10 março 2007

Ele morreu! Ele morreu!

Lembro que, em 1992, quando a DC Comics divulgou a notícia de que o Super-Homem receberia em breve o abraço da morte, o mundo voltou os olhos para os quadrinhos. Antes e durante o que foi considerado o maior acontecimento do universo das HQs, o evento ganhou um destaque raramente oferecido a personagens de gibis.

Jornais, revistas e rádios abriram espaço pra noticiar o fato e suas conseqüências. O assunto adentrou até mesmo as rodas de bate-papos entre quem não era leitor de quadrinhos.

Há poucos dias, mais uma morte nos gibis despertou o interesse da mídia. É só procurar: em tudo quanto é país tem jornal, TV e site divulgando e comentando o bater das botas do Capitão América.

New York Times, CNN e o catzo a quatro, só pra citar as grandes empresas de comunicação do Estados Unidos, divulgaram a notícia com estardalhaço. No Brasil, a Folha de S.Paulo e outros jornais de uma porrada de estados já deram nota sobre a morte do bandeiroso.

Na TV, o Jornal da Globo fez uma rápida matéria sobre a morte do bandeiroso, mas no caso do Super-Homem deu até Jornal Nacional. Ah, também o Otávio Mesquita mencionou o fato em seu programa, pois é fã confesso de quadrinhos de super-heróis.

E aconteceu, também, o que era de se esperar: as vendas de Captain America # 25 estouraram. Há estados dos EUA em que os exemplares já esgotaram. A Marvel anunciou que até o dia 21 de março será impressa uma nova tiragem.

Outra coisa interessante é que muitas comics shops norte-americanas entraram no clima e estão ornamentando as lojas com motivos do Capitão. A Neptune Comics (de Waukesha, Wiscosin), por exemplo, disponibilizou um espaço que expressa o luto na forma de um pano preto e uma coroa de flores nas cores da bandeira dos Estados Unidos, em meio a action figures e HQs do finado personagem.

À parte tudo o que se possa dizer sobre a qualidade das atuais histórias em quadrinhos de super-heróis, é inegável que Marvel e DC sabem bastante o que fazer pra alavancar as vendas dos gibis de seus ícones. As duas editoras manjam mesmo de marketing.

7 comentários:

Anônimo disse...

Mais um que morre para depois ressucitar... Com um público como esse, não é tão difícil assim manjar de marketing: basta repetir a mesma fórmula batida, que os leitores caem como patinhos. Basta casar o personagem ou matá-lo, e depois ressucitá-lo, e por aí vai. Tudo isso só mostra a crise de criatividade nas histórias em quadrinhos, a ponto de precisarem desse tipo de truque para aumentar as vendas. Não é a toa que os mangás têm mais influência hoje nos adolescentes e crianças (e inclusive mulheres) que os quadrinhos de super-heróis.

Anônimo disse...

Sei não, mas acho que parte da celeuma por causa da morte se deve também ao nome dele: Capitão AMÉRICA.

Sem entrar no mérito, mas acho que o duplo sentido deve ter agradado bastante os meios de comunicação.

Abraços.

Marcus Ramone disse...

Concordo, Victor. A falta de criatividade há muito tempo atingiu os quadrinhos de super-heróis. Vide as pelo menos duas megahipersuperdocaralho sagas que acontecem todo ano na Marvel e na DC, e que "mudarão para sempre a vida" desses personagens.
Acontece que esse marketing batido tem dado certo. Taí o caso do Capitão América, que ganhou destaque em tudo quanto é mídia e ainda resultou no aumento das vendas da revista.
Eu abomino esse tipo de coisa, mas tenho que dar o braço a torcer: essas editoras conhecem muito o seu público, e sabem que a maioria dele aprecia esses artifícios grotescos.
E, Ricardo, quem sabe se esse nome não ajudou mesmo, não é?

Anônimo disse...

O meu maior medo, daqui por diante se dá em relação a esta certeira volta (ou alguém duvida que ele voltará do mundo dos mortos?) do Capitão América...
Afinal, até entendo o fato de se querer ver um herói sucumbir, pois geralmente eles sempre se dão bem!
Mas o problema tem sido justamente a volta! basta lembrar que o principal personagem da concorrência, depois de voltar, se tornou um ser de energia... ou melhor, dois: um azul e outro vermelho!

Nery Nader Jr disse...

Não tenho nada contra mortes de heróis (ou heroínas) - quando dentro do contexto. O duro realmente são as ressureições. Queria tanto que Elektra, Gwen, Jean Grey e afins continuassem mortas. Aliás, para mim, elas continuam e pronto.

Anônimo disse...

E completando o comentário do Ricardo, gostaria de chamar a atenção para o suposto novo uniforme do Justiceiro, que remente diretamente ao uniforme do Capitão América. Mesmo que esse uniforme não se confirme, o mero fato dele ter sido cogitado (com estrela e tudo) já reflete muito da transformação americana pós-11desetembro: morreu a idéia de uma nação esperançosa e otimista, 'colorida' e heróica, e adotou-se uma postura agressiva, negra, amarga e vingativa. Troca-se o até ingênuo Capitão América pelo ressentido e violento Justiceiro. Que Odin proteja todos nós!

Anônimo disse...

Sou adepto de q histórias tem q ter começo, meio e fim e personagens tem q ter um ciclo. Sherlock Holmes foi morto por seu criador quando não havia mais o q se falar dele. Já James Bond continua indefinidamente, mas todos os seus filmes são histórias fechadas e eles renovam o personagem a cada produção. Nas HQs poderiam aprender um pouco com esses dois personagens, ou matam ou renovam de verdade.