05 novembro 2008

Coluna atualizada: Cada um no seu quadrinho

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O assunto da coluna desta semana no Universo HQ, assinada pelo jornalista Eduardo Nasi, é dos mais interessantes.

Quem é o leitor de quadrinhos?

Isso mesmo – eu, você, nós. O leitor nunca foi verdadeiramente quantificado, analisado, pesquisado, apesar de algumas tímidas tentativas em épocas anteriores. Será que existimos de fato?

E como uma empresa – no caso, uma editora – quer vender seus produtos sem ter a mínima noção, ou ao menos uma noção razoável, de quem é seu cliente?

Para pensar.

Afinal, quem é você, prezado leitor? Comente e vamos tentar descobrir!

43 comentários:

Rafael disse...

Meu nome é Rafael, tenho 30 anos, sou empresário. moro no interior do paraná, gosto de rock, de bons vinhos e de cachorros. meus hobbys são (além de ler HQs): Ver shows, cultivar hortas, viajar e frequentar festas de igrejas nas localidades rurais. Minhas preferencias são pelas HQs Européias. Não vejos TV pq acho chato, não jogo video game pq sou muito ruim.

O texto ta muito bom. Falta alguem fazer uma pesquisa séria de verdade.
abraço à todos

Anônimo disse...

A matéria está muito boa.
Realmente, falta essa visão de quem é o leitor de HQ.

Anônimo disse...

Faço evento de HQ desde 1992, e nos últimos anos participei de todas as fest comix, mesnos a primeira, seja nas palestras, ou na área de venda, o que posso dizer é que o público de HQ hoje é mais variado do que eu esperaria. De crianças a idosos todos leem HQ. O problema é que não há a menor orientação por parte das editoras. As capas informam muito pouco do conteudo. Um problema de rotulágem mesmo. Quem quer ler HQ nem sabe por onde começar, e para piorar, sempre tem um nerd sabichão por perto para empurrar uma HQ na qual a pessoa que não lê HQ não tem nenhum referêncial. Lança-se qualquer coisa de qualquer jeito. Na arquitetura vem um projeto do SOM(um dos escritórios mais fudidos do mundo) para o Brasil, e o projeto é adaptado a nossa realidade, na HQ, não é assim, e deveria ser. Tenho dificuldade em embarcar em 100 Balas, porque aqui qualquer um mata qualquer um e nada acontece. Não que õs EUA sejam uma maravilha, mas os referênciais são deles. Não há uma preocupação de formar o gosto do público por experiências estéticas diferentes. É tudo na base do oportunismo, não se pensa pra se fazer as coisas. Tem hora que isso cansa.

Bom artigo!

Abs

Pedro Bahia

Vini Costa disse...

Além de leitor de HQs e nerd assumido, sou analista de sistema e desenvolvedor, especializado em sistemas para web. Utilizo uma linguagem de programação chamada ColdFusion, apelidada de CF. A comunidade que usa essa linguagem é bastante unida, e criou o CFcenso, um site que recolhe dados sobre todos os usuários do CF. Acredito que nós, leitores de HQ, poderíamos fazer algo assim. Desde já me disponho a participar, posso fazer a programação do site. Mas precisamos de um líder de projeto. Como o Naranjo levantou a bola, voto nele.

Vini Costa disse...

Complementando: acredito que existam outros leitores do blog que poderiam ajudar muito também, e um projeto desse só nos beneficiaria como consumidores desse mercado.

Igor Bone disse...

Bom, devo dizer que achei a matéria meio superficial, bem generalista mesmo, mas com uma proposta interessante: começar uma discussão sobre o assunto.

Esses dias mesmo, na comunidade do orkut do UHQ um leitor novato veio pedir sugestões, disse que estava começando a ler quadrinhos e quando alguém sugeriu Watchmen, meu pensamento foi o mesmo do Nasi. "Mas, peralá, para alguem que nunca leu nada de super, Watchmen pode não ser grandes coisas". Afinal, de que vale a desconstrução de um gênero para alguém que nunca teve contato com ele?

Por outro lado, o mercado de HQs passou por um imenso amadurecimento nos ultimos anos, com o envelhecimento dos leitores. Hoje, mesmo que não é colecionador encontra material que vai aproveitar e, quem sabe, virar um leitor regular.

Mas para isso, é preciso que as pessoas se libertem do preconceito de que quadrinhos é coisa de criança e que quadrinhos são só os super-heróis. Ainda bem que temos hoje um nicho (ainda que minimo) de quadrinhos fora do eixo Marvel/DC, com otimas publicações da Zarabatana e da Conrad, por ex. =)

Anônimo disse...

Acho q o publico q le hqs é em sua gde maioria formado por roqueiros, entre 20 e 50 anos (mais novos q isso só leem mangás), q curtem videogames e baixam seriados e consequentemente scans da net, que alías poderiam ser usados como medição sobre o que pode ou não vender bem. Se é muito baixado, significa q o pessoal ta curtindo. Caso de Y, por exemplo.

Guilherme Veneziani disse...

Mais uma vez excelente coluna! Concordo 100% com o Nasi. Qualquer empresa que se preze tem de fazer pesquisa de mercado. Custa? Sim. Mas as chances de resultado são muito boas...

É pra dar o perfil? Bom, tenho 33 anos, casado e sem filhos. Sou advogado formado há 10 anos, e contador formado há menos de 01 ano.

Comecei lendo quadrinhos com Disney e Fantasma (coleções antigas do meu pai dos anos 50/60que tenho até hoje) e depois parti para Asterix e Turma da Mônica (sendo que até hoje compro algo). Compro tudo do Batman lançado no Brasil desde o fim dos anos 80 (vai entender?).

Hoje: Nunca tinha lido nada relevante da Marvel, além do Demolidor, até a Guerra Civil. Fiz assinatura e não sei se vou renovar. Adorei XIII e mais ainda Aldebaran. Também invisto em outras edições européias lançadas aqui, desde que tenham boas resenhas. Sinto por não haverem mais lançamentos neste sentido. Sem contar também todas as HQ´s da linha Vertigo...

E aproveitando o dólar enquanto esteve baixo comprava algumas coisas de acordo com dicas do UHQ e do Omelete (Sleeper, Powers, Y the Last Man, Queen and Country, Scott Pilgrim, The Bakers, Bone, Scalped, The Goon, The Boys...)

Pra não dizer que esqueci dos nacionais, na adolescência comprava também Chiclete com Banana e Piratas, assim como hoje compro as indicações daqui (irmãos Bá, Quadrinhópole, Corno que sabia demais, entre varias outras)

Nas pouquíssimas vezes que participei de fóruns, perguntei por que não se distribuíam edições encalhadas de heróis na porta de cinemas ao final de filmes correlacionados. Me responderam : “Você não imagina os custos que se tem de distribuição e transporte de papel, é tudo muito alto e tal... Não vale nem tentar” Enfim, foi só uma idéia, pois que tem custo todo mundo com um pouco de noção sabe, mas voltando ao foco do artigo, sem investimento e conhecimento do mercado, dificilmente há retorno...

Abraços a todos.

Amalio Damas disse...

Segundo consta, a Panini, pra citar um exemplo de editora grande, possui um departamento de marketing, eu já mandei duas propostas de projetos para a editora e nem resposta tive. Ou eles acham que são a Marta Suplicy (a rainha da Inglaterra da Morumbi), ou não respeitam ninguém mesmo. Quanto a conhecer o leitor, seria o mais óbvio, até já sugeri isso no fórum da Panini. Pesquisa de Mercado é uma das coisas mais básicas que existem, quando se fala de marketing, porém as empresas preferem apostar no feeling dos seus dirigentes ao invés de investir em pesquisa. Num país onde a maioria das empresas acha que marketing é fazer comercial na televisão, o que dizer de pesquisa de mercado, então?

Gabi Rowlands disse...

Sou historiadora, tenho 28 anos, gosto de blog e mantenho um....
Tenho minha coleção de HQs e sou ciumenta, não empresto meus HQs pra ninguém...
Tb gosto de rock, de desenhos animados, de boniquinhos de heróis e fotografia...
Sou nerd e tenho vida social!
E gosto de cereal!
beijos
Gabi

Anônimo disse...

SONEGAÇÃO FISCAL? LAVAGEM DE DINHEIRO? POR QUE AS EDITORAS DE QUADRINHOS NÃO SÃO MAIS AFILIADAS AO IVC E TEM SUAS TIRAGENS EXPOSTAS NAS REVISTAS? SERIA PARA ENGANAR AS EMPRESAS LICENCIADAS COM NUMEROS IRREAIS DE POPULARIEDADE? DESDE QUE O MERCADO DE QUADRINHOS ENCOLHEU, NUNCA MAIS SE SOUBE REALMENTE QUENTO VENDE UMA MÔNICA FORA O ENCALHE! É PARA PENSAR...

Anônimo disse...

Como bom estudante de publicidade e propaganda (praticamente formado, falta 1 mês) e trabalhador da área, faz algum tempo que acho que está mais do que na hora das editoras fazerem uma pesquisa aprofundada de mercado, como qualquer empresa séria faria. Eles podem fazer cada editora uma pesquisa ou podem muito bem se unir para fazer uma pesquisa melhor.
É um belo investimento que não só fará bem ao mercado, mas é extremamente necessário!

Anônimo disse...

Acho que há um problema que ninguém ainda falou. No caso específico da Panini, líder de mercado aqui, existe um rígido contrato licensiamento entre as editoras americanas e o braço brasileiro da empresa italiana. A Panini, acredito, é obrigada a publicar um determinado número de histórias, de personagens, seguindo uma cronologia pre-determinada. Não vejo muito espaço de manobra, mesmo com a realização de pesquisas de mercado. DC ou Marvel não estão muito preocupadas com o público brasileiro, assim como não estão os estúdios hollywoodianos, as emissoras de TV, ou qualquer grande empresa americana, seja de entretenimento ou não. A preocupação das empresas americanas reside dentro do território daquele país. Assim, a Panini tem um contrato, vantajoso acredito, ao qual é atada. Pesquisa sempre é bom, mas não acho que seja o fator principal para ajudar o mercado. Estimular a leitura, qualquer que seja, desde a infância, nas escolas ou em casa, acho que é por aí.
Desculpe-me o texto imenso. Abraço,

Marcello Nunes

Anônimo disse...

Primeiramente, parabéns ao Universo HQ pela volta das colunas opinativas regulares. Acredito que isso seja um enorme ponto de diferença entre os outros sites repassadores de notícias.

Já que a proposta é ilustrar o leitor de quadrinhos, aí vai o meu meu perfil:

33 anos, casado, sem filhos, tive uma banda de rock por 10 anos e hoje sou advogado. Compro praticamente tudo da Marvel/DC/Dark horse/Image e mais alguns mangás (além dos livros e encadernados em livrarias e algumas revistas importadas) e gasto uma grana violenta todo mês com quadrinhos.

Desde criança lia quadrinhos e o meu interesse por superheróis surgiu mais ou menos quando tinha uns 13 anos, época em que começou meu vício de colecionador.

Além de quadrinhos, leio muitos livros (os quais também compro), jogo videogame e (para desespero do meu bolso) adoro filmes e séries e também coleciono DVDS e CDs.

Os livros e cds são adquiridos, em sua grande maioria, em sebos e saem em mais ou menos em conta.

Já os quadrinhos, por ter a necessidade imediata de saber o que está acontecendo, compro assim que lançam.

Um abraço e continuem o bom trabalho!

Kodama disse...

Ótimo texto! Uma coisa que acho importante em nosso atual mercado editorial é que, por mais que não se saiba exatamente quem é o consumidor de HQs, existem títulos para todos os gostos. Se você curte gibis "infantis" tem Turma da Mônica e Disney; o pessoal que curte títulos mais "pesados" conta com o ótimo trabalho da Pixel; se você é das antigas tem Príncipe Valente e Tex; se é alternativo tem Robert Crumb e Paul Pope. Até quem é historiador tem o excelente trabalho do Spacca.
O problema de saber quem lê gibis no Brasil é um problema relativo a qualquer outro segmento comercial. E é aí que entra o papel dos profissionais especializados e da comunicação mercadológica. Uma empresa preocupada em saber para quem vende seus produtos deve ter vias de comunicação com o consumidor. Nesse sentido, acho que os eventos sobre HQS, com entrevistas, bate-papo e enquetes ainda são as melhores formas de estabelecer um contato e manter as portas abertas para novos leitores.
Tenho 22 anos, curso Direito, amo rock dos 70 e 80 (tipo metaleiro bobão mesmo) e sou fã dos mais variados gêneros de quadrinhos, desde Tio Patinhas até a linha da Vertigo, passando por HQs européias e alguns mangás.

Anônimo disse...

Meu nome é Caio, tenho 21 anos, sou estudante de comunicação social. Moro no Paraná, gosto de vários estilos musicais, não bebo bebidas alcoólicas e gosto dos mais variados tipos de comida. Meus hobbys são (além de ler HQs): ler livros, assistir (bons) programas de TV, assistir filmes, tanto em casa quanto no cinema (sou um grande fã de cinema, inclusive, vez ou outra trabalho no meio), gosto de praia e campo (e outros ambientes naturais). Gosto de todo tipo de HQ (européias, americanas, japonesas, brasileiras e etc.). Ah! É mesmo, eu também curto videogames.

Espero ter contribuído.

Unknown disse...

Gostei muito da materia e concordo com a mesma. Meu perfil.

Pedro
25 anos
Gosto:
Livros (estrategia, administração), gibis, mangás, séries de tv, futebol, bons filmes e gosto de praticar corrida e futsal.
Aprendi a ler com os quadrinhos e aos 12 comecei a ler super-herois e estou até hoje. Não sou colecionador, sou apreciador de quadrinhos

Anônimo disse...

Ei, porque vocês não fazem uma pesquisa oficial sobre isso? Seria legal.

Victor disse...

A matéria ficou muito boa! Uma das virtudes do texto é que você mostrou o perfil variado de leitores de quadrinhos: do fanboy que idolatra super-heróis e vai com régua comprar revistas na banca para saciar sua sanha colecionadora, até o pessoal mais chegado a autores como Crumb e Osamu Tezuka.

A impressão que se tem, muitas vezes, é que justo por ausência de pesquisas sobre o perfil dos leitores, as editoras preferem apostar no que é certo: a fixação quase doentia dos fanboys em colecionar Marvel/DC, mesmo que seja de má qualidade. Porém, acho que um passo inclusive para a maior divulgação dos quadrinhos é uma gradual dissociação entre a nona arte e os gibis de super-heróis (associação que muita gente 'leiga' faz e, justo por não gostar do gênero, acaba ensejando certo preconceito). Nesse sentido, a Conrad teve muitos méritos: nos últimos anos, apostou num público diferenciado, que lê coisas como Adolf, Buda, Bórgia, Epilético, etc.

Anônimo disse...

Lembrando que o perfil dos leitores que leem quadrinhos, mas que tb visitam sites como UHQ e, mais ainda, contribuem numa discussão é bem diferente, imagino, do grande grupo que lê quadrinhos no Brasil, daí a importância de se fazer uma pesquisa como a apontada pelo Nasi.


Marco Prates

Ives Leocelso disse...

Adorei a coluna!
O Eduarno Nasi apesar dos reviews horríveis e pretensiosos (ahauhauahuha), disse muitíssimo bem!

Meu perfil:

Nome: Ives Leocelso
Idade: 22
Ocupação: Estudante de Direito (Ufal)
Cidade: Arapiraca (Maceió) - Alagoas
Hobbies: Ler, Filmes, Heavy Metal, sair pras baladas

Bruno Sanchez disse...

Meu nome é Bruno, tenho 28 anos e sou Coordenador de Planejamento Financeiro de um dos grandes bancos nacionais.

Sou formado em Administração de Empresas com MBA em Gestão Empresarial...e nerd assumido! :-)

Comecei minha carreira como estagiário na área financeira de uma grande Editora, fui efetivado, promovido, saí de lá e fui para a Panini onde trabalhei 1 ano na área de PCP (Planejamento e Controle da Produção) então sim, eu conheço bem os "meandros" do negócio e poderia soltar os cachorros por aqui, mas não vem ao caso com o título do tópico.

Abs

Ives Leocelso disse...

Opa!
Detalhe fundamental, não sou nerd, e como alguém falou acima me considero não um colecionador, mas um apreciador de quadrinhos.

Anônimo disse...

Sou advogado, tenho 30 anos, ouço música muito extrema (Cannibal Corpse, Monstrosity, Suffocation, etc), e leio HQs faz tempo. Concordo com a crítica, pois de fato é impressionante a falta de profissionalismo do mercado brasileiro de quadrinhos. E o pior é que não vejo nenhuma perspectiva de melhora no quadro atual. Exceção honrosa, talvez, seja o bom trabalho da Pixel, que aparentemente tenta "direcionar" seus lançamentos para um público previamente alvejado. Mas as demais...

Anônimo disse...

Achei a proposta válida daí então meus comentários,embora ache que eu deva ser um caso meio atípico.
Desde a adolescencia que me lembre sou aficionado por quadrinhos.Aficionado se entenda consumidor e consumidor se entenda aquele que compra.É isso mesmo, eu só comprava dava uma olhada superficial e engavetava tudo.Aos 45,46 durante um processo de terapia me descobri cartunista, chargista e até que fazia algumas tiras com dois personagens totalmente inusitados, uma nuvenzinha e um guarda-=chuvas!!!, e o tempo passando e eu publicando alguma charge aqui outra ali.Hoje tenho 59 de idade,5 de estudo de desenho e só recentemente descobri que os dois personagens acima têm que entrar num livro infantil em hqs e estou produzindo-os para lancá-los via fanzine.
Bem, voltando às compras lá de cima, hoje eu devo ter uma gibiteca de aproximadamente 200 exemplares que estou devorando aos poucos sem deixar de acompanhar,quando possível,o que rola por aí.Gosto de ler sites e blogues sobre o oassunto hq.Tv?Vejo pouco mas vejo e acompanho os jornais.Cinema?Nada de especial.Videogames?Nunca joguei.É issaí...
Abraçis
Zerramos

Anônimo disse...

Trabalho à noite na área de saúde e estudo Letras na Federal da Bahia. Leio HQs desde criancinha, amadurecendo o meu gosto após ter acesso mais frequente à internet. Deveras, aqui em Salvador nós somos poucos ou não nos contatamos mesmo. Não dá pra trocar frequentemente uma idéia com outros leitores. Prefiro o material da DC por achá-lo bem superior ao que a Marvel faz. Há anos perdi a boa vontade para com os X-Men e o Homem-Aranha, salvo algum raro bom material que aparece muito de vez em quando. Amo Maus, V de Vingança, A Piada Mortal, O Reino do Amanhã... Estou há meses decepcionado com Marvel Max. E não entendo mesmo o critério de escolhas para os mixes da Panini. Se for pra colocar tanta porcaria nas bancas, melhor reduzir o número de páginas e, consequentemente, o preço das publicações...

Anônimo disse...

Complementando: é necessário abrir espaço maior para o leitor opinar, sugerir sobre os títulos que devem compor os mixes. Infelizmente, o que se vê é um enorme número de cartas elogiando o trabalho de uma das principais editoras do mercado nacional e só. Abrir os olhos de outros mercados para o fato de que as HQs possuem enorme potencial publicitário. É interresante notar que, nos tempos da Abril, as publicações vinham com uma grande quantidade de anúncios em seus miolos e capas. Agora que a qualidade das publicações é bem superior, publicidade não existe e, vejam só quem está postando comentários aqui: estudantes de direito, administradores, analistas de sistemas... Seria isso um problema editorial? Será que quem está encarregado das seções de cartas e dos sites das editoras não está com os olhos abertos para isto? Parabéns ao Eduardo Nasi pelo excelente artigo. Toca a bola pra frente que este assunto DEVE render bastante!

Eduardo Nasi disse...

Bem, a essas alturas não dá pra responder todo mundo. Mas tenho uns comentários a fazer:

1. Acho divertido que vocês estejam se descrevendo. É uma boa brincadeira. Não ajuda muito a desvendar o marcado de quadrinhos, não, mas parece uma boa amostra que quem é o leitor que comenta no blog do UHQ depois de ler as colunas. Olhando as respostas, sugiro a criação de uma coluna sobre heavy metal.

2. Não precisa ser uma pesquisa só, formal, quantitativa... Tem muitas maneiras de conhecer o mercado. Mas tem um limite do que se pode extrair desse mercado apenas na intuição.

3. Bone, é isso mesmo: a idéia é questionar a importância de conhecer o leitor e o quanto o mercado precisa disso pra crescer.

4. Anônimo, antes de cair na paranóia, é bom lembrar que IVC pode ter um peso alto no custo de revistas com tiragem baixa e com pouco potencial de arrecadar anúncios. Aí é uma decisão da editora se a publicação fica ou não. E, que eu saiba, as revistas do Mauricio estão, sim, no IVC.

5. Marcello Nunes, o mercado de quadrinhos é bem maior que os super-heróis da Panini. A própria editora poderia se aproveitar desses dados para expandir mais ainda seus domínios.

6. Gustavo Trevisolli, uma pesquisa série e oficial sobre isso custa muito dinheiro. Além do mais, me parece que esse papel cabe às editoras.

7. Victor, a Conrad é uma das minhas editoras favoritas. Torço muito por sua reestabilização.

8. Ives, ne, conheço você e poderia apostar que você é fanboy de DC. Diz aí, você fica bravinho se alguém fala mal do Lanterna Verde, né? Como você mesmo disse: ahauhauahuha.

9. Bresci, a Pixel nasceu da intuição de que havia um mercado fértil para esse nicho. Seus editores acreditavam que o leitor de bom gosto estava escanteado. Infelizmente vários de seus planos foram alterados ao longo destes poucos anos. A lista de material prometido e não lançado é imensa. A periodicidade de alguns álbuns é sofrível. Há materiais que tiveram seu começo lançado e aguardam uma continuação até hoje. Talvez uma pesquisa prévia tivesse dado mais firmeza na criação da editora.

Anônimo disse...

Bom, meu nome é Fernando, começei a ler revistas aos 10 anos.. eu pegava emprestado do amigo da minha mãe, pegava homem-aranha. com 13 começei a colecionar e agor com 14 sou grande fã da marvel..
gosto muito de suas revistas, coleciono Homem-Aranha, Marvel Millenium: Homem-Aranha, Wolverine,Universo Marvel, Novos vingadores, além de umas sagas como : Pesadelo supremo, aniquilação, eternos, algumas faltando edições pq na minha cidade é dificil chegar (interior de mato grosso..) eu compro em bancas por que as assinaturas é mto caro.. e vem revistas já escolhidas..

eu achei muito bom esse artigo e acho que você está certo..

Kodama disse...

No fim das contas, a comparação feita pelo Eduardo Nasi entre mercado editorial de HQs e a fábrica de molho de tomate é muito válida: tal como o molho de tomate, a HQ também pode ser feita em casa (com um "pouco" mais de trabalho, óbvio).
E é justamente isso que os leitores de quadrinhos brasileiros estão percebendo. Um dado extremamente relevante pra ilustrar isso é o número de projetos enviados ao governo do estado de São Paulo pelo programa de incentivo à publicação: ao todo foram 105 projetos em quadrinhos somente no estado paulista, conforme noticiou o Paulo Ramos em seu blog! Um número muito bom.

Eduardo Nasi disse...

Kodama, muito bem lembrado. E é um belo tema pra uma próxima coluna.

Anônimo disse...

tipo, um amigo meu me contou, que as revistas estão ficando muito difici lde agradar leitores, pois disse que quando tem leitores novos, a marvel tem que fazer sagas ou 'reiniciar' as histórias, e quando ocorre isso, acaba desagradando os leitores mais fiéis.. e isso acaba gerando brigas internas.. acho que devia ser mais bem distribuido as revistas

Jason disse...

Meu nome é Jason Braun, coleciono quadrinhos há uns 25 anos. Comecei com os heróis, mas hoje compro mais graphic novels e encadernados, principalmente de autores mais independentes, como Daniel Clowes, Spiegelman e Joe Sacco, entre tantos outros. Acho bacana a variedade que hoje encontramos nas livrarias e resvistarias, mas ainda sinto falta da presença dos grandes nomes dos quadrinhos de antigamente. Ok, temos Hergé, Hugo Pratt e até George Herriman de vez em quando. Mas onde estão Milton Caniff, Winsor McCay Walt Kelly, e tantos outros? Porque ninguém publica Little Nemo e Pogo, por exemplo? Tenho certeza que obras fundamentais de artistas idem teriam mercado atualmente, já que o leitor médio de quadrinhos está mais exigente e sofisticado - além de ter maior poder aquisitivo.

SANDRO SANTOS DE ALMEIDA disse...

Meu nome é Sandro, sou administrador de empresas e curto muita música, livros do Stephen King e suspense em geral. Desde meus onze anos curto super-heróis. Tenho tendência mais para os da Marvel, mas nunca deixei de ler obras do porte de Cavaleiro das Trevas e Watchmen (não sou louco). Mas curto mais as HQs européias e autores como Manara, Miquelanxo Prado, Ortiz e por aí vai. Asterix e Tintim têm lugar de destaque em minha estante. Sandman e Calvin? Esses nem preciso comentar, não é? Seria um sacrilério não lê-los. E as editoras pecam, sim em não analisar mais profundamente o perfil do leitor de quadrinhos. Preocupam-se em relançar material antigo, buscando o leitor que era criança na época e quer matar as saudades (ué, as tvs a cabo fazem isso). Mas acho que o importante seria a formação de novos leitores, como todos têm dito. Um dia, vamos morrer. E aí?

Abraços.

Ligeirinho disse...

Hoje é até um pouco mais fácil do que há 10 ou 20 anos atrás para fazer uma pesquisa ou saber quem é o público-alvo.

Com a Internet, é possível ver, via fóruns, blogs, e-mails e outros, o foco de cada um.

Hoje temos diversos fóruns, grupos de discursão, etc... E pelo que acompanho, muitos falam que vão comprar, que vão adquirir, e falam o que vão querer.

Só que também hoje o consumidor quer condições para que ele ganhe também. Preço bom, qualidade idem.

Muito dos quadrinhos e mangás que hoje estão no Brasil chegam graças a muitas discursões que rolam na internet. E não falo dos scans, falo dos produtos prontos mesmo.

Até os quadrinistas brasileiros se rendem a internet, pois assim eles além de terem um espaço de divulgação, também vira um espaço de pesquisa para saber se estão realmente atingindo o público alvo deles.

Antes de eu terminar, sou Vagner, curto mais quadrinhos japoneses (ou melhor, Mangá, né?) e quadrinhos cômicos também. A única coisa brasileira mais underground que leio de vez em quando é "O Homem Grilo", e que estou colecionando hoje é o "Turma da Mônica Jovem".

E é isso. Sucesso ao Universo HQ, já estou colocando no meu del.icio.us. :D

Pacha Urbano disse...

Não seria muito complicado criar uma página questionário e daí extrair um banco de dados com o público que lê HQ. Todos os dias as pessoas perdem 10 minutos, até mais, respondendo questionários do tipo: que personagem dos Simpsons você é. Quando você se cadastra num site como o Globo.com, por exemplo, todos os dados do seu cadastro são guardados para serem usados em mídia. É por aí o caminho. Perguntas como "quantos idiomas você fala, quais são" também seria de grande valia. Agora, quem vai ter paciência de fazer isso? Vender HQ no Brasil é o mesmo que vender jornal, infelizmente.

Gustt Valvasori disse...

Sou formado em direito, agora to estudando publicidade. Gosto de desenhar, curto rocknroll, bonecos e filmes de terror.

Vini disse...

Parabéns pelo artigo, muito bom!

Daniel Pereira dos Santos disse...

Muito legal seu texto, Nasi! Sabe-se lá também quantos 'possíveis' leitores existam pelo país... do tipo tendo um produto ao alcance (valor acessível / produto diferenciado / distribuição competente), teriam interesse em voltar a ler HQ...

Anônimo disse...

Fantástica a iniciativa !! Parabens UHQ !!

Vamos lá :

Idade 33, casado com filhos ( que já leem Hq´s ), Adm de empresas, comecei em 1982 - Capitão América, nº 36 - Editora Abril Formatinho - Agosto 1982...e não parei mais....coleciono com minha grana desde 1988 - muito material Marvel - mas como o vinho, com o passar dos anos fiquei mais seletivo - hj leio de tudo ( Blacksad, Sandman, Bone, TUDO da Marvel, Titãs, além de curtir muito cinema tbm - compro todo mêrs a SET - já a uns 2 anos, ou perto disso- assim como alguns colegas acima, gasto um "troco" legal nas bancas e livrarias.

Grande abraço á todos e espero que nossas respostas ajudem a traçar um perfil.

Anônimo disse...

E ai?!?!?
Tenho 34 anos,sou designer, ilustrador, pós-graduado, tenhos vários cursos, casado, tenho uma filha e, vejam que surpreendente, adoro quadrinhos!!! A mais de 20 anos!!!!
A primeira revista na qual coloquei as mão nem era minha, achei em uma caixa de velharias. Era uma história com fundo psicológico muito forte, que falava de um herói que tinha problemas como todos nós... é isso ai, quem disse "o cabeça de teia" acertou!!! Depois disso todos vocês já sabem o que aconteceu!!
Com relação a matéria do Nasi, concordo com grande parte, principalmente em relação a pesquisa de mercado.
Seria muito bom algum "Diretor de Aguma Coisa" começar a pensar quem é o seu público alvo, como age, o que pensa, etc... Existem tantas histórias, de longe, ótimas que poderiam ser publicadas no Brasil, uma pesquisa séria poderia direcionar melhor a publicação e ai todos ficariam felizes: nós com ótimas histórias e "eles" com mais dinheiro em caixa.
Espero que o "Diretor de Alguma Coisa" esteja vendo este blogg e leia esta página, seria vantajoso para todos.
Até mais galera.

Jorge Ovando disse...

Bem, achei excelente o artigo, que é de difícil abordagem! Parabéns e tomara que invistam nisso, porque realmente é um momento-chave do mercado nacional.
Ah, sim, tenho 35, sou inclusive publicitário e vivo me questionando sobre a falta de anunciantes (pra mim o maior problema é o preconceito dos clientes com HQ), casado e 2 filhos, e compro muuuuita HQ.
Abraços.

Jorge Ovando disse...

Ah, só um detalhe:

"Adorei a coluna!
O Eduarno Nasi apesar dos reviews horríveis e pretensiosos (ahauhauahuha), disse muitíssimo bem!"

Realmente, os reviews da galera daqui são os mais "pretensiosos" do mercado, mas em geral concordo com os do Nasi.
Já os do Zé "decenautadecarteirinha" Oliboni são dureza... o cara quando ADORA uma hq da Marvel dá nota 3, com dor na consciência hehehe