Durante a infância (ainda no bom e velho Estrelão e com bolinha chata) e a adolescência (já com botões, mesas e regras oficiais, além da bolinha redonda e de feltro) joguei muito - e bem, modéstia à parte. Tanto que cheguei a ser federado pelo Clube Atlético Indiano e minha carteira da Federação Paulista de Futebol de Mesa, ainda guardada em casa, é uma das mais antigas, a de número 11, se não me engano.
Foram dois ou três anos em que viajei por várias cidades e fui a diversos bairros de São Paulo para defender o Indiano em competições por equipe e individuais. Um barato!
E isso andava esquecido até a semana passada, quando, muito sem querer, conheci o Felipe Figueiredo, que está fazendo o documentário Vai pro gol. Na verdade, ele ia entrevistar o Mauricio de Sousa, que jogou na infância (como a maioria da molecada pré-geração videogame), e acabei contando um pouco das minhas peripécias no botonismo.
Resultado: fui entrevistado pelo Felipe e estou até no trailer do documentário, que pode ser visto abaixo. Depois da conversa, admito: estou com vontade de tirar minha velha Seleção Brasileira de 1982 da gaveta e voltar a "bater uma bolinha", mesmo que seja só por diversão.
32 comentários:
Tenho mais de 20 times.
O meu saudoso Estrelão, o campão no qual eu costumava jogar e que ficou guardado na casa dos meus pais, minha mãe fez o "favor" de mandar pro lixo há uns dez anos, dizendo que tava "estragado".
Cáspita, a tinta verde tinha sumido totamente nas duas pequenas áreas, deixando só o marrom da madeira e parecendo aqueles campos em que a grama some perto do goleiro. Pra mim, era o máximo!
Então, em 2005, comprei um novo campo (bem menor) pra voltar a jogar.
Só que faço isso sozinho, não tenho ninguém contra quem competir. Mas bolo umas tabelas bem legais.
A propósito, acreditem ou não, com nove anos de idade criei uma tabela igualzinha à da atual Copa do Brasil. :-)
O Flamengo é o maior vencedor, seguido do Central de Caruaru.
O meu Estrelão foi batizado de "Cerca Rato". Explico : na minha infância morei em uma casa onde tinha ratos. A cozinha da casa não tinha porta e quando minha mãe saía correndo pela casa gritando que tinha um rato lá, meu pai imediatamente pegava meu Estrelão para tampar a entrada e impedir a saída do rato.
Quando eu começava a jogar botão (obviamente quando o campo estava "liberado"), eu dizia com voz de narrador : "vai começar mais uma peleja entre Fluminense e Flamengo no monumental Cerca Rato!".
Quando moleque, eu jogava e narrava os jogos. Minha mãe dizia que eu seria locutor de rádio - quase acertou, já que fui repórter esportivo.
Há alguns anos, joguei na casa do Cassius Medauar. Foi muito divertido.
Só que nos campeonatos pra valer, os da federação, a coisa é mais séria. Você não pode nem comemorar durante o jogo, só quando acaba.
Tanto que as imagens no trailer são de quando toca o alarme que determina o final das partidas.
Mas, em qualquer situação, jogar botão é ótimo para dar uma desestressada.
Show de bola essa matéria. Sou adm do blog www.futmesabrasil.com onde tem grandes nomes do futebol de mesa como Adalto sambaquy que é de sua epoca e outros. Várias historias, contos do Décourt e coisas atuais, comheça o blog.
Se bem vindo novamente ao futmesa, abraços fique com Deus
Por causa da paixão que até hoje nutro por jogo de botão, cometi um pecado: recortei meu álbum Ping-Pong da Copa de 82 pra colar os rostos dos jogadores do Brasil e da Argentina nos botões.
Somente quando veio a internet e surgiram os sites de leilão, foi que consegui comprar outro exemplar do álbum.
Eu não cheguei a recortar meu álbum de figurinhas. Alguns botões da estrela vinha com a "cara" do jogador para você colar nos botões de plástico. Depois passei para os de galalite. O meu craque era o Revétria (que jogava no Cruzeiro) que era feito tampa de relógio e eu pintei de azul celeste. Para desestressar não tem coisa melhor. Não jogo há anos.
Sidão, eu também só jogava narrando e comentando as partidas. Com direito a imitação dos bordões de narradores e comentaristas da TV e do rádio, como Osmar Santos e Mário Viana.
Você deve ser o Glauco, pelo que vi no blog, confere?
Conheci e joguei com muita gente das antigas, como o Mouradian, o Atienza, que na época era professor do São Judas (que tinha um timaço, ainda na época do botão com "tampa"), que era onde eu estudava, e me levou para o Indiano, o Dela Torre e outros.
Quem era um pouco mais novo que eu, e soube que virou um grande botonista foi o Azeitona, que jogava no então Canadá (que virou Maria Zélia).
Visitarei o Blog.
Abraço
Ramone e LBC, quando comecei a jogar direto, eu fazia meus times. Ia em relojoarias e pedia tampas de relógio, depois comprava adesivos dos times, aplicava e pintava.
Se contar os botões de plástico da Estrela e mais antigos, daqueles que vinham com as carinhas dos jogadores, eu tinha mais de 100 times.
E nunca recortei álbuns, mas as minhas figurinhas repetidas de um antigo álbum da Abril sempre iam parar lá.
Mas a doideira maior que fiz foi com os Futebol Cards. Lembram disso?
Como essa coleção saiu na época da inauguração do primeiro placar eletrônico do Brasil, no Maracanã, eu abri um retângulo numa caixa de sapato, colei um papel deixando um dos lados sem duréx e, cada vez que eu fazia um gol, a "foto" do craque aparecia no meu "placar eletrônico".
Baita lembrança gostosa da minha infância, essa.
Caraca! Essa do placar eletrônico foi muito boa! Lembro do Futebol Cards sim, claro. Masquei muito chiletão para completar minha coleção. Boas lembranças.
Futebol Cards é inesquecível! Eu tinha muitos, mas hoje só tenho unzinho. :-(
E, raios, por que não tive essa ideia do placar eletrônico, na época? Show de bola! :-)
Sidão,
Aqui na Pingado, rolam torneinhos de futebol de botão quase todas as tardes! heheh. É febre mesmo. Como disse o cara no trailer: todo lugar tem alguém que joga botão. Abraço.
Robles, me avisa quando tiver, que, se aceitarem convidados, apareço!
Abraço
Excelente matéria. Eu sou fã de futebol de botão. Apesar de não ser inscrito em nenhuma federação, fui, por diversass vezes campeão em campeonatos de colégio e clubes que eu frequentava aqui em Maceió. Como todos aqui eu também tenho um Estrelão e o meu é bem das antigas pois herdei de u tio meu que jogava na infância, assim como todos os botões dele.
Eu também fazia meus botões, mas de uma forma bem mais artesenal, com acrílico. Arredondava duas partes de acrícilo, escolhia a foto do jogador e colava entre as partes, ralando ao final para dar a forma do botão. Depois passava palha bombril para tirar os arranhões e logo após passava pó de azulejo para dar o brilho. Ficavam lindos.
Minha flanela, com a minha seleção tá aqui guardada, pronta para um dia reviver seus dias de glórias, se não através de mim, pelas mãos de meu filho. Mas é isso, gostei muito da matéria pois fez reviver na memória um tempo muito bom de minha infância. Parabéns Sidão!
Que legal, Milton.
Pra mim, é uma dureza ver meu filho dizer que "jogar botão não tem graça".
"Ah, falou", respondo. "O futebol de botão, em que você depende de estratégia, destreza e habilidade, é chato? Legal é o videogame, em que você só precisa apertar botões, né?".
Mas cada geração com a sua mania...
O Renan não sabe o que tá perdendo, Sidão!
Sidão! Está convidadíssimo! É só marcar! Mas já aviso que não é nada profissa. Os nossos botões são aqueles baratinhos de loja de brinquedo da Gulliver. Falta espaço para uma mesona daquelas oficiais... heheh.
É, eu sempre joguei, desde pequeno, tinha aquelas botões da estrela e depois comprei aqueles melhores.
Lembro que a Placar tinha uma sessão com escudos pra vc recortar e fazer seus times, e eu sempre usava.
Tb jogava sozinho e narrava, mas como tenho um irmão dois anos mais novo (caio medauar), em geral sempre jogavamos juntos. Faziamos todos os tipos de campeonatos e cada um ia se alterando nos times.
Também fiz varios campeonatos na minha rua e com os amigos, desde quando era pequeno até há uns 7, 8 anos quando reuniamos uns marmanjos todas as quartas na casa do Mario Luiz C. Barroso (editor da abril) pra jogarmos campeonatos. Era bom demais.
abraços.
Cassius Medauar
Cassius, usei muitos dos escudos da Placar nos meus botões. Os do Central, que citei acima, vieram dali. :-)
Putz, que época boa!
Pois é Sidão! A geração de hoje só quer saber de videogame (apesar de que também sou meio viciado). E quanto ao meu filho, eu tô apenas "na vontade" dele dar continuidade a esse vício saudável do futebol de botão pois tá cedo para saber já que o mesmo só tem 10 meses. :D
E Ramone, sinta-se desafiado para uma partida. E Sidão, quando vier de novo para Maceió, poderiamos marcar um torneiozinho eu, vc e Ramone. O que acha?
Outra coisa: as traves!
Sempre gostei de ver a bola estufando a rede. Eu simplesmente recortava a rede de plástico que vinha com os times da Gulliver, deixava só a moldura e colava com Araldite uma rede feita com pano de mosquiteiro.
Era uma belezura ver a bola dando aquela estufada.
Atualmente, tenho duas traves com moldura de ferro e redes de tecido furadinho, que comprei numa loja de brinquedos, em 2005.
E os goleiros, caramba!
Eu usava caixas de fósforos das maiores (mas não tão grandes que cobrissem demais as traves) e as enchia de chumbo ou pedrinhas pra ficarem bem pesadas. Depois, as cobria com fitas adesivas das cores do times.
Mas tem uma coisa que ainda gosto naqueles goleiros pequenos e arredondados, que vêm nos botões de acrílico: se tirarmos aquela barra de sustentação, eles dão "pulos" e fazem "pontes" quando defendem as bolas. A sensação é massa!
Marcus, você mora em sp? Depois de várias edições do HQGol, poderiam rolar um HQBotão...
Leandro, infelizmente moro bem longe, em Maceió. :-(
Milton, desafio aceito.
Ramone, eu fazia o mesmo: caixas de fósforos viravam goleiros.
Com um detalhe: lembra que, atingamente, tinha as caixas Pinheirão e Olhão, que eram pouco maiores?
Pois bem, eu fiz dois goleiros "gigantes", que praticamente tampavam o gol. Quem eram eles? Os dois goleiros mais altos do Brasil na época: Jairo (que havia chegado no Corinthians) e Neneca (campeão brasileiro pelo Guarani em 1978).
Eram essas de que falei, Sidão. :-)
Ainda existem dessas grandonas, que já viraram goleiros dos últimos botões que comprei, há poucos anos.
Tive um time do Corinthians em acrílico transparente, com a imagem dos jogadores. Era da Gulliver e trazia Sócrates, Biro-Biro, Zenon e, se não me engano, o Jairo tava no meio.
jogo de botão e quadrinhos... só coisa boa. confesso que até rolou uma vontade de jogar agora, quase duas décadas depois da última vez.
Eu tb fazia meus goleiros com caixas de fósforo , botava moedas ou areia ou outra coisa qualquer dentros e sempre fazia as "camisas", com fita crepe, fita isolante, durex e papeis coloridos.
Um dos mais legais foi o Barbiroto, goleiro que ficou pouco no SP mas tinha um nome bem legal! :-)
Hahahaha...Jairo e Neneca! Meu Deus! Quanto tempo!
Eu tenho uma boa história de campeonato de botão que depois posto aqui.
Tá, mesmo sendo menina, confesso que eu joguei vários "campeonatos" que os meninos da minha rua criavam...mas sempre eu era a "café com leite" do jogo...ou seja, "deixa ela participar só pra não encher o saco!" Meus botões e meu reluzente goleiro era Fluminense, claro...mas na mesa, eu só ficava em último lugar na colocação! Fazer o que? Brincar de boneca mesmo...hehehe. Mas valeu a pena! Eita infância boa!
Os botões que eu mais gosto (role a barra do navegador pra ver imagens):
http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-169899617-series-historicas-futebol-de-boto-futebol-de-mesa-_JM
São de endoidar.
Também preferia jogar com tampa, Emílio.
Abraço
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