31 julho 2010

Melhores e piores de julho

Julho terminou e, sem lero-lero nem vem cá que eu também quero, é hora de conhecer os melhores e piores do mês, na opinião da equipe do Universo HQ.

Vale lembrar: as opiniões são pessoais e não precisam ser sobre um lançamento do mês.

Não há limite para as indicações dos melhores, que não são listados necessariamente em ordem de preferência; e nem pros piores.

As dez primeiras histórias de Jessica Jones, num belo encadernadoSidney Gusman

Melhores: Lucky Luke - O homem de Washington, de Laurent Gerra e Achdé e Lucky Luke – Oklahoma Jim, de Jean Léturgie e Pearce, da Edições Asa, Mitos Marvel, Demolidor - A queda de Murdock e Alias (Panini), Gefangene - Sem saída (Zarabatana) e Mumin (Conrad)

Piores: Trindade # 11 e # 12 e Dreamwar - Sonhos de Guerra # 3 (Panini)

Mais um mês em que o Codespoti deixa os leitores brasileiros babando com o que anda lendoSérgio Codespoti

Melhores: Moi, Dragon - Volume 1, de Juan Gimenez (Le Lombard), W.E.S.T. 2, de Rossi, Dorisson e Nury (Dargaud), Daredevil - Return of The King, de Ed Brubaker, Michael Lark e David Aja (Marvel) e Hellboy - The Wild Hunt, de Mike Mignola e Duncan Fegredo

Pior: nenhum

Neil Gaiman escreve bem demais; e não só para quadrinhosMarcelo Naranjo

Melhores: O livro do cemitério, de Neil Gaiman (Rocco) e Grandes Clássicos DC # 9 – Alan Moore (Panini)

Pior: nenhum





Esta revista é um presente pros fãs antigos da DisneyMarcus Ramone

Melhores: Homem-Aranha # 102, Vertigo # 5, # 6 e # 7 e Mauricio Apresenta # 10 - Turma da Mônica em todas as Copas do Mundo (Panini), Disney Big # 5 e 60 Anos da Revista Pato Donald - Disney Clássicos da Literatura - Volumes 4, 5 e 6 (Abril) e J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga # 67 e Tex # 488 (Mythos)

Pior: A Teia do Homem-Aranha # 1 (Panini)

Conhece esta revista independente? Pois deveria!Eduardo Nasi

Melhores: Vertigo # 4, # 5, # 6 e # 7 (Panini) e Beleléu (independente)

Pior: Liga da Justiça # 91 (Panini)




Eis um álbum divertido, mas que não precisava de tanto luxo no acabamentoGuilherme Kroll Domingues

Melhores: Batman - Longo dia das Bruxas e Kick-Ass - Quebrando tudo! e Batman - Lenda Urbana, HQ publicada na Wizard # 1 (Panini) e J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga # 68 (Mythos)

Pior: nenhum



Boa dica de releitura depois da morte de Harvey PekarRicardo Malta Barbeira

Melhores: Bob & Harv - Dois anti-heróis americanos (Conrad) e 10 Pãezinhos - O girassol e a lua (Via Lettera)

Pior: Nenhum




Cachalote dividiu opiniões até na equipe do UHQLielson Zeni

Melhores: Vertigo # 5 (Panini), Cachalote (Quadrinhos na Cia.) e The Boys – O nome do jogo (Devir)

Pior: nenhum




Liniers é sempre uma grande leituraDelfin

Melhores: Xampu – Lovely losers (Devir), Gefangene – Sem saída e Macanudo # 3 (Zarabatana), Cachalote (Quadrinhos na Cia.), The Eternal Smile (First Second), The Medusa Chain, de Ernie Colon, e Sandkings, de Doug Moench e Pat Broderick, adaptando o afamado romance de George R. R. Martin (DC)

Piores: Cyberella (Helix) e Jack Cross, de Warren Ellis e Gary Erskine (DC)

Outro bom álbum nacional publicado em 2010André Sollitto

Melhores: Demolidor - A queda de Murdock, Batman # 92, A sombra do Batman # 1, A noite mais densa # 0, Magneto - Testamento e X-Men Extra # 100 (Panini), 30 dias de noite – Contos de terror (Devir), Gefangene - Sem saída (Zarabatana), Cachalote (Quadrinhos na Cia.) e J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga # 68 (Mythos)

Pior: nenhum

Bem divertido esse resgate desse clássico de Mauricio de SousaDiego Figueira

Melhores: Xampu - Lovely losers (Devir), Y - O último homem # 2 - Ciclos (Panini), Os Sousa - Desventuras em família (L&PM), J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga # 67 (Mythos) e Cachalote (Quadrinhos na Cia.)

Piores: A Teia do Homem-Aranha # 1 e Superman # 92 (Panini)

Diversão e pancadaria é o que não faltam neste álbumZé Oliboni

Melhores: Quebra-Queixo - Volume 3 ( Devir) e As melhores tiras do Penadinho # 1 (Panini)

Pior: Mad # 27 (Panini)






Roger Cruz fez um dos grandes álbuns nacionais do anoRonaldo Barata

Melhores: Xampu – Lovely losers (Devir) e Calvin e Haroldo - Tem alguma coisa babando embaixo da cama (Conrad)

Piores: X-Men # 101 e Reinado Sombrio # 4 (Panini)

22 julho 2010

Homem-Aranha com 3 pernas?

Todo mundo sabe que aranhas têm oito patas, mas o herói mais querido da Marvel sempre se manteve bípede. Até agora...

Provavelmente, quando você viu na capa de Homem-Aranha # 103 o herói com um pé a mais deve ter pensado que ele apenas precisava de uma força extra para mais uma luta mortal com o Venom. Mas não!

O colecionador fiel mais atento pode pegar na sua coleção a edição # 102 e tentar entender esse quebra-cabeça visual.

Olhe atentamente essas duas imagens:





Reparou que o pé que “sobra” na edição # 103 é exatamente o mesmo da # 102?



Apesar da brincadeira na abertura do post, foi um erro feio da Panini.

E não é primeira vez que esse tipo de mancada acontece. Basta lembrar da página trocada em Superman # 89 ou as as páginas fora de ordem da minissérie X-23.

É preciso mais atenção. Também à parte gráfica.

14 julho 2010

Lançamento da Cachalote em Curitiba



Cachalote, o álbum criado por Daniel Galera (escritor e tradutor de várias obras de Robert Crumb) e Rafael Coutinho (artista plástico e integrante de coletâneas como Bang Bang) será lançado hoje, em Curitiba, às 19 horas, na Itiban Comic Shop.

Também estarão lá Daniel Pellizzari (tradutor de boa parte dos Sandman da Conrad e escritor) e Rafael Grampá (autor de Mesmo Delivery).

Além da sessão de autógrafos com essa turma toda, vai rolar um bate-papo com o tema Literatura e Quadrinhos - Parceiros e parcerias, mediado por mim. Quem estiver aqui em Curitiba, apareça!

A Itiban fica na Av. Silva Jardim, 845, em Curitiba. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0XX-41-3232-5367, com a Mitie.

08 julho 2010

Salve Júlia Kendall


Júlia Kendall sofre de uma doença terminal: baixas vendoses. O médico, Doutor Vendas da Mythos, deu apenas quatro meses de vida para a criminóloga.

Aqueles que acompanham de perto as aventuranças da graciosa doutora Kendall estão entristecidos. Alguns tentam se conformar; outros procuram se preparar para como poderão viver sem ela por perto; e outros ainda acreditam no milagre.

Caso o problema seja curado, o cancelamento da revista é que será sepultado. Mas como reverter esse quadro tão adverso?

De modo até bastante simples: fazendo que a revista J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga venda mais e atinja uma marca comercial viável. O que é simples, não parece ser fácil.

Principalmente, porque esse não é o enredo de uma das edições escritas por Giancarlo Berardi, mas sim a verdade brasileira sobre a revista da Júlia (menos a parte da doença e coisa e tal).

Eu realmente fiquei abalado com a notícia. Resenho a revista desde o número 53 e, depois de passar o susto, fiquei matutando o que poderia ser feito. Me engajei numa campanha "compre uma J. Kendall e dê outra de presente". E não sou o único nessa.

Já que a Mythos pouco investiu na divulgação deste excelente título nesses anos todos, eis algumas ideias:

Se você lia o fumetto e parou, este é o momento em que deve voltar a ler e a comprar.

Se você empresta de um amigo, economize no lanche ou na cerveja e compre a sua edição.

Se você conhece alguém que leia outros títulos da Bonelli, dê uma Júlia de presente pra ele, que a alta qualidade da revista faz o trabalho sozinho.

Se você conhece alguém que gosta de histórias policiais e de investigação, convença-o a ler a criminóloga.

Se você conhece qualquer leitor potencial pra essa revista, mexa-se e tente convencer essa pessoa a comprar J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga.

É óbvio que não dá pra culpar os leitores pelo cancelamento da revista. Mas parece haver uma esperança de salvar uma das melhores revistas do Brasil, que está na nossa mão.

Chega de reclamar que falta gibi bom na banca. Vamos nos mexer e salvar a Júlia!

01 julho 2010

Melhores e piores de junho

Mesmo durante a Copa, a equipe do Universo HQ não parou de ler quadrinhos. E fez uma seleção de melhores e piores muito melhor que a de Dunga.

Vale lembrar: as opiniões são pessoais e não precisam ser sobre um lançamento do mês.

Não há limite para as indicações dos melhores, que não são listados necessariamente em ordem de preferência; e nem pros piores. Neste mês, Marcus Ramone, Ronaldo Barata e Ricardo Malta ficaram de fora por não terem lido nada relevante.

Sidney Gusman

Melhores: Namor - As Profundezas, Oceano, Ex Machina - Marcha à guerra e Fábulas - Volume 5 - Os ventos da mudança (Panini), Breakpoint - Tomo 2 - O cavalo de Troia (Asa Edições), Golgo 13 # 2 (JBC) e Bórgia 3 - Chamas da fogueira (Conrad)

Piores: Marvel Especial 18 - Marvel 2099 e Trindade # 10 (Panini)


Sérgio Codespoti

Melhores: Long John Silver - Lady Vivian Hastings, de Xavier Dorison e Mathieu Lauffray (Dargaud), Long John Silver - Tome 2 - Neptune, de Xavier Dorison e Mathieu Lauffray (Dargaud), Long John Silver - Tome 3 - Le labyrinthe d'émeraude, de Xavier Dorison e Mathieu Lauffray (Dargaud), Toute La Poussière du Chemin, de Wander Antunes e Jaime Martin (Aire Libre), Hellboy - The Troll Witch and Other Stories, de Mike Mignola, Richard Corben e P. Craig Russell (Dark Horse), Hellboy - The Wild Hunt, de Mignola e Fegredo (Dark Horse).

Piores: Hulk # 20 e # 21, de Jeph Loeb e Ed McGuiness (Marvel)


Marcelo Naranjo

Melhores:
Namor - As profundezas e Fábulas - Volume 5 - Os ventos da mudança (Panini)

Pior: nenhum





Eduardo Nasi

Melhores: Golgo 13 #3 (JBC), O pequeno vampiro e o kung fu (Zahar), Ex Machina - Marcha à guerra (Panini), Cachalote (Quadrinhos na Cia.), 90 livros clássicos para apressadinhos (Galera)

Piores: Dreamwar # 1, Reinado Sombrio # 2, # 3 e # 4, Batman Anual # 2, Batman # 91 e Universo Marvel # 58 (Panini)


Guilherme Kroll Domingues

Melhores: Kiki de Montparnasse (Galera), Histórias de Poe (Arx), Alice no País das Maravilhas (OnLine), 100 Balas - Volume 3 - Laços de Sangue e Guerra das Armaduras (Panini), Xampu - Lovely losers e Tarzan - A origem do Homem-macaco e outras histórias (Devir), A Ilha do Tesouro - Clássicos Disney da Literatura - Volume 2 (Abril) e Diário de Um Banana 3 - A Gota D'água (V&R)

Pior: Guerra de Reis # 2 (Panini)

Lielson Zeni

Melhores: J. Kendall - As aventuras de uma criminóloga # 67 (Mythos), Fracasso de Público 2 - Desencontro de Titãs (Gal), A cidade de vidro de Paul Auster (Via Lettera), Breakdowns (Quadrinhos na Cia.), Novos Vingadores # 76 e Universo Marvel # 1 (Panini)

Pior: Marvel Action # 17 (Panini)


Delfin

Melhores: Giovanna Casotto e Battle Royale # 4 (Conrad), Deaht Note # 1 (JBC),Art Out of Time (Abrams), Mônica # 35 (Abril), Batman: R.I.P. e Batman: Whatever happened to the Caped Crusader? (DC Comics).

Piores: Dead CORPSe # 1 a # 5 (Helix)


André Sollitto

Melhores: Bórgia 3 - Chamas da fogueira (Conrad), O pequeno vampiro e o kung fu (Zahar), The Boys e Xampu - Lovely Loosers (Devir), Namor - As Profundezas, Kick-Ass, Marvel Especial # 15 - Thor - Era do Trovão, Y - O último homem # 2 – Ciclos, Ex Machina 1 - Estado de emergência e Ex Machina 4 - Marcha à guerra (Panini), Cachalote (Quadrinhos na Cia.), Maus (Cia. das Letras), Ex Machina # 2 – Símbolos e Ex Machina # 3 - Fato vs. Ficção (Pixel).

Pior: nenhum

Diego Figueira

Melhores: Namor - As profundezas (Panini) e Puny Parker - Segunda temporada (tiras digitais)

Piores: Superman # 91, Liga da Justiça # 91 e Lanterna Verde # 22 (Panini)

25 junho 2010

Por que o Superman não vem ao Brasil

A DC Comics está fazendo uma campanha com o Superman na qual os leitores dão razões para o personagem visitar sua cidade, durante o arco Grounded (uma das notas de hoje).

Então, fiquei pensando no que aconteceria se o personagem visitasse o Brasil.

Superman seria assaltado por um menor.
Superman não teria uma cabine telefônica para trocar de roupa.
Superman seria entrevistado pelo Globo Rural sobre sua infância na fazenda, em Smallville.
Superman faria parte, involuntariamente, da campanha de algum partido político.
Superman também seria envolvido em algum escândalo político, e teria que explicar, numa CPI, que não ajudou a criar nenhum dossiê.
Superman visitaria uma escola de samba e se tornaria tema de samba-enredo do próximo carnaval.
Superman teria que nadar com as piranhas no Pantanal.
Superman daria entrevista ao lado de caciques e pajés na Amazônia, seguindo o exemplo de Sting e James Cameron.
Superman teria seu nome acrescido à Academia Brasileira de Letras, afinal, estão aceitando qualquer um...
A vida do Superman seria tema de um especial do Globo Repórter.
Superman seria entrevistado por Jô Soares e participaria de um programa com a Hebe Camargo.
Superman resgataria muita gente durante as enchentes que assolam o País.
Superman seria alvo de fofocas maldosas sobre seu relacionamento com Lois Lane e sua amizade com Jimmy Olsen.
Superman participaria da parada gay, em São Paulo.
Superman comeria uma buchada de bode no Nordeste.
Seria acossado por travestis que tentariam, em vão, roubar a sua carteira.
Teria que refutar a afirmação (de alguma pseudo-celebridade) de que é o pai de alguma criança.
Os óculos de Clark Kent seriam roubados do seu quarto de hotel
E, sem dúvida, Superman teria que explicar por que usa a cueca sobre a calça.

É por isso que o Superman não visita o Brasil.

Mas certamente seria uma HQ mais interessante e divertida do que as que estão nas bancas atualmente.

23 junho 2010

Captain Tsubasa



Quando preparamos o especial de quadrinhos sobre futebol para a Copa do Mundo no Universo HQ, cogitei fazer resenha de uma HQ cuja animação foi muito marcante na minha infância: Super Campeões.

O desenho japonês, exibido na extinta TV Manchete, era baseado em um mangá, lançado no Japão em 1981, por Yoishi Takahashi, chamado Captain Tsubasa. Era esse título que eu pretendia resenhar, mas, ao pesquisar sobre o assunto, descobri que além de não ter versão brasileira, ele não foi lançada nos Estados Unidos. Também não encontrei edições latino-americanas, apenas uma francesa, já esgotada. Então fiquei devendo o review.


Mas a história do mangá é bastante divertida. A exemplo de Slam Dunk, é exclusivamente baseada no esporte e mostra garotos japoneses envolvidos em confrontos escolares.

Aos poucos, Oliver Tsubasa (ou, no seu nome original, Tsubasa Oozora) vai ganhando jogos e campeonatos até chegar à seleção japonesa. O auge de sua carreira é quando ele vai para o Brasil jogar no São Paulo e ganha o campeonato brasileiro sobre o Flamengo.

O mangá teve várias encarnações, bem como o animê. A primeira delas durou de 1981 a 1988, totalizando 37 volumes. Houve algumas edições soltas, uma delas baseada em Carlos Misaki (ou Misaki Taro, no original).

Captain Tsubasa voltou em 1994, contando a história do mundial juvenil disputado na França e vencido pelo Japão – só na ficção, é claro. Essa segunda versão foi de 1994 a 1997, e ficou conhecida como “World Youth”, com 18 volumes.


Um efeito direto do mangá foi a popularização do futebol em terras nipônicas. Isso, aliado à chegada de Zico por lá e à criação da J-League, fez com que o futebol se tornasse uma paixão para os japoneses. Tanto que, em 2002, o país sediaria sua primeira Copa do Mundo, dividindo a honraria com seus vizinhos da Coreia do Sul.

Dentro desse contexto, Captain Tsubasa foi reiniciado em 2001, com o subtítulo Road to 2002, com nova origem e história para Oliver e seus amigos. A animação dessa série também chegou ao Brasil, sendo exibida pelo Cartoon Network. Essa foi a última encarnação televisiva da série.


Recentemente, o mangá teve uma novo revival, chamado Golden 23, com 12 volumes publicados entre 2005 e 2008. Foi a última versão da HQ, que pode ser redescoberta no seu país com a ótima campanha japonesa na Copa de 2010.

Mas, mesmo com todo o seu sucesso e com tantas versões, Captain Tsubasa nunca ganhou uma edição brasileira. Quem sabe alguma editora não resolva lançá-lo no embalo da próxima Copa?

Confira abaixo o vídeo da abertura brasileira do desenho animado.

31 maio 2010

Melhores e piores de maio

Às vésperas da Copa do Mundo da África do Sul, não se fala apenas de futebol. Ao menos aqui no Universo HQ. Por isso, como maio já era, é hora de conhecer os melhores e piores do mês, na opinião da equipe do Universo HQ. Desta vez, só Ronaldo Barata ficou de fora, por ter lido pouco.

Vale lembrar: as opiniões são pessoais e não precisam ser sobre um lançamento do mês.

Não há limite para as indicações dos melhores, que não são listados necessariamente em ordem de preferência; e nem pros piores.

Uma das melhores tiras brasileiras do momento, num livro imperdívelSidney Gusman

Melhores: El Eternauta – 1957 (Doedytores), The Boys e Tarzan (Devir), Fracasso de Público # 2 - Desencontro de Titãs (Gal), Spirou e Fantásio - A herança e Spirou e Fantásio - Os ladrões do Marsupilami (da parceria da Asa com o jornal português Público), Golgo 13 # 1 (JBC) e Bichinhos de jardim – O livro do blog (Blogbooks)

Piores: Trindade # 9 (Panini)

Mais um álbum do brasileiro Wander Antunes lançado na Europa e que dificilmente sairá aquiSérgio Codespoti

Melhor: Toute la Poussière du Chemin, de Wander Antunes e Jaime Martin (Aire Libre)

Pior: nenhum





Que baita resgate esse da DevirMarcelo Naranjo

Criminal - Volume 1 - Covarde (Panini) e Tarzan - A origem do Homem-macaco e outras histórias (Devir)

Pior: nenhum





Esta coleção da Abril foi uma grande sacadaMarcus Ramone

Melhores: Almanaque Temático Turma da Mônica # 14 - Cascão - Futebol e Homem-Aranha # 101 (Panini), Clássicos da Literatura Disney - Volumes 1 - Os três mosqueteiros e 2 - A ilha do tesouro e As Grandes Aventuras do Mickey (Abril), Tex Ouro # 48 e Leo Pulp # 2 Mythos) e Xaxado e Sua Turma # 1 (HQM)

Piores: Alice no País das Maravilhas (NewPop) e Uma vez Flamengo, sempre Flamengo (Leitura)

Que bom ter de novo os álbuns de Quino nas livrarias brasileirasEduardo Nasi

Melhores: Disney - Cinema em Quadrinhos # 2 - Alice no País das Maravilhas (On Line), Humanos Nascemos (WMF Martins Fontes), Capitão América – A escolha (Panini) e os blogs da Beleléu (aqui e aqui)

Piores: Batman # 90, Novos Titãs # 70 e Dimensão DC - Lanterna Verde # 20 (Panini)

Mais uma bela adaptação de um clássico da literatura nacional para os quadrinhosGuilherme Kroll Domingues

Melhores: Loveless, Perdedores, O Universo WildStorm por Alan Moore e Criminal - Volume 1 - Covarde (Panini), The Boys e Quebra-queixo - Techonorama - Volume 3 (Devir), Bone 14 - Caçadores de Tesouros (Via Lettera), Memórias de um sargento de milícias (Ática) e Clássicos da Literatura Disney - Volume 1 - Os três mosqueteiros (Abril)

Pior: nenhum

Mais um bom número de Marvel MaxRicardo Malta Barbeira

Melhores: El Eternauta – 1957 (Doedytores), Striptiras # 3 - O Zelador, pau pra toda obra, e o Síndico sempre de olho (L&PM) e Marvel Max # 76 (Panini)

Pior: Nenhum




Não se deixe levar pelo traço meio infantil, esta é uma baita HQLielson Zeni

Melhores: Loveless, Transmetropolitan e Os perdedores (Panini), Scott Pilgrim – Contra o mundo (Quadrinhos na Cia.), J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga # 66 (Mythos) e Promessas de amor a desconhecidos enquanto espero o fim do mundo - Limbo (independente)

Pior: Universo Marvel # 58 (Panini)


Os Passarinhos, de Estevão Ribeiro, são garantia de boas risadasDelfin

Melhores: Outlaw - The legend of Robin Hood, de Sam Hart (Walker Books), Terra X - A saga completa Panini), Yeah # 3, de Peter Bagge e Gilbert Hernandez (DC), Southland Tales - Books I, II e III (Grafitti Designs - View Askew), Hector e Afonso - Os Passarinhos (Balão Editorial) e os blogs da Beleléu (aqui e aqui)

Pior: Xenobrood #0 a # 6, de Doug Moench e Tomm Coker (DC)

Mais uma boa adaptação de Frankenstein (esta espanhola) chega ao mercado nacionalAndré Sollitto

Melhores: Liga da Justiça # 90, Homem de Ferro – A guerra das armaduras, Bem-vindo de volta, Frank, Justiceiro Anual # 2 e Capitão América - A escolha (Panini), Frankenstein e Histórias de Poe (Saraiva) e Kiki de Montparnasse (Record)

Pior: nenhum

Curte HQs policiais? Este álbum é uma baita pedida!Diego Figueira

Melhores: Criminal - Volume 1 - Covarde (Panini)

Piores: Superman # 90 (Panini)






Em seu primeiro álbum solo, Roger Cruz manda muito bemZé Oliboni

Melhor: Xampu - Lovely losers (Devir)

Pior: Marvel Especial # 18 (Panini)

28 maio 2010

Quadrinhistas no teatro


O intercâmbio entre quadrinhos e cinema já se tornou algo bem natural e agora temos acompanhado um bom trânsito entre as HQs e o teatro. Não estou falando de adaptações, pois já tivemos várias montagens de HQs nos palcos (isso é assunto para outro post), mas sim de quadrinhistas brasileiros que estão buscando seu espaço no teatro.

Hoje estreia Meninas da Loja, uma peça dirigida por Fernanda D´Umbra e escrita pelo cartunista Caco Galhardo. Ao mesmo tempo, no mesmo teatro, domingo se encerra a temporada de Música para Ninar dinossauros – escrita e dirigida por Mário Bortolotto e com atuação de Lourenço Mutarelli.

Não tenho muito para falar da peça do Galhardo, além de que estou curioso para assisti-la. A sinopse diz que Meninas da Loja é sobre quatro funcionárias presas do lado de fora da loja de sapatos na qual trabalham. Olhando assim, pode não parecer muita coisa, mas quem conhece o trabalho do cartunista sabe que ele tem um jeito peculiar de sintetizar relacionamentos e pessoas.

De Música para Ninar Dinossauros, posso falar um pouco mais, já que fui assistir e gostei.

A peça retrata dois momentos na vida de três homens um tanto à deriva e com dificuldades de se relacionar com mulheres que não sejam prostitutas. Alternam-se – com transições de cena muito bem elaboradas – o retrato de momentos do trio jovem com suas versões quarentonas, sempre acompanhados por três prostitutas.

No elenco estão Lourenço Mutarelli, Mario Bortolotto e Paulo de Tharso representando versões deles mesmos. É inevitável associar os personagens com os atores, mas, quem conhece um pouco de cada um deles, sabe que aquilo é um exagero de suas peculiaridades.

O elenco ainda conta com três atores para interpretar as versões jovens e seis atrizes no papel dos dois trios de prostitutas (coincidentemente, entre elas está Carolina Manica, namorada do quadrinhista Rafael Grampá).

A peça, obviamente, tem alguns problemas: a interpretação do trio de quarentões é tão natural que se assemelha à de atores de filmes. Isso acaba constrastando com os outros atores, que seguem uma linha de atuação de teatro mesmo, um tanto mais “afetada” e exagerada. Nenhum dos dois modos são ruins, o problema surge do contraste entre eles.

Outra falha grave da produção é quando um dos atores da versão jovem (anos 70) saca uma nota de R$ 20,00. Erraram escolhendo uma nota de Real que não existia na época e erraram mais ainda escolhendo uma bem chamativa. Isso é uma falha de produção que poderia ter sido bem resolvida usando uma nota de dólar, que é muito mais atemporal que a nossa moeda.

Mas isso são coisas que se releva facilmente quando está na plateia rindo do texto muito bem equilibrado de Bortolotto e curtindo a trilha sonora bem escolhida.

Um dos momentos memoráveis da peça é quando o personagem de Bortolotto define sua geração como uma "geração que chegou atrasada”. É uma explicação um pouco longa e que só tem graça ao vivo, mas é muito interessante.

Então, se você ainda não viu Música para Ninar Dinossauros, corra, pois sábado, às 21h, e domingo, às 20h, rolam as últimas apresentações. Já Meninas da Loja estará em cartaz quintas às 21h e sextas às 21h30, até 2 d ejulho. Ambas no Espaço Parlapatões, na Praça Frankilin Roosevelt, 158 – Centro, São Paulo/SP – bem ao lado da Livraria HQMix, onde você sempre pode encontrar algum quadrinhista fazendo compras ou lançando um trabalho.

27 maio 2010

Site fora do ar

Infelizmente, desde ontem, por volta do meio-dia, o Universo HQ está fora do ar. Entramos em contato com o servidor que hospeda o site e nos informaram que é por causa de um problema interno que está atingindo vários sites hospedados por eles. Nos deram um prazo de retorno de 12 horas – que não foi cumprido até agora. Continuamos em contato, mas só nos resta aguardar que, a qualquer momento, estejamos novamente online.

Como você deve saber, o UHQ existe desde 2000 e todo seu banco de dados é mantido no ar permanentemente, servindo como fonte de pesquisa e referência para muitos assuntos relacionados a quadrinhos.

Devido ao tamanho desse banco de dados – que aumenta diariamente – e à grande quantidade de visitações, não é fácil encontrar um servidor que comporte o site e atenda todas as nossas necessidades de hospedagem. Mas continuamos buscando alternativas para que problemas como esse não se repitam.

Obrigado pela compreensão, atualizaremos esse post quando o site retornar.

Atualização: Voltamos!

24 maio 2010

O efeito Mauricio de Sousa


Sidney Gusman participou neste domingo de um evento sobre quadrinhos que tem rolado durante todo o mês de maio na Casa das Rosas.

A palestra dele era a única de um domingo à tarde e, em um dia frio com aquele clima propício para ficar em casa, mas várias pessoas aos poucos ocuparam praticamente todos os lugares de uma pequena sala no casarão mais antigo na Paulista.

O melhor disso é que o público que foi até lá ouvi-lo era formado principalmente por fãs e leitores da Turma da Mônica. Pode parecer óbvio que esse seria o público, mas, na maioria dos eventos nessa área, noto que o público principal é um grupo mais ou menos parecido de pessoas “do meio” dos quadrinhos – autores, editores, jornalistas.
Qual é a diferença dessa palestra e outros eventos? Um fator chamado Mauricio de Sousa.

Como Sidney bem explicou, nos seus 50 anos de carreira, Mauricio soube evoluir e se tornou um grande empresário dos quadrinhos. Ele se tornou um fenômeno mundial que ultrapassa gerações e parece não encontrar limites para crescer.

O grande exemplo disso é a Turma da Mônica Jovem. A maioria das perguntas feitas na palestra foi sobre esse novo sucesso de vendas, que não só estendeu a permanência do leitor nas revistas dos Estúdios Mauricio de Sousa, mas também resgatou leitores que já tinham abandonado os quadrinhos.

Mauricio é único e o efeito de seu trabalho será sentido por muitas gerações ainda. Sua capacidade de agregar valor a tudo que toca não se aplica apenas aos livros, quadrinhos e outros produtos relacionados à sua marca pessoal.

Ele ajuda todo o mercado de que faz parte, formando leitores e mantendo-os nos quadrinhos até que tenham maturidade suficiente para conhecer toda a variedade desse universo de HQs que gostamos tanto de ler e que precisa de público para se manter.

21 maio 2010

Bienvenido na FNAC Paulista em quatro fotos


A essa altura, a maioria dos leitores já sabe que Paulo Ramos (professor doutor em Linguística e blogueiro) lançou, pela Zarabatana, o livro Bienvenido - Um passeio pelos quadrinhos argentinos.

Trata-se de um livro bem editado, com uma capa muito bacana feita pelo fenômeno argentino Liniers que está sendo elogiado por várias pessoas - inclusive nosso colega Eduardo Nasi.

Bienvenido surgiu de algumas viagens de Paulo Ramos à Argentina que inspiraram uma série de postagens no seu blog e agora um livro teórico que apresenta ao leitor brasileiro o quadrinho argentino, que vai muito além de Quino, Maitena e Liniers.

Antes do bate-papo sobre o livro, tive a oportunidade de acompanhar uma breve oficina sobre organização e venda de quadrinhos que Paulo fez, a convite da FNAC, para os funcionários da loja.




Foi um momento bem interessante porque, em poucos minutos, Paulo mostrou como a seção de quadrinhos da loja é caótica e pouco atrativa para o cliente. Com medidas simples, uma livraria pode tornar suas estantes de quadrinhos muito mais atrativas para o leitor que está passeando pela loja.

Esse conceito de saber como vender bem quadrinhos é algo que ajuda todos os lados do mercado: a loja, inicialmente, a editora, os autores e o público em si, que tem melhores oportunidades de descobrir produtos diferentes nas livrarias e sempre se beneficia com qualquer fortalecimento do mercado.

Pode parecer algo bobo para alguns lojistas, mas, se você for gerente ou proprietário de livraria, faça a experiência: convide alguém como Paulo Ramos, Sidney Gusman, Eduardo Nasi ou outro bom conhecedor da área para treinar seus funcionários e veja como isso fará diferença.

Isso vale também para as editoras: enviar seus editores para livrarias para treinar os lojistas na arte de vender quadrinhos certamente trará muito benefício a longo prazo. Para todos.



Sobre a palestra em si – um bate-papo descontraído entre Paulo, Nasi e Cláudio Martini (editor da Zarabatana) -, foi bem bacana ver Paulo apontar as diferenças culturais entre nós e nossos vizinhos. É impressionante como o Brasil, mesmo se pensarmos só em um microcosmos do grande centro Rio/São Paulo, tem barreiras estruturais e históricas para vencer antes de crescer como mercado republicador e produtor.



Aliás, falando na ampliação do mercado, Paulo disse que, nas suas conversas com o editor da revista argentina Fierro, ficou sabendo que já está sendo negociado com uma editora - ainda não divulgada - a publicação do título no Brasil. Se a ideia vingar, será uma grande oportunidade para termos contato com a diversidade do quadrinho argentino.

P.S. 1: Apesar de a FNAC Paulista estar bem localizada, sua estrutura para eventos é muito precária. O palco divide espaço com o café da loja. O interessante é que isso, em vez de atrair a atenção dos curiosos que foram só para comer ou beber algo, cria um desconforto tanto para os clientes do café – que não querem saber da palestra -, quanto para quem foi ao evento – que tem que conviver com a conversa das pessoas no café.

P.S. 2: A estrutura é tão precária que Eduardo Nasi caiu quando sua cadeira entrou em um vão do palco improvisado pela loja (ele é esse borrão à direita na foto).



P.S. 3: Nasi está bem e agora sabe que tem que olhar bem onde coloca sua cadeira.