A verdadeira primeira edição brasileira de Matrix ComicsNos últimos dias, a
Panini começou a anunciar a sua edição de
Matrix Comics, os famosos quadrinhos baseados no universo dos Irmãos Wachowski e criados por nomes como Neil Gaiman, Michael Kaluta, Paul Chadwick, Geof Darrow e outros tão cotados quanto.
Quando li sobre isso, um
buraco de minhoca abriu na minha cabeça, me levando de volta quase uma década atrás, na pioneira e extinta loja de quadrinhos
Planeta Proibido, que agitou a nerdlândia portoalegrense nos anos de 1990.
Não consigo ter muitas pistas de em que ano eu estava, mas o limite de dez anos de lançamento do filme, o preço da revista em reais e o fato de ser já na sede da
Planeta da Rua Jerônimo Coelho me faz pensar que talvez já estivéssemos nesta nossa década.
Não importa. Foi nesse dia que, se minha memória não me engana, comprei
Matrix, uma revistinha em formatinho, 28 páginas, capa cor (mas miolo em impressão offset P&B vagabunda), produzida por um estúdio chamado
Nona Arte.
Eis a capa, com o logo do
Nona Arte do canto superior esquerdo:

Trata-se, claro, de material completamente pirata, uma espécie de tataravó dos
scans, só que mais cara de se fazer.
E que, de qualquer forma, dentro de sua ilegalidade,
é a primeira edição impressa dos quadrinhos de Matrix no Brasil.Na ânsia com que eu comprava HQs na época, acabei levando, mesmo sem dar muita bola para a qualidade e já tendo lido as histórias no site do filme. Sei lá, parecia legal.
Com a notícia do lançamento da
Panini, achei que seria legal dividir com os leitores esta edição e ver se alguém sabe de mais pistas. Aí vasculhei meu armário até encontrá-la. E achei.
A revista traz três histórias.
Uma é
Os arquivos de Zion, com roteiro dos Wachowski e arte de Geof Darrow (
Hard Boiled). Em seguida, vem
Beep... beep... beeeeeep, de Vince Evans, que também faz a capa.
Performance final, de Jim Krueger e Tim Sale, encerram o volume.
A arte, nos três casos, é prejudicada - provavelmente porque os originais são os arquivos de baixa resolução do
site.
Clique para aumentar e veja como ficou a arte de Vance:

Vale reparar nas imagens pixelizadas e no letreiramento irregular na arte de Tim Sale:

Não dá para saber muita coisa sobre o
Nona Arte, infelizmente.
A revista não traz expediente. A única forma de contato com o estúdio é um e-mail do
BOL - que está desativado atualmente. Outra pista sobre a procedência é um anúncio da loja
Revista & Cia, que os leitores de Fortaleza devem conhecer.
Como geralmente essas lojas anunciam em revistas de seus clientes, dá para imaginar que a primeira edição de
Matrix brasileira é cearense. Só que isso é apenas uma hipótese, certo?
Nas minhas mãos só chegou a primeira edição. Mas um anúncio da revista promete outros volumes:

Será que foram lançados? Será que alguém tem a coleção completa dos
Matrix Comics brasileiros?
Algum leitor aí sabe de algo que eu não sei e quer dividir com a galera?
Respostas podem ser deixadas na caixa de comentários.
PS 1) Nos comentários, o editor do ótimo selo de quadrinhos brasileiros
Nona Arte, André Diniz, expressou certa preocupação em ser confundido com o estúdio
Nona Arte. Claro que quem conhece o trabalho sério do Diniz jamais confundiria as duas coisas, apesar da coincidência do nome. Mas fica o alerta pra algum desavisado.
PS 2) Os colegas de
UHQ Sidão, Naranjo e Delfin já revelaram que também têm seus exemplares de
Matrix. Ou seja: no mínimo, foi uma revista que circulou bastante.