Que confusão!
Outra história de sebo.
Certa vez, entrei numa loja de revistas usadas que frequento há algum tempo e fiquei procurando quadrinhos. Encontrei algumas edições que me interessaram, comprei, paguei.
Estava indo embora, quando o vendedor falou: “Você viu essa caixa que chegou?”. Não, não tinha visto. Ela tinha somente a coleção de álbuns completa (30 volumes) de Mortadelo e Salaminho – Ases do Humor.
Eu só procurava aquilo há... muito, muito tempo.
Nem preciso dizer que decidi levar tudo. Pior: já tinha torrado minha grana reservada pra quadrinhos. Acabei fazendo uma proposta para o vendedor, que, aliás, se tornou meu amigo, o fanzineiro Eduardo Manzano: levei os três primeiros números, e pedi pra reservar o restante, que eu voltaria em poucos dias para levar.
Foi o que fiz. Cheguei em casa, separei minha coleção completa de 007 em fitas de vídeo cassete (isso já faz uns quatro anos, elas ainda tinham algum valor) e vendi. Com o que recebi dava pra comprar os álbuns faltantes.
Pois bem: quando voltei na loja, o Eduardo falou que tinha um pequeno problema. “Venderam?”, perguntei. Ele disse que não, mas que eu tinha que falar com o dono da loja. O proprietário, Sr. João, informou que infelizmente ele tinha reservado os álbuns para outra pessoa.
“Mas eu também reservei! E trouxe o dinheiro!”. Ele pediu desculpas, mas que não voltava atrás na sua palavra, estava reservado pra outro e ponto final. “Mas eu vi a caixa quando ela chegou, eu fui o primeiro a reservar”, argumentei. Não adiantou: o homem falou que nunca deixava de honrar o que prometia.
Perguntei: “E se o comprador não vier buscar?”. Ele respondeu que, se em quinze dias a pessoa para quem tinha reservado os álbuns não viesse, eles seriam meus.
Obviamente, marquei no calendário. Religiosamente quinze dias após, voltei na loja. O vendedor deu uma risada e me falou que todos os volumes ainda estavam lá.
Chamei o dono: “E ai, seu João, vim buscar as revistas, como combinamos, passaram quinze dias!”. Ele comentou que a outra pessoa tinha ligado, que estava pra vir buscar. Não resisti: “E a sua palavra, de que não volta atrás?”. Ele nem me deixou completar, foi buscar os álbuns, que levei embora comigo.
Passado dois dias, um conhecido me liga, o Celso Freixo, da loja Comic Hunter: “E aí, Naranjo, tudo bom? Cara, você levou os meus Mortadelo e Salaminho embora!”. Comecei a rir, e contei toda história para ele.
O Celso, que é gente muito boa, acabou também se divertindo - e que opção ele tinha? Como nos encontramos recentemente, avisei que ia colocar a história no blog – e aqui está!
Para conferir todas as capas desta bela coleção, clique aqui.
Um comentário:
Iniciativa Mortadelo e Salaminho de volta ao Brasil: http://lista.mercadolivre.com.br/_CustId_26247958
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