31 maio 2010

Melhores e piores de maio

Às vésperas da Copa do Mundo da África do Sul, não se fala apenas de futebol. Ao menos aqui no Universo HQ. Por isso, como maio já era, é hora de conhecer os melhores e piores do mês, na opinião da equipe do Universo HQ. Desta vez, só Ronaldo Barata ficou de fora, por ter lido pouco.

Vale lembrar: as opiniões são pessoais e não precisam ser sobre um lançamento do mês.

Não há limite para as indicações dos melhores, que não são listados necessariamente em ordem de preferência; e nem pros piores.

Uma das melhores tiras brasileiras do momento, num livro imperdívelSidney Gusman

Melhores: El Eternauta – 1957 (Doedytores), The Boys e Tarzan (Devir), Fracasso de Público # 2 - Desencontro de Titãs (Gal), Spirou e Fantásio - A herança e Spirou e Fantásio - Os ladrões do Marsupilami (da parceria da Asa com o jornal português Público), Golgo 13 # 1 (JBC) e Bichinhos de jardim – O livro do blog (Blogbooks)

Piores: Trindade # 9 (Panini)

Mais um álbum do brasileiro Wander Antunes lançado na Europa e que dificilmente sairá aquiSérgio Codespoti

Melhor: Toute la Poussière du Chemin, de Wander Antunes e Jaime Martin (Aire Libre)

Pior: nenhum





Que baita resgate esse da DevirMarcelo Naranjo

Criminal - Volume 1 - Covarde (Panini) e Tarzan - A origem do Homem-macaco e outras histórias (Devir)

Pior: nenhum





Esta coleção da Abril foi uma grande sacadaMarcus Ramone

Melhores: Almanaque Temático Turma da Mônica # 14 - Cascão - Futebol e Homem-Aranha # 101 (Panini), Clássicos da Literatura Disney - Volumes 1 - Os três mosqueteiros e 2 - A ilha do tesouro e As Grandes Aventuras do Mickey (Abril), Tex Ouro # 48 e Leo Pulp # 2 Mythos) e Xaxado e Sua Turma # 1 (HQM)

Piores: Alice no País das Maravilhas (NewPop) e Uma vez Flamengo, sempre Flamengo (Leitura)

Que bom ter de novo os álbuns de Quino nas livrarias brasileirasEduardo Nasi

Melhores: Disney - Cinema em Quadrinhos # 2 - Alice no País das Maravilhas (On Line), Humanos Nascemos (WMF Martins Fontes), Capitão América – A escolha (Panini) e os blogs da Beleléu (aqui e aqui)

Piores: Batman # 90, Novos Titãs # 70 e Dimensão DC - Lanterna Verde # 20 (Panini)

Mais uma bela adaptação de um clássico da literatura nacional para os quadrinhosGuilherme Kroll Domingues

Melhores: Loveless, Perdedores, O Universo WildStorm por Alan Moore e Criminal - Volume 1 - Covarde (Panini), The Boys e Quebra-queixo - Techonorama - Volume 3 (Devir), Bone 14 - Caçadores de Tesouros (Via Lettera), Memórias de um sargento de milícias (Ática) e Clássicos da Literatura Disney - Volume 1 - Os três mosqueteiros (Abril)

Pior: nenhum

Mais um bom número de Marvel MaxRicardo Malta Barbeira

Melhores: El Eternauta – 1957 (Doedytores), Striptiras # 3 - O Zelador, pau pra toda obra, e o Síndico sempre de olho (L&PM) e Marvel Max # 76 (Panini)

Pior: Nenhum




Não se deixe levar pelo traço meio infantil, esta é uma baita HQLielson Zeni

Melhores: Loveless, Transmetropolitan e Os perdedores (Panini), Scott Pilgrim – Contra o mundo (Quadrinhos na Cia.), J. Kendall - Aventuras de uma criminóloga # 66 (Mythos) e Promessas de amor a desconhecidos enquanto espero o fim do mundo - Limbo (independente)

Pior: Universo Marvel # 58 (Panini)


Os Passarinhos, de Estevão Ribeiro, são garantia de boas risadasDelfin

Melhores: Outlaw - The legend of Robin Hood, de Sam Hart (Walker Books), Terra X - A saga completa Panini), Yeah # 3, de Peter Bagge e Gilbert Hernandez (DC), Southland Tales - Books I, II e III (Grafitti Designs - View Askew), Hector e Afonso - Os Passarinhos (Balão Editorial) e os blogs da Beleléu (aqui e aqui)

Pior: Xenobrood #0 a # 6, de Doug Moench e Tomm Coker (DC)

Mais uma boa adaptação de Frankenstein (esta espanhola) chega ao mercado nacionalAndré Sollitto

Melhores: Liga da Justiça # 90, Homem de Ferro – A guerra das armaduras, Bem-vindo de volta, Frank, Justiceiro Anual # 2 e Capitão América - A escolha (Panini), Frankenstein e Histórias de Poe (Saraiva) e Kiki de Montparnasse (Record)

Pior: nenhum

Curte HQs policiais? Este álbum é uma baita pedida!Diego Figueira

Melhores: Criminal - Volume 1 - Covarde (Panini)

Piores: Superman # 90 (Panini)






Em seu primeiro álbum solo, Roger Cruz manda muito bemZé Oliboni

Melhor: Xampu - Lovely losers (Devir)

Pior: Marvel Especial # 18 (Panini)

28 maio 2010

Quadrinhistas no teatro


O intercâmbio entre quadrinhos e cinema já se tornou algo bem natural e agora temos acompanhado um bom trânsito entre as HQs e o teatro. Não estou falando de adaptações, pois já tivemos várias montagens de HQs nos palcos (isso é assunto para outro post), mas sim de quadrinhistas brasileiros que estão buscando seu espaço no teatro.

Hoje estreia Meninas da Loja, uma peça dirigida por Fernanda D´Umbra e escrita pelo cartunista Caco Galhardo. Ao mesmo tempo, no mesmo teatro, domingo se encerra a temporada de Música para Ninar dinossauros – escrita e dirigida por Mário Bortolotto e com atuação de Lourenço Mutarelli.

Não tenho muito para falar da peça do Galhardo, além de que estou curioso para assisti-la. A sinopse diz que Meninas da Loja é sobre quatro funcionárias presas do lado de fora da loja de sapatos na qual trabalham. Olhando assim, pode não parecer muita coisa, mas quem conhece o trabalho do cartunista sabe que ele tem um jeito peculiar de sintetizar relacionamentos e pessoas.

De Música para Ninar Dinossauros, posso falar um pouco mais, já que fui assistir e gostei.

A peça retrata dois momentos na vida de três homens um tanto à deriva e com dificuldades de se relacionar com mulheres que não sejam prostitutas. Alternam-se – com transições de cena muito bem elaboradas – o retrato de momentos do trio jovem com suas versões quarentonas, sempre acompanhados por três prostitutas.

No elenco estão Lourenço Mutarelli, Mario Bortolotto e Paulo de Tharso representando versões deles mesmos. É inevitável associar os personagens com os atores, mas, quem conhece um pouco de cada um deles, sabe que aquilo é um exagero de suas peculiaridades.

O elenco ainda conta com três atores para interpretar as versões jovens e seis atrizes no papel dos dois trios de prostitutas (coincidentemente, entre elas está Carolina Manica, namorada do quadrinhista Rafael Grampá).

A peça, obviamente, tem alguns problemas: a interpretação do trio de quarentões é tão natural que se assemelha à de atores de filmes. Isso acaba constrastando com os outros atores, que seguem uma linha de atuação de teatro mesmo, um tanto mais “afetada” e exagerada. Nenhum dos dois modos são ruins, o problema surge do contraste entre eles.

Outra falha grave da produção é quando um dos atores da versão jovem (anos 70) saca uma nota de R$ 20,00. Erraram escolhendo uma nota de Real que não existia na época e erraram mais ainda escolhendo uma bem chamativa. Isso é uma falha de produção que poderia ter sido bem resolvida usando uma nota de dólar, que é muito mais atemporal que a nossa moeda.

Mas isso são coisas que se releva facilmente quando está na plateia rindo do texto muito bem equilibrado de Bortolotto e curtindo a trilha sonora bem escolhida.

Um dos momentos memoráveis da peça é quando o personagem de Bortolotto define sua geração como uma "geração que chegou atrasada”. É uma explicação um pouco longa e que só tem graça ao vivo, mas é muito interessante.

Então, se você ainda não viu Música para Ninar Dinossauros, corra, pois sábado, às 21h, e domingo, às 20h, rolam as últimas apresentações. Já Meninas da Loja estará em cartaz quintas às 21h e sextas às 21h30, até 2 d ejulho. Ambas no Espaço Parlapatões, na Praça Frankilin Roosevelt, 158 – Centro, São Paulo/SP – bem ao lado da Livraria HQMix, onde você sempre pode encontrar algum quadrinhista fazendo compras ou lançando um trabalho.

27 maio 2010

Site fora do ar

Infelizmente, desde ontem, por volta do meio-dia, o Universo HQ está fora do ar. Entramos em contato com o servidor que hospeda o site e nos informaram que é por causa de um problema interno que está atingindo vários sites hospedados por eles. Nos deram um prazo de retorno de 12 horas – que não foi cumprido até agora. Continuamos em contato, mas só nos resta aguardar que, a qualquer momento, estejamos novamente online.

Como você deve saber, o UHQ existe desde 2000 e todo seu banco de dados é mantido no ar permanentemente, servindo como fonte de pesquisa e referência para muitos assuntos relacionados a quadrinhos.

Devido ao tamanho desse banco de dados – que aumenta diariamente – e à grande quantidade de visitações, não é fácil encontrar um servidor que comporte o site e atenda todas as nossas necessidades de hospedagem. Mas continuamos buscando alternativas para que problemas como esse não se repitam.

Obrigado pela compreensão, atualizaremos esse post quando o site retornar.

Atualização: Voltamos!

24 maio 2010

O efeito Mauricio de Sousa


Sidney Gusman participou neste domingo de um evento sobre quadrinhos que tem rolado durante todo o mês de maio na Casa das Rosas.

A palestra dele era a única de um domingo à tarde e, em um dia frio com aquele clima propício para ficar em casa, mas várias pessoas aos poucos ocuparam praticamente todos os lugares de uma pequena sala no casarão mais antigo na Paulista.

O melhor disso é que o público que foi até lá ouvi-lo era formado principalmente por fãs e leitores da Turma da Mônica. Pode parecer óbvio que esse seria o público, mas, na maioria dos eventos nessa área, noto que o público principal é um grupo mais ou menos parecido de pessoas “do meio” dos quadrinhos – autores, editores, jornalistas.
Qual é a diferença dessa palestra e outros eventos? Um fator chamado Mauricio de Sousa.

Como Sidney bem explicou, nos seus 50 anos de carreira, Mauricio soube evoluir e se tornou um grande empresário dos quadrinhos. Ele se tornou um fenômeno mundial que ultrapassa gerações e parece não encontrar limites para crescer.

O grande exemplo disso é a Turma da Mônica Jovem. A maioria das perguntas feitas na palestra foi sobre esse novo sucesso de vendas, que não só estendeu a permanência do leitor nas revistas dos Estúdios Mauricio de Sousa, mas também resgatou leitores que já tinham abandonado os quadrinhos.

Mauricio é único e o efeito de seu trabalho será sentido por muitas gerações ainda. Sua capacidade de agregar valor a tudo que toca não se aplica apenas aos livros, quadrinhos e outros produtos relacionados à sua marca pessoal.

Ele ajuda todo o mercado de que faz parte, formando leitores e mantendo-os nos quadrinhos até que tenham maturidade suficiente para conhecer toda a variedade desse universo de HQs que gostamos tanto de ler e que precisa de público para se manter.

21 maio 2010

Bienvenido na FNAC Paulista em quatro fotos


A essa altura, a maioria dos leitores já sabe que Paulo Ramos (professor doutor em Linguística e blogueiro) lançou, pela Zarabatana, o livro Bienvenido - Um passeio pelos quadrinhos argentinos.

Trata-se de um livro bem editado, com uma capa muito bacana feita pelo fenômeno argentino Liniers que está sendo elogiado por várias pessoas - inclusive nosso colega Eduardo Nasi.

Bienvenido surgiu de algumas viagens de Paulo Ramos à Argentina que inspiraram uma série de postagens no seu blog e agora um livro teórico que apresenta ao leitor brasileiro o quadrinho argentino, que vai muito além de Quino, Maitena e Liniers.

Antes do bate-papo sobre o livro, tive a oportunidade de acompanhar uma breve oficina sobre organização e venda de quadrinhos que Paulo fez, a convite da FNAC, para os funcionários da loja.




Foi um momento bem interessante porque, em poucos minutos, Paulo mostrou como a seção de quadrinhos da loja é caótica e pouco atrativa para o cliente. Com medidas simples, uma livraria pode tornar suas estantes de quadrinhos muito mais atrativas para o leitor que está passeando pela loja.

Esse conceito de saber como vender bem quadrinhos é algo que ajuda todos os lados do mercado: a loja, inicialmente, a editora, os autores e o público em si, que tem melhores oportunidades de descobrir produtos diferentes nas livrarias e sempre se beneficia com qualquer fortalecimento do mercado.

Pode parecer algo bobo para alguns lojistas, mas, se você for gerente ou proprietário de livraria, faça a experiência: convide alguém como Paulo Ramos, Sidney Gusman, Eduardo Nasi ou outro bom conhecedor da área para treinar seus funcionários e veja como isso fará diferença.

Isso vale também para as editoras: enviar seus editores para livrarias para treinar os lojistas na arte de vender quadrinhos certamente trará muito benefício a longo prazo. Para todos.



Sobre a palestra em si – um bate-papo descontraído entre Paulo, Nasi e Cláudio Martini (editor da Zarabatana) -, foi bem bacana ver Paulo apontar as diferenças culturais entre nós e nossos vizinhos. É impressionante como o Brasil, mesmo se pensarmos só em um microcosmos do grande centro Rio/São Paulo, tem barreiras estruturais e históricas para vencer antes de crescer como mercado republicador e produtor.



Aliás, falando na ampliação do mercado, Paulo disse que, nas suas conversas com o editor da revista argentina Fierro, ficou sabendo que já está sendo negociado com uma editora - ainda não divulgada - a publicação do título no Brasil. Se a ideia vingar, será uma grande oportunidade para termos contato com a diversidade do quadrinho argentino.

P.S. 1: Apesar de a FNAC Paulista estar bem localizada, sua estrutura para eventos é muito precária. O palco divide espaço com o café da loja. O interessante é que isso, em vez de atrair a atenção dos curiosos que foram só para comer ou beber algo, cria um desconforto tanto para os clientes do café – que não querem saber da palestra -, quanto para quem foi ao evento – que tem que conviver com a conversa das pessoas no café.

P.S. 2: A estrutura é tão precária que Eduardo Nasi caiu quando sua cadeira entrou em um vão do palco improvisado pela loja (ele é esse borrão à direita na foto).



P.S. 3: Nasi está bem e agora sabe que tem que olhar bem onde coloca sua cadeira.

05 maio 2010

X-Men — a série animada

Na década de 1990, eu era um jovem leitor de quadrinhos, imerso na Marvel, e lia apenas as revistas Homem-Aranha, Teia do Aranha, Capitão América e Superaventuras Marvel, todas publicadas pela Abril. Ou seja, passava longe dos X-Men (que para mim eram "xis-men" e não "equis-men").

Tudo mudou quando vi, na TV Globo (no finado programa TV Colosso), a animação X-Men. Originalmente lançada em 1992, a série era bem fiel aos quadrinhos e foi uma verdadeira coqueluche na época. Todos os meus amigos a assistiam e comentavam os episódios na escola. Quem não via e não acompanhava os gibis estava por fora.

Não era para menos, a série trazia episódios fiéis às sagas originais dos quadrinhos, com histórias emocionantes e até algumas mortes, coisa que não se via nos desenhos animados norte-americanos.

A série durou 76 episódios, segundo o IMDB, e teve bons e maus momentos, como a maioria dos episódios escritos sem ser baseados nas sagas dos quadrinhos. No geral, porém, foi bem marcante. Para se ter uma ideia da importância dela para o público tupiniquim, os dubladores brasileiros do desenhos foram os mesmos utilizados nos filmes dos X-Men, lançados quase uma década depois.

O desenho animado voltou à minha memória porque a Marvel o colocou gratuitamente para ser visto online. Atualmente, a editora já disponibilizou em seu site até o episódio 54, que você pode ver abaixo. O impacto é bem diferente ao ver essas cenas hoje, já que a animação é sofrível para os padrões atuais. Mas a nostalgia é inevitável.


03 maio 2010

O Novo Fantasma

Um herói clássico dos quadrinhos vai ganhar nova roupagem.

Como a imagem abaixo mostra, o Fantasma - Espírito que Anda - terá uma mudança de visual, cortesia de Alex Ross.

De acordo com a notícia no Universo HQ, o personagem está trocando de editora, da Moonstone para a Dynamite Entertainment.

A imagem mostra um visual mais assustador. Será que vai dar certo? Ou os fãs não vão gostar nadinha da mudança?

Lado bom: bem que o clássico (e sumido) herói poderia voltar a ser publicado no Brasil! Clique na imagem para ampliar:


Pra matar saudades, confira essa matéria sobre o Fantasma.