A (pouca) memória dos quadrinhos
O texto que você confere agora estava inicialmente em preparação para ser uma nova coluna no Museu dos Quadrinhos, de minha autoria, mas, devido a pouca informação que consegui reunir, acredito que se encaixa melhor aqui no blog do UHQ.
Quando falo de pouca memória sobre os quadrinhos, no título dessa postagem, não me refiro aos quadrinhos produzidos no Brasil, mas sim aos diversos títulos e revistas já publicados por aqui.
O que me chamou a atenção para o fato foi uma resenha produzida pelo jornalista Eduardo Nasi, na qual ele comenta sobre os EUA que “mesmo por lá, com muito mais pesquisadores, museus e livros teóricos, a história dos quadrinhos ainda está por ser escrita”. Se lá é assim, imagine a situação por aqui!
Com esse gancho, apresento agora alguns álbuns de quadrinhos publicados entre 1974 e 1975 pela Editora Etcetera, do Rio de Janeiro.
Além de livros e de uma revista infantil ilustrada chamada Pluft, que durou 14 números, a editora também lançou HQs, entre formatinhos, como Perry Nosso Homem no Espaço (para adultos – adaptação em quadrinhos dos famosos romances da série Perry Rhodan) e de personagens infanto-juvenis, com Robie, Tortax, Zé Robô e Quebra-Nozes.
Na seqüência, a Etcetera colocou alguns álbuns em bancas: O Mágico de Oz, Guliver, Popeye, Tortax e um volume só com quadrinhos nacionais, Geração Espontânea.
Popeye apresenta uma bacana trama do personagem, pelo seu criador, E. C. Segar, na qual ele encontra e adota Zezé.
Guliver e Tortax são quadrinhos franco-belgas para o público jovem. O primeiro uma adaptação do clássico por Jiaser (pseudônimo de José Antonio Serna Ramos), e o segundo apresenta uma tartaruga que se transforma num super-herói divertido, por Dubouillon e Auguste.
O Mágico de Oz é adaptação do livro homônimo, mas não constam créditos.
Finalmente, Geração Espontânea apresenta HQs nacionais infanto-juvenis, com belas ilustrações feitas por diversos autores e que remetem ao estilo “psicodélico” daquela época, consagrado pelo desenho O Submarino Amarelo, com os Beatles.
Constam ainda chamadas para os álbuns Amadeus e Yoko Tsuno, dos quais não tenho conhecimento se foram ou não publicados.
Agradeço ao Ota pelas informações que consegui e a artista Hilda Ferreira, que participou da Etcetera (conheça aqui o trabalho dela).
Se você tiver outros dados sobre a editora ou quiser compartilhar informações sobre quadrinhos antigos, por favor, entre em contato no naranjo@universohq.com.
8 comentários:
Putz, isso é duca! Belo resgate histórico, Nara!
E eu nunca tinha ouvido falar dessas HQs.
Isso tudo é só um pequeno exemplo do quanto foi grande o nosso mercado de quadrinhos.
Oi Marcelo, mt bacana esse post.Ja postei na materia anterior no Sidney Gusman, sobre O descaso da Conrad Editora com Blade e Sanctuary(que não estao sendo publicados e nao deram explicação aos leitores), a galera do UHQ podia dar uma averiguada nisso e dar uma explicacao aos leitores!! abraço
Ossidon, pode deixar que estamos averiguando.
Perry Rhodan saiu em quadrinhos aqui no Brasil! Putz! Bizarro... Há imagens dessa HQ? Postem pelo menos uma! Excelente resgate histórico. Parabéns.
Muchas gracias por la portada de Guliver del amigo Serna Ramos, le encantara saber que haceis referencia a su comic publicado en Alemania en la revista Yps. Os dejo un enlace con referencia a su obra http://es.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Antonio_Serna_Ramos
Un abrazo desde España
Rebote "Jose Luis"
Era menino quando pedi pro meu pai comprar a única edição de "Tortax" publicada no Brasil. Curti muito a revista e esperei pelo número 2 que jamais foi publicado... se tivesse guardado a revistinha...
Tenho a do Tortax até hoje, bem com a colecão do Asterix e Mortadelo e Salaminho...quanto será que vale?
Excelente trabalho.Pena haver tão pouca informação disponível.
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