E Gedeone descansou
Ontem, o quadrinho nacional perdeu mais um de seus mestres. Mais do que isso: um de seus grandes batalhadores. Aos 84 anos, Gedeone Malagola morreu vítima de complicações de seu estado de saúde, que estava debilitado havia tempo.
O Ramone fez uma bela matéria no Universo HQ, que pode ser conferida aqui.
De minha parte, ficam os sentimentos a toda a família e um muito obrigado ao Gedeone, que, muito tempo atrás, foi um dos caras que me fez descobrir que super-heróis podiam, sim, ser feitos também no Brasil. Fique bem, Gedeone! E que o Raio Negro te acompanhe nessa nova jornada.
2 comentários:
Conheci o Gedeone há uns 20 anos, na casa do Rodolfo Zalla. Era uma pessoa gentilíssima, dono de vasta cultura. Tinha na época uma bela coleção de originais de quadrinhos americanos, de Milton Caniff, Will Eisner e Hal Foster, que conseguiu pedindo diretamente a eles, por cartas. Era policial há muitos anos e conhecia várias histórias de terror real, pois ajudou a montar o Museu da Academia de Policia, esse que fica na porta da Cidade Universitária. Não se julgava um grande desenhista (de fato, não era), mas era, isso sim, um grande criador e um ótimo argumentista, que se virava com desenho para contar suas histórias. Infelizmente nunca mais o encontrei e fico triste por seus últimos anos terem sido menos confortáveis do que ele merecia. Foi uma grande perda para os apreciadores de quadrinhos, estamos todos de luto.
Concordo em parte com o Toni Rodrigues quando diz que o Gedeone não era um grande desenhista, mas ele era tão inventivo que sabia usar o grafismo a favor da imagem de seus painéis. Seu traço era simples e rústico e suas soluções gráficas faziam de seu estilo um carimbo pessoal. Hoje em dia poucos são os artistas que desenvolveram um grafismo tão cheio de personalidade.
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