Nesta semana o Following Friday apresenta o divertidíssimo Danilo Gentili.
Ele já fez de tudo um pouco – vendeu remédios, carregou caixas e até pastor batista o cara foi – mas atualmete diverte as pessoas com seus shows de comédia stand-up, suas matérias no programa CQC da Bandeirantes, algumas charges eventuais e seus textos na internet e no jornal Metro.
Então, vamos à entrevista com Danilo, e depois aproveite para ver dois vídeos com clipes dos shows de comédia stand-up do rapaz.
Vamos começar por um lado que as pessoas não conhecem tanto. Você é cartunista e chargista e manda bem no desenho. Quais são suas influências? Você lê quadrinhos atualmente? Quais?
DG - Eu sou um cartunista frustrado. Adoraria viver disso. Hoje em dia meu nome é menos desconhecido, mas não tenho tempo pra me dedicar. E sempre abandono o desenho porque olho pra ele e penso: é uma droga... não tenho estilo.
Minha influência pra começar a desenhar eu creio ter sido a MAD. Eu cresci lendo e adorava. Hoje em dia eu leio mais graphic novels quando tenho tempo. Ah, sim...também sempre pego jornal do chão e leio tiras. De quem for! Adoro tiras! Muito mesmo!
Ainda falando sobre quadrinhos, no ano passado você fez uma matéria para o CQC no Troféu HQ Mix. Por que não foi ao ar? Você voltará a cobrir o evento esse ano?
DG - Espero muito voltar pra cobrir a matéria, que não foi ao ar porque não ficou muito boa. Faltaram entrevistas e coisas curiosas. Os cartunistas às vezes são tímidos. Eu ia falar com alguns e não rendia muita coisa. Mas entendo porque também sou tímido. Espero voltar lá e falar com todo mundo e levar uma puta entrevista pro ar! Este ano vai dar certo. Quero que dê porque sou muito fã de quadrinhos! Se entrevista de capa de Playboy dá certo, as dos quadrinhos têm que dar muito mais. A Mulher-Maravilha é muito mais gostosa que a Claudia Ohana.
Sobre o CQC, o programa ressaltou sempre que é jornalístico – principalmente para contornar aquele momento em que foi barrado no Congresso Nacional – mas você mesmo não é jornalista, certo? Sua formação é Comunicação Social.
DG - Não sou jornalista. Mas tenho registro de jornalista. O Congresso não me barrou porque não sou formado em jornalismo. Ele barrou o CQC e a essência do que fomos fazer lá: questionar de forma irreverente e livre os caras que pagamos pra trabalhar pra gente.
Como além da sua participação no CQC, você tem uma coluna no jornal Metro, queria saber o que você pensa da lei que permite jornalistas atuarem apenas se forem diplomados.
DG - Acho que essa lei deve ser ótima pro cara que acabou de sair da faculdade, assim ele encontra menos concorrência. Mas se a moda pegar, vou ficar desempregado duas vezes, pois além de não ter diploma de jornalista, também não tenho de humorista. E se eu quiser então me dedicar aos quadrinhos, tô ferrado de novo porque também não tenho diploma de cartunista.
Não sei... o que você acha? Quem está mais apto pra escrever uma coluna de futebol num jornal? O Neto ou o cara recém-formado? Quem entende mais do assunto?
O que escrevo no Metro não é uma coisa jornalística, é uma coluna de humor. A verdade é que muitas vezes as pessoas me dizem: "você não tem diploma e não poderia trabalhar com reportagens". E eu digo: "E daí? Também não tenho graça e trabalho como humorista."
A primeira vez que o vi foi no excelente Clube da Comédia Stand-up, tempos antes de você, o Rafinha Bastos e o Oscar Filho se juntarem ao CQC. Me corrija se eu estiver errado, mas tenho a impressão de que justamente o sucesso do Clube fez espalhar uma febre de comediantes stand-Up, um gênero que tinha poucos expoentes no Brasil. Uma vez que você está justamente nessa geração que está firmando o gênero, gostaria de saber em quem se inspirou? Quando pensou: posso viver de comédia stand-up?
DG - Cresci vendo comediantes americanos na TV e em filmes. E sempre persegui o gênero. Antes de fazer em palco, escrevia no caderno e na redação na escola. Depois fazia na igreja durante pregações. Depois em blogs... até que fui pro bar e fiz lá. E depois no teatro.
Não procuro me "inspirar" em ninguém, pois o meu instinto me diz que o autêntico é melhor do que o copiado, sempre. Veja se não é assim no desenho também. Quem você acha que vai conquistar mais espaço? Alguém com um rabisco primário, porém único, ou um cara que copiou o traço e desenha igualzinho ao Eisner? Creio que o autêntico é muito melhor que o copiado, por mais genial que o original do copiado seja. Isso é estilo.
Eu mantive meu emprego e fui fazendo stand-up só porque gostava. Nunca fiz pensando viver disso. Só fiz porque gostava. Como muito futuro gênio do quadrinho com certeza faz hoje - mantém o emprego chato e rabisca nas horas vagas. No dia em que deu certo, larguei tudo.
Você tem feito uma campanha para aumentar seus seguidores no Twitter [a abertura de seu site tem uma foto do Danilo vestido de Chapolin Colorado indicando para as pessoas segui-lo no miniblog. O que você acha dessa ferramenta?
DG - Eu só quero ter muito seguidor porque acho o Twitter uma ferramenta poderosa pra mim. Posso ir pra qualquer lugar do País e soltar no Twitter: "Hoje tenho show em tal lugar" e então milhares de pessoas sabem disso. Além disso, é divertido, não é?
Você tem xavecado muita mulher pelo Twitter. É tudo brincadeira?
DG - É brincadeira. Mas é o tipo de brincadeira que, se a mulher cair, é sério... Deixa de ser brincadeira.
Agora que se encerrou a sua Twitter Fight com o suposto João Gordo [veja mais neste post], você tem algum comentário ou piada nova sobre isso?
DG - Não. Parei de fazer piada com o João Gordo. Pra fazer as pazes eu até ia convidar ele pra almoçar, mas vi quanto tenho na poupança e não ia dar pra pagar a conta.
Mesmo antes do Clube da Comédia e do CQC, você tinha um blog com charges e um podcast. A internet alavancou sua carreira de alguma forma?
DG - O Youtube foi o que mais me popularizou. Uns três anos atrás eu andava na rua e via gente me dizendo: "Que bom, hein, Nogueira!" [veja o vídeo abaixo pra entender]
Pra encerrar: da mesma forma que estou indicando você para os nossos leitores, indique alguém que você lê/assiste/ouve/acompanha.
DG - Eu indico pros leitores esse site [UHQ]. Navegue. Fuce. Veja quantos artistas excelentes o Brasil tem... algo excelente o Brasil tinha que ter né?
----------------------------------------
Fique agora com dois vídeos de shows stand-up do Danilo. Para saber mais sobre ele viste o site http://www.danilogentili.com e siga essa figura no twitter.com/danilogentili
-------------
Zé Oliboni pode ser seguido no twitter.com/oliboni
2 comentários:
Em primeiro lugar parabéns Zé, uma novidade e uma entrevista muito boas. O Danilo não precisa de comentários favoráveis, o cara é muito bom no que faz. Quanto ao cartum, se ele tiver mais tempo, pode ser com certeza uma segunda profissão.
Acho o Danilo um chato e apelão, só chama a atenção pela polêmica do politicamente incorreto! Parece aqueles moleques que ficam na frente do computador xingando tudo e todos, sem critério nenhum, mas ao invés do computador, fica atrás de um microfone! Pronto Falei!
Paty Killer
Postar um comentário