A auto-homenagem de Milo Manara

Muitos leitores vinham nos escrevendo, dizendo estar com saudades das entrevistas "à la Universo HQ". E quem conhece o site sabe que isso significa muita informação diferenciada a respeito do autor em questão.

Em novembro de 2010, tive a honra de entrevistar Milo Manara, desenhista de quem sempre fui fã. Li praticamente tudo que este talentoso italiano publicou, inclusive os materiais inéditos por aqui.

Por isso, preparei a pauta da entrevista com muito carinho e, admito, fiquei feliz demais quando, ao final da entrevista, Manara me perguntou "em que jornal você trabalha?". Quando expliquei o que era o Universo HQ, ele disse: "Ah, então é por isso que está tão preparado...". Ganhei o dia, obviamente.

Creio que uma das coisas que motivou a surpresa de Manara foi a pergunta que fiz sobre a auto-homenagem que ele fez na página 11 de Bórgia – O poder e o incesto, fazendo versões de cenas clássicas de outros de seus trabalhos. Pena que os editores da Conrad não tenham sacado isso, pois renderia um interessante extra (inédito no mundo inteiro) para a edição brasileira.

Então, confira abaixo a cena de Bórgia (clique para ampliá-la e ver os detalhes) e sete das homenagens que Manara fez a si mesmo. E, se também é fã do italiano, vale indicar outras. Aproveite e deixe nos comentários as suas impressões sobre a entrevista com o mestre mundial do erotismo nos quadrinhos.

A cena de Bórgia – O poder e o incesto

Cena 1

Lembra muito a clássica passagem de Clic 1 em que Claudia Christiani faz sexo anal com um desconhecido, em pé, dentro de um cinema.

Cena 2

Mulheres correndo nuas pelas ruas são uma das marcas registradas de Manara, como em outra cena de Clic 1.

Cena 3

Em Clic 2, Claudia Christiani deixa um homem desmaiado após fazer sexo oral nele, numa cena bem parecida com a retratada em Bórgia.

Cena 4

Esta cena lembra uma sequência de Clic 3 em que um homem introduz, com uma espécie de cabaça, ervas mágicas no ânus da personagem Anna Rita.

Cena 5

As duas garotas masturbando o rapaz é quase idêntica a esta acima, de O perfume do invisível, publicado nos anos 80 pela Martins Fontes e que a Conrad promete ainda para 2011.

Cena 6

Mulheres sendo duplamente penetradas também são uma constante em obras de Manara, mas esta cena se parece com a de O perfume do invisível # 2 - Nua pela cidade, aqui na versão portuguesa, da Meribérica.

Cena 7

Pra terminar, uma cena de bolinação que lembra bastante esta, de El Gaucho.