28 novembro 2007

De que lado estou?

Definitivamente, a saga Guerra Civil, da Marvel, me fez voltar a sentir prazer em ler quadrinhos de super-heróis.

Com raras exceções (como as aventuras do Demolidor e do Hulk - a fase atual no Brasil - e um ou outro arco de alguns personagens da DC), nada me divertia muito, mas a Guerra Civil chegou pra me fazer ficar realmente empolgado.

A série é uma das melhores sacadas dos últimos tempos nos gibis de supertipos, e cada história, direta ou interligada, na grande maioria das vezes beira o sensacional (digo isso sem medo de passar ridículo, mesmo concordando que há alguns detalhes da saga que fazem torcer o nariz).

Mas o que quero destacar aqui não é bem a qualidade das histórias, mas as reações que a série vem despertando em mim.

Não lembro a última vez em que absorvi tanto os sentimentos mostrados em uma HQ de super-heróis. Talvez tenha sido quando Hal Jordan pirou e saiu matando todo mundo a rodo. Desde aquele dia, senti tanta raiva do personagem que até hoje não o suporto, não aceitei seu retorno e muito menos consigo chamá-lo de herói.

Pois é, peguei nojo do Hal Jordan, é como se fosse alguém real que fez uma puta sacanagem que não consigo perdoar.

E é isso que tô sentindo pelo Tony Stark e, em menor grau, pelo Reed Richards. Como um bom nerd, minha vontade é de socar o Homem de Ferro com mais força do que a bifa que ele levou do Homem-Aranha. E, claro, dar um nó no Sr. Fantástico como o Cebolinha e o Cascão costumam fazer nas orelhas do coelho encardido da Mônica.

Não sei o que os roteiristas vão fazer (ou melhor, já fizeram) pra reverter essa ojeriza que passei a sentir por esses dois personagens, mas a verdade é que não suporto mais os dois (tô até amando odiá-los, he, he, he). E pensar que eles já estiveram na minha lista de preferidos (o Quarteto Fantástico, então, é o supergrupo de que mais gosto)...

Ainda bem que o Aranha, o meu super-herói favorito (ao lado do Batman), tratou de chutar o rabo enlatado do playboy sacana. Só falta dar uns petelecos no borrachudo. Vou esperar.

Ah! Respondendo à pergunta do título deste tópico: tô com o Capitão América e não abro!

E você, de que lado está?


24 comentários:

Arthur Malaspina disse...

Sempre gostei do Capitão América, apesar das histórias dele serem as vezesmuito patrióticas, mas na Guerra Civil ele se tornou um grande personagem, como não era a muito tempo, a não ser em Supremos...

Marcus Ramone disse...

Pois é, Arthur, esqueci até de comentar isso no tópico. Passei a gostar mais do Capitão América, graças à guerra Civil. O bandeiroso tá mandando ver.
E considero memorável aquela cena dele fugindo do aeroporta-aviões da Shield, "cavalgando" os aviões-caça.

Anônimo disse...

É legal sim Marcus. Sem dúvida. Mas cá entre nós: a série (mini, aliás) 52 da DC está MUITO melhor, não acha?
Aliás, o que VOCÊ acha de 52 da DC?
Taí uma boa pergunta....

abraços pra ti meu caro!

Sidney Gusman disse...

Ramone, eu não estou nem um pouco empolgado, pois tá na cara que tudo isso terá que ser apagado para tudo voltar a ser como antes, o que deve acontecer cedo ou tarde.

Pedro D. disse...

Bom, eu me senti como o Ramone. Nunca li muito Capitão América, mas não gostava muito (puro preconceito) por causa do patriotismo americano. Depois q li algumas histórias junto com Guerra Civil passou a ser meu herói favorito, pois defende o correto e não arrega pra ninguém. Nunca gostei do quarteto fantástico depois dessa então ... E o homem de ferro não quero nem ver pintado, aliás quem ficou do lado dele nesta guerra, eu perdi totalmente a simpatia ou gosto. Uma pena q, como o Gusman falou, no final eles apagam tudo (Como devem fazer com o Homem-Aranha), mas enquanto não chega lá vou curtindo, se eu não gostar de alguma coisa que fizerem depois, paro de comprar a revista simplesmente. Porque, de HQ hoje em dia, o q não falta é variedade.

Marcus Ramone disse...

Sidão, você tá coberto de razão quanto ao fato de que vão pagar tudo. Mas, como bem disse o Pedro, até lá eu vou curtindo.
A verdade é que Guerra Civil foi um alento pra o meu desencanto com os quadrinhos de heróis em geral.

Gustavo, depois de cinco edições de 52, tô começando a achar que a coisa tá se arrastando demais. Não desgostei ainda, mas já não entendo pra que veio essa minissérie. Entretanto, só pelo Lobo, o número 5 valeu demais. O Maioral é sempre o Maioral! :-)

Amalio Damas disse...

Ramone, estou curtindo demais esta série e também acho que vai ficar na história. Obviamente o Sidney tem razão. Crise nas Infinitas Terras e Superman do Byrne, por exemplo, também já perderam o sentido há muito tempo e nem por isso deixam de ser histórias ótimas. Quero que o Tony Pinga se lasque, mas estou ansioso pelo filme da pinga em lata.

Guilherme Veneziani disse...

Bom nem tem muito o que acrescentar, a série tá bem legal e tem me feito comprar Marvel, coisa que nunca fiz muito, salvo raras exceções. Concordo com o Sidão, Ramone e o Pedro. Vai ser um saco apagarem tudo, também não "suporto" o Stark e minha opinião sobre o Capitão mudou radicalmente(tanto isso é verdade que me coça o bolso pra comprar o último omnibus dele... Mas vou resistir pois tem outros melhores na lista de espera...) Aliás, por falar em mudanças, eu tô mais é preocupado com o que podem fazer com o Batman! rs. :-)
Abraços

Anônimo disse...

Bem lembrado, Guilherme! O que vai ser do Batman, se deixar de ser o Bruce Wayne que conhecemos? tem histórias que surgem para serem eternamente lembradas. ou por serem boas, como A GUERRA CIVIL, ou por serem uma besteira que precisam corrigir depois.

Guilherme Kroll disse...

Cara, eu sempre achei q o registro de heróis é o mais certo a ser feito, num mundo real. Mas do jeito q a história é conduzida, não é possível ficar do lado do ferroso.

Marcus Ramone disse...

A idéia do Registro até que é válida. O problema é transformá-la em lei, obrigar os heróis a aceitá-la à força e, pior, caçar e prender (ou até matar) os que se opuserem a ela.
A partir daí já perdeu a simpatia que, logo no início, eu cheguei a ter pelo Registro.
Poderia dar certo se fosse algo facultativo.
Pra quem usa máscara a fim de proteger sua família - e a si mesmo - dos inimigos, não tem como se submeter a isso.

Anônimo disse...

Opa, estou com o Cap. tb! Ele virou um herói ótimo na Guerra Civil, defendendo a liberdade mesmo não ganhando nada com isso, pois já não tem identidade secreta.

Já o outro lado....liderados pelo empresario, traídor, ganancioso e opressor Homem de Ferro...ah, sem comentários, é só ver o que ele anda fazendo com seus antigos companheiros ma mini...

Amalio Damas disse...

Outro detalhe, a concepção da lei prevê que os heróis seriam registrados para proteger suas famílias e somente o governo e a SHIELD saberiam a identidade secreta de quem se registrasse. Acontece, que o empresário safado Tony Stark USOU descaradamente o Homem-Aranha pra vender o seu peixe, incentivando-o a revelar sua identidade publicamente.

Marcus Ramone disse...

Aí é que está, Amálio: esse tipo de informação não é coisa que ficaria muito tempo em sigilo. Se todo mundo sabe que o governo tem a informação de quem são todos os supercaras do pedaço, o que não faltaria era gente interessada nesse segredo. E também não faltaria quem conseguisse uma lista bem polpuda desses nomes.

Marcos Souza disse...

O Sidão foi na lata, pena que toda essa aparente revolução depois seja ajustada ou apagada para que os personagens e motivações se adequem a sua mitologia, mas, pelo amor de Deus, convenhamos, essa reciclagem que os personagens da Marvel estão sofrendo em relação a Guerra Civil é sensacional, é uma questão de momento e fase, e concordo com o Ramone, no momento é o arco que me atrai como fã de quadrinhos há mais de trinta anos, e veja só, quantos fóruns de discussão são abertos para discutir as possibilidades e limites que a série pode proporcionar. Sim, eu sei, que depois da empolgação com um material de qualidade pode vir a ressaca de ver que tudo não passou de um estrategema de marketing para angariar leitores e mobilizar velhos fãs. Porém, durante o período da saga pelo menos uma trama bem escrita, com arte muito boa e desdobramentos atraentes manteve uma boa diversão. Claro, tô com o Capitão América, que não é dos meus favoritos, mas o Brubaker vem trabalhando muito bem à frente dele.

Sidney Gusman disse...

No final, tudo será obra dos Skrulls. :-)

Mas o que não engulo mesmo em Guerra Civil é que um cara que é teu amigo há anos, da noite pro dia passa a te caçar. Guardadas as proporções, é como na Guerra da Bósnia, em que vizinhos / amigos se matavam após deflagrado o conflito, porque eram de etnias diferentes.

Mais: a tropa do Homem de Ferro arma um cerco para a do Capitão que NUNCA os heróis armaram pra pegar qualquer vilão. Tenha dó!

Marcus Ramone disse...

Sidão, foi o que eu disse sobre alguns detalhes que fazem torcer o nariz. Entretanto, isso não tem atrapalhado meu gosto pela leitura de Guerra Civil. Pra falar a verdade, esses são alguns detalhes que me fazem ter mais raiva ainda do Stark.

Anônimo disse...

Guerra Civil é um grande engano, daqui a alguns anos todos verão isso!

Anônimo disse...

Mas é muito loco ver o quebra-pau entre seres tãu super-poderosos! A aparição do Thor é fantástica!

Marcos Souza disse...

O Sidão lembrou bem, a culpa de tudo possivelmente será dos Skrulls. Putz, para engolir essa o Brian Michael Bendis vai ter que ser muito, mas muito, muito convincente mesmo nessa saga, ou seja, vai ter se superar a trama de Guerra Civil. O que eu acho, bem improvável, não duvidando do talento do roteirista, da qual sou fã, mas, convenhamos, vai ser forçar a barra. Enfim, é esperar pra ver. Agora, realmente, bem observado pelo Sidão é que com a divisão dos super-heróis, fica claro que o Homem de Ferro serve no modelo de que quando ele age para defender os seus interesses e naquilo que acredita, não existe mais ardiloso vilão (ou valoroso herói) que barre suas intenções, e olha que ele era um amigão do Capitão. Nas entrelinhas, o desafio é mostrar que existe uma linha divisória ínfima entre o bem e o mal, independente de que lado defenda. Ainda assim, apesar dos caprichos forçosos da série, é uma das melhores coisas que tô lendo atualmente. Alguém falou da mega-saga "52", da DC, que até o momento, pra mim, tá muito interessante. Sidão ou Ramone, vale a pena eu continuar adquirindo o gibi até a última semana da série????? (Dúvidas).

Alexander Santos disse...

Pois é Sidão... essa história da Tropa do Ferroso X Capitão é até divertida, se vc não se importar com o fato de que raramente fizeram isto contra algum vilão... os heróis, quando matavam um vilão ficavam anos cheios de traumas... tão mandando herói pra cova e depois saem pra tomar uma breja... isto é difícil de engolir...

De qualquer forma, acabo concordando com o capitão... por enquanto...

E essa história de Skrulls... depois reclamam dos socos nas paredes da realidade...

Sérgio Codespoti disse...

Numa entrevista recente o Bendis declarou que a invasão dos Skrulls não irá desfazer os eventos da Guerra Civil. Mas não quer dizer que os skrulls não estão envolvidos. Agora é esperar para ver se o que ele disse é verdade.

Sergio disse...

É preciso comparar com a situação no universo Ultimate. Lá, a lei de registro já é realidade. A Shield tem as identidades de todos os super-heróis. Não foram chamados para se registrar, mas vítimas de espionagem. Nas histórias do Homem-Aranha, Bendis deixou isso bem claro. É de se imaginar que ele possa radicalizar essa questão quando assumir as edições pós-Guerra Civil e na Guerra contra os Skrulls.

Anônimo disse...

O Capitão contra o governo? Isso é no mínimo inusitado, mas já aconteceu antes quando ele foi forçado a abandonar a identidade de Capitão América e virar o Capitão (que nome mais fuleira). O fato de ele ser um herói irritatemente americanóide não muda o fato de que ele é um cara que lutou pelos seus ideais (ou come ele chama, o ideal, o sonho). Ah, o Jordan pra mim sempre será o Lanterna, maldito é quem fez aquela palhaçada com ele...