O que estamos lendo... na Europa (7)
Comecei a série Mékong (da Dargaud), de Bartoll e Coyère, comprando o segundo número, lançado este ano, atraído pela capa e pela idéia de uma aventura francesa na Indochina, na Conchinchina (nome francês para a região do delta do rio Mekong, no sul do Vietnã, e incluindo parte reino do Camboja), para ser mais preciso. A trama se passa no final do século 19.
A história tem ingredientes como minas de prata, rubis, piratas e muita ação. Alan Thomas é um oficial da marinha mercante que acaba envolvido numa aventura para encontrar a mítica cidade perdida de Luang Jaya. Seu principal adversário é Duranton, uma espécie de eminência parda regional, conectado a Phan Tanh San, regente do Império de Anam, e grande opositor dos franceses. Duranton é um banqueiro em busca de seu filho, desaparecido em Luang Jaya.
Os desenhos são competentes, a diagramação tradicional e a narrativa eficiente. Não é, digamos, uma série de primeiríssima categoria, mas é divertida. O exotismo das locações e do regionalismo compensa alguns dos clichês do roteiro. Em certas partes a história me remeteu ao filme Lord Jim, de 1965, uma aventura no Mar da China, com James Mason e Peter O'Toole.
Jean-Claude Bartoll foi jornalista de agências como Sygma e Gamma, e cobriu assuntos como tráfico de escravos na república dominicana, o povo dos barcos em Hong Kong e mercenários europeus na África, antes de se voltar para o cinema, a animação e, mais tarde, os quadrinhos. Bartoll é o roteirista de Insiders, um thriller geopolítico.
Xavier Coyère começou a carreira nos quadrinhos em 1993, quando ficou em terceiro lugar num concurso de HQs da FNAC francesa e trabalhou com animação, por um período de 12 anos, antes de voltar a desenhar quadrinhos com Mékong.
O primeiro volume é Mékong - Or Rouge (o Ouro Rubro do título é uma alusão aos rubis) e o segundo é Mékong - Piège en Forêt Moï. Este volume termina num momento climático e agora preciso esperar o lançamento de Mékong - La Cité Interdite.
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