Problemas técnicos
O Universo HQ está com alguns problemas técnicos, mas em breve tudo estará solucionado.
31 outubro 2007
Imagem do dia (3)
O Travis Charest em uma personagem chamada Spacegirl, cujas tiras podem ser vistas aqui.
Cada tira desta série possui apenas um quadro (diferente das tiras regulares de jornais) o que prejudica um pouco a narrativa "diária", mas funciona de maneira razoável para a leitura de vários dias em seqüencia.
Embora a maioria das tiras sejam em preto-e-branco, algumas delas possuem aguadas de cinza (ou cinza chapado) e outras são até coloridas (sem nenhuma outra razão lógica, exceto a vontade do artista de pintar). Funciona bem como ilustração e não causa problemas na leitura diária (o resultado do material compilado num livro pode ser bem diferente).
A arte de Spacegirl lembra as tiras produzidas entre 1930-1950, quando imperava o realismo e as tiras de aventuras como Flash Gordon, Agente Secreto X-9, Jim das Selvas, Nick Holmes, Terry e os Piratas, Steve Canyon, Príncipe Valente, Tarzan, Scorchy Smithe tantas outras.
Na minha opinião, a arte de Charest, neste trabalho, tem muitas semelhanças (só semelhanças, não acho que ele está copiando ou plagiando nada) com o desenho em preto-e-branco das histórias de ficção-científica de Juan Gimenez. Aliás, Gimenez é o artista de Metabarões, série que Charest também iria desenhar no período em que esteve na Europa, mas produziu pouquíssimas páginas ao longo de alguns anos e acabou saindo do projeto.
O visual do rosto e capacete da garota também parecem com a da personagem do Quarto Poder, de Gimenez.
O Travis Charest em uma personagem chamada Spacegirl, cujas tiras podem ser vistas aqui.
Cada tira desta série possui apenas um quadro (diferente das tiras regulares de jornais) o que prejudica um pouco a narrativa "diária", mas funciona de maneira razoável para a leitura de vários dias em seqüencia.
Embora a maioria das tiras sejam em preto-e-branco, algumas delas possuem aguadas de cinza (ou cinza chapado) e outras são até coloridas (sem nenhuma outra razão lógica, exceto a vontade do artista de pintar). Funciona bem como ilustração e não causa problemas na leitura diária (o resultado do material compilado num livro pode ser bem diferente).
A arte de Spacegirl lembra as tiras produzidas entre 1930-1950, quando imperava o realismo e as tiras de aventuras como Flash Gordon, Agente Secreto X-9, Jim das Selvas, Nick Holmes, Terry e os Piratas, Steve Canyon, Príncipe Valente, Tarzan, Scorchy Smithe tantas outras.
Na minha opinião, a arte de Charest, neste trabalho, tem muitas semelhanças (só semelhanças, não acho que ele está copiando ou plagiando nada) com o desenho em preto-e-branco das histórias de ficção-científica de Juan Gimenez. Aliás, Gimenez é o artista de Metabarões, série que Charest também iria desenhar no período em que esteve na Europa, mas produziu pouquíssimas páginas ao longo de alguns anos e acabou saindo do projeto.
O visual do rosto e capacete da garota também parecem com a da personagem do Quarto Poder, de Gimenez.
30 outubro 2007
Imagem do dia (2)
Ra's Al Ghul, no pincel de Mike Mignola, tem um certo ar vampiresco e até uma certa semelhança com Cristopher Lee, que interpretava Drácula nos filmes da Hammer.
O famoso vilão da DC (que poderíamos até chamar de "sogro do Batman") voltará, em breve, a atazanar a vida do cavaleiro das Trevas.
Ra's Al Ghul, no pincel de Mike Mignola, tem um certo ar vampiresco e até uma certa semelhança com Cristopher Lee, que interpretava Drácula nos filmes da Hammer.
O famoso vilão da DC (que poderíamos até chamar de "sogro do Batman") voltará, em breve, a atazanar a vida do cavaleiro das Trevas.
29 outubro 2007
Reviews: mudança de planos
Pessoal, como a pauleira a respeito do que postei na sexta-feira foi grande no sábado e no domingo; e esta semana é curta, por causa do feriado, em vez de fazermos uma atualização na segunda e outra na quinta-feira, resolvi fazer uma só, mas "recheada", com 30 resenhas ou mais.
Deve entrar no ar na quarta.
Pessoal, como a pauleira a respeito do que postei na sexta-feira foi grande no sábado e no domingo; e esta semana é curta, por causa do feriado, em vez de fazermos uma atualização na segunda e outra na quinta-feira, resolvi fazer uma só, mas "recheada", com 30 resenhas ou mais.
Deve entrar no ar na quarta.
Imagem do dia (1)
Cartaz de Alex Raymond, desenhista de Flash Gordon e Rip Kirby (Nick Holmes, no Brasil), para o filme Captain Blood. Não é o pôster oficial da película.
Capitão Blood (Captain Blood) foi dirigido por Michael Curtiz, em 1935, e adaptado do livro de Rafael Sabatini, com Errol Flynn, Olivia de Havilland, Lionel Atwill e Basil Rathbone.
Cartaz de Alex Raymond, desenhista de Flash Gordon e Rip Kirby (Nick Holmes, no Brasil), para o filme Captain Blood. Não é o pôster oficial da película.
Capitão Blood (Captain Blood) foi dirigido por Michael Curtiz, em 1935, e adaptado do livro de Rafael Sabatini, com Errol Flynn, Olivia de Havilland, Lionel Atwill e Basil Rathbone.
26 outubro 2007
Sem reviews nesta sexta
Bom, nossos leitores devem ter estranhado que não houve atualização de reviews neste sexta-feira. Mea culpa!
Cheguei meio tarde de uma viagem de trabalho ao Rio de Janeiro e, assim que entrei em casa (pensando em editar os textos), vi que meu filho mais velho estava doente, com febre alta, dor de cabeça, tontura e diarréia.
Como, pra mim, família é sempre prioridade, passei a madrugada com ele - quem é pai sabe que é praticamente impossível dormir nessas situações. Assim, preferi adiar a atualização para sábado ou segunda-feira.
Bom, nossos leitores devem ter estranhado que não houve atualização de reviews neste sexta-feira. Mea culpa!
Cheguei meio tarde de uma viagem de trabalho ao Rio de Janeiro e, assim que entrei em casa (pensando em editar os textos), vi que meu filho mais velho estava doente, com febre alta, dor de cabeça, tontura e diarréia.
Como, pra mim, família é sempre prioridade, passei a madrugada com ele - quem é pai sabe que é praticamente impossível dormir nessas situações. Assim, preferi adiar a atualização para sábado ou segunda-feira.
22 outubro 2007
19 outubro 2007
Direto do 5º FIQ
Galera, juro que tentei preparar uma nota sobre o 5º Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte pra atualização de sexta, mas cheguei tarde do evento e ainda tive que encarar 30 páginas de word só de resenhas.
De todo modo, consegui dar uma rápida passada pelas exposições - a maioria muito bacana -, conferi o bate-papo sobre mercado norte-americano, com o Eduardo Risso, o Renato Guedes, o Ed Benes e o Chris Bolson, conheci o Carlos Sampayo e o Mandrafina, encontrei vários leitores (e amigos) do Universo HQ e, no fim da noite, comandei uma entrevista com o Risso.
Só pra resumir (afinal, depois contarei tudo na matéria sobre o evento), o cara é sensacional. Já tinha tido essa impressão, quando eu, o Codespoti e o Naranjo o entrevistamos em 2002; e agora só atestei isso.
Amanhã é dia de falar com Giancarlo Berardi, um dos maiores roteiristas de HQs de todos os tempos. E tentarei pegar outros depoimentos.
Enquanto isso, veja algumas fotos deste FIQ.
Galera, juro que tentei preparar uma nota sobre o 5º Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte pra atualização de sexta, mas cheguei tarde do evento e ainda tive que encarar 30 páginas de word só de resenhas.
De todo modo, consegui dar uma rápida passada pelas exposições - a maioria muito bacana -, conferi o bate-papo sobre mercado norte-americano, com o Eduardo Risso, o Renato Guedes, o Ed Benes e o Chris Bolson, conheci o Carlos Sampayo e o Mandrafina, encontrei vários leitores (e amigos) do Universo HQ e, no fim da noite, comandei uma entrevista com o Risso.
Só pra resumir (afinal, depois contarei tudo na matéria sobre o evento), o cara é sensacional. Já tinha tido essa impressão, quando eu, o Codespoti e o Naranjo o entrevistamos em 2002; e agora só atestei isso.
Amanhã é dia de falar com Giancarlo Berardi, um dos maiores roteiristas de HQs de todos os tempos. E tentarei pegar outros depoimentos.
Enquanto isso, veja algumas fotos deste FIQ.
16 outubro 2007
15 outubro 2007
Festival de Andennes
Estive no Festival de Andennes, na Bélgica, neste final de semana e conheci o Stuart Immonen, atual desenhista de Ultimate Spider-Man (Homem-Aranha Millennium).
O sujeito é gente boa. Conversamos por algumas horas enquanto ele desenhava para os leitores, de graça (na Europa é comum a prática de sketches gratuitos, enquanto nos Estados Unidos, muitos artistas cobram uma boa grana pelos desenhos). Pude vê-lo fazer pelo menos uns quatro Super-Homens (um cara pediu para ele desenhar o personagem chorando!), alguns Batmen, três Homens-Aranha, um Thor e algumas dezenas de autógrafos, incluindo nas suas páginas de homenagem ao Asterix, lançadas num álbum que reúne arte de vários desenhistas.
O personagem no desenho acima é Dirk Anger, paródia de Nick Fury na série Next Wave (aliás, a minha cópia do encadernado francês, da Panini, veio premiadíssima, com a primeira história inteira impressa duas vezes) levou uns 10 minutos para ser feito, no lápis e na canetinha.
No evento estavam expostos originais de Jack Kirby. Páginas de suas histórias de faroeste, um cartaz do Dr. Destino, algumas páginas de 2001 - Uma Odisséia no Espaço, um original do Pantera Negra e algumas outras de obras menos conhecidas de Kirby.
Conversando com Immonen sobre estas artes, ele revelou que possui os originais de uma história inteira do Kirby, que nunca foi publicada (mas não me disse de qual personagem). Perguntei sobre a arte-final e ele riu: Vince Coletta.
O Coletta tem fama de fazer alguns trabalhos "nas coxas" para entregar tudo no prazo. No livro Tales to Astonish, que citei no post sobre biografias, o autor revela que Kirby teve alguns problemas com Coletta, pois o arte-finalista muitas vezes apagava cenários e detalhes do fundo, para poder terminar o trabalho mais depressa.
Também pude ver uma pasta de Immonen com páginas originais de Inferno (com arte-final de Wade Von Grawbadger), Superman - Identidade Secreta (arte-final de José Marzan), Moving Pictures (com arte-final do Immonen) e capas de Ultimate Spider-Man (no lápis).
Acabei comprando a página abaixo, da minissérie Inferno (Inferno #3, pagina 14, 1998), da DC. Estava num preço pra lá de camarada, e as outras estavam muito mais caras. Os originais de Moving Picture ele ainda não está vendendo, pois a história ainda está no início.
Aguardem para breve, no UHQ, mais novidades sobre Stuart Immonen.
Estive no Festival de Andennes, na Bélgica, neste final de semana e conheci o Stuart Immonen, atual desenhista de Ultimate Spider-Man (Homem-Aranha Millennium).
O sujeito é gente boa. Conversamos por algumas horas enquanto ele desenhava para os leitores, de graça (na Europa é comum a prática de sketches gratuitos, enquanto nos Estados Unidos, muitos artistas cobram uma boa grana pelos desenhos). Pude vê-lo fazer pelo menos uns quatro Super-Homens (um cara pediu para ele desenhar o personagem chorando!), alguns Batmen, três Homens-Aranha, um Thor e algumas dezenas de autógrafos, incluindo nas suas páginas de homenagem ao Asterix, lançadas num álbum que reúne arte de vários desenhistas.
O personagem no desenho acima é Dirk Anger, paródia de Nick Fury na série Next Wave (aliás, a minha cópia do encadernado francês, da Panini, veio premiadíssima, com a primeira história inteira impressa duas vezes) levou uns 10 minutos para ser feito, no lápis e na canetinha.
No evento estavam expostos originais de Jack Kirby. Páginas de suas histórias de faroeste, um cartaz do Dr. Destino, algumas páginas de 2001 - Uma Odisséia no Espaço, um original do Pantera Negra e algumas outras de obras menos conhecidas de Kirby.
Conversando com Immonen sobre estas artes, ele revelou que possui os originais de uma história inteira do Kirby, que nunca foi publicada (mas não me disse de qual personagem). Perguntei sobre a arte-final e ele riu: Vince Coletta.
O Coletta tem fama de fazer alguns trabalhos "nas coxas" para entregar tudo no prazo. No livro Tales to Astonish, que citei no post sobre biografias, o autor revela que Kirby teve alguns problemas com Coletta, pois o arte-finalista muitas vezes apagava cenários e detalhes do fundo, para poder terminar o trabalho mais depressa.
Também pude ver uma pasta de Immonen com páginas originais de Inferno (com arte-final de Wade Von Grawbadger), Superman - Identidade Secreta (arte-final de José Marzan), Moving Pictures (com arte-final do Immonen) e capas de Ultimate Spider-Man (no lápis).
Acabei comprando a página abaixo, da minissérie Inferno (Inferno #3, pagina 14, 1998), da DC. Estava num preço pra lá de camarada, e as outras estavam muito mais caras. Os originais de Moving Picture ele ainda não está vendendo, pois a história ainda está no início.
Aguardem para breve, no UHQ, mais novidades sobre Stuart Immonen.
14 outubro 2007
11 outubro 2007
Inpiração, homenagem ou plágio?
Sobre uma série desconecta de eventos e dois artigos interessantes.
Fato banal 1 - Em setembro deste ano, a Marvel lançou New X-Men # 42.
Fato banal 2 - Recentemente aconteceu um debate em Nova York, promovido pela revista The New Yorker, com Tim Kring (do seriado Heroes), Mike Mignola (pai do Hellboy), Grant Morrison (de Invisíveis e tantas outras coisas) e o escritor Jonathan Lethem.
Fato banal 3 - Escrevi um artigo sobre a volta de El Cazador, do Chuck Dixon.
E qual a relação destes três fatos com o tema do post? Primeiro vou explicar um pouco os fatos.
A capa de New X-Men # 42, de Skott Young, foi inspirada (ou é uma homenagem? Ou quem sabe plágio?) na pintura Shiner, do famoso ilustrador Norman Rockwell (literalmente um parênteses: Rockwell foi um dos maiores ilustradores do século 20 e ficou famoso com suas capas para o Saturday Evening Post).
Normalmente este tipo de coisa é relatado em inúmeros blogs, com pontos a favor ou contra. Confesso que sobre esta revista não vi menção recente.
Não conheço muita coisa do Jonathan Lethem, mas sei que ele escreveu um livro premiado, Fortress of Solitude, sobre a amizade entre uns garotos que se tornam super-heróis. Não é um livro sobre quadrinhos, é mais um relato sobre amizade, vivida num bairro de Nova York, mas existem algumas metáforas relativas aos quadrinhos.
Lethem também é o atual escritor de Omega The Unknown, outro título da Marvel, criado por Steve Gerber, aquele do Howard The Duck.
Gerber desceu a lenha no Lethem por estar assumindo o título (mais ou menos como o Frank Miller e o fato de outros artistas terem recriado a Elektra, mas esta é uma outra história). O assunto gerou uma pequena polêmica sobre direitos autorais, a atitude ética das editoras americanas e a postura dos autores (escritores e desenhistas) que trabalham com quadrinhos.
Quando escrevi o artigo sobre El Cazador, série que eu gostava bastante, revi as capas dos seis números publicados. Havia esquecido que a capa da quinta edição é uma homenagem (ou plágio... você captou a idéia) de The Bucaneer, pintura de Howard Pyle.
Pyle (1853-1911) é um ilustrador famoso, conhecido por suas pinturas sobre piratas e que abriu uma escola de arte (Brandywine) pela qual passaram nomes como Newell Convers Wyeth, Maxfield Parrish e Frank Schoonover.
Imagino que a maioria dos leitores não conheça estes nomes, mas na área da pintura e ilustração, é mais ou menos a mesma coisa que dizer (só para estabelecer a comparação) que Pelé montou uma escola de futebol pela qual passaram Zico, Ronaldo e Falcão. Quem estiver curioso que faça a busca de imagens no Google e se deslumbre com as pinturas (ou torça para que eu poste um artigo aqui).
Voltando ao assunto, The Bucanner, de Pyle, é relativamente famoso e já havia sido homenageado (insira aqui a palavra desejado) pelo Mignola (que estava no debate com o Lethem) na capa de Marvel Fanfare # 43, com Namor no papel do Bucaneiro.
O que liga os assuntos acima, foi que hoje, por coincidência, li um artigo do Eddie Campbell (de Do Inferno e The Fate of the Artist) sobre o plágio. O texto não é novo, foi escrito em fevereiro deste ano.
É muito interessante e bem escrito (e meio que centrado na posição do filósofo Collingwood), traz uma análise da obra de Roy Lichtenstein (aquele que pintava enormes telas com imagens dos quadrinhos), do movimento pop art, particularmente da pintura Whaam!.
A polêmica em relação ao trabalho de Lichtenstein é que ele copiou quadrinhos de outros artistas, particularmente Irv Novick em Johnny Cloud e Russ Heath.
Os comentários sobre o artigo de Campbell também são interessantes, com participação de Dave Gibbons (que menciona o fato das cópias de Lichtenstein serem tecnicamente muito inferiores aos originais de Novick e Heath); Neil Gaiman; John Coulthart e outros.
Coulthart é um artista britânico que trabalha com capas de CDs, DVDs e livros, e que tem um projeto de quadrinhos com o Alan Moore (The Soul). Ele menciona o trabalho do crítico de arte Robert Hughes sobre o "valor do novo", e algumas opiniões bem curiosas do produtor musical Brian Eno.
Em outro comentário é sugerida leitura do artigo The Ecstasy of Influence: A Plagiarism?, publicado na revista Harper's Magazine, em fevereiro de 2007, e escrito por Jonathan Lethem (escritor mencionado no fato banal 2).
Este é outro excelente artigo, focado no plágio na literatura, e igualmente relevante em termos do ponto de vista artístico, influências e da ética.
Infelizmente, para alguns leitores, os dois artigos que menciono aqui estão em inglês.
Existem centenas (ou até milhares) de capas como as que eu mostrei acima, indo das óbvias homenagens a Action Comics # 1 (surge o Superman) e Amazing Fantasy # 15 (primeira aparição do Homem-Aranha) às incontáveis referências a pinturas famosas (só a American Gothic deve ter uma dúzia), capas de discos, cartazes de filme (Apocalypse Now), etc.
Algumas encaro como homenagem; outras, como inspiração. E você? Comentários?
Sobre uma série desconecta de eventos e dois artigos interessantes.
Fato banal 1 - Em setembro deste ano, a Marvel lançou New X-Men # 42.
Fato banal 2 - Recentemente aconteceu um debate em Nova York, promovido pela revista The New Yorker, com Tim Kring (do seriado Heroes), Mike Mignola (pai do Hellboy), Grant Morrison (de Invisíveis e tantas outras coisas) e o escritor Jonathan Lethem.
Fato banal 3 - Escrevi um artigo sobre a volta de El Cazador, do Chuck Dixon.
E qual a relação destes três fatos com o tema do post? Primeiro vou explicar um pouco os fatos.
A capa de New X-Men # 42, de Skott Young, foi inspirada (ou é uma homenagem? Ou quem sabe plágio?) na pintura Shiner, do famoso ilustrador Norman Rockwell (literalmente um parênteses: Rockwell foi um dos maiores ilustradores do século 20 e ficou famoso com suas capas para o Saturday Evening Post).
Normalmente este tipo de coisa é relatado em inúmeros blogs, com pontos a favor ou contra. Confesso que sobre esta revista não vi menção recente.
Não conheço muita coisa do Jonathan Lethem, mas sei que ele escreveu um livro premiado, Fortress of Solitude, sobre a amizade entre uns garotos que se tornam super-heróis. Não é um livro sobre quadrinhos, é mais um relato sobre amizade, vivida num bairro de Nova York, mas existem algumas metáforas relativas aos quadrinhos.
Lethem também é o atual escritor de Omega The Unknown, outro título da Marvel, criado por Steve Gerber, aquele do Howard The Duck.
Gerber desceu a lenha no Lethem por estar assumindo o título (mais ou menos como o Frank Miller e o fato de outros artistas terem recriado a Elektra, mas esta é uma outra história). O assunto gerou uma pequena polêmica sobre direitos autorais, a atitude ética das editoras americanas e a postura dos autores (escritores e desenhistas) que trabalham com quadrinhos.
Quando escrevi o artigo sobre El Cazador, série que eu gostava bastante, revi as capas dos seis números publicados. Havia esquecido que a capa da quinta edição é uma homenagem (ou plágio... você captou a idéia) de The Bucaneer, pintura de Howard Pyle.
Pyle (1853-1911) é um ilustrador famoso, conhecido por suas pinturas sobre piratas e que abriu uma escola de arte (Brandywine) pela qual passaram nomes como Newell Convers Wyeth, Maxfield Parrish e Frank Schoonover.
Imagino que a maioria dos leitores não conheça estes nomes, mas na área da pintura e ilustração, é mais ou menos a mesma coisa que dizer (só para estabelecer a comparação) que Pelé montou uma escola de futebol pela qual passaram Zico, Ronaldo e Falcão. Quem estiver curioso que faça a busca de imagens no Google e se deslumbre com as pinturas (ou torça para que eu poste um artigo aqui).
Voltando ao assunto, The Bucanner, de Pyle, é relativamente famoso e já havia sido homenageado (insira aqui a palavra desejado) pelo Mignola (que estava no debate com o Lethem) na capa de Marvel Fanfare # 43, com Namor no papel do Bucaneiro.
O que liga os assuntos acima, foi que hoje, por coincidência, li um artigo do Eddie Campbell (de Do Inferno e The Fate of the Artist) sobre o plágio. O texto não é novo, foi escrito em fevereiro deste ano.
É muito interessante e bem escrito (e meio que centrado na posição do filósofo Collingwood), traz uma análise da obra de Roy Lichtenstein (aquele que pintava enormes telas com imagens dos quadrinhos), do movimento pop art, particularmente da pintura Whaam!.
A polêmica em relação ao trabalho de Lichtenstein é que ele copiou quadrinhos de outros artistas, particularmente Irv Novick em Johnny Cloud e Russ Heath.
Os comentários sobre o artigo de Campbell também são interessantes, com participação de Dave Gibbons (que menciona o fato das cópias de Lichtenstein serem tecnicamente muito inferiores aos originais de Novick e Heath); Neil Gaiman; John Coulthart e outros.
Coulthart é um artista britânico que trabalha com capas de CDs, DVDs e livros, e que tem um projeto de quadrinhos com o Alan Moore (The Soul). Ele menciona o trabalho do crítico de arte Robert Hughes sobre o "valor do novo", e algumas opiniões bem curiosas do produtor musical Brian Eno.
Em outro comentário é sugerida leitura do artigo The Ecstasy of Influence: A Plagiarism?, publicado na revista Harper's Magazine, em fevereiro de 2007, e escrito por Jonathan Lethem (escritor mencionado no fato banal 2).
Este é outro excelente artigo, focado no plágio na literatura, e igualmente relevante em termos do ponto de vista artístico, influências e da ética.
Infelizmente, para alguns leitores, os dois artigos que menciono aqui estão em inglês.
Existem centenas (ou até milhares) de capas como as que eu mostrei acima, indo das óbvias homenagens a Action Comics # 1 (surge o Superman) e Amazing Fantasy # 15 (primeira aparição do Homem-Aranha) às incontáveis referências a pinturas famosas (só a American Gothic deve ter uma dúzia), capas de discos, cartazes de filme (Apocalypse Now), etc.
Algumas encaro como homenagem; outras, como inspiração. E você? Comentários?
10 outubro 2007
O que estamos lendo... na Europa (7)
Comecei a série Mékong (da Dargaud), de Bartoll e Coyère, comprando o segundo número, lançado este ano, atraído pela capa e pela idéia de uma aventura francesa na Indochina, na Conchinchina (nome francês para a região do delta do rio Mekong, no sul do Vietnã, e incluindo parte reino do Camboja), para ser mais preciso. A trama se passa no final do século 19.
A história tem ingredientes como minas de prata, rubis, piratas e muita ação. Alan Thomas é um oficial da marinha mercante que acaba envolvido numa aventura para encontrar a mítica cidade perdida de Luang Jaya. Seu principal adversário é Duranton, uma espécie de eminência parda regional, conectado a Phan Tanh San, regente do Império de Anam, e grande opositor dos franceses. Duranton é um banqueiro em busca de seu filho, desaparecido em Luang Jaya.
Os desenhos são competentes, a diagramação tradicional e a narrativa eficiente. Não é, digamos, uma série de primeiríssima categoria, mas é divertida. O exotismo das locações e do regionalismo compensa alguns dos clichês do roteiro. Em certas partes a história me remeteu ao filme Lord Jim, de 1965, uma aventura no Mar da China, com James Mason e Peter O'Toole.
Jean-Claude Bartoll foi jornalista de agências como Sygma e Gamma, e cobriu assuntos como tráfico de escravos na república dominicana, o povo dos barcos em Hong Kong e mercenários europeus na África, antes de se voltar para o cinema, a animação e, mais tarde, os quadrinhos. Bartoll é o roteirista de Insiders, um thriller geopolítico.
Xavier Coyère começou a carreira nos quadrinhos em 1993, quando ficou em terceiro lugar num concurso de HQs da FNAC francesa e trabalhou com animação, por um período de 12 anos, antes de voltar a desenhar quadrinhos com Mékong.
O primeiro volume é Mékong - Or Rouge (o Ouro Rubro do título é uma alusão aos rubis) e o segundo é Mékong - Piège en Forêt Moï. Este volume termina num momento climático e agora preciso esperar o lançamento de Mékong - La Cité Interdite.
Comecei a série Mékong (da Dargaud), de Bartoll e Coyère, comprando o segundo número, lançado este ano, atraído pela capa e pela idéia de uma aventura francesa na Indochina, na Conchinchina (nome francês para a região do delta do rio Mekong, no sul do Vietnã, e incluindo parte reino do Camboja), para ser mais preciso. A trama se passa no final do século 19.
A história tem ingredientes como minas de prata, rubis, piratas e muita ação. Alan Thomas é um oficial da marinha mercante que acaba envolvido numa aventura para encontrar a mítica cidade perdida de Luang Jaya. Seu principal adversário é Duranton, uma espécie de eminência parda regional, conectado a Phan Tanh San, regente do Império de Anam, e grande opositor dos franceses. Duranton é um banqueiro em busca de seu filho, desaparecido em Luang Jaya.
Os desenhos são competentes, a diagramação tradicional e a narrativa eficiente. Não é, digamos, uma série de primeiríssima categoria, mas é divertida. O exotismo das locações e do regionalismo compensa alguns dos clichês do roteiro. Em certas partes a história me remeteu ao filme Lord Jim, de 1965, uma aventura no Mar da China, com James Mason e Peter O'Toole.
Jean-Claude Bartoll foi jornalista de agências como Sygma e Gamma, e cobriu assuntos como tráfico de escravos na república dominicana, o povo dos barcos em Hong Kong e mercenários europeus na África, antes de se voltar para o cinema, a animação e, mais tarde, os quadrinhos. Bartoll é o roteirista de Insiders, um thriller geopolítico.
Xavier Coyère começou a carreira nos quadrinhos em 1993, quando ficou em terceiro lugar num concurso de HQs da FNAC francesa e trabalhou com animação, por um período de 12 anos, antes de voltar a desenhar quadrinhos com Mékong.
O primeiro volume é Mékong - Or Rouge (o Ouro Rubro do título é uma alusão aos rubis) e o segundo é Mékong - Piège en Forêt Moï. Este volume termina num momento climático e agora preciso esperar o lançamento de Mékong - La Cité Interdite.
09 outubro 2007
Logotipos dos X-Men
Um assunto pouco abordado, e fundamental para os quadrinhos, são as letras. O letreiramento não está limitado só aos balões e recordatórios, mas também onamotopéias e até logotipos. Alguns artistas integram as onomatopéias em sua arte (Howard Chaykin, Walt Simonson, Sergio Toppi), outros transformam sua "caligrafia" em fontes para o computador, facilitando o trabalho sem perder o visual de "feito à mão".
De cabeça, só me recordo recentemente de dois livros sobre o assunto, diretamente relacionado com quadrinhos, um de Richard Starkings, da Comicraft (Comic Book Lettering: The Comicraft Way) e outro da DC, DC Comics Guide to Coloring and Lettering Comics (uma metade sobre letreiramento e a outra sobre colorização), de Mark Chiarello e Todd Klein.
Todd Klein, letrista norte-americano renomado, trabalhou em revistas como Sandman e X-Men, e ganhou 12 prêmios Eisner de melhor letrista por seu trabalho, desde 1993. Um fato no mínimo impressionante.
Em seu blog (em inglês), Klein está explicando a história dos logotipos das revitas mutantes da Marvel: X-Men, X-Factor, New Mutants, X-Force etc. Falando não só de seu trabalho mas também de outros como Sal Brodsky, Art Simek, Tom Orzechowski, Ira Schnapp, Gaspar Saladino, Alex Jay, Alan Davis, Ken Lopez e Jim Steranko (que criou a versão mais conhecida do logotipo dos X-Men).
Ele sugere que um logo para quadrinhos deveria ter entre três e oito letras, para ser ideal em termos de design, e muitas outras curiosidades. Em algumas partes, o texto é menos histórico e mais técnico (falando de proporções e perspectiva com três pontos de fuga) na análise dos logotipos. Esses artigos são permeados por citações de entrevistas com outros artistas e letristas.
O texto pode ser lido em diversas partes (parte 1, parte 2, parte 3, parte 4, parte 5 e parte 6).
Bastante interessante paa quem curte letras, design e a história da Marvel e dos X-Men.
Um assunto pouco abordado, e fundamental para os quadrinhos, são as letras. O letreiramento não está limitado só aos balões e recordatórios, mas também onamotopéias e até logotipos. Alguns artistas integram as onomatopéias em sua arte (Howard Chaykin, Walt Simonson, Sergio Toppi), outros transformam sua "caligrafia" em fontes para o computador, facilitando o trabalho sem perder o visual de "feito à mão".
De cabeça, só me recordo recentemente de dois livros sobre o assunto, diretamente relacionado com quadrinhos, um de Richard Starkings, da Comicraft (Comic Book Lettering: The Comicraft Way) e outro da DC, DC Comics Guide to Coloring and Lettering Comics (uma metade sobre letreiramento e a outra sobre colorização), de Mark Chiarello e Todd Klein.
Todd Klein, letrista norte-americano renomado, trabalhou em revistas como Sandman e X-Men, e ganhou 12 prêmios Eisner de melhor letrista por seu trabalho, desde 1993. Um fato no mínimo impressionante.
Em seu blog (em inglês), Klein está explicando a história dos logotipos das revitas mutantes da Marvel: X-Men, X-Factor, New Mutants, X-Force etc. Falando não só de seu trabalho mas também de outros como Sal Brodsky, Art Simek, Tom Orzechowski, Ira Schnapp, Gaspar Saladino, Alex Jay, Alan Davis, Ken Lopez e Jim Steranko (que criou a versão mais conhecida do logotipo dos X-Men).
Ele sugere que um logo para quadrinhos deveria ter entre três e oito letras, para ser ideal em termos de design, e muitas outras curiosidades. Em algumas partes, o texto é menos histórico e mais técnico (falando de proporções e perspectiva com três pontos de fuga) na análise dos logotipos. Esses artigos são permeados por citações de entrevistas com outros artistas e letristas.
O texto pode ser lido em diversas partes (parte 1, parte 2, parte 3, parte 4, parte 5 e parte 6).
Bastante interessante paa quem curte letras, design e a história da Marvel e dos X-Men.
08 outubro 2007
Tintim e Hergé sob a lupa dos estudiosos
Pode parecer difícil de acreditar, mas é provável que Hergé e Tintim possuam mais livros teóricos do que qualquer outro desenhista ou personagem.
São dezenas, ou até centenas, de obras incluindo biografias (Hergé - Lignes de Vie e Hergé: Fils de Tintin); entrevistas (Tintin et moi : Entretiens avec Hergé); análises genéricas de Tintim, como Tintin and the World of Hergé; estudos detalhados de obras específicas como Les dossiers de Tintin, sobre as três versões de A Ilha Negra, ou Les mystères du Lotus Bleu; suplementos de jornais e revistas, como Tintin - Reporter du Siècle, publicado pelo Le Figaro; cronologia da obra em cinco volumes (Hergé: Chronologie d'une Oeuvre); restrospectiva do Jornal de Tintim (publicada na comemoração dos 60 anos da editora Lombard); catálogos comemorativos de exposições; análises de personagens como Bianca Castafiore; e especiais sobre filatelia (Le Timbre Voyage Avec... Tintin), cidades (Tintin et la Ville), automóveis (Tintin et les Autos); e até um dicionário de nomes (Dictionnaire des noms propres : Tintin de Abdallah à Zorrino).
Desta série de cidades e carros, também existe um volume sobre Tintim e os barcos (Tintin, Haddock et les bateaux).
Isso sem falar nas edições fac-símile, que reproduzem os álbuns originais em preto-e-branco, ou as primeiras edições coloridas, antes das modificações dos álbuns mais recentes, e os Archives Hergé, que são grandes volumes reunindo a obra de Hergé em preto-e-branco.
Além desses livros, os interessados em Tintim e Hergé, como eu, ainda podem encontrar as obras abaixo.
La Petite Bibliothèque du Tintinologue, da Champs/Flammarion, é um estojo que reúne três obras teóricas: Hergé Fils de Tintin (outra versão do livro de Bonoît Peeters), Hergé Écrivain (de Jan Baetens) e Les Métamorphoses de Tintin (de Jean-Marie Apostolidès).
Les Métamorphoses de Tintin, escrito em 1984, tem 444 páginas e foi um dos primeiros livros a fazer uma análise séria dos 22 volumes de Tintim, indo da análise semântica e psicológica à crítica literária, e mostra as transformações pelas quais passaram os álbuns e a arte de Hergé.
Hergé Écrivain tem 224 páginas e é uma análise literária de Tintim, como foco nos textos, personagens e as histórias de Hergé. E é menos centrado na arte.
Hergé Fils de Tintin é uma das biografias mais conhecidas de Hergé, com 648 páginas. Esta versão foi revisada e atualizada, e mostra a vida de Hergé, de 1907 a 1983. No final, inclui uma analise do legado do artista.
Estes livros, no formato pocket book, praticamente não são ilustrados (à exceção de um caderno de oito páginas de fotografias em preto-e-branco em Hergé Fils de Tintin, e uma meia dúzia de imagens em Hergé Écrivain).
Hergé - Tintin le Terrible ou L'Alphabet des Richesses, de Alain Bonfand e Jean-Luc Marion, da Hachette Littératures, tem 144 páginas e faz uma análise do fascínio que Tintim exerce sobre seus leitores, falando de fidelidade e traição, ética e imoralidades, amizades e inimizades, e do bem e do mal.
Outro volume interessante é Tintim Noir Sur Blanc - L'Aventures des Aventures 1930-1942, da Casterman. Bem ilustrado e destinado a colecionadores sérios, analisa todas as edições de Tintim em preto-e-branco, com minúcias de cada uma das impressões destes álbuns.
Só como exemplo, o livro tem tabelas com as diferenças de cinco edições (todas em preto-e-branco) do Cetro de Otokar, publicadas nos anos de 1939, 1941 e 1942, e incluindo uma classificação de até 5 estrelas para mostrar a raridade de cada um destes volumes (que por vezes são vendidos por preços altíssimos, como no caso de Vôo 714 para Sidney e Tintim no País dos Soviéticos).
No epílogo uma tabela mostra as diversas versões e as tiragens conhecidas destes exemplares.
Para finalizar, um dicionário de xingamentos do Capitão Haddock (Le Haddock illustré : L'intégrale des jurons du capitaine Haddock), de Albert Algoud. Este é um livro divertido, num formato horizontal que os franceses chamam de "italiano", em forma de dicionário, explicando as origens históricas e culturais dos diversos impropérios que o marinheiro Haddock utiliza nos álbuns de Tintim.
Também foram lançados outros volumes (que eu não tenho) desta série, com o professor Girassol (Le Tournesol illustré) e um livro sobre os segredos do Licorne (Les vrais secrets de la Licorne).
Pode parecer difícil de acreditar, mas é provável que Hergé e Tintim possuam mais livros teóricos do que qualquer outro desenhista ou personagem.
São dezenas, ou até centenas, de obras incluindo biografias (Hergé - Lignes de Vie e Hergé: Fils de Tintin); entrevistas (Tintin et moi : Entretiens avec Hergé); análises genéricas de Tintim, como Tintin and the World of Hergé; estudos detalhados de obras específicas como Les dossiers de Tintin, sobre as três versões de A Ilha Negra, ou Les mystères du Lotus Bleu; suplementos de jornais e revistas, como Tintin - Reporter du Siècle, publicado pelo Le Figaro; cronologia da obra em cinco volumes (Hergé: Chronologie d'une Oeuvre); restrospectiva do Jornal de Tintim (publicada na comemoração dos 60 anos da editora Lombard); catálogos comemorativos de exposições; análises de personagens como Bianca Castafiore; e especiais sobre filatelia (Le Timbre Voyage Avec... Tintin), cidades (Tintin et la Ville), automóveis (Tintin et les Autos); e até um dicionário de nomes (Dictionnaire des noms propres : Tintin de Abdallah à Zorrino).
Desta série de cidades e carros, também existe um volume sobre Tintim e os barcos (Tintin, Haddock et les bateaux).
Isso sem falar nas edições fac-símile, que reproduzem os álbuns originais em preto-e-branco, ou as primeiras edições coloridas, antes das modificações dos álbuns mais recentes, e os Archives Hergé, que são grandes volumes reunindo a obra de Hergé em preto-e-branco.
Além desses livros, os interessados em Tintim e Hergé, como eu, ainda podem encontrar as obras abaixo.
La Petite Bibliothèque du Tintinologue, da Champs/Flammarion, é um estojo que reúne três obras teóricas: Hergé Fils de Tintin (outra versão do livro de Bonoît Peeters), Hergé Écrivain (de Jan Baetens) e Les Métamorphoses de Tintin (de Jean-Marie Apostolidès).
Les Métamorphoses de Tintin, escrito em 1984, tem 444 páginas e foi um dos primeiros livros a fazer uma análise séria dos 22 volumes de Tintim, indo da análise semântica e psicológica à crítica literária, e mostra as transformações pelas quais passaram os álbuns e a arte de Hergé.
Hergé Écrivain tem 224 páginas e é uma análise literária de Tintim, como foco nos textos, personagens e as histórias de Hergé. E é menos centrado na arte.
Hergé Fils de Tintin é uma das biografias mais conhecidas de Hergé, com 648 páginas. Esta versão foi revisada e atualizada, e mostra a vida de Hergé, de 1907 a 1983. No final, inclui uma analise do legado do artista.
Estes livros, no formato pocket book, praticamente não são ilustrados (à exceção de um caderno de oito páginas de fotografias em preto-e-branco em Hergé Fils de Tintin, e uma meia dúzia de imagens em Hergé Écrivain).
Hergé - Tintin le Terrible ou L'Alphabet des Richesses, de Alain Bonfand e Jean-Luc Marion, da Hachette Littératures, tem 144 páginas e faz uma análise do fascínio que Tintim exerce sobre seus leitores, falando de fidelidade e traição, ética e imoralidades, amizades e inimizades, e do bem e do mal.
Outro volume interessante é Tintim Noir Sur Blanc - L'Aventures des Aventures 1930-1942, da Casterman. Bem ilustrado e destinado a colecionadores sérios, analisa todas as edições de Tintim em preto-e-branco, com minúcias de cada uma das impressões destes álbuns.
Só como exemplo, o livro tem tabelas com as diferenças de cinco edições (todas em preto-e-branco) do Cetro de Otokar, publicadas nos anos de 1939, 1941 e 1942, e incluindo uma classificação de até 5 estrelas para mostrar a raridade de cada um destes volumes (que por vezes são vendidos por preços altíssimos, como no caso de Vôo 714 para Sidney e Tintim no País dos Soviéticos).
No epílogo uma tabela mostra as diversas versões e as tiragens conhecidas destes exemplares.
Para finalizar, um dicionário de xingamentos do Capitão Haddock (Le Haddock illustré : L'intégrale des jurons du capitaine Haddock), de Albert Algoud. Este é um livro divertido, num formato horizontal que os franceses chamam de "italiano", em forma de dicionário, explicando as origens históricas e culturais dos diversos impropérios que o marinheiro Haddock utiliza nos álbuns de Tintim.
Também foram lançados outros volumes (que eu não tenho) desta série, com o professor Girassol (Le Tournesol illustré) e um livro sobre os segredos do Licorne (Les vrais secrets de la Licorne).
06 outubro 2007
Superproteção de tela
No ano passado, divulguei no UHQ que o site Useless Creation estava disponibilizando uma proteção de tela pra computador com uma animação 3D do Super-Homem, contendo imagens do filme Superman - O Retorno.
Como ela ainda está disponível e é muito bacana - a música de fundo é nada mais, nada menos que o tema clássico do Homem de Aço -, resolvi lembrar novamente aos leitores (pode ser que alguém tenha passado batido, na época).
Como ela ainda está disponível e é muito bacana - a música de fundo é nada mais, nada menos que o tema clássico do Homem de Aço -, resolvi lembrar novamente aos leitores (pode ser que alguém tenha passado batido, na época).
É só clicar aqui pra fazer o download.
Marvel em fotonovela
Para se ter uma idéia, na página em inglês da Wikipedia os fumetti são descritos como "um gênero americano de quadrinhos ilustrados com fotografias".
Em abril de 1984, a "Casa das idéias" lançou uma inusitada HQ especial de humor que deixou os leitores positivamente surpresos: The Marvel Fumetti Book, na verdade uma revista com 18 fotonovelas estreladas pelos editores e quadrinhistas da editora.
Ah, claro, tem a participação de alguns personagens dos gibis. Hulk e Homem-Aranha são alguns deles, mais uma figura cartunesca que não conheço.
Ah, claro, tem a participação de alguns personagens dos gibis. Hulk e Homem-Aranha são alguns deles, mais uma figura cartunesca que não conheço.
Consegui um exemplar dessa revista num site de leilão. Li de uma vez só. As histórias curtas - algumas de apenas uma página - são legais, umas bastante engraçadas, outras tantas medianas, mas, no geral, dá pra rir numa boa. A coisa é bem tosca, tem umas "montagens" que divertem por si só.
Mas o melhor, mesmo, é ver reunida uma porção de pesos-pesados dos quadrinhos da Marvel , muitos deles bem jovens e outros - como Dave Cockrum - que já não estão mais entre nós.
Mas o melhor, mesmo, é ver reunida uma porção de pesos-pesados dos quadrinhos da Marvel , muitos deles bem jovens e outros - como Dave Cockrum - que já não estão mais entre nós.
Algumas dessas feras são: Stan Lee (é claro!), Bill Mantlo, Terry Austin, Bret Blevins, John Byrne, Mike Carlin, Chris Claremont, Al Milgrom, Tom DeFalco, Archie Goodwin, Mark Gruenwald, Larry Hama, Walter Simonson, Denny O'Neil, Joe Rubinstein, Jim Shooter e muito mais.
E só pra explicar: lá nos Estados Unidos, as fotonovelas são chamadas de fumetti, diferente de outros países que utilizam o termo para se referir às histórias em quadrinhos (desenhadas) italianas.
E só pra explicar: lá nos Estados Unidos, as fotonovelas são chamadas de fumetti, diferente de outros países que utilizam o termo para se referir às histórias em quadrinhos (desenhadas) italianas.
Para se ter uma idéia, na página em inglês da Wikipedia os fumetti são descritos como "um gênero americano de quadrinhos ilustrados com fotografias".
05 outubro 2007
Mais um gênio que se vai...
Nos últimos dias, o Sérgio trouxe a este blog algumas alegres (e invejáveis) notícias do mercado europeu de quadrinhos.
Hoje, entretanto, vou divulgar uma nota triste sobre um grande nome da história dos quadrinhos do Velho Continente : há poucos dias, faleceu o espanhol Manfred Sommer, criador de personagens como Frank Cappa e autor de diversas obras cuja qualidade não me deixa esquecer por que razão eu amo tanto as histórias em quadrinhos.
Como fã de Tex, também não posso deixar de citar a participação de Sommer nas HQs do ranger. Os belos desenhos de Tex Gigante # 12 - Mercadores de Escravos (Mythos Editora, 2003) dispensam comentários.
Manfred Sommer estava desenhando outra aventura de Tex. Infelizmente, a obra ficará incompleta.
Vou escrever uma nota mais completa pra ser publicada no UHQ na próxima segunda-feira.
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