Se você pensou que esse post era sobre futebol, errou feio. Seguinte: ontem à tarde, eu estava na minha sala lá na Mauricio de Sousa Produções, quando tocou o telefone. Era o Fábio Volpe, redator-chefe da Mundo Estranho, revista da Abril da qual sou colaborador “quase fixo” (além de fazer matérias, edito/escrevo especiais e cubro férias dos editores) há uns três anos.
Como estou editando um especial de Harry Potter, pensei que era alguma coisa ligada a isso. Mas não. O Volpe falou assim: “Sidão, tenho uma boa notícia: pode acrescentar no seu currículo uma medalha de ouro no Malofiej! A matéria de sexo ganhou!”.Quase caí pra trás! Explicando: o Malofiej é o mais importante prêmio de infografia do planeta, que rola na Espanha. Todos os anos centenas de veículos de comunicação inscrevem trabalhos em busca dessa cobiçada conquista. Quem mandou a boa notícia foi o editor Rodrigo Ratier, direto de Pamplona.
Parabéns para toda a equipe da ME: Volpe, Ratier, Arthur, Renata (a designer da matéria), Alessandra e Daniele; ao Carlo Giovani, que fez as ilustras e ao Manuel Nogueira, responsável pelas fotos.
As imagens neste post mostram as seis páginas da matéria, pra quem quiser conferir. A sacada de ilustrar tudo como se fossem tatuagens sobre os corpos foi da Renata e o Carlo mandou bem demais! Estou felicíssimo por participar dessa conquista.
O mais legal de tudo, é que foi uma matéria numa área (saúde) na qual escrevi poucas vezes nos meus quase 20 anos de jornalismo. Lembro quando o Volpe me ligou perguntando se eu topava. Eu teria que explicar: como se formam os espermatozóides, por que esfregar o pênis dá prazer, como o pênis fica duro, como a vagina fica lubrificada para a transa e o que acontece no corpo durante o orgasmo.Alguém pode achar que isso é baba, que tem em qualquer livro, mas não é por aí. Conheço bem o perfil da Mundo Estranho: os textos têm que cavar coisas inusitadas e diferentes e explicar tudo de forma clara, especialmente quando se trata de um artigo com infográficos. E era a matéria de capa! Um desafio e tanto, que, claro, topei!
Falei com vários médicos e sexólogas, pesquisei um bocado em livros e na net, enchi o saco dos entrevistados até ter a certeza de que estava transmitindo todas as informações de forma precisa e, principalmente, clara (afinal, o público da revista é adolescente). Taí o resultado. Valeu a pena!
Quando ministro palestras ou cursos, sempre toco no ponto de que, hoje, tem jornalista que esqueceu (ou não sabe) a importância de uma boa pesquisa, de uma apuração detalhada. E isso vale para qualquer profissional, pra um iniciante ou alguém mesmo com muitos anos de janela.
Faço isso até quando faço algum artigo sobre quadrinhos, (que, modéstia à parte, conheço bastante); que dirá com outros assuntos a respeito dos quais não escrevo com freqüência. A sensação de ter feito um trabalho bacana é maravilhosa.O Prêmio Malofiej de Infografia tem dezenas de categorias, mas os jurados são extremamente rigorosos. Este ano foram inscritos 1500 trabalhos de revistas e jornais de todo o mundo, nas categorias impressas e online. No entanto, foram dadas apenas 12 medalhas de ouro.
Além da Mundo Estranho, faturaram o prêmio máximo: Expresso, de Portugal, The New York Times (duas vezes), San Jose Mercury News, National Geographic Magazine e The Oregonian, dos Estados Unidos; Dagens Nyheter, da Suécia; The Guardian, da Inglaterra; Welt am Sonntag, da Alemanha; e o Clarín (duas vezes), da Argentina.Ao todo, foram distribuídas 95 medalhas: 12 de ouro, 22 de prata e 61 de bronze. A Mundo Estranho ainda faturou um bronze na categoria Infográfico Animado, mostrando o que acontece numa turbulência dentro de um avião.
Ou seja, com razão, a redação da Mundo Estranho está em festa por essa conquista em nível mundial. E eu também!






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