O que estamos lendoDez avaliações rapidinhas, porque o tempo é curto.
Os Supremos - Edição Definitiva: faz tempo que você não pega uma história em quadrinhos daquelas que não consegue parar de ler? Então, confira esta edição que a
Panini lançou em duas versões, com capa dura e cartonada - um trabalho de primeira. O Mark Millar fez dos Vingadores um Authority. Nada da inocência dos "maiores heróis da Terra". E os desenhos do Bryan Hitch simplesmente destroem. Na minha opinião, de longe, o melhor título da linha
Millennium.
Astro City - Primeira Família: esta série é muito bacana. Tomara que mais leitores a descubram. Neste especial da
Pixel, Kurt Busiek consegue passar pro leitor como uma criança de verdade se sentiria em meio a seres tão poderosos. Não como autores que acham que garotos passam a caçar assassinos do dia pra noite e esquecem a infância numa boa. Os desenhos do Brent Anderson complementam a HQ com categoria.
Guerra Civil # 2: inegável que a história é cativante, mas é dose um cara que combateu o crime durante anos ao lado do Capitão América, de uma hora pra outra, virar seu inimigo. Guardadas as proporções, é como em
Gorazde, do Joe Sacco. As pessoas eram vizinhas, amigas e assim que foi deflagrada a guerra, começaram a se matar por serem de etnias diferentes. Se esse quadro fosse no
Ultiverso, até engoliria, mas no Universo tradicional da
Marvel, parece que a teoria de um recomeço (do meu amigo Eduardo Nasi) para consertar as lambanças de tantos anos se avizinha. Ou alguém acredita que o mundo vai
mesmo ficar sabendo quem é o Homem-Aranha?
52 # 2: esta maxissérie é a confirmação do quanto a
DC aposta em leitores com grande conhecimento prévio de seu universo. As histórias do Gladiador Dourado, de Renee Montoya, de Alan Scott e do agora amargurado Homem-Elástico até têm uma boa condução, mas estão recheadas a menções de acontecimentos recentes e, às vezes, longínquos. Para um fã veterano, como eu, ok. Mas fico pensando no cara que não saca essas referências. No final da revista, estão contando os últimos 20 anos da editora em poucas páginas, possivelmente pensando em quem não acompanhou isso tudo, mas as informações são esparsas demais. Ou seja, é um paliativo. Quanto à arte, só me incomodou a HQ do Gladiador, pois Ralph Dibny fica aparecendo com e sem barba de um quadro para outro.
Biblioteca Histórica Marvel - Quarteto Fantástico - Volume 1: muita gente já leu na
minha resenha no
Universo HQ que o ponto fraco deste luxuoso álbum é o excesso de erros de português/digitação. É algo a ser melhorado, sem dúvida. Mas, como também deixei claro no texto, trata-se de um clássico dos quadrinhos mundiais que merece ser conferido e a
Panini está de parabéns por trazer essa coleção para o Brasil.
Justiça # 6: outra HQ empolgante, que te deixa ávido pelo próximo número. Depois de um começo morno, em que a trama estava sendo explicada, Alex Ross e Jim Krueger começam a arquitetar o contragolpe dos super-heróis. Eléktron, Batman, Mulher-Maravilha e Superman estão de volta ao jogo, deixando o leitor ansioso pelo próximo passo.
Justiça só me faz pensar mais e mais se o caminho para as grandes editoras não seria abandonar as amarras da cronologia e se concentrar apenas em fazer boas histórias. Para pensar.
Front # 18: devo resenhar este álbum pro
UHQ, mas vai aqui uma palhinha. Foi uma das edições que menos gostei da
Front. Há, sem dúvida, bons desenhos, mas alguns roteiros deixam demais a desejar. Há, inclusive, roteiristas que fazem basicamente o mesmo tipo de história, sempre falando de si mesmos. A típica história “pro autor”, não “de autor”. Só muda o estilo. A seleção poderia ser melhor. Também faltou uma notinha editorial explicando ao leitor o porquê da redução de formato, do americano para 16 x 23 cm.
Bone # 11: a série de Jeff Smith entrou numa fase que aguardar o próximo álbum é uma tortura. História muito bem contada, com desenhos atraentes e uma bela narrativa. O autor começa a desvendar pistas que vinham sendo lançadas na história desde o começo. Vovó Ben se arma contra o ataque dos inimigos e Espinho ganha mais e mais força na trama, que ganha ares de mistério e intriga. O que fica bem legal é o contraste desse clima com o desenho “fofinho” dos Bone. Torço pra
Via Lettera lançar logo as continuações.
Red Rocket 7 - A Saga do Rock: não sou um grande fã de rock’n’roll e, justamente por isso, dei mais valor para este trabalho de Mike Allred, muito bem editado pela
Devir. A história é interessante até pra quem não curte tanto o gênero musical mais cultuado do planeta. Em algumas passagens, é verdade, a trama é acelerada de modo meio brusco, pra dar tempo de colocar no álbum todos os cantores e bandas que ele queria, mas ainda assim é legal a forma como o autor amarrou a trama de Red Rocket 7 à trajetória do rock pelo mundo. E o lance de o álbum ser no formato dos velhos discos de vinil (25,5 x 25,5 cm) é bem sacado.
Rising Stars - Volume 3 # 1: quando a
Mythos lançou uma edição compilada desta série, em 2005, apesar dos desenhos fracos, bem estilão
Image, fiquei ansioso pela continuação. Assim que a
Panini assumiu
Rising Stars, portanto, não tinha como não ficar ansioso. Mas que decepção. J. Michael Straczynski começou o
Volume 2 de maneira equivocada, com um salto de dez anos no tempo, e, quando parecia que daria um rumo razoável à trama, repete a dose neste arco. Pra complicar, as artes quase sempre deixam a desejar. Enfim, quem um dia chamou
Rising Stars de "novo
Watchmen" é, no mínimo, um herege.