios em reviews e tals. Se isso não acontecer, não é porque sou brasileiro e preciso dar uma força para os quadrinhos nacionais que eu vou ler.

Me desculpem se desagradar alguém, mas não vou ler quadrinhos brasileiros só porque o são, ou por "pena" do autor. Isso não rola, e acho que ninguém aqui vai discordar.

Ninguém que curte música brasileira o faz porque tem que valorizar o que é da terra, ou por pena dos músicos (eu sei que ninguém falou em pena... eu que to falando). Quem curte música brasileira é porque acha ela muito boa, e pronto.

O ruim é que, salvo o ótimo Mesmo Delivery e as obras dos irmãos Bah, pouca coisa tem a repercussão e os elogios suficientes para que eu, e tantos outros, se motivem a ler.

Tudo isso é pra dizer que eu sou um dos que quase nunca lê nada made in brazil, e só vou ler quando começar a ouvir uma baita repercussão nos lugares que costumo visitar. Não é preconceito, é o que eu faço com qualquer coisa totalmente nova que venha a ler, seja feita na China ou no Brasil ou nos EUA.

Leandro disse...

Muito bom o texto, concordo com tudo dito nele. Sei que existem vários pontos, mas gostaria de mencionar um que me incomoda nas hqs como um todo e vejo acontecer com algumas nacionais também (que inclusive são consideradas boas). São os preços muito altos que por mais que sejam boas, diminuem o público que possa ler a hq. 30, 40 reais, às vezes para 50 páginas me parece muito caro, e deixo de comprar, assim como faço com as hqs estrangeiras.
abç

Anônimo disse...

Lorde Lobo... fazendo comentários como meio de propaganda... tsc, tsc.
Chamar o Cometa de material bom é pedir demais... nunca li o Necronauta ou o Penitente, mas o Cometa é muito ruim, um clichê absurdo e plágio total dos quadrinhos americanos de super-herói, é mau feito e nada profissional, sem nenhuma auto-crítica... ou seja, é o exemplo perfeito das HQs nacionais ruins que o Ramone cita na matéria...
E vá fazer propaganda em outro lugar!

Decenauta Xiita disse...

Na real, na minha modesta opinião, os problemas dos quadrinhos nacionais seriam:

1) Falta de investimento das editoras em material nacional periódico, principalmente revistas em séries regulares, como as da Marvel e DC, a não ser histórias fechadas em que se pode publicar em encadernados. Inclusive pelo alto custo da colorização e custoa editoriais (afinal, se a HQ não é colorida e bem editada não vende.); do direito autoral, que aqui é mais complicado do que o royaltie dos EUA, que é comercializável, e o direito autoral daqui não.

2) Falta de investimento em divulgação e publicidade, em TV, jornais e revistas, principalmente pela falta de capital pra isso e pela falta de conhecimento de quem é exatamente o público alvo de quadrinhos, além da dificuldade de difundí-los entre públicos mais jovens, interessados mais em vídeo games, séries de tv e outras mídias. Falta também de familiaridade com recursos novos e valiosos do marketing e da publicidade, com muita empatia entre os jovens, como o marketing viral.

3) Uma certa esquizofrenia, ou falta de identidade das HQs, muito semelhante ao que acontece no cinema. Os criadores dependem muitas vezes de investimentos governamentais e se sentem na obrigação de usar temas recorrentes como problemas sociais ou clássicos da literatura, o que não agrada ao público acostumado a histórias americanas de super-heróis, sci-fi, terror e realismo fantástico. O interessante e que esse mesmo público tem rejeição por histórias sobre esses temas, ambientadas no Brasil e com personagens brasileiros. Porém há exceções.

4) A falta de investimento por parte dos jornais de grande circulação em suplementos de quadrinhos, principalmente de gêneros de quadrinhos que não sejam de humor, que predominam nos jornais e formam um lobby poderoso, formado sempre pela mesma panelinha (Laerte, Glauco, Angeli, Maurício de Souza, Adão Iturrusgarai, King Feature Syndicate, etc), e não se investe em gêneros e artistas novos. Nos EUA, por exemplo, a DC está agora publicando suplementos para jornais com os principais personagens da editora. Dá pra imaginar o quanto isso é importante pra divulgação da editora? Aliás, as HQs de super-heróis começaram em tiras nos anos 40, depois é que se publicaram revistas compilando as tiras e depois se criaram revistas de páginas inteiras.

Sidney Gusman disse...

Em fevereiro, coloquei Tempestade Cerebral # 4 como uma das piores HQs que li no mês. O editor teve uma postura exemplar: me escreveu perguntando os porquês da escolha. Eu o fiz e ele agradeceu, concordando que havia mesmo muita coisa a melhorar.

Mas nem sempre essa é a postura. No UHQ, divulgamos praticamente tudo de quadrinho nacional que chega às nossas mãos. Mesmo os ruins. A ideia é que o leitor do site visite e emita sua opinião pro autor, que, se tiver a tal autocrítica, trabalhará para evoluir.

Já li um ou dois caras (quando tiver oportunidade, falarei com eles ao vivo e em cores, para mostrar como estão equivocados) na internet reclamando que o UHQ não resenha material nacional. Pfffff. É só abrir o banco de reviews do site e conferir. Só nos últimos tempos, o destaque de capa para os reviews foi A Comadre do Zé, Aú, o capoeirista, Macaco Albino, Chibata, Muertos e outros.

Semana passada, no Twitter, indiquei o bom Pieces, do Mário Cau, como uma HQ que merece ser lida – ainda teremos resenha. E por aí vai.

No entanto, é impossível agradar a todos, mesmo que todos saibam o quanto suas HQs ganham de visibilidade ao saírem no UHQ. Tem gente que reclama justamente por darmos espaço para HQs nacionais. E há quem chie por achar o contrário. Fazer o quê? Não dá pra agradar todo mundo. E nem temos essa pretensão.

O lance é que não dá pra resenhar tudo que sai. Ninguém ganha para escrever no site. Tem títulos bastante atrasados, mas vamos fazendo o que conseguimos. E, sempre que dá, há uma HQ nacional. Só na última semana foram dois: Domínio Público - Literatura em Quadrinhos # 1 e Tipos # 5 - Tequila Shots. Sexta agora tem uma feita por mim: Nicolau – Primeiras Histórias, do Lucas Lima, muito, muito divertido.

Às vezes, a sensação é de que alguns autores querem que façamos resenhas de HQs nacionais ruins; e não apenas as bacanas. Fazendo um mea culpa, talvez seja mesmo necessário, para que não deixemos apenas os leitores opinarem sobre os trabalhos. Mas, ao mesmo tempo, sabemos que nem todos vão encarar a crítica de forma positiva.

De todo modo, é algo que estamos pensando.

Abraço

Anônimo disse...

Com talentos como Deodato e Ivan Reis brilhando nos EUA, o que geralmente chega aqui de produção nacional são cópias toscas do Estilo Image Anos 90 ou Mangás mal feitos... É difícil ver quem desenvolva um estilo próprio... mas se é para copiar, copiem direito, como fizeram os Reis e Deodato, entre outros.

Sidney Gusman disse...

Anônimo, Bá e Moon não são cópias de nenhum americano. Eles se firmaram contando as histórias deles.

E tem muito mais gente boa fora do estilo super-heróis. As HQs do Srbek, Mutarelli, André Diniz etc. são bons exemplos.

Só no ano passado tivemos Mesmo Delivery, Chibata, Prontuário 666, O Cabeleira e outras boas HQs nacionais.

Como o Ramone escreveu, falta, sim, para muitos leitores, um pouco de boa vontade. De, às vezes, experimentar ler algo fora de seu gênero favorito.

Lielson disse...

Tenho lido muita HQ nacional independente ultimamente. sinto que existe um caminho e que a quantidade de histórias médias pra boas tem aumentado.

mas tem muita coisa fraca demais acontecendo. ou pior, de pouca ou nenhuma originalidade.

mas acho que a coisa tá melhorando.

Sanchez disse...

Estranho falar de uma panelinha quando citaram os tiristas da Folha. Eles sempre deram espaço pra várias quadrinistas nos vários projetos que fizeram. Um mínimo de conhecimento da história da Chiclete com Banana mostra que dentro do suplemento JAM, e das crias que derivaram de lá, como a Circo e a Animal, dá para calcular uns 40 quadrinistas que tiveram espaço espaço e renderam outros projetos que renderam outros projetos. Adão que publicou primeiro na Animal, lançou a Dundum, que foi lançada inclusive no Japão e deu espaço a outros quadrinistas. É uma linhagem que vai chegando até projetos dos anos 2000, como a ótima Tarja Preta e as Edições Tonto, perfazendo duas gerações de quadrinhos. Existe esse problema de leitor de super-heróis que são bitolados no universo deles e não sabe reconhecer o que está rolando por fora. Tenho lido várias hqs nacionais boas, mas o povo marvete/decenauta só sabem reconhecer aquilo que tem algum aval das editoras americanas, como o ótimo Grampá e os irmãos gêmeos. São incapazes de reconhecer algo que fuja do léxico do gibi norte-americano. Aí dá-lhe Crânio, Menino Caranguejo, Penitente e outras obras emuladoras de um estilo que é somente norte-americano. Os outros países constroem sua própria mitologia de aventura, com jeitos próprios de desenhar anatomia, criar closes, rager de dentes, roupas colantes, e o pior, não conseguem emular a pouca qualidade que há. Não é preciso fazer histórias regionais para criar identidade nacional. É simplesemente parar de imitar.

Decenauta Xiita disse...

Sanchez, não acho que o gênero super-heróis, sci-fi ou aventura seja um gênero somente norte americano, uma vez que a Inglaterra, o Canadá, a Austrália, a Alemanha, até a Argentina e vários países tem HQs de super-heróis ou genéricos deles. Tudo bem que os americanos criaram os super-heróis, mas isso não quer dizer que eles sejam donos exclusivos do gênero. Aliás as melhores histórias de faroeste são produzidas na Itália (Bonelli Comics) e os melhores filmes de faroeste também são italianos (Sérgio Leone), aliás os brasileiros criaram o gênero de filmes de cangaceiros, inspirados nos filmes de faroeste. Sendo assim por que não podemos fazer quadrinhos de super-heróis? Acho que é um preconceito da tua parte.

decenauta Xiita disse...

Quanto a panelinha, é bem assim sim. E isso vem desde o tempo da ditadura, e do Pasquim. Só quem se dá bem são os chargistas e tiristas de humor, sempre os mesmos, aquela galerinha de sempre, e nem se cogita lançar tiras e quadrinhos de outros gêneros nos jornais.

Decenauta Xiita disse...

Aqui nesse site tu pode ver que não só os EUA produzem quadrinhos de Super-heróis, e muitos dos heróis de outros países tem o mesmo tempo de existência que vários heróis americanos:

http://www.internationalhero.co.uk/

Medina disse...

Bá e Moon dizem que tem que continuar desenhando mais e reclamando de menos e acho que é por ai. Acredito que há avanços. Não apenas o UHQ, mas também o Mundo dos Super Heróis e a poderosa Panini na sua revista especializada têm publicado resenhas ou notinhas que sejam destacando trabalhos nacionais, inclusive aqui do Amazonas.
Confesso que estou descumprindo compromisso firmado comigo mesmo de comprar material nacional, um exemplar por mês que seja, mas esse mês comprei - se serve de consolo - a Guerra dos Gibis (o livro) que simplesmente me emocionou. MAs antes mesmo de fazer esse pacto comigo mesmo eu comprei o Galvez o Imperador do Acre. E venho 'namorando' a Revolga da Chibata, mas só quando sobrar uma graninha. Eu também decidi que vou dar Hqs nacionais de presentes para amigos como presentes de ocasiões tipo Natal e aniversário (melhor que CD do Bruno e Marroney, né?).
As livrarias estão com alguns títulos nacionais também, então há material a se garimpar. Fazendo as edições se 'mexerem' das prateleiras é que as editoras percebem que pode haver retorno.
Enquanto os artistas e quem se aventura a colocar o produto na rua (na banca) eu não questiono nem a qualidade, por saber que não devemos nada a nenhum mercado, nem os de mangás, mas é preciso haver REGULARIDADE e os desenhistas precisam CUMPRIR PRAZOS. Não podem ficar naquela: "ah não estou ganhando dinheiro com isso então deixa pra semana que vem". E com essa ficam publicações que deveria ser bi-mestrais (o que considero um erro) com intervalos que chegam a ser de até UM ANO!!! Isso nenhum leitor tolera. Leitura é hábito e tem que ser cultivada.
paz

Douglas MCT disse...

O Ramone DISSE TUDO nesta matéria. É bom tanto para os leitores e (mais ainda) para os quadrinhistas brasileiros se tocarem!
Na boa, uma matéria dessas se fazia necessária e assino embaixo, cada palavra do que ele disse.
Twittei. O mundo precisa ler!
Realmente, gostei!

Guilherme Kroll disse...

Decenauta, os argumentos do Sanchez são bem sólidos. Em nenhum momento criticou super-heróis brasileiros por si só. Criticou apenas os que "São incapazes de reconhecer algo que fuja do léxico do gibi norte-americano. Aí dá-lhe Crânio, Menino Caranguejo, Penitente e outras obras emuladoras de um estilo que é somente norte-americano." A seguir, ele mesmo fala dos outros países dizendo: "Os outros países constroem sua própria mitologia de aventura, com jeitos próprios de desenhar anatomia, criar closes, rager de dentes, roupas colantes, e o pior, não conseguem emular a pouca qualidade que há. Não é preciso fazer histórias regionais para criar identidade nacional. É simplesemente parar de imitar."

Crom disse...

Guilherme. OK. A idéia é o “parar de imitar”. Mas nessa seara toda. Qual seria o estilo genuinamente Brasileiro?

Sanchez disse...

Procure conhecer, Decenauta, o universo de humor brasileiro. Ele é rico, ele sempre se renova. Havia a galera do Pasquim, a da Geração Chiclete com Banana, e nos últimos anos teve o André Dahmer, o Rafael Sica, o Arnaldo Branco, vários grupos diferentes, surgidos com a internet. Não dá para dizer que é uma PANELINHA. O que acontece é que, provavelmente, o humor seja a identidade do quadrinho nacional. E compara o faroeste italiano de quadrinhos e de cinema, o léxico é diferente. As formas de contar são diferentes dos da americana. O problema é que o pessoal daqui copia o léxico, a temática, tudo. E há experiências de super-heróis em outros países? Existe. Mas se você falar de quadrinho italiano, você vai falar de fumetti, bem original ante às formas norte-americanas; no Japão, as trocentas linhas de mangás, bastante originais; do mercado Franco-belga, desde as aventuras de Tintin, o humor de Asterix, à ficção científica da Metal Hurlant. E por aí vai. Quase não existe super-heróis em outros países. Quando existe, são excessões, os quadrinistas de sucesso podem ter influência de autores dos Estados Unidos, mas não os imitam como os que querem fazer super-heróis em nosso país. E para falar sobre a Argentina, leia a série de Paulo Ramos sobre a cena argentina, e veja o pouco valor que eles dão para super-heróis: http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br .

Ricardo Soathman disse...

Olá Marcus;

É realmente uma discussão interminável. Não sou muito de falar sobre o assunto, porque normalmente, tenho opiniões meio "tolerantes" no que se refere a quadrinhos nacionais.

Mas, acredito que o autor, deva desenvolver todo o seu potencial como artista/escritor, antes de publicar algo que certamente terá de se pagar, para continuar existindo.

Sou a favor do inconformismo, mas, acredito que publicar algo sem o mínimo preparo, conduz a essa "rabugice" do público, em relação aos quadrinhos nacionais.

Existe, por assim dizer, inumeros trabalhos autorais, no Brasil, porque na verdade não temos muitas opções de publicação.
As vezes o artista é obrigado a ser mais do que um artista, e precisa entender de questões como produção, montagem, distribuição, divulgação.. Enfim.

As editoras nacionais, precisam de bons produtos... Ou pelomenos produtos adequados tecnicamente, mas, os profissionais de quadrinhos, que tem o mínimo de qualidade, direcionam seus esforços para o mercado independente americano, porque, precisam VIVER seu seu trabalho.

E os poucos que acabam direcionando algum material para o Brasil, quase sempre tem que adequar sua agenda para atender a trabalhos fechados. Mas estes são muito poucos no contexto.

Salvar o mercado de quadrinho no Brasil, na minha opinião, passa por renovar o produto, tentar encontar um formato que renove a TAG de leitores de quadrinhos.

Pois, se uma coisa é certa neste mercado é que o público que consome quadrinhos não se renovou, mingua, a cada ano. Seja, pela pluralidade de mídias, seja pela integração digital, seja pelo preço do que está publicado.

O fato é, os garotos de 12 a 18 anos, NÃO LEEM QUADRINHOS, porque estão ocupados com seus Ipods, celulares, video games, sites de relacionamentos e, etc... O que nos remete a um cenário assustador. Que é, fazer quadrinhos, sempre para as mesmas pessoas.

Acho que isso é o pior que pode acontecer para o mercado. E por isso, acho indispensável, que seja possível criar um formato que atenda essa nescessidade de fazer parte da vida do jovem, não, o tirando de seu habitat natural, mas, adequando o produto para este habitat.

Não sei se é uma solução, mas acredito em todas essas verdades que expus.

Um baraço a todos do UQH

Glauco disse...

Ricardo,

Acho que você chegou ao âmago da questão. Existe publico no Brasil para quadrinhos? Ou melhor...Irá existir publico? Tomo como exemplo, meu filho, sobrinhos, amigos, etc...ninguém, absolutamente ninguém, lê quadrinhos.

Não foi por falta de tentativa. Apresentei o que tinha de melhor dessa arte. Mesmo assim esse pessoal não deu muita bola.

Confesso que fiquei decepcionado, mas não surpreso. A competição com outras mídias é forte e, infelizmente, os quadrinhos estão perdendo de lavada.

O que podemos esperar de tudo isso? Não tenho a menor idéia. Mas fico com certa angustia que essa arte, em um futuro não muito distante, seja tratada somente como assunto de museu.

Crom, o Brasil nunca teve um estilo genuíno. Bebeu sempre da fonte de outros países.

Peço desculpas a todos por fugir do assunto principal que é quadrinhos nacional.

Sanchez disse...

E ouve tentativas de lançar outros gêneros nos nossos jornais ao longo da História, mas as que eu pude ver tinha qualidade inferior à das tiras de humor. O problema era de qualidade, não de gênero.
Preconceito ocorre quando você não tem conhecimento do que fala e emite opiniões sem fundamento. Li Marvel e DC a adolescência toda, abandonei-os e leio uma infinidade de estilos de quadrinhos, não sou um "fundamentalista" do gênero, eu gosto é da forma da arte. Acompanho o humor por que é o que o brasileiro sabe fazer melhor na área de gibis, e compreende um universo bem grande, se eles conseguiram ter maior visibilidade dentro do cenário brasileiro, eles fizeram bem mais por merecer do que outros que tentaram fazer hqs de outros tipos. Mas gosto de Beto Martins, Mutarelli, Grampá, DW, Zimbres, Irmãos Gêmeos, Watson Portela, Colin, e uma galera que não faz humor nem imita as bobagens que a Marvel e a DC lança.

Sancehz disse...

qual é a identidade o quadrinho brasileiro? em alguns posts desta editora portuguesa de quadrinhos eles próprios se questionam da natureza de humor do quadrinhos brasileiro: http://chilicomcarne.blogspot.com/search?q=brasil .É uma tendência, não uma panelinha.

Ricardo Soathman disse...

Pois é Glauco, nós fizemos um estudo, aqui o estúdio, para entender melhor o público consumidor de quadrinhos no Brasil, e chegamos a conclusão que o TAG que demonstra interesse em quadrinhos IMPRESSOS, são pessoas economicamente ativas, na faixa etária de 25 a 45 anos, que compram, em sua grande maioria, em comicshops.

O único tipo de HQ que ainda tem alguma penetração junto a jovens e adolecentes são as publicações de mangá. Diretamente ligada ao que vem de fora.

Quadrinhos nacionais NÃO GERAM INTERESSE do público jovem e adolecentes. Excetuando-se óbviamente, as raras excessões que não podem fazer parte da pesquisa.

Os jovens preferem o primeiro contato com uma HQ no ambiente eletrônico... Scans, são a forma mais comum. Mas isso, se imaginarmos os poucos que ainda tem interesse em Marvel/DC.

Junto ao público mais maduro, o quadrinhos nacional, não é totalmente rejeitado, mas existe a necessidade de qualidade, porque, esse público é muito mais exigente.

Então, eu acho que para salvar/mudar o mercado de quadrinhos nacional, é necessário visualizar essa perda de público, no processo de mudança. Pois isso é uma realidade, cada vez mais palpável para os profissionais da área.

Infelizmente.

Mas, eu nem quero me alongar muito, porque tem tanta coisa que precisa ser feita...

Um abraço a todos.

Soathman

Ricardo Soathman disse...

Sancehz;

Não sei se existe essa questão de identidade, porque, na verdade o mercado nacional, não produz o suficiente para "ter uma identidade", na minha opinião.

Talvez, nós não nos conheçamos o suficiente, para que tenhamos uma identidade. Na minha opinião.

Abraço.

Soathman

Sanchez disse...

Eu joguei que seria o quadrinho de humor a identidade nacional, sabendo que não existe mercado, Ricardo. Infelizmente. Mas vendo os casos isolados de sucesso de vendas você vê o sucesso que a Chiclete com Banana teve nos anos 80, da marca editorial que era o Pasquim, das tiras que são publicadas na Folha há anos, com muitas republicações em livros, versões para tv e cinema( os filmes do Woodstock, o especial da Aline, o Casal Neuras que saía na tv pirata, a Radical Chic, os Angelitos), a longevidade da Mônica(lembrando que além de infantil, é uma hq de humor), o sucesso dos blogs de Arnaldo Branco, Allan Sieber e André Dahmer, que são lidos por leitores comuns, não os de quadrinhos, do reconhecimento que o Canini tem como artista Disney no mundo, dos vários desenhistas que publicaram na Mad brasileira, capitaneados por Ota, de revistas de qualidade como a Tarja Preta, a Dundum e outras, e todos estes exemplos são de quadrinhos de visibilidade, e, principalmente, qualidade. Além desses, há um grande número de gente boa. O ruim do pessoal que defende os super-heróis utilizando o discusso de que devemos ler quadrinhos brasileiros é que essas hqs imitadoras da Marvel/DC/Image, todas as que chegaram em minhas mãos eram bem ruins. Enquanto isso, vem saindo trabalhos que não são de humor, não são de super-heróis, e são bons, como o já bem citado Grampá, e artistas que vem sendo publicados na Grafitti 76%.
Tirando excessões, o que de melhor se produziu em hq nacional, aquilo que não faz feio comparando-se com a produção de fora, é na linha de humor. E isso pode-se dizer que é uma identidade, por que é original e é consistente, é coeso. E é uma produção de tamanho considerável. É errática, mas existe.

http://desenhostortos.blogspot.com disse...

Agora eu vi o site de super-heróis de países não-yankees. Aqueles que foram sucesso e fizeram História em seu países não dá para considerar como super-heróis. Pelo menos não são imitações. No da Argentina, El Eternauta e Patorozu são praticamente as principais legendas do quadrinho de lá, ao lado da Mafalda e do Liniers. Não dá para chamá-los de super-heróis , como grande parte dessa lista(vê lá do Japão, nada ali é imitação marvete/decenauta!)

Sanchez disse...

O último comment é meu, Sanchez, escrevi errado e botei o nome do meu blog.

Ricardo Soathman disse...

É... Não é bem o que eu fazemos aqui (no meu estudio), mas posso entender que se olharmos para o nosso mercado, possamos admitir que, se existe uma identidade dos quadrinhos nacionais, ela seria, realmente da do Humor.

Talvez, pela questão dos veículos de publicação e sua linguagem, Talvez pela influência política e cultural, o fato é que tudo o que foi citado, por você, referente a massificação de quadrinhos de humor, realmente são inquestionáveis, na questão da qualidade. E até importância histórica. Muito justo.

Mas, olhando para os profissionais que proliferam aqui hoje e como são absorvidos pelo mercado norte americano, acredito que se tivessemos mais opções, outras vertentes poderiam ajudar a redefinir essa identidade.

Mas acho que daí teriamos que conduzir essa discussão em outra direção, não é verdade?

De qualquer forma, ainda acho um tanto prematuro falarmos em identidade, quando vivemos um momento de busca... Talvez até, de identidade.

[]s

Soathman

Sanchez disse...

Concordo totalmente contigo, Ricardo, negada tem que procurar é produzir sem se preocupar em se aquilo obedece a esse conceito tão vago como é a identidade. Tem que se preocupar em criar algo vivo e que se comunique com os outros. Se o autor apenas copia, fica meio bobo vê-lo reclamar.

Pedro Duarte disse...

Há uma falta de público. HQ era coisa de adolescente... Muitas novidades, universos fantasiosos (mesmo que baseados na realidade), enfim, coisas que despertavam a imaginação do todos.

Convivo muito com adolescentes e crianças: todos, toooodos lêm mangá, que tem uma produção gigantesca, com histórias de comçeo, meio e fim, personagens variados (não mataram, depois ressucitaram, depois mataram de novo, depois reformularam, redesenharam, deram um filho, um cachorro, uma namorada, e um monte de super coisas só para dar continuidade e continuar vendendo).

Os brasileiros copiam isso, essa mesma estrutura que realmente foi muito boa... há 50 anos.

Mas, voltando ao que interessa: falta mesmo é público para Comics. Quero saber, qual a idade de vocês aqui? Alguém que não seja um adorador das mesmas coisas de quando eram crianças? Alguém aqui de 13 a 18 anos, por exemplo?

Tanto é assim, que o mercado se voltou totalemnte para o publico adulto, reeditando clássicos em edições de luxo a preços altos...

O quadrinho envelheceu e não se renovou em nenhum momento...

Comparo com o mangá pois esse gênero apresenta coisas inovadoras a cada ano, com argumentos mais loucos e que cumprem a função de despertar interesse e a imaginação (de qualquer idade ou gênero).

Sanchez disse...

o mangá já é o tipo predominante de fantasia para esse público de hoje. Ele se renova bastante, mesmo por que seu universo é amplo, não é limitado.
Eu tenho 26 anos, quero ler coisas que condizem com minha idade, por isso não leio a maioria das coisas de mangá e de super-heróis. Leio alternativo americano dos anos 60 e 90/2000 , leio Vertigo, leio a galera da geração Chiclete com Banana e a nova geração de humor dos blogs, leio os tiristas argentinos Liniers e Kioskerman, Leio Dilbert, quadrinho europeu de várias épocas, o underground japonês e o gegiká, quadrinhos feitos para um público adulto. É uma produção grande viu? Vê só o catálogo da Zarabatan, ou da Conrad.
Quadrinhos de super-heróis ficaram defasados. Mas há uma infinidade de estilos além deles, e debaixo do nariz dos leitores deste site. Quando ninguém mais ler Marvel/DC, não será de jeito nenhum uma perda para os quadrinhos. É só uma parte pequena de um universo vasto de obras e autores.

Pedro Duarte disse...

Justamente Sanchez... Mas, o problema é o comodismo em ler as mesmas coisas, os mesmos argumentos e remontagens de tudo o que já conhecemos...

O brasileiro tem um problema, na minha opinão:
- ou copia (com nova roupagem) alguma coisa de sucesso
- ou faz algo totalemnte nacionalista ( o saci pererê do num sei que, o capoerista blá...)
- ou trata o quadrinho sempre com escracho sem sentido...

Na verdade, é mais de um...

umpixell disse...

Fala galera UHQ! Nossa deixa eu achar um espaço aqui porque a discussão está acalorada e sadia, muito bonita de ler. Este é um assunto delicado e sempre gera cenhos franzidos ou dentes cerrados para quase todo lado. Os problemas são muitos e para todos os envolvidos, do autos ao leitor. Mas sempre vejo uma característica que todos se preocupam, "o problema do quadrinhos nacional". Viram o peso da palavra nacional? O que quero dizer é que antes de resolver o problema nacional de quadrinhos cada autor deveria fazer a sua parte em publicar o melhor quadrinho que ele pode oferecer. Não importa se é para o bairro, cidade, estado ou nesse planeta ou em Saturno, o quadrinho tem de ser bom em nível de arte e roteiro e manter uma periodicidade. O que é mais comum de acontecer é surgir uma história que propõem uma saga que se desenrola em x edições e vai revolucionar os quadrinhos. Por favor, não pensem assim. Atenham-se em contar uma boa história, com conceitos variados. Pensem, "o que eu posso oferecer de novo?" e também, "Como fazer algo que deixe no leitor aquela vontade de voltar e ver como termina a história?". Leitor que está acostumado com os quadrinhos Panini não vai trocar o Lanterna Verde por outro personagem também verde, com a mesma história e blá, blá, blá só porque foi feito aqui. O texto citou que os quadrinhos de Maurício de Souza vendem bem, tenho por mim que poucos quadrinhos são como os de Maurício, ele foi original na criação e tratou com respeito suas crias procurando oferecer o inédito. É difícil ser inédito, mas tem de se tentar. Sei que parece (e até acontece) de querer produzir o que gostamos de ler. Mas introduzir um conceito plagiado de Crise nas Infinitas Terras por aqui é repetir a história, e temos de fazer novas histórias. Fazer quadrinhos só para reproduzir aquilo que gostamos de ler é tiro no pé. Inovar é essencial sempre. Um fato que me chama a atenção, a série All Star Superman rendeu bons comentários e boas críticas lá nos EUA. Vocês observaram que nas doze histórias não há muitos dentes franzidos ou socos para todos os lados. O assunto que mais impera é a vida ao redor do personagem (Super Homem). Há sim um momento ou outro de ação, revolução e lutas. Mas também de vida! E nem sempre se vê isso nos quadrinhos dos super da Marvel e da DC. Pode ser uma caminho, quem sabe? Espero ter contribuído para esta rica discussão. Parabéns pelo artigo e sucessos para todos.

Abraços...

umpixell disse...

Opa! Correção, são dentes cerrados e não franzidos, a não ser claro que ele tenha o cenho na boca, (risos).

Daniel Pereira dos Santos disse...

A conta é simples: enquanto não houver remuneração nunca haverá nada.

Victor disse...

Caros, proponho que criemos um abaixo assinado exigindo que o Governo crie a QUADRINHOBRÁS, nos moldes da Petrobrás e, assim, estatize toda a produção de quadrinhos brasileiros.

O slogan será "O quadrinho é nosso".

A QUADRINHOBRÁS contará com o subsídio de impostos federais, e os autores serão servidores públicos, de modo a não precisarem mais se preocupar com a remuneração. Assim, defenderemos os talentos nacionais da invasão predatória dos estrangeiros, e também protegeremos nossos quadrinhos do mercado, sempre tão cruel e incapaz de perceber que, se é nacional, é bom e tem que ser comprado.

O segundo slogan, a ser colocado na capa de todas as revistas será "É válido". Ou seja, se algum brasileiro fez, é válido e por isso tem que ser valorizado.

Também estimularemos os leitores brasileiros a consumir quadrinhos nacional, através da QUADRINHOBRÁS, afinal sabemos que a culpa é dos leitores, que se recusam a dar uma "forcinha" aos autores brasileiros, e só valorizam o que vem de fora, alienados que são. Por isso, estabeleceremos QUOTAS de consumo, de forma que cada leitor que comprar duas publicações estrangeiras terá, obrigatoriamente, de comprar um quadrinho nacional.

Ah, e proporemos um novo imposto para taxar pesadamente aqueles brasileiros pouco patriotas que compram quadrinhos importados na Amazon e outros sites gringos. Terão de pagar a CPMFB, Contribuição Para Motivar os Fanboys Brasileiros.

Sem mais delongas, aguardo aprovação.

Tenhamos fé!

Pedro Duarte disse...

Não acho que tenha que ter apoio do governo...

Se for vendável, a inciativa privada irá se interessar.
Pode haver politicas de redução de impostos em relação a quem apoiar cultura - mas, isso já existe, afinal. Alguém já apareceu com um trabalho bom o suficiente para despertar interesse de alguma empresa?

Victor disse...

Pedro, por favor...

Foi uma ironia.

Sanchez disse...

Sou radicalmente contra. Sei da sua ironia, Victor, mas fiz o comentário por que já houve propostas de lei para cotas de publicações nacionais de hq. Enquanto não houver uma consistência de qualidade na produção amadora brasileira, acho péssimo utilizar dinheiro público para obras ruins, por que os funcionários públicos que geralmente escolhem quem ganha subsídios públicos para produção de outras formas de arte são verdadeiras toupeiras, e não saberiam escolher o joio do trigo.

Lorde Lobo disse...

Ao caro Anônimo que veio reclamar de mim:
Meu filho, eu citei o Cometa e o Necronauta como títulos que EU gosto e aconselho a leitura! Poderia citar outros tantos... São títulos muito bem feitos, bem desenhados e, repito: que EU gosto!
Não gostas, o problema é teu!
Pelo menos eu assumo o que digo e não me escondo no anonimato.
E só por último eu fiz uma propaganda do meu trabalho. Ou por acaso TU não vais deixar?
E parabéns aos caras do UHQ, que SEMPRE divulgaram o material nacional!
Dizer se é bom ou não, é com os leitores! Parabéns ao Sidão e sua equipe por isso!

Ricardo Soathman disse...

Victor, sabemos que o comentário foi em tom de ironia...

Mas, só aproveitando o gancho, anos atrás passou junto ao legislativo um projeto de lei que criava a necessidade de uma espécie de "cota" para editoras, "obrigando" a produção de quadrinhos nacionais.

Que, na visão de um politico,normalmente obtusa, poderia ser uma solução. Mas, aos olhos de qualquer um que tenha o mínimo de bom senso e conheça ar ealidade de nosso mercado, tem um potencial tremendo para ser um desastre. Eu explico.

Imagine que, se falta preparo, adequação técnica e maturidade profissional na maioria das publicações nacionais, imagne, se uma editora precisar publicar esse tipo de material, apenas para suprir suas necessidades legais.

Não sei quanto a vocês, mas, para mim, isso seria institucionalizar a mediocridade criativa... E, na minha opinião, em nada contribui para o mercado nacional.

Como eu disse, existem muitas vertentes neste assunto!

Abraços.

Ricardo Soathman

Victor disse...

"já houve propostas de lei para cotas de publicações nacionais de hq"

Vc tá de brincadeira né? Sério? E eu que pensei que eu era o comediante, mas alguém do Congresso Nacional me superou...

Sanchez (Pedro), concordo com suas observações. Fiz uma piada, só isso.

Por outro lado, e agora falando sério, os subsídios estatais nem sempre são nocivos. Basta lembrar que a saudosa revista Dundum, que você mesmo citou, só foi publicada porque recebeu apoio financeiro da Prefeitura de Porto Alegre. Em um país em que há menos livrarias no território inteiro do que há na cidade de Buenos Aires, a publicação de livros e histórias em quadrinhos muitas vezes precisa de um empurrão.

Glauco disse...

Vitor!!! Muito Bom...ahahahah...Quadrinhobrás foi hilário!!!!

Essa discussão vai longe mesmo. Já foi citado que a fase “molecada” está bem servida com os quadrinhos do Cebolinha, Monica e cia. (eu fui um leitor nessa minha fase da vida). Lembro que imediatamente fui transportado para o mundo dos quadrinhos Marvel/DC, que na minha adolescência me prendia com histórias e desenhos incríveis. Foram fases. Como disse nosso amigo Jean...a inovação era a chave do negócio. E realmente funcionava na época. Não ficava me perguntando muito sobre se era ou não nacional. Aquilo era quadrinhos e ponto final. Eu lia DC/Marvel tanto quando lia Watson Portela, Mutarelli, etc... sem comparações.

Hoje os leitores que evoluem da Turma da Monica não encontram a próxima fase nos quadrinhos de super-heróis, nacionais e afins...ou melhor não encontram quadrinhos de qualidade. Imaginem um novo leitor lendo Guerra Civil. Vocês acham que ele iria ficar com vontade de colecionar Marcel/DC??? Chega a ser deprimente. Fiz o meu filho ler isso e ele achou um lixo!! Vou falar o que!!!

Talvez a exceção sejam os mangas, que confesso não ser muito fã, por isso vou me abster de dar opinião.

Um abraço a todos.

Guilherme Kroll disse...

A Lei Rouanet poderia ser utilizada para os quadrinhos, basta os quadrinhistas se mexerem.

Urtigão disse...

Concordo com Ramone. Acaba de ser lançada a primeira edição da Quadrinhos em Ação, revista online voltada para os quadrinhos nacionais de super-heróis. Apesar da louvável iniciativa a revista ( que tem download gratis em www.quadrinhosemacao.blogspot.com.)é recheada de péssimos desenhosem várias páginas(só posso falar da arte pois ainda não li os textos da revista)as páginas 38 e 39 são constrangedoras de tão ruins.Um editor sério nunca deixaria passar aberrações como estas, por exemplo.

Sanchez disse...

minha posição de ser contra usar recursos públicos é para qualquer tipo de arte. Poderia citar outras boas revistas em quadrinhos financiadas com o dinheiro da gente,como citar bons filmes e bons projetos musicais. Mas a quantidade de bombas que passam... Sou contra haver uma lei específica para isso, mas se elas existem, os quadrinistas têm que saber que elas existam e correr atrás, em vez de só ficar reclamando.

Anônimo disse...

Sobre, de uma forma geral, o que se anda discutindo aqui...muita vezes, acesso esses fotologs de autores nacionais ( os quais, a grande maioria, critica o quadrinho de fora como sendo o um dos maiores males do inexistente quadrinho nacional ), a maioria de amadores mesmo e quando teço opiniões, críticas, evidentemente, construtivas, sou mal interpretado pelos defensores dessas porcarias pra lá de ruins que infestam esses fotologs, blogs, etc. de pretensos autores nacionais. Ah, sim, tem gente boa que desenha bem? Sim, tem, mas é uma minoria, quase nada em relação a quantidade de blogs com artes duvidosas ou amadoras. Pra finalizar, acho que a discussão sobre o assunto tá muito bem conduzida por todos até o momento.

Haeckel J. M. Almeida disse...

O problema não está no Brasil, afinal, como já foi dito, HQS ruins existem em todo mundo. Não podemos negar, é claro, que o fator político-social do nosso país ajuda muito, mesmo pq muitas hq's estrangeiras conseguem publicação de qualidade e independente, oq é muito mais difícil de se alcançar por aqui.
Oq dificulta muito é a falta de humildade, a síndrome do "estrela". A pessoa produz uma HQ que pode ou não ter bons desenhos, com um conteúdo péssimo, muitas vezes com apenas cenas de ação gratuita, e se consideram os melhores do ramo.
Muitos apenas querem, como afirmado, fãs(bajuladores), e outros não tem grande pretensão, apenas querem ter sua obra publicada e certo reconhecimento.
Eu apoio o incentivo aos quadrinhos nacionais, não qualquer quadrinho é claro, e sim uma produção nacional de qualidade, de forma que uma obra de qualidade é o primeiro objetivo, e a contribuição ao ramo nacional vem como consequência.
Uma hq publicada não faz ninguém estrela, temos que manter os pés no chão e sempre a humildade, pra não acabar caindo de qualidade. Muitas pessoas começam com uma boa idéia e se perdem pelo caminho.

João Paulo disse...

O Mike Deodato imitou o Neal Adams no começo, o ed Benes é uma mistura de Campbell com Madureira, o Ivan Reis é um misto de Neal Adams com John Byrne e vocês ainda vem me dizer que os artistas nacionais não devem copiar se os que estão no mercado copiaram porque não eu?
os roteiros dos filmes nacioneais seguem o mesmo parametro de escrita dos americnas, tropa de elite é metade americano, eu quero é ser reconhecido, se tenho que sair do regionalismo para não afundar eu farei, vide o cinema nacional que aborda o regionalismo, os maiores filmes de sucesso brasileiro falam sobre favela, terei que fazer uma Revista sobre favela também? vocês leriam? ou ainda assim esperariam um cara fantasiado? alguém anda fantasiado pelas ruas combatendo o mal? quadrinhos são enteretenimento, e no final todos sabem que não vão ganhar dinheiro no mercado nacional netão no seu amago produzem essas histórias para quem sabe um dia alcançar o mercado exterior seja ele Europeu ou americano.

Ricardo Soathman disse...

João, não sei se imitar é o termo correto nessa questão. E se você me permite.

Todo artista passa por uma fase de amadurecimento, onde, eventualmente acaba absorvendo técnicas de outros desenhistas, principalmente em se tratando do mercado norte americano, tão acostumado aos estilos citados no seu comentário.

Não acho que seja um problema espelhar seu trabalho, no trabalho de outro profissional de sucesso, mas, entendo que isso só pode ocorrer no começo de carreira.

Uma vez formado, a primeira coisa que um artista faz é definir seu estilo. E isso vem, com a segurança do domínio de sua técnica.

Talvez a principal questão aqui seja o direcionamento que eventualmente alguém queira dar a carreira. Se, são resultados imediatos que você busca, ir ao mercado norte americano é um mal necessário.

Se você pode investir, algum tempo de sua agenda no mercado nacional, sem a perspectiva de retorno imediato, seria interessante desenvolver projetos fechados.

Mas o que vemos com frequencia, é, um desenhista atingir um nivel razoável (meu caso) e, ser obrigado a direcionar sua agenda para atender clientes norte americanos (small press) que, mal ou bem, ainda pagam algo em torno de 40 US$P/P. O que estou tentando fazer, e essa é uma solução muito pessoal, é criar uma forma de atuar no mercado nacional, sem comprometar meu trabalho no mercado americano.

Não posso pedir que outros pensem como eu, mas, acredito que este deveria ser o caminho dos excelentes desenhistas que temos no Brasil, principalmente, se imaginarmos o atual momento do nosso mercado.

Mas isso é só uma idéia.

PJ disse...

tudo que eu disser agora é chover no molhado.. o q eu tenho a dizer é que concordo 100% com texto do Ramone. e digo mais uma coisa: quadrinho é como qualquer outra profissão. requer ESTUDO e APERFEIÇOAMENTO se não fica pra trás... o mercado come mesmo!!!!
ninguém vai prestar um vestibular sem estudos, assim como não vai fazer um teste profissional sem ter aquilo q empresa precisa. quadrinho é a mesma coisa!
então repito a frase dos gêmeos: produzir (e estudar muuuito)mais e reclamar menos... parar de de fazer aquilo q agrade o próprio gosto e ver como o mercado, num todo, funciona. e vamos q vamos q tem muita cosia boa por aqui q podem estourar nas bancas.

PJ disse...

ah, e lembrando q nem só de heróis vive os quadrinhos!

João Paulo disse...

Eu concordo, mas se estou começando porque não imitar??
os roteiristas Barsileiros só assistem filmes americanos, lêem gibis americanos, escutam musicas internacionais, lêem livros de escritores nacionais, as melhores coisas estão lá fora, como acham que n´pos pderiamos nos espelhar em algo daqui! eu vou precisar criar uma turma do xaxado ou turma da mônica é isso?
mais um clone
ou vou ter que pártir pros cartums idiotas?
nunca cara
os russos lançaram guardiões da noite...cópia dos americanos
eu acredito no lance daevolução, o Roger Cruz começou imitando o Madureira e hoje dá 10 a 0 no cara, o Will Conrad evoluiu seu traço na hq do Kull, ninguem vai comprar minha fanzine de miolo preto e branco tendo que pegar onibus e enviar 4 conto pelo correio enquanto pode colocar mais 3,50 e comprar uma hq da panini colorida, piada!

Luciano Oliveira disse...

Na minha humilde opinião, falta muita coisa e não adianta só reclamar dos desenhos, temas, estilos e outras coisas do tipo.

Eu vejo muito disso acontecer, pois é necessário prática para chegar a perfeição e só se atingi qualidade boa ... fazendo.

É história boa com desenho ruim, tem desenho bom com argumentos péssimos e por aí vai... o negócio é que o nem todo mundo é critico o suficiente no que desenvolve ( até por que está desenvolvendo), o bom do brasileiro é que ele se esforça .... e muito, pra colocar em prática as suas idéias, que seja em Fanzine, revista independente, com temas diversos; com heróis, pois se identifica e tem facilidade ( ou acha que tem) em fazer.

O que não temos ( digo a nova moçadinha)é lá o devido hábito de ler ( que seja jornal,cartoon,manga, herói ou papel no Poste), pois pegam tudo muito mastigado nas Net´s e Canais da vida, assim não exercitam a sua curiosidade, procurando saber se o que deu no "Jornal Nacional" é verdade, como muitos disseram acima.

Falo isso por experiência vivida nos arredores de minha casa ( consultem próximos de vcs, perguntem a cinco garotos(as) que virem na frente qual foi a última (o) revista/jornal que leram e quando ?)tem coisa boa e muita coisa ruim, mas em todos os temas e estilos o que o brasileiro precisa é praticar e aos poucos com os erros e acertos desenvolver o seu profissionalismo, debatendo com os outros que fizeram alguma coisa também, ... até por que... não é por que um esboço tá lá que é um desenho acabado, mas pode servir para alguem como referência para o crescimento de visão artística.... é isso ...chega falei demais .

E desculpem me intrometer no que todos nós já sabemos ... temos é que nos ajudar cada vez mais, para nos livrarmos de certas pragas que circulam pelas bancas desse Brasil.

Abraço à todos !

Antônio disse...

PRIMEIRO, se alguém quer fazer o gênero de super-heróis, tudo bem, não tem problema. Mas recomenco que, até por isso mesmo, o artista leita todos os outros gêneros, treine as técnicas de todos os outros gêneros, ATÉ NÃO MAIS PODER.

Isso porque um bom artista não deve ter sua formação calcada APENAS nas suas preferências pessoais e, justamente porque vai trabalhar com um gênero específico, deve conhecer muito bem todos os outros gêneros, para poder "oxigenar" seu trabalho e não ficar limitado aos estilos e técnica daqueles que vieram antes: se não tem nada a acrescentar, vai virar mão-de-obra barata mesmo, como diz o Sanchez.

O estilo do Gabriel Bá não tem nada de super-heroístico, e por isso mesmo é muito legal o trabalho dele no Umbrella, porque acrescenta alguma coisa ao gênero.

Mesmo assim eu pessoalmente jamais compraria uma história em quadrinhos de super-heróis brazuca, assim como o não compraria um super japonês ou europeu. Já acho batido lá no país de origem, quem dirá nos outros. Mas isso é questão pessoal. Acho que a intenção de usar um estilo que já está batido um sinal de falta de criatividade.

Antônio disse...

SEGÚNDIO (alô, mestre Creison!), o pessoal aqui fica falando sobre o conteúdo da história em quadrinhos. Mas o que é uma hq nacional? Uma hq feita por autores nacionais ou uma hq onde os personagens sejam brasileiros e morem no Brasil. Nada disso faz uma hq ser nacional, porque o que importa para identificar a nacionalidade de um hq não é o seu CONTIÚDO, mas o estilo. E estilo é a forma como o conteúdo se expressa.

Isso pq quadrinhos não são só uma narrativa, mas uma TÉCNICA narrativa específica, com o uso de imagens sequenciais (dã, sei que to falando o óbvio, mas às vezes parece que justo o óbvio de uma questão deixam de considerar).

Então, o que caracterizaria uma hq como nacional é ela seguir uma forma tipicamente brasileira de fazer quadrinhos. Assim como o estilo do mangá japonês ou da banda desenhada franco-belga ou do fumetti italiano são inconfundíveis. Certo, pode ser que um sul-africano resolva escrever um mangá com olhos grandes e tudo mais, mas isso é só um motivo para a gente dizer pro norte-africano que ele faz quadrinhos japoneses!

Então não adianta fazer uma hq sobre regionalismos, nem fazer uma hq e dizer que se passa em Florianopolis, nem fazer uma hq sobre clássicos da literatura brasileira, se o estilo da hq não for o brasileiro.

Mas aí é que tá o X da questão. Porque ainda não temos um estilo nacional de hq. Isso leva tempo e a criação de uma tradição no país. E nossa tradição ainda é pouca. Temos grandes nomes aqui e ali, no decorrer das décadas, mas não temos grandes escolas de artistas.

Mas uma coisa é certa, só teremos esse estilo nacional o dia em que a gente parar de ficar tentando contar história do "Capitão Onça", que usa uma roupa colante colorida, máscara, tem super-poderes e luta contra os criminosos da metrópole paulista. SE É que me entendem. Pra mim, isso é coisa de MOLEQUE (já q alguém aqui falou do Tropa).

Antônio disse...

Tá cheio de erro aí no que escrevi, sem vírgula, pontuação e aquela bobagem de norte-africano. Mas eu sei que o ESSENCIAL vocês pegaram.

Ricardo Soathman disse...

Olá Antônio,

Concordo que o estilo até pode ser a razão para chamar essa ou aquela obra de, uma HQ americana, ou um mangá japonês. Só não sei se é possivel aplicar a regra ao mercado nacional, porque, não sei até que ponto tenhamos uma "identidade".

Na verdade, na minha opinião, o que determina se uma públicação é ou não uma HQ nacional, está relacionado com o fato de ser publicada NO BRASIL. Em protuguês, e direcionada para o público brasileiro.

Acho realmente meio estranho personagens "americanizados" inseridos em nosso contexto cotidiano, porque, não temos nada em comum com o dia a dia do americano, mas, da mesma forma, acho compreensível a assimilação de cultura. Principalmente, em se tratando do assunto, e de toda a história ligada a importação de material estrangeiro.

Acredito que o grande problema, quando isso acontece, vem da falta de maturação do AUTOR... As vezes, é mais um lance de VONTADE do que de QUALIDADE, entende? E aí, as idéias não "ruminam" o suficiente e os esteriótipos afloram, na forma como foram assimilados.

Acho, e aí falando profissionalmente, que personagens NÃO SÃO a história. Estão INSERIDOS na história. E esse é um erro bem comum cometido pelo ARTISTA que quer ESCREVER.

Agora, se a concepção de sua história se baseia no personagem que você criou, e, de uma forma geral, só existe o VISUAL e nada mais, a prespectiva de termos uma história ruim passa a ser considerável, não impotanto se são visualmente atraentes ou não.

Um exemplo disso... O material publicado pela Image Comics, pós debandada da Marvel.

Bonitinho, mas ordinário.

Por isso que insisto no ponto da exploração total do artista, seu amadurecimento, ANTES de qualquer tentativa de publicar um trabalho seu.

Principalmente, o amadurecimento, não só de sua técnica, mas, em outras áreas, como o desenvolvimento da capacidade de CONTAR histórias, sejam elas quadrinhos ou não.

Não sei se existe um limite de participação, mas, acho que não tem problema retornar ao debate o assunto de vez em quando, não é, pessoal do UHQ?

[]s

Soathman

Antônio disse...

Soathman,

Taí, concordo 100% com vc. Eu mesmo disse que não temos ainda uma identidade, como você falou. E acho que na busca dessa identidade a gente tem que ser "antropofágico", como dizia o Osvald de Andrade, e pegar tudo que vem de fora e digerir para criar algo novo.

E vc mostrou um bom conhecimento da arte narrativa. Muita gente acredita que criar uma história é criar um protagonista, e daí pronto, basta inventar situações e jogar ele de lá pra cá em aventuras, que tá tudo ótimo. Por isso que to dizendo, quem quer ser artista de história em quadrinhos, e quem quer ser artista de qualquer outra coisa também, tem que ler MUITO, de tudo um pouco, antes de pretender fazer algo que preste.

Sanchez disse...

Eu tenho maior problema quando vejo um gaijin(um não-japonês) fazendo mangá. Mas o Holy Avenger nunca me irritou.

A desenhista emulava muito bem o traço japonês, mas a sua narrativa era diferente, tinha muito do jeito norte-americano de contar histórias.

Isso eu acho positivo, quando se mescla estilos diferentes tão bem. E mais, eles não trabalhavam temas nacionalistas, mas pegava uma cultura de jogadores de rpg, algo que fazia e faz parte do cotidiando cultural de muitos brasileiros, e algo que não é típico dos nipônicos, e misturaram com a referência do mangá e dos videogames. E num produto que, pelas poucas edições que eu li, não subestimava a inteligência do leitor, por conhecer bem os códigos dele.

E bato na mesma tecla, não vi nada com temática de super-herói que se iguale ao resultado de Holly Avenger. Não é uma hq genial, nem de longe, mas atingiu muito bem o alvo a que se propunha.

Sanchez disse...

Falando sobre identidade nacional, o quadrinista Guazzelli fez está apresentando mestrado sobre a obra de Canini, que é uma referência mundial dos quadrinhos Disney através de seu personalíssimo e marcante Zé Carioca. E um dos focos da tese é a de ele ter conseguido ter feito uma obra com identidade nacional: http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/arch2009-04-01_2009-04-30.html#2009_04-24_01_49_37-135059040-25

Anônimo disse...

Meu nome é Giorgio Onorato Cappelli, e venho publicando quadrinhos esporadicamente desde 1991. Infelizmente, ainda não vivo disso. Por enquanto.
Há alguns dias, fui apresentar um material meu a uma editora, cujo nome prefiro omitir. O editor disse ter gostado do meu trabalho. Como diria o doutor Gegory House, vamos pular logo pro "mas"...
Gostou, MAS achou meu traço tradicional e a proposta, comercial. Disse que estavam em busca de algo mais hard core, um trabalho mais sujo, mais violento (sic). Que a editora buscava quadrinhos "diferentes, alternativos", com baixa tiragem (de mil a dois mil exemplares).
Aí é que eu fico sem entender o parâmetro do "mercado" nacional. Se o meu trabalho é comercial, segundo o sujeito, deveria vender. E se vende, por que não publicar?
Depois, quando o Wanderley Antunes diz que publica na Europa e não admite ser cobrado de compromisso por um país que não tem o menor compromisso com ele, eu sou obrigado a concordar.
Parabéns, Ramone. Só faltou na sua matéria uma abordagem mais direta com os "cabeças" do ramo editorial brasileiro.

Anônimo disse...

Anonimo!!! realmente ai é que entra a tão cobrada versatilidade do brasileiro.

Sanchez disse...

Por curiosidade, Onorato, qual é a editora? por que há perfis editoriais, e há editoras como a Conrad que dão espaço a quadrinhos "não-comerciais" , por que é uma editora que investe em qualidade, não em cópias, e por que ela sabem que não é imitando que se vai construir um mercado nacional. E, ao falar que era comercial, com certeza ele estava a dizer perjorativamente, no sentido de que seu traço seja comum, não de queria seria vendível.( a utilização do termo tradicional ressalta o resultado minha dedução, não conheço seu trabalho, mas pelos termos que o editor utlizou, acredito que seja isso, ainda mais que o editor citou trabalhos underground como o perfil editorial; uma editora dessas não publicaria, por exemplo, um Lagarto Negro)

Sanchez disse...

"o sentido de que seu traço seja comum, não que seja vendível" foi o que quis dizer."

Victor disse...

Cara, que legal, sei que estou me repetindo, mas chego até a ficar realmente emocionado.

Estamos aqui, já indo para quase 80 comentários desse post, e mantivemos não só um alto nível de discussão, mas cada um acrescentou algo interessante e construtivo. Nenhum papo babaca, nenhum excesso, tá tudo muito legal.

Só tenho que cumprimentar novamente a todos aqui, que estão comentando, e também ao parceiro Ramone, que deu o pontapé inicial para o debate.

Victor disse...

Continuando, e agora que falamos sobre a procura de uma identidade nacional para os quadrinhos, acho que essa identidade é formada não só pelos autores, mas também pelo mercado.

Ou seja, os quadrinhos brasileiros terão aquela identidade que é recepcionada melhor pelo público. E aí está uma grande desafio para os autores. Porque eles tem um mercado virtual e possível, de pessoas que não leem quadrinhos mas, se criássemos um estilo que agradasse ao grande público (principalmente adolecente e adulto) poderia ser cativado.

Só para lembrar que grande parte do público que prestigiou Chiclete com Banana, por exemplo, não eram "fanboys" leitores assíduos de quadrinhos, mas gente que lia porque realmente era divertido.

Respeito quem insiste na fórmula super-heróis, mas quem aposta nela conta apenas com o público que já lê super-heróis e, por outro lado, conta com o grande preconceito de quem não lê quadrinhos.

Um desafio para os autores seria tentar atrair com seu trabalho justo quem não está acostumado a ler quadrinhos. Creio que aí nós começaremos a descobrir um público nacional de quadrinhos. Talvez a criação dos quadrinhos brasileiro também dependa da criação de um público brasileiro.

O que as pessoas gostariam de ler? Não estou falando de nós, que já lemos. Mas o que atrairia, por exemplo, meu colega de trabalho, que não lê quadrinhos, a um dia se interessar?

Talvez um dia eu faça quadrinhos. Gosto de escrever e sei desenhar bem. E certamente tentaria escrever não para o público típico, mas justamente para quem não entende nada de quadrinhos. Esse é um desafio.

Sidney Gusman disse...

Concordo, Victor. Discussão de excelente nível mesmo.

Parabéns a todos.

Evandro Molina disse...

É fato que produzir quadrinhos, literatura e filmes no Brasil seja algo dificil.
O cinema nacional vem mudando essa realidade, e encontrando seu espaço A tv ajudou muito nessa mudança, pois boas serie migraram para o cinema ( grande família entre outras) e bons filme vem surgindo.
Nos quadrinhos está dificil encontrar solução. Não se cria mais ícones. Talves se editoras como a Panini e outras fizessem o mesmo que a Abril fez tempos atrás com a Disney o quadro poderia ir mudando. Se parte dos quadrinhos da DC e Marvel fossem produzidos aqui, com escritores, desenhistas e arte finalistas, poderia surgir um reconhecimento dos artistas brasileiros.
O duro que não da pra criar esse vinculo no artista / leitor como tem nos EUA ou outros paises.
Por mais que a internet tenha o poder de ir em muitos lugares, ela por si só não é fator determinante para nascer um mercado de quadrinhos brasileiros.
Realmente precisava mesmo que as grandes editoras abram espaço para os artistas nacionais, mesmo que seja para produzir material consolidado

Sanchez disse...

"Se parte dos quadrinhos da DC e Marvel fossem produzidos aqui, com escritores, desenhistas e arte finalistas, poderia surgir um reconhecimento dos artistas brasileiros. "

Péssima solução. Péssima péssima péssima. Quadrinhos de super-heróis quase não vendem mais no Brasil. Iria reforçar apenas a marca Marel/DC . Na virada dos anos 80 para os anos 90, havia uma quantidade boa de copyrights gringos cujas hqs eram de autoria brasileira, a maioria não creditada, e isso não ajudou na consolidação de uma identidade e de um mercado. Só serviu para dar dinheiro para as empresas de fora que cederam os direitos.

Como não dá mais pra criar vículos? Todo anos surge um mangá/anime novo que faz enorem sucesso. Só ver Naruto, que é um gibi bastante vendido nos EUA.

Vini disse...

Ramone, gostaria que vc e todos lessem isso
http://mamaosubmundo.blogspot.com/2009/04/hq-nacional-e-mesmo-uma-piada.html
Mais elementos para o debate.
Parabéns pela matéria, ficou legal.

Leandro Assis disse...

Ramone, muito boa sua matéria.
Eu sou um dos roteiristas de um quadrinho lançado no ano passado, O Cabeleira, e queria contar um episódio que testemunhei. Um dia eu estava em uma livraria e vi dois sujeitos olhando os quadrinhos. Um deles viu O Cabeleira na estante e teve início o seguinte diálogo:
- Allan Alex. O Cabeleira.
- Deve ser uma porcaria.
- Por quê?
- Porque deve.
E pronto. Sem nem abrir o livro o sujeito decidiu que era ruim.
É claro que eu já sabia que seria difícil agradar o leitor com a história de um bandoleiro Pernambucano, já que há um grande preconceito contra temas brasileiros. Mas fiquei impressionado com a arrogância e o desprezo com que o livro foi tratado. Não tenho nada contra super-heróis, mas acho uma pena que certos leitores não estejam dispostos a experimentar coisas novas. A verdade é que grande parte dos leitores não são consumidores de quadrinhos. São consumidores de super-heróis. Seja em quadrinhos, cinema ou videogame. Esse público dificilmente vai se interessar por algo diferente. Mas tudo bem, vamos continuar insistindo. Porque fazer quadrinho é bom demais!
Abraço a todos.
Leandro.

Marcus Ramone disse...

Vini, legal o que você escreveu no link. Bom saber que a discussão também está com um nível bem legal fora do blog do UHQ.

Marcus Ramone disse...

Victor, eu perdi teu e-mail. Manda uma mmensagem qualquer pro meu.

Marcus Ramone disse...

Leandro, você certamente já viu que "O Cabeleira" recebeu nota máxima na resenha do UHQ e foi elogiado em vários outros sites. :-)
Ou seja, esse sujeito sobre o qual você comentou perdeu uma grande oportunidade de conhecer uma HQ de ótima qualidade.
Parabéns pelo trabalho.

Vagner Francisco disse...

Olá, Leandro, tudo bem?

Você tocou num ponto interessante quando disse que muitos dos leitores são consumidores de super-heróis. É verdade! Mas também temos que pensar numa coisa: o que mais se vê no cinema hoje em dia? Super-heróis. Vide o caso do Wolverine, cujo filme estreia na semana que vem... qual não será o lucro desse filme, gerando outros (continuações e spin offs), além de toda uma linha de brinquedos, desenhos animados e... mais revistas.

Esse diálogo dos dois 'leitores' evidencia apenas o preconceito que sofre a HQ nacional e isso em grande parte é culpa do próprio autor.

Mas também botar só a culpa no autor/artista é um pouco pesado. Muitas vezes não há forma de investimento (falta de grana mesmo), assim não há como pagar o desenhista, nem a gráfica, nem toda a produção.

Pro autor brasileiro, a coisa é mais difícil e é preciso saber driblar todas as dificuldades para se chegar a algum lugar. Só que leva tempo e dinheiro. Há também muitos aproveitadores que 'divulgam' a HQ para conseguirem status, moral, essas coisas. E como ganham seguidores!

Muitas vezes leio textos de pessoas que são chamadas de "inimigas dos quadrinhos", quando na verdade é bem o contrário; essas pessoas que expoem as falhas das produções nacionais é que estão ajudando a mercado, conseguem separar o tal joio do trigo.

Vagner Francisco disse...

Também queria aproveitar e discordar de um comentário do Ricardo Soathman, que seria esse >>

"Acho, e aí falando profissionalmente, que personagens NÃO SÃO a história. Estão INSERIDOS na história. E esse é um erro bem comum cometido pelo ARTISTA que quer ESCREVER.

Agora, se a concepção de sua história se baseia no personagem que você criou, e, de uma forma geral, só existe o VISUAL e nada mais, a prespectiva de termos uma história ruim passa a ser considerável, não impotanto se são visualmente atraentes ou não.

Um exemplo disso... O material publicado pela Image Comics, pós debandada da Marvel.

Bonitinho, mas ordinário."

Acho que mesmo que tenhamos uma BOA história, sem um(a) protagonista bem construído(a), isso não vai ajudar muito. Se queremos pensar de forma comercial, de montar um mercado de quadrinhos, temos que pensar em personagens. Afinal de contas, muitos citam Holy Avenger com exemplo de quadrinho de sucesso. Mas qual o mote de Holy Avenger? Ou mesmo a turma da Mônica. Há uma única história ali? Não! O que há são personagens marcantes que conseguem sempre fugir do lugar comum.

Se pensarmos em evolução, poderemos sim ter apenas o personagem e irmos conduzindo a história, desde que não seja nas coxas e que tenhamos histórias para contar.

Do contrário, cairemos na armadilha Matrix Reloaded e Revolutions.

Sanchez disse...

Esse era o principal problema da Image, dentre inúmeros. Personagens rasos, sem substância alguma.

PERSONAGENS SÃO A HISTÓRIA.

Holy Avengers, Mônica, os vários que Laerte e Angeli criaram, os Fradins e a Graúna do Henfil, o Diomedes de Mutarelli, o Capitão Presença do Arnaldo Branco, todos eles são as forças motrizes nas hqs em que estão inseridas. De todas as histórias do Alan Moore que li sempre havia algum personagem que me fazia sentir que muita coisa poderia ser contada sobre ele, inclusive, e não raramente, essa sensação ocorria em relação a personagens de importância menor na trama. Spawn está até hoje por aí porque foi construído para ele um universo bem definido, diferente das séries criadas por Jim Lee e Rob Liefeld.

Lembro de uma crítica ao filme Juno que me ensinou muito sobre porque há obras que gosto muito e outras que desprezo. O texto dizia que assistir ao filme era passar 2 horas com pessoas inteligentes e interessantes. Quero estar acompanhado de pessoas divertidas, espirituosas, que me pertubem a ponto de me questionar, que até faça sentir pena de não haver personagem assim no mundo. Há esse esforço dos quadrinistas criticados no texto na hora de montar o personagem?

Mas, para que um personagem brilhe, ele precisa de todo um alicerce: uma narrativa bem cuidada, situações que definam o ser, uma estética para que os atos dele fiquem na nossa memória visual e conceitos bem trabalhados.

Ricardo Soathman disse...

Vagner;

O que me parece claro é que não se tem um protagonista bem construido, ou mesmo um antagonista verossímel, SEM, uma boa história que dê o SUPORTE para seus personagens.

É necessário a um PERSONAGEM de sucesso, um bom CONTEXTO.

Você citou Holy Avengers e Turma da Mônica. Não lí Holy Avengers, infelizmente, mas em Turma da Mônica, apesar de existir sempre uma história nova, a dinâmica dos personagens é SEMPRE a mesma, e isso faz toda a diferença.

Na verdade, acho bem complicado pensar em montar um mercado de quadrinhos, pensando em escrever APENAS sobre personagens. Estamos falando de uma nível de pluralidade criativa, que por sí só, já inviabilizaria o conceito, na minha opinião.

Entenda, o volume de trabalho e obras publicadas para que seja possível, se quer, falar em montar um mercado de quadrinhos estável, tem muito mais a ver com iniciativas individuiais, do que um pensamento "coletivo", ou formato pré concebido.

Se você me permite, vou citar Batman como exemplo, tentando me fazer entender melhor.

Seria complicado de vender a idéia de um homem vestido de morcego, caçando bandidos, se, não existisse a criação de toda uma simbologia, muito bem concebida por Bob Kane, e refinada por Frank Miller.

Então, a pergunta é...

Batman é um PROTAGONISTA de sucesso apenas porque ele tem um visual interessante, ou porque esse visual é amparado por toda uma gama de personagens que dão suporte para o PROTAGONISTA brilhar? è o exemplo calro que um BOM persoangem, em um CONTEXTO bem elaborado.

Entende, onde eu quero chegar?

Tão importante quanto ter um bom personagem, é saber inseri-lo em um contexto que o faça ainda melhor, e para isso, você necessita de uma boa história, pois só assim você terá um protagonista sólido e talvez até recorrente... Como, os personagens da Turma Da Mônica.

Quando olhamos os personagens da Image, pós debandada da Marvel, o que se manteve ao longo dos anos? Os personagens que tinham um CONTEXTO que lhes desse suporte. Ao passo em que as bonitinhas, mas ordinárias, de perderam pelo caminho.

Então, quero só me desculpar por ter explicado de forma tão longa, e agradeço a sua atenção sobre o meu comentário. Estou realmente muito feliz com o nível do debate.

[]s

Soathman

PS: Vou deixar meu e-mail aqui, para que se alguém quiser manter contato, e trocar algumas idéias, fique a vontade.

soathmanstudio@gmail.com

Anônimo disse...

Soathman, se me permite.. ao meu ver vc e Vagner estão falando a mesma coisa.
a mais ou menos 5 meses decidi botar minhas idéias no papel, comecei a escrever roteiros pra meus personagens isso pq não consegui parcerias para meus trabalhos. (é mais fácil um escritor conseguir parcerias com desenhista do q do contrário).
mas antes disso busquei por muita informações sobre roteiros. desde roteiros d livro a cinema. e pra quadrinhos fui a fonte: "Will Eisner".
e todos falam algo em comum: O PERSONAGEM PRINCIPAL.
disse q falavam a mesma coisa pq essas "fontes" ensinam como construir esse personagem e TUDO ao seu rodor.
Se vc tem uma historia boa na cabeça eles aconselham a criação d um personagem q criam empatia do leitor pra q vc tenha um bom resultado no conto d sua história. e se vc criou um bom personagem eles aconselham a construção d todo um contexto (mundo) para q seu personagem tenha uma boa trama.
não existe historia sem um bom personagem como não existe um bom personagem sem uma historia...
e a respeito do q é HQ nacional e tb acho q é pela forma q a história vai ser contada e não pelo visual q o personagem carrega... foi assim q o japão, europa e agora o egito criarão seus próprios universos de quadrinhos (lembrando q todos eles já tiveram sua faze "mascara e capa")... no final é simples. ex: um personagem acorda e vai tomar café... ao invés do banquete extrangeiro ele toma seu pão com manteiga e sua caneca de café... ou um orelhão na rua...um churrasquinho na esquina... de pouco a pouco vc acostuma o leitor a ver no nosso quadrinho o q ele ve em seu cotidiano... (é uma das dificuldades pq estamos programados a ver e gostar do cotidiano extrangeiro e com isso achar no nosso pobre e cafona, mas A FORMA QUE ISSO VAI SER APRESENTADO o leitor pode fazer diferença)...

bom, é mais uma opinião.. espero não ter falando besteiras e ter ajudado um pouco.

"M"

Unknown disse...

O "M" falou tudo aí em cima: quando leio algo que apenas emula um modelo exterior, a impressão que passa é a de que o autor não tem vida, de que é uma autista em relação ao que acontece ao seu mais imediato redor. Parece que ele não convive com mulheres, pois as mulheres que ele desenha repetem os peitos, as poses, os cabelos e as roupas das super-mulheres dos comics. Quando vão desenhar um bairro, repetem os ambientes dos gringos, não procuram representar as praças que o autor conhece, parece até que ele nunca foi a uma praça. Parece que as roupas são todas compradas em uma loja de New York. E isso só dá a impressão de que o que ocorre é uma preguiça mental em se pesquisar as referências que estão ali próximo, na memória de suas vivências. Dão a entender que são fanboys que nunca tiram o nariz de seus gibis para olhar o que está acontecendo no lado de fora da janela do ônibus.

Quando leio um diálogo que lembra uma conversa em um filme desses que passam no Tela Quente, fecho logo a revista.

Vagner Francisco disse...

Concordo com tudo o que M e Ricardo falaram.

O lance das referências é óbvio: é mais fácil abrir uma revista e encontrar uma praça anteriormente desenhada pelo Byrne do que caminhar por uns cem metros, fotografar uma praça cem por cento nacional [e real].

Mas não apenas isso. Ler APENAS quadrinhos te deixa assim. Emulando tudo o que se vê em quadrinhos. Não dá pra vivermos assim - mesmo que o quadrinho em si seja de melhor qualidade.

Se queremos fazer algo com a 'cara' do Brasil, precisamos ler livros brasileiros, feitos por brasileiros. Um bom exemplo desse brasileirismo é Nelson Rodrigues, com seu peculiar jeito de escrever seus ensaios. É muito bom porque tem diálogos reais e você não vai ver nada retirado de um filme adolescente por lá.

Mas também há bons filmes [fora do esquemão hollywoodiano] que valem à pena serem vistos. O recente O Curioso Caso de Benjamin Button é um excelente exercício de raciocinio, com ótimos personagens e vivendo situações muito interessantes. Aliás, David Fincher sempre fugiu do lugar comum em seus filmes. Basta trazê-los para o nosso modo de ver as coisas.

Ricardo Soathman disse...

É isso, "M", Ricardo e Vagner, a questão é realmente assim.

Acho complicado ter apenas o PERSONAGEM. E esse é um erro comum em DESENHISTAS que querem ESCREVER, assim como, acho complicado ter uma HISTÓRIA, sem um bom personagem. Mas acredito que um ESCRITOR consiga identificar essa questão melhor, sem demérito a nenhuma "profissão".

Não podemos negar, que a superficialidade de algumaa obras, podem vir desse detalhe, que as vezes, passa desapercebido.

O caso da Image é um exemplo claro desse descuido. E no mercado nacional, vemos isso acontecer com muita frequencia.

Seja pela ausência de parcerias entre desenhistas e escritores, seja pela má formação técnica de alguns autores, o fato é, esse me parece ser um problema recorrente no mercado nacional.

Por isso, acho indispensável a qualquer um que queira trabalhar com isso, a perfeita compreenção dessa questões. No intuito de evitar problemas, "insolucionáveis" por pura falta de percepção. Isso é muito frustrante, pelomenos para mim.

Só uma questão.

A ambientação nacional, em detrimento a americanização de nossos "herois", me parece ser supervalorizada no contexto em que está sendo apresentado. Eu explico.

Não acho que inserir pequenos detalhes apenas par amostrar uma determinada ambientação faça alguma diferença no produto final.

BG são importantes, enriquecem as páginas, mas são SÓ, BG... Temos de ter cuidado na produção para não acabar fazendo uma ambientação a forceps, porque aí, a coisa acaba ficando meio ridícula.

Acho perfeitamente possível contar uma história, sem necessariamente associar locações, se essas não são, importantes para a condução da história.

Outro exemplo usando Batman.

Gotham City é um personagem segundo muitos escritores do morcego, e, mesmo tendo claras referências a Londres e Nova York, ainda assim possui caracteristicas bem definidas, e unicas.

Ao passo em que Central City, em alguns casos retratada como Seattle, é apenas uma locação, e não tem importância na dinâmica do Flash.

Ricardo Soathman disse...

Só para me despedir, é que estava fazendo duas coisas ao mesmo tempo e encerrei o comentário sem assinar.

Obrigado a todos!

[]s

Soathman

Unknown disse...

Ricardo, o que você falou tem muita razão. Mas o que eu queria dizer também se aplica a imagens que não são de ambiente. É claro que se eu quiser fazer uma ficcção científica não daria para colocar a praça daqui do bairro (bom, daria sim, mas o lance é outro...).

O que eu quero dizer pode ser exemplificado por duas cenas dos extras do filme Viagem de Chihiro. Em uma delas, o genial Myiazaki disse que, para compor os movimentos de mãos de um personagem, copiou os movimentos das mãos de uma amiga dele; em outra cena, para desenhar a boca de um dragão, no momento que um personagem tenta abrir a boca do bicho, ele foi em um cachorro e foi ver a boca do canino. É esse exercício de ver que eu quero apontar. A produção brasileira na maioria das vezes só faz abrir uma revista da Panini como referência na hora de compor uma ação.

Vagner Francisco disse...

Exatamente, Ricardo.

E em relação à Image de 1990, os caras lá não tinham nada, exceto a fama e os desenhos. Apenas McFarlane tinha Spawn; os outros criaram tudo ali na hora, porque foram convencidos pelo Todd que poderia vender tanto quanto a Marvel e mais ainda, já que não precisariam de editores.

Li uma discussão no Orkut recentemente e um roteirista se queixava justamente de não encontrar um bom desenhista disposto a firmar uma parceria "de risco" com ele. Um desenhista respondeu que era assim mesmo: se ele tinha uma boa ideia, que pagasse para alguém desenhar. Ele contra-argumentou que os desenhistas deveriam também entrar nesse negócio de risco, pois assim é mais fácil vermos novas HQs. O desenhista concluiu dizendo que os desenhistas não precisam de roteiristas, pois se quiserem fazer algo de "risco", fariam coisas proprias e ponto final.

Lembro disso quando você estava explicando a situação, Ricardo. Desenhista geralmente (repito, geralmente) pensa como desenhista na hora de compor a história, e assim vê da forma mais impactante possível, pois é muito chato desenhar nove quadros de pessoas caminhando enquanto conversam, ou paradas numa praça de Recife. O legal é fazer o Hulk arrebentando tudo. E eu não estou sendo irônico, sei desenhar [mal, mas sei] e quando desenhava minhas próprias historias, era difícil evitar a 'ação'.

Anônimo disse...

Alguns desenhistas não estão dispostos a arriscar seu curto(trabalho, faculdade, etc...o que sobra?)para desenhar algo que não lhe satisfaça ou que não lhe traga alguma evolução como artista, e digo mais odeio desenhar cenário mais sei que eles são necessários, acho que sua importância é relativa, alguns desenhistas simplesmente esboçam o cenário(Marc Silvestri) outros são ultradetalhistas(a maioria dos quadrinhos Japoneses) o que venho verificando....e olhe que estou comprando muito material nacional, é que há uma mistica de alguns sucessos, a exemplo da revista Mosh, o que existe é um estereotipo de que o que faz algum(pequeno) barulho por aqui são os quadrinhos de cotidiano(mosh, subversos, etc.)os superherois são deixados de lado com preconceito mesmo antes de serem lidos, estes são cobrados por se fantasiarem demais ou por terem muita ação e pouco desenvolvimento, isso é uma verdade que deve ser mudada, o problema como já disse antes é a necessidade dos editores para poder organizar o espaço e a forma de condução da história, conheci alguns roteiristas que simplesmente queriam contar a origem de seus personagens em duas páginas e fazer mais 22 de ação, ai não dá!
quanto a relação dsenhista/roteirista realmente é sua maioria os desenhistas que preferem desenhar seu próprio projeto, mas digo algo por experiência...não vale a pena, não há quem aponte seus erros ou quem lhe motive há apenas o seu ego quando vc desenha o que escreve, e nessa fase o que o desenhista precisa é de alguem que o ajude a crescer e aponte o caminho, esse ano resolvi que não ia fazer nada meu e que ia participar de projetos com qualquer pessoa desde que tivesse o minimo de qualidade, acho que é issoque todo desenhista deveria fazer.
http://fotolog.terra.com.br/rodrigovinicius

Fernando disse...

O autor deste artigo só esqueceu de imputar a culpa nas editoras nacionais, sobretudo a Panini, que se presta a publicar qualquer lixo americano, abarrotando sa bancas com revistas que frequentemente recebem nota 0 nas resenhas deste site, tirando espaço para qualquer ourta coisa, incluindo aí os quadrinhos nacionais.

Anônimo disse...

acho muito boa a colocação sobre desenhistas desenharem o próprio roteiro... só não vejo isso como uma regra, entende?!
só q para um desenhista escrever seu próprio roteiro o trabalho é beeeeeeem maior e sua auto-crítica tem q esta bem apurada.
digo isso pq vemos na historia dos quadrinho grandes nomes q desenhavam seus próprios roteiros:
Will Eisner, Frank Miller,Katsuhiro Otomo, Yoshiyuki Sadamoto, Neil Gaiman, Lourenço Mutarelli, etc...e lembrando que no começo era assim,(escrever, desenhar e pintar)serviço completo.
so q com a evolução isso foi se dividindo pq o mercado cresceu..

mas repito, o cara tem q estudar muito e ter muita auto-crítica pra desenhar o próprio roteiro. mas acho possível e podendo alcançar bons resultados...vemos bons exemplos no nosso meio hj em dia tb q nem preciso de citar


abra
"M"

Sidney Gusman disse...

Fernando, como escrevi acima, não é porque resenhamos bastante super-heróis que HQs nacionais perdem espaço nas resenhas.

É só olhar o índice das resenhas.

Leandro Assis disse...

Prova disso, como bem lembrou o Ramone, foi a generosa resenha de Gusman sobre O Cabeleira. Allan Alex, Hiroshi e eu ficamos muito orgulhosos.
Abraços,
Leandro

Vini disse...

Não se deprecie, Leandro.
Se a resenha do Gusman aponta que o Cabeleira é bom, é pq é e não pq ele é generoso.
Artistas nacionais precisam parar com essa mania de "humildade" forçada.

O nível dos comentários aqui está belíssimo. Muita coisa interessante e aproveitável está sendo escrita aqui. Parabéns!

Anônimo disse...

O que gerou essa discussão de hq nacional na internet foi a posição tomada pela CQB, a Central dos Quadrinhos Brasileiros.
Eles se dizem modernistas, integralistas, nacionalistas, sei lá que "istas" mais, mas a maioria dos quadrinhistas os considera um grupo de radicais fascistas.
Não acho justo vocês dizerem que todos os quadrinhistas brasileiros sejam assim. Esse é um erro comum, desde que surgiu a CQB sites da internet generalizam como se todos os quadrinhistas brasileiros que fazem hq de super-heróis sejam do CQB.

Ivan Linares disse...

Talvez esteja meio atrasado, o post já está meio passado, mas gostaria de tecer um comentário sobre o projeto "Abril Comics", de tempos idos (acho que 1998). Acho que foi produto de má vontade da Abril Jovem em relação a quase tudo que não fosse super-herói. Apenas duas publicações foram lançadas: uma, "Linha de Passe", antologia de histórias relacionadas a futebol escritas por comentaristas esportivos junto com roteiristas de HQ, ficou até legalzinha. Mas a outra, "Terra-1", foi um desastre. Em vez de se pesquisar o que se fazia de bom no Brasil, buscar algo interessante pra publicar, pegaram um roteiro qualquer e um desenhista desconhecido. (continua...)

Ivan Linares disse...

(...continuação)
Não sei se por querer ou por ser mandado, mas o desenho trazia o que de pior havia no "estilo Image" da época, com dentes trincados, mulheres em trajes sumários e grandalhões musculosos. As vendas certamente não foram boas e o projeto "Abril Comics" foi cancelado.

É má-vontade ou não é? Ae não for, colocar uma história frouxa que não vende e daí concluir que "o público não quer quadrinho nacional" é o que?

Esse projeto foi tocado no "chutômetro" do que o Sérgio Figueiredo e outros acharam que os leitores queriam ler. Qual seria o custo real de entrar em contato com os autores do País, ler várias amostras de material e planejar bem o que lançar?
(continua...)

Ivan Linares disse...

(...continuação)

(A meu ver, quiseram repetir o sucesso das HQs da editora Trama --Godless, UFO Team e outras-- sem notar que essas revistas venderam porque os autores tinham um público cativo vindo dos RPGs nacionais que escreviam e da revista Dragão. Eles planejaram. Pesquisaram. Viram antes se tinham um público leitor.)

Não teria sido melhor pôr nas bancas uma antologia no estilo Pau-Brasil ou Animal, com amostras da diversidade de estilos brasileira, em vez de uma única "space-ópera" mal-roteirizada e mal-desenhada?

(continua...)

Ivan Linares disse...

(...continuação)
Falta de pesquisa e de planejamento, excesso de "achômetro": eram pragas das HQs nacionais da época, continuam sendo hoje.

(Obrigado pela atenção e desculpem se me alonguei no assunto!)

Sávio Christi disse...

Esqueceram de informar como se chama a história em quadrinhos franco-belga (que por sinal, segundo a Wikipédia Espanhola, também tem relação direta com a Suíça): bande dessinée (ou em bom português: banda desenhada; nome este também usado em Portugal para definir quadrinhos).

Os italianos na verdade seriam fumetto no singular e fumetti no plural; mas muitas pessoas (incluindo eu mesmo) usam fumetti e fumettis normalmente.

Outra coisa interessante: em Portugal e Angola, mangá não tem acento; o que fica estranho; dada a óbvia e tamanha semelhança com a fruta manga e a manga do paletó (mas também: não sei direito como se pronuncia em japonês).

Mas que eu saiba, os quadrinhos espanhóis e ingleses não são definidos como próprios estilos de seus países, não têm assim, algum fator individual e próprio.

O quadrinho espanhol se chama tebeo (nome duma revista; TBO); mais ou menos como gibi era o nome duma revista daqui; já o inglês, penso que seria simplesmente um "British comics" mesmo (ou ainda: "Welsh comics").

Sendo que o mangá é realmente o formato mais diferente e interessante de todos afinal (a Wikipédia é a prova disto: é o artigo de quadrinhos por formato mais extenso e longo quanto ao conteúdo e aos detalhes)...

Sávio Christi disse...

Vejam também que; nas bancas, existem mais quadrinhos estadunidenses, brasileiros, japoneses e italianos (são estes os que realmente predominam; os fumettis inclusive geralmente são expostos ao lado dos mangás): os franco-belgas são mais comuns em livrarias; enquanto os chineses e sul-coreanos necessitam de mais força e impulso até...

Algo mais que observei: os únicos países na África e Oceania conhecidos na publicações de quadrinhos são apenas 4: África do Sul, Egito, Nigéria e Austrália (se a Wikipédia Inglesa estiver certa); nenhum deles com estilo próprio assim (pior mesma a América Central; que não é conhecida nem por produzir historinhas locais; nem por vender as importadas, o Google e o Yahoo! mesmos não trazem resultados contendo: "quadrinhos centro-americanos").

Falando na Wikipédia (Inglesa): curioso notar que; o artigo para quadrinhos indonésios usa o próprio nome dos quadrinhos locais (maqita; no caso); mas até os termos manhua (a HQ chinesa) e manhwa (a HQ sul-coreana) são bem mais conhecidos ao redor do Mundo, e maqita também não é reconhecido popularmente como estilo pessoal ou particular e próprio (assim como o tebeo que é espanhol; embora a Wikipédia redirecione tebeos para "Spanish Comics" (e por sinal: qual será a razão de, por ex., a do México ser "Comics in Mexico"; e não "Mexican comics"?))...

Também não saquei, porque dizem que maqita é cognata de mangá, manhua e manhwa; se a grafia nem é tão semelhante; mas aprendi mais 2 coisas: fumetto em inglês é mais usado ao se referir a um próprio gênero de quadrinhos, e bande dessinée também pode se referir em menor escola a quadrinhos do Quebec (província canadense); sem falar no fato de TBO ter mais artigos com outros significados.

Sávio Christi disse...

Mas consultem a Wikipédia e a Ferramentas de Idiomas do Google: elas informam os nomes dados aos quadrinhos em quase todos os idiomas e principais países no Globo, eu mesmo achei bem engraçado o nome dado em africâner (da África do Sul).

Agora, eu já considero que estamos a meio-caminho dado com nosso estilo característico e particular de gibi afinal: eu mesmo escrevo 2 HQs como gibis; sendo uma delas bem forte e picante; com a outra bem mais leve e moderada!

E a palavra personagem é feminina: vem de "persona" que é pessoa em espanhol, italiano e latim, e palavras acabadas em "agem" são quase sempre femininas; podem crer?

Termino aqui indicando os melhores livros teóricos de quadrinhos que conheço, e de quebra, um sobre a história do Rock (AH sim: não li os 2 últimos, são cortesias de indicações dum amigo meu): "Desvendando os Quadrinhos", "Reinventando os Quadrinhos" e "Desenhando Quadrinhos" (de Scott McCloud), "Almanaque dos Quadrinhos" (de Carlos Patati e Flávio Braga), "Mangá ― Como o Japão Reinventou os Quadrinhos" (de Paul Gravetti), "Red Rocket 7 ― A Saga do Rock" (de Mike Allred), "Heróis e Super-Heróis no Mundo dos Quadrinhos" (de Nildo Viana), "A Guerra dos Gibis" (de Gonçalo Junior)..., "Narrativas Gráficas - Princípios e Práticas da Lenda dos Quadrinhos", e "Quadrinhos e Arte Seqüencial (os 2 últimos de Will Eisner, e como falei: não li ainda; mas segundo um amigo meu, compensam bastante).

Bom, fico por aqui então!

Abraços e até a próxima; podem crer?