29 fevereiro 2008

Sem Koike

Acaba de entrar no ar no Universo HQ a resenha do último volume de Samurai Executor. O texto marca não só o desfecho de um grande mangá, mas também a chegada do primeiro período sem uma obra de Kazuo Koike nas bancas desde janeiro de 2005, quando a Panini lançou o primeiro Lobo Solitário.

Foram três anos em que o autor japonês esteve presente nas bancas ininterruptamente. Além dos dois títulos que tiveram arte de Goseki Kojima, ainda houve outros dois: o elegante Yuki, lançado pela Conrad com arte de Kazuo Kamimura, e o deliciosamente freak Crying Freeman, da própria Panini. Com a exceção de Yuki, os demais já tinham saído no Brasil, em séries que foram canceladas antes de chegarem ao fim.

Agora, depois de quatro coleções completas, não há nenhum anúncio de uma nova série de Koike pela frente em nenhuma editora. É uma pena.

Koike é um grande roteirista, mestre em grandes reviravoltas. Às vezes, suas tramas parecem fracas, mas aí vem a virada, e então tudo faz sentido -- até mesmo os pontos fracos. Para quem vinha acompanhando todos os títulos ao longo desses 37 meses, ele vai fazer falta.

Mas sua ausência nas bancas é uma boa oportunidade para os leitores que, chafurdando em lançamentos, perderam alguma série. Todas ainda estão disponíveis em gibiterias e, às vezes, até mesmo em livrarias e sebos, muitas vezes com excelentes descontos de mais de 50% no preço -- basta saber cavocar.

Na dúvida, pode-se pesquisar a seção de resenhas do Universo HQ antes de comprar: todas as edições foram resenhadas, uma a uma, e serve como um guia de compras para quem não se importa com spoilers leves.

10 comentários:

Igor Bone disse...

E todas as obras do cara, simplesmente todas, valem muito a pena. Principalmente Lobo Solitário, acho que ali ele atingiu o auge, com essas histórias mais reflexivas e poéticas. Mas Freeman e Yuki, mais voltados para ação, não ficam atŕas, cumprem bem seu papel e são muito bem executadas. Eu tb recomendo. =)

Amalio Damas disse...

Adorei Lobo Solitário, achei Crying Freeman no mínimo surreal e estou na metade de Samurai Executor, porque moro numa região setorizada. Yuki está na minha lista. Fãs de Koike, uni-vos! Vamos mandar e-mails para a Panini, Conrad, Devir, JBC, etc, pedindo mais obras do mestre das reviravoltas!

Eduardo Nasi disse...

Eu pessoalmente gosto muito do Freeman, principalmente quando a série assume sua bizarria. Mas é a mais improvável de ser amada.

Igor Bone disse...

O começo do Freeman é muito bom. O final que eu achei meio prolongado demais, a série podia ser menor um pouco, parece que fica meio repetitivo em alguns pontos. Dava pro Koike ter agilizado alguns momentos e tirado outros, diminuia fácil um volume e meio. =)

Bone

Hunter disse...

Bah, não pode ficar sem Koike no Brasil!

O negócio é publicar Wounded Man, além de se passar parcialmente no Brasil (especificamente na Amazônia) e ter a excelente arte de Ryoichi Ikegami, ainda tem a sequência mais bizarra da história do mangá!

Diálogo pinçado fora do contexto:
"O sangue nos meus olhos me impede de ver. Urine em mim para limpá-lo!"

Eu poderia descrever a cena, mas ela é tão bizarra que eu levaria MUITO tempo! Mas posso dizer que não troco minha (raríssima) edição americana da série, publicada pela ComicsOne, por nada.

Hunter (Pedro Bouça)

Eduardo Nasi disse...

De fato, é uma série promissora, Pedro. Quando estiver com mais tempo, descreva a cena toda. ;)

Hunter disse...

Sente a insanidade, Nasi:

O protagonista (personagem de mangá mais marombado desde o Kenshiro de Hokuto no Ken/Guerreiro da Estrela Polar) estava no Brasil em Serra Pelada (!) tentando ganhar dinheiro como garimpeiro (isso no início dos anos 80, claro). Então a mocinha, uma repórter japonesa, vai atrás dele para fazer uma reportagem sobre o único garimpeiro japonêsna região.

Bem, uma japonesinha no meio de um lugar sem lei como Serra Pelada está pedindo, né? Então um grupo de garimpeiros pega a garota e a amarra em um tronco de árvore com o óbvio objetivo de seviciá-la. Eis então que surge o mocinho.

Rola bastante coisa, mas para resumir a questão o herói acaba saindo no pau com os garimpeiros. Sem uma arma à mão, ele ergue o símbolo fálico, quer dizer, o tronco (ainda com a garota amarrada!) e o usa para bater nos bandidos! Só que como quem bate também leva, ele acaba com um corte no supercílio que cobre seus olhos de sangue. Sem poder largar o tronco para limpar e com a mocinha logo acima de sua cabeça, ele tem a idéia genial a que me referi acima.

O nível de insanidade da séria continua elevado no resto da história, com direito a uma nevasca na amazônia (!) e uma pancadaria final em um porta-aviões afundando (!!!). É CLÁSSICO!!!

Outra sugestão seria Offered (também de Koike e ikegami), que começa durante uma competição de atletismo em São Paulo (!) em que um atleta, o protagonista, é raptado, descobre que é um descendente de Gilgamesh e é obrigado a fazer sexo com a filha (virgem, claro!) de Adolph Hitler. Não estou brincando! E isso é só no PRIMEIRO capítulo!

Koike fascina! Só lamento que a ComicsOne, que traduziu essas maravilhas para o inglês, tenha falido. Por que será?

Hunter (Pedro Bouça)

Eduardo Nasi disse...

Caramba, genial isso. E pelo visto ninguém vai trazer...

Hunter disse...

Mais previsível mas não menos interessante seria trazerem o Path of the Assassin, a série de samurai da dupla Koike/Kojima que a Dark Horse está publicando agora nos EUA.

Essa mostra a juventude de Ieyasu Tokugawa (!) e seu treinamento pelo mestre ninja Hattori Hanzo (!!!).

Acho que deve ser boa. Estou comprando a edição americana mas ainda não tive tempo de ler (é, eu sei).

Como a Panini brasileira anda mais ou menos acompanhando os lançamentos da Dark Horse, é possível que ainda saia. Talvez (atenção: É chutômetro!) estejam só esperando a Panini italiana (que ainda está publicando LS...) "alcançar" os lançamentos da brasileira para ter os filmes digitais e coisas assim.

Hunter (Pedro Bouça)

Guilherme Kroll disse...

Interessante. Se eu tivesse ganhado na loteria, publicaria essas coisas.