Os atrasos nas revistas e os problemas de distribuição da Panini merecem críticas, sem dúvida. No entanto, ao contrário do muitos leitores querem fazer parecer, a editora tem acertado em diversos pontos.
Na minha opinião, uma das grandes sacadas da multinacional italiana nos últimos anos tem sido a republicação de clássicos das HQs de super-heróis em formato americano e papel de luxo - tanto que sugeri à comissão do HQ Mix sua inclusão na categoria Projeto Editorial.
Nessa bem-sucedida empreitada, já saíram as fases de Frank Miller em Demolidor, os Novos Titãs de Marv Wolfman e George Pérez, a Saga da Fênix Negra, Massacre de Mutantes, o Thor de Walt Simonson, a Tropa Alfa e o Quarteto Fantástico de John Byrne, Lanterna Verde / Arqueiro Verde de Dennis O'Neil e Neal Adams, Crise nas Infinitas Terras, Os Maiores Clássicos dos Vingadores, a Mulher-Maravilha de George Pérez, Lendas (o mais recente) e outros.
E agora vem aí a interessantíssima Biblioteca Histórica Marvel, que trará as primeiras aventuras dos heróis da "Casa das Idéias" num formato bacanudo, algo que poucos sonharam em ver no nosso mercado.
Portanto, parabéns à Panini e que venham mais desses valiosos resgates.
9 comentários:
eu comprei três dos quatro volumes do demolidor de frank miller e fiquei decepcionado com a alteração dos diálogos.
comprei alguma coisa depois disso, sempre da DC, mas não acho que seja essa coca-cola toda.
se porventura eles soltassem a fase do hulk esmaga desenhada pelo sal buscema e com argumento de roy thomas, talvez eu ponderasse melhor.
ou mesmo a fase do homem aranha (a primeira fase) desenhada pelo john romita jr.
a., acho que muito mais do que a qualidade das histórias (algumas não são mesmo essa Brastemp), vale pela iniciativa de colocar essas HQs que se tornaram clássicas no mercado de novo. Para um público diferente ou resgatando o antigo.
Também acho ótimo o lançamento desses encadernados de sagas clássicas.
Em minha opinião, os melhores são os dois volumes de Lanterna Verde/Arqueiro Verde do Dennis O'Neil e do Neal Adams, o Thor do Simonson e os do Demolidor do Miller.
Com certeza, é o ponto alto do projeto editorial da Panini no Brasil (falando de comics, é claro).
gusman, acho que o tiro mais certeiro da panini foi o grandes clássicos DC do alan moore. perfeita essa coletânea.
concordo com a idéia de relançamento de coisa clássica.
só discordo da modificação dos textos, mas entendo o lado deles, pois não devem ter acesso às matrizes usadas à época do lançamento original pela abril.
eu tenho a saga da fênix negra em formatinho.
quando vi que mudaram os diálogos do demolidor, nem me preocupei em comprar o encadernado dos x-men.
também critico o critério da panini.
deixou, por exemplo, camelot 3000 de fora, que foi publicado pela mythos.
um material daquela qualidade merecia tratamento melhor, enquanto a chatíssima fase da mulher maravilha de george pérez foi lançada com material de qualidade superior.
o mesmo vale pra fase do thor de walter simonson, na minha opinião, inferior a, por exemplo, surfista prateado de stan lee e john buscema.
grande abraço.
a. (de alexandre)
Alexandre, mas os diálogos, quero crer, foram mudados porque na época da Abril eles eram reescritos na cara-dura.
Agora, imagino (porque não tenho as orinais gringas), as traduções sejam mais fiéis ao que saiu nos EUA.
Abraço
Particularmente eu gosto muito mais da tradução dos encadernados da Panini... no geral os diálogos são muito mais detalhados e completos do que os dos formatinhos, que tinham que ser condensados e, as vezes, adaptados para a "cronologia própria" que a Abril usava.
Mas, cá entre nós: não consigo gostar da nova tradução do Sandman, prefiro as traduções originais da Globo. Eu sei que é apenas cisma minha, uma afetividade exacerbada aos meus primeiros contatos com a série, mas não consigo superar isso, rss... Conscientemente eu sei que ambas as traduções são ótimas, apenas diferentes, graças à adaptabilidade da língua portuguesa... mas o impacto da primeira leitura de uma série como Sandman é muito marcante, eu até sabia os diálogos de cor...
Enfim, coisa de colecionador sentimental, rsss
Rodrigo Emanoel Fernandes
Rodrigo, agora sou obrigado a discordar. Se você comparar as traduções dos Sandman da Globo e da Conrad, verá que na versão atual muitos erros foram corrigidos.
Qualquer dia, vou até fazer um post disso aqui. O Daniel Pellizari, que traduz Sandman agora, é um dos maiores e mais competentes "nerds do Sonhar" que conheci! :-)
Como também sou fã do trabalho da Globo (afinal, fiz parte da equipe de produção por um tempo), quando estou editando o texto tomo muito cuidado para não deturpar o original. E, acredite, várias vezes o Daniel me convenceu e mes mostrou erros que eu nem sonhava na época da Globo.
(Um dos mais marcantes foi em Vidas Breves: na versão da Conrad saiu, em uma certa página, "VERDE DE MOSTRADOR DIGITAL". O original era Green of VDU. Ou seja, correto. Na Globo saiu "verde como VODU".)
Há casos em que fui voto vencido, como no último volume, em que o cachorro do Destruição foi traduzido para Barnabé. Está errado? Não, mas eu preferia Barnabas.
No entanto, o próximo volume (que estou editando neste instante, diga-se de passagem) teve o NOME traduzido na Globo de forma errada. Worlds' End saiu como Fim do Mundo. Mas é Fim dos Mundos! Isso deve ser corrigido agora.
Abraço
Pertinente seu comentário sobre a Panini, realmente eles estão fazendo um resgate muito importante de histórias clássicas. Porém, a distribuição cada dia que passa fica pior, aqui pelas bandas de Franca, as revistas chegam na loja da distribuidora, mas ela só distribui o que quer, então na banca onde compro, não chega e quando vou procurar na loja, que é longe da minha casa, já acabou. Ainda bem que temos a internet pra nos salvar. Ainda prefiro o jornaleiro, porque tenho conta e só pago no dia do pagamento.
Sidão... não é nem questão de concordar ou discordar, é como eu disse antes: eu SEI que a tradução da Conrad é ótima... é só uma questão de nostalgia e afinidades minhas que não tem nada de racional, é coisa de colecionador sentimental mesmo... daqueles que ficam lembrando do dia exato que compraram o número 1 de Sandman e associam cada palavra da edição à circunstâncias pessoais. Racionalmente falando eu acho que vocês tem mais é que refazer a tradução mesmo pra tudo sair o melhor possível, afinal a primeira publicação de Sandman foi bem tumultuada, me parece, cheia de idas e vindas, imagino mesmo que muitos erros devem ter passado. Não ligue pras ranhetices do vovô aqui não, rss... é coisa de velho ranheta sentimental, rss...
Rodrigo Emanoel Fernandes
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