31 maio 2009

Melhores e piores de maio

Maio terminou. Foi um mês em que li muita coisa (boa, inclusive), mas nem todos os integrantes do UHQ foram na mesma toada. O Sérgio Codespoti, o Diego Figueira e o Ronaldo Barata ficaram de fora por razões diferentes - o primeiro está viajando pela Europa (que chato!) e os outros leram pouco.

Em compensação, temos a estreia de dois novos integrantes: Lielson Zeni e André Sollitto, que nossos leitores começam a conhecer por suas resenhas e notas.

Então, chega de papo. Conheça os melhores e piores de cada integrante do Universo HQ em maio. Confira abaixo.

Vale lembrar: as opiniões são pessoais e não precisam ser sobre um lançamento do mês.

Não há limite para as indicações dos melhores, que não são listados necessariamente em ordem de preferência; e nem pros piores.

Uma HQ diferente de tudo que temos no mercadoSidney Gusman

Melhores: Três dedos – Um escândalo animado (Gal), Sábado dos meus amores (Conrad), O Guarani (Ática), Sgt. Rock e Batman - Crônicas - Volume 2 (ambos da Panini) e Blueberry – Chihuahua Pearl, Blueberry – O homem que valia $ 500 000 e Blueberry – Balada para um caixão (todos da Asa em parceria com o jornal Público)

Piores: Contagem regressiva # 10 e # 11, Wolverine - Logan, Prelúdio para a crise final # 9 e World of Warcraft # 1, # 2 e #3, todos da Panini

Mais uma vez Gonçalo Junior contribui para aumentar a bibliografia sobre quadrinhos no BrasilMarcelo Naranjo

Melhores: Sábado dos meus amores (Conrad), Sgt. Rock (Panini) e Vida traçada – Um perfil de Flavio Colin (Marca de Fantasia)

Pior: nenhum




Incrível a Maturi ser ignorada pelo HQ MixMarcus Ramone

Melhores: Tex Ouro # 41 (Mythos), Maturi # 1 e Maturi Edição Especial, ambos do GRUPEHQ

Pior: Mickey # 799 (Abril)




Chamar este álbum de primor ainda é poucoEduardo Nasi

Melhores: Verão Índio e Sábado dos meus amores (ambos Conrad), Batman - Terror sagrado (Abril),
A piada mortal – Edição especial e Sgt. Rock (ambos da Panini)

Pior: Contagem regressiva # 10 (Panini)


Bela adaptação da obra de José de AlencarGuilherme Kroll Domingues

Melhores: Chinês americano e Jubiabá (ambos da Quadrinhos na Cia.), O Guarani (Ática) e Homunculus # 6 e MPD Psycho # 2 (ambos da Panini)

Pior: Menino Caranguejo - Missão dengue (Salomão)


Para muitos, ninguém desenhou o Batman tão bem quanto Neal AdamsRicardo Malta Barbeira

Melhores: Batman ilustrado por Neal Adams - Volume # 1 e Homem-Aranha # 89 (ambos da Panini) e Pixel Magazine # 21 (Pixel)

Pior: nenhum




Baita lançamento na estreia da Quadrinhos na Cia.Zé Oliboni

Melhor: O chinês americano (Quadrinhos na Cia.)

Pior: nenhum





Tina ganha revista buscando o público adolescenteDelfin

Melhores: Mutts (Devir), Três dedos – Um escândalo animado (Gal), Tina # 1 e Turma da Mônica Jovem # 6, # 7 e # 8 (ambos da Panini), Blankets (Top Shelf), Exploradores do Desconhecido (webcomic), Dr. Pepper (webcomic) e Wagner & Beethoven (webcomic)

Pior: nenhum

Júlia continua nas bancas como o melhor título regular em bancasLielson Zeni

Melhores: J. Kendall – Aventuras de uma criminóloga # 53 (Mythos), 10 pãezinhos - um dia, uma noite (independente) e Sandman – A casa de bonecas e Sandman - Terra dos Sonhos ambos da Conrad)

Pior: Batman # 75 (Panini)

Joe Kubert dá uma aula de quadrinhos desta ediçãoAndré Sollitto

Melhores: Verão Índio (Conrad), Graphic Novel # 11 - Surfista Prateado - Parábola (Abril), Nova York e Jubiabá (ambos da Quadrinhos na Cia.) e Sgt Rock, The Spirit # 5, Batman – O longo Dia das Bruxas, Batman - Ano 100 # 1 e # 2, Demolidor Anual # 1 - Redenção e Dimensão DC - Lanterna Verde # 2, todos da Panini

Pior: Invasão Secreta # 2 (Panini)
Sunday comics morreu. Longa vida aos Quadrinhos de domingo

Pois é: acatei a sugestão lusófila do Sidão de verter para nossa língua o título desta postagem semanal. Nada mais de "sândei coumix", agora é - e daqui pra frente será - Quadrinhos de domingo.

Mas a ideia continua a mesma: aproveitar as manhãs de domingo para indicar uns quadrinhos bacanas que estão aí pela internet.

Como o Creebobby, do Jacob Borshard:

Claro que escolhi a HQ Bat-Fail como isca. Conheço poucos leitores de quadrinhos que resistem ao Batman.

Eu poderia ter escolhido a do Snoopy ou a dos vampiros. Ou a do Abraham Lincoln. Ainda assim, seria boas recomendações. O trabalho de Mr. Borshard é bárbaro de qualquer maneira. Até mesmo quando ele está criando suas canções.

(Mas não deixe de ver a série Archetype Times Table, ok?)

29 maio 2009

Following Friday - J. M. Trevisan

Quem joga RPG certamente já ouviu falar em J. M. Trevisan. Ele foi um dos responsáveis pela famosa revista Dragão Brasil, pelo Tormenta - um cenário de RPG de fantasia medieval - e por várias outras criações na área.

Mas Trevisan é muito mais que isso. Fã de quadrinhos, literatura, música, ele se mostrou um escritor multimídia com uma produção diferenciada.

Então, conheça melhor o Trevisan e passe a acompanhar o trabalho dele.

Blog do UHQ: Você é sempre lembrado pelo seu trabalho com RPG - principalmente na Dragão Brasil, com o Marcelo Cassaro e o Rogério Saladino. Como começou a jogar RPG? Como é a sua relação com o RPG hoje?

Trevisan: Comecei aos 15 anos, graças à loja especializada Forbidden Planet, em São Paulo. Eu tinha aulas em um curso de História em Quadrinhos no SESC Pompéia, e a loja ficava em um shopping vizinho. Acabei conhecendo o RPG por meio dos livros-jogo.

Daí para o jogo propriamente dito foi um pulo. Era uma época diferente, sem internet. As pessoas precisavam se juntar para conhecer o
hobby e estávamos todos aprendendo ao mesmo tempo.

Apesar do incentivo que a descoberta me trouxe, não comecei a escrever por causa do RPG. Já escrevia antes e tinha uma produção voltada para contos e HQs. O jogo só juntou todos os meus gostos em um lugar só.

Minha relação com o RPG hoje é um tanto complicada. Depois de quase 15 anos no ramo, você tem vontade de fazer outras coisas, criar algo de destaque em outras linhas de frente. Não me considero aposentado do ramo, mas posso dizer com segurança que minhas metas principais, meu foco, estão em outras coisas.

Tenho muito orgulho de ser conhecido como autor de RPG e faço questão de citar isso em todas as entrevistas, mas o tempo passa e a gente acaba criando outros interesses. Claro que nada me impede de voltar a produzir. Temos inclusive os novos livros básicos de Tormenta a caminho, ainda este ano, em comemoração aos dez anos do cenário.


A seu ver existe uma baixa no mercado de RPG atualmente? Isso mudou sua forma de produção?

A ideia de que existe uma crise no RPG é e meio tosca e simplista. Serve para justificar uma série de fracassos de outras pessoas e não acho que seja justa com quem conseguiu se manter.

Há uma retração geral, em todas as esferas. E como qualquer mídia, o RPG também é afetado. Não é a primeira vez e não será a última. Crise, pra mim, é quando ninguém consegue sobreviver, independentemente da estratégia elaborada ou de sua competência.

Não é o que temos hoje.

O que ocorre é uma seleção natural: fica quem consegue se adaptar aos novos tempos. Não é uma época melhor ou pior. É apenas diferente.


Você é um cara multimídia, faz contos, roteiro de filmes, quadrinhos. Aliado a isso, hoje você pensa no cenário medieval que criou com o Cassaro e o Saladino como algo além de um produto de RPG?

É uma resposta superclichê, mas eu não imaginava que Tormenta fosse um dia fazer dez anos ainda sendo publicado. Nenhum de nós parou para pensar no que estava fazendo, a proporção da coisa.

Justamente por isso, às vezes ainda tenho dificuldades para imaginar projetos mais ambiciosos, fora do escopo do que já fazemos. Dia desses, um rapaz me escreveu dizendo que queria elaborar um projeto sério envolvendo Tormenta e jogos de computador e ainda não consegui dar uma resposta porque fico pensando: "Sério? Você quer mesmo fazer isso com o nosso cenário?".

Mas os romances, a Trilogia Tormenta, foram um belo passo nessa direção. As vendas deixaram todos satisfeitos e o primeiro volume,
O Inimigo do Mundo, está entrando em sua segunda edição.

Hoje sei que há pessoas que agora conhecem o cenário, o mundo de Arton, sem nunca terem pegado um livro de RPG na vida. Acho isso muito bacana.


Você é fã de quadrinhos e literatura e trabalha com as duas mídias. Primeiro: qual sua HQ e seu livro preferido? Segundo: com essa onda das editoras investirem em adaptações literárias para quadrinhos, já pensou ou está com algum projeto em andamento nesse sentido?

Escolher só um, assim na lata, é complicado. No que diz respeito a livros, gosto muito de A Coisa (Stephen King) e Alta Fidelidade (Nick Hornby).

Quanto a quadrinhos, sempre considerei um empate técnico entre
Watchmen e V de Vingança, pendendo mais para o segundo. Mas a série continua de que mais gostei até hoje foi Preacher (Garth Ennis). É divertidamente genial. Tenho todas as edições em inglês.

Sobre adaptar algum livro... é uma ideia interessante, mas complicada. É difícil lidar com a obra dos outros. É responsabilidade demais. Adoro Shakespeare e vivo quebrando a cabeça para achar uma forma de incluir certos elementos da obra dele numa história em quadrinhos ou RPG. Ainda não encontrei um modo.

Provavelmente preciso comer muito arroz e feijão para chegar lá. ;-)


Aliás, o que você nos diz da sua experiência com HQs? Quando a Trama publicou revistas ligadas à Dragão, o que achou daquela iniciativa? Uma estratégia como aquela funcionaria no mercado atual?

Ninguém se lembra, mas a própria Dragão abriu um espaço para quadrinhos um tanto pioneiro na época. Dentro da revista havia sempre HQs de quatro páginas e foi por essa brecha que passamos a fazer parte da equipe.

Publiquei, se não me engano, nove histórias curtas com o Greg Tocchini. Mais gente acabou se lançando no mercado a partir desta seção: o próprio Greg, Joe Prado, André Vazzios e muitos outros.

Um dia quero resgatar essas histórias e publicar no
blog, porque elas acabaram entrando meio que num limbo. Pouca gente me vê como roteirista de quadrinhos porque minha produção ficou quase que toda parada por aí e muitos leitores não tiveram acesso a ela.

As revistas surgiram na hora certa. Algumas funcionaram, outras nem tanto, mas todas serviram como experimento para que
Holy Avenger um dia fosse realizada.

Vejo a série ser bem menos valorizada do que deveria, mas não tenho duvida de que
Holy Avenger contribuiu - e muito - para o desenvolvimento da produção nacional.

Se daria certo hoje? Não sei. As editoras têm muito medo de arriscar. É preciso entender que a publicação precisa maturar, ganhar público antes de fazer sucesso e são poucos os que podem se dar ao luxo de tomar prejuízo.

Apesar da tonelada de defeitos que tem, o Ruy Pereira, dono da Trama/Talismã (hoje Melody), não tinha esse medo; e o Cassaro soube aproveitar essa oportunidade muito bem.


Como foi a sua experiência com o cinema, trabalhando no divertido Landau 66? (O filme concorreu em um páreo duro no Festival de Curtas da AXN) Tem outros projetos para cinema?

O cinema é uma coisa mágica. É absurdamente recompensador você ver a quantidade de pessoas necessárias para fazer um filme, se mobilizando em torno de uma ideia que é sua. Ver os personagens se mexendo, falando, andando. É algo que não tem preço.

Era um sonho meu e consegui realizá-lo. A equipe e a produtora com quem trabalhei foram ótimas e o diretor, além de competente, é meu amigo.

Mas você precisa aprender que, como roteirista, é só mais uma engrenagem no processo.

Você pensa a história como sua, mas na verdade tem que dividi-la com atores, diretor, montador, diretor de arte... e normalmente acaba se perdendo ali no meio.

Para quem está acostumado com trabalhos autorais é um processo difícil, que demorei para assimilar.

Outra coisa é que pensar cinema no Brasil é algo muito limitante. Você depende de editais, patrocinadores, verba, disponibilidade de atores etc. Tenho muita vontade de escrever um filme de assalto, mas independentemente do quão legal é sua ideia, você precisa parar e considerar algumas coisas...

Quem costuma patrocinar filmes são bancos. Por que um banco patrocinaria um filme em que uma agencia é assaltada? Como vou conseguir uma locação que preste sem estourar o orçamento? O governo vai querer dar dinheiro para um filme que mostra não só um grupo de bandidos brasileiros, mas que ainda se dá bem no final?

Todas essas coisas têm que ser levadas em consideração antes de você sequer sentar para escrever e isso acaba sendo um aspecto meio broxante da mídia.

Tudo isso me fez redescobrir as HQs: não há limite de orçamento, o resultado é relativamente rápido e os créditos são divididos só com mais uma ou duas pessoas (desenhista e colorista).

Não tenho dúvida de que quero voltar a trabalhar com cinema, mas minha ideia atual é voltar a produzir quadrinhos e - de repente, com sorte, se alguém se interessar - transformar essas HQs em filmes ou curtas.


Fale um pouco sobre ser escritor no Brasil, sobre transitar por todas essas mídias. É uma questão de escolha de projetos? Necessidade? Falta de uma área fixa de trabalho?

Escrevo desde os nove anos. Não sei fazer outra coisa. Ser escritor no Brasil é problemático. No ramo dos quadrinhos, não existe um mercado exatamente rentável. Livros não dão muito dinheiro, a não ser que se venda uma porrada de exemplares. E no cinema praticamente não existe o roteirista como mão-de-obra especializada (quase todos os filmes e curtas são escritos pelos próprios diretores - mas não exclusivamente - para cortar custos).

Só que é aquele negócio: a solução não é ficar chorando; é se virar. Se enfiar aqui e ali e ver no que dá. E geralmente funciona.


Você tem uma produção interessante na internet, com o seu site Laboratório do Dr. Careca e o podcast Carecast. A web tem te dado retorno?

Sendo muito honesto? Em 2005, tivemos uma briga feia com a Talismã, que foi parar nos tribunais e tudo. Isso me desiludiu muito e criei um bloqueio quase intransponível. Passei mais de um ano sem escrever e até hoje tenho mais dificuldade do que tinha antigamente.

O
blog surgiu porque, mesmo sumido, eu não queria que o público que me acompanhava na Dragão me esquecesse. Queria que as pessoas passassem a me acompanhar independentemente do que estivesse fazendo.

Por isso montei o
blog; e é esse o retorno que ele me dá. É um espaço que gosto de manter livre, para produzir quando bem entender. Queria ser um pouco mais disciplinado para postar com mais regularidade. Um dia chego lá.

Para fechar: Da mesma forma que estou indicando seu trabalho para os nossos leitores, indique alguém que você acompanha pela internet, para eles conhecerem melhor.

Sobre RPG, o blog que mais acompanho é o Área Cinza, uma ótima fonte de informações sobre o mercado.

De quadrinhos, estou sempre de olho no que o Greg (Tocchini) coloca no ar e no que Breno Tamura, meu grande parceiro, vem fazendo.

Há também o
podcast Papo de Artista, capitaneado por Rod "Zulu" Reis, que também é membro do Carecast.

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Assista o Trailer do Landau 66 - Curta participante do AXN Film Festival 2008





Zé Oliboni jogou muito RPG, nunca andou em um Landau e pode ser seguido pelo twitter/oliboni
Por que o Twitter é legal # 98

Fiquei sabendo pelo Mini (o @conector) que o artista brasileiro Fido Nesti fez uma bela ilustração para a revista New Yorker.

Saca só neste post do blog Ilustrissimo.
Prazer, Lulu Teen


Acabou o mistério. O jornal Valor Econômico de hoje publicou a primeira arte da Luluzinha adolescente, que a Ediouro lança em breve.

Segundo a matéria, a editora está reposicionando a Pixel Media e deve lançar mais dois títulos este ano.

Para ler o texto, que traz várias novidades sobre o projeto, clique na imagem acima para ampliá-la.

UPDATE NA NOITE DE SÁBADO: A capa do número 1 está no Gibizada.

28 maio 2009

Os pequenos heróis vêm aí

Trocando ideias com o quadrinhista Estevão Ribeiro, fiquei sabendo que há uma alteração no seu projeto divertido Pequenos heróis, em que artistas brasileiros fazem uma homenagem aos personagens da DC Comics.

Sai Will, entra Fernanda Chiella - que originalmente estava no projeto, decidiu sair e voltou.

De quebra, Estevão mandou duas páginas de sketches da Fernanda, que vai desenhar Little Wonders, que homenageia a Mulher-Maravilha. Para ver com detalhes, é só clicar que amplia.




Tem mais: graças à boa repercussão do projeto, a versão com homenagem à Marvel Comics já está sendo planejada.

Pra comemorar, aí vai mais um brinde: uma página de O garoto das trevas, com desenhos ainda a lápis de Emerson Lopes. Segundo Estavão, que é o roteirista, a história se passa na Nigéria, e o garoto tenta salvar uma garota de uma hiena. De novo, clique para ampliar:


Além das novidades de quadrinhos, Estevão confirma que seu primeiro romance, Quando ele estava morto, está prestes a sair. Aliás, ele está saindo logo mais para buscar os exemplares na gráfica. O lançamento é agora em junho.

27 maio 2009

O Superboy no Museu dos Quadrinhos


Sanduíche de Superboy?Quarta-feira é dia de coluna nova no Universo HQ. E nesta semana quem abre seu baú é Marcelo Naranjo, com o Museu dos Quadrinhos.

Naranjo relembra uma das várias revistas periódicas que o Superboy teve pela Ebal: Superboy - 5ª Série.

Para ler um pouco sobre o título e o personagem Superboy, é só clicar aqui

Divirta-se e comente à vontade.

24 maio 2009

Sunday Comics

Sunday Comics é um post dominical em que comento quadrinhos que podem ser lidos na internet. A ideia é que o leitor passe por aqui e encontre uns quadrinhos para ler na faixa, tranquilo, como eram os velhos suplementos de quadrinhos dos jornais. Mas o que fazer se esses quadrinhos saem em outro dia da semana?

Sexta é dia de estreia de cinema em todo canto do mundo. Mas é só no jornal londrino The Guardian que os filmes chegam acompanhados pela ótima tira The Pitchers.

A série de Joe Berger e Pascal Wyse faz um retrato sarcástico sobre o mundo de Hollywood. É uma curtição.

Às vezes, sobra até para uma história em quadrinhos e para seus leitores, como é o caso desta tira, que fala sobre a adaptação de Watchmen.

Além do devastador humor britânico, a tira vale a pena também pela arte, elegante. Coisa fina.

23 maio 2009

Por que o Twitter é legal # 89

No perfil de Levi Trindade, editor da Panini Comics:

"Fazendo o copi do segundo volume de Je Suis Légion. Excelente HQ europeia que finalmente vai dar as caras no Brasil."

Será que agora sai?
Por que o Twitter é legal # 73


Pra descobrir o Batman desenhado pelo Rafael Grampá (Mesmo Delivery).

22 maio 2009

Following Friday – Danilo Gentili

Nesta semana o Following Friday apresenta o divertidíssimo Danilo Gentili.

Ele já fez de tudo um pouco – vendeu remédios, carregou caixas e até pastor batista o cara foi – mas atualmete diverte as pessoas com seus shows de comédia stand-up, suas matérias no programa CQC da Bandeirantes, algumas charges eventuais e seus textos na internet e no jornal Metro.

Então, vamos à entrevista com Danilo, e depois aproveite para ver dois vídeos com clipes dos shows de comédia stand-up do rapaz.

Vamos começar por um lado que as pessoas não conhecem tanto. Você é cartunista e chargista e manda bem no desenho. Quais são suas influências? Você lê quadrinhos atualmente? Quais?

DG - Eu sou um cartunista frustrado. Adoraria viver disso. Hoje em dia meu nome é menos desconhecido, mas não tenho tempo pra me dedicar. E sempre abandono o desenho porque olho pra ele e penso: é uma droga... não tenho estilo.

Minha influência pra começar a desenhar eu creio ter sido a
MAD. Eu cresci lendo e adorava. Hoje em dia eu leio mais graphic novels quando tenho tempo. Ah, sim...também sempre pego jornal do chão e leio tiras. De quem for! Adoro tiras! Muito mesmo!

Ainda falando sobre quadrinhos, no ano passado você fez uma matéria para o CQC no Troféu HQ Mix. Por que não foi ao ar? Você voltará a cobrir o evento esse ano?

DG - Espero muito voltar pra cobrir a matéria, que não foi ao ar porque não ficou muito boa. Faltaram entrevistas e coisas curiosas. Os cartunistas às vezes são tímidos. Eu ia falar com alguns e não rendia muita coisa. Mas entendo porque também sou tímido. Espero voltar lá e falar com todo mundo e levar uma puta entrevista pro ar! Este ano vai dar certo. Quero que dê porque sou muito fã de quadrinhos! Se entrevista de capa de Playboy dá certo, as dos quadrinhos têm que dar muito mais. A Mulher-Maravilha é muito mais gostosa que a Claudia Ohana.

Sobre o CQC, o programa ressaltou sempre que é jornalístico – principalmente para contornar aquele momento em que foi barrado no Congresso Nacional – mas você mesmo não é jornalista, certo? Sua formação é Comunicação Social.

DG
- Não sou jornalista. Mas tenho registro de jornalista. O Congresso não me barrou porque não sou formado em jornalismo. Ele barrou o CQC e a essência do que fomos fazer lá: questionar de forma irreverente e livre os caras que pagamos pra trabalhar pra gente.

Como além da sua participação no CQC, você tem uma coluna no jornal Metro, queria saber o que você pensa da lei que permite jornalistas atuarem apenas se forem diplomados.

DG
- Acho que essa lei deve ser ótima pro cara que acabou de sair da faculdade, assim ele encontra menos concorrência. Mas se a moda pegar, vou ficar desempregado duas vezes, pois além de não ter diploma de jornalista, também não tenho de humorista. E se eu quiser então me dedicar aos quadrinhos, tô ferrado de novo porque também não tenho diploma de cartunista.

Não sei... o que você acha? Quem está mais apto pra escrever uma coluna de futebol num jornal? O Neto ou o cara recém-formado? Quem entende mais do assunto?

O que escrevo no Metro não é uma coisa jornalística, é uma coluna de humor. A verdade é que muitas vezes as pessoas me dizem: "você não tem diploma e não poderia trabalhar com reportagens". E eu digo: "E daí? Também não tenho graça e trabalho como humorista."


A primeira vez que o vi foi no excelente Clube da Comédia Stand-up, tempos antes de você, o Rafinha Bastos e o Oscar Filho se juntarem ao CQC. Me corrija se eu estiver errado, mas tenho a impressão de que justamente o sucesso do Clube fez espalhar uma febre de comediantes stand-Up, um gênero que tinha poucos expoentes no Brasil. Uma vez que você está justamente nessa geração que está firmando o gênero, gostaria de saber em quem se inspirou? Quando pensou: posso viver de comédia stand-up?

DG - Cresci vendo comediantes americanos na TV e em filmes. E sempre persegui o gênero. Antes de fazer em palco, escrevia no caderno e na redação na escola. Depois fazia na igreja durante pregações. Depois em blogs... até que fui pro bar e fiz lá. E depois no teatro.

Não procuro me "inspirar" em ninguém, pois o meu instinto me diz que o autêntico é melhor do que o copiado, sempre. Veja se não é assim no desenho também. Quem você acha que vai conquistar mais espaço? Alguém com um rabisco primário, porém único, ou um cara que copiou o traço e desenha igualzinho ao Eisner? Creio que o autêntico é muito melhor que o copiado, por mais genial que o original do copiado seja. Isso é estilo.

Eu mantive meu emprego e fui fazendo
stand-up só porque gostava. Nunca fiz pensando viver disso. Só fiz porque gostava. Como muito futuro gênio do quadrinho com certeza faz hoje - mantém o emprego chato e rabisca nas horas vagas. No dia em que deu certo, larguei tudo.

Você tem feito uma campanha para aumentar seus seguidores no Twitter [a abertura de seu site tem uma foto do Danilo vestido de Chapolin Colorado indicando para as pessoas segui-lo no miniblog. O que você acha dessa ferramenta?

DG - Eu só quero ter muito seguidor porque acho o Twitter uma ferramenta poderosa pra mim. Posso ir pra qualquer lugar do País e soltar no Twitter: "Hoje tenho show em tal lugar" e então milhares de pessoas sabem disso. Além disso, é divertido, não é?

Você tem xavecado muita mulher pelo Twitter. É tudo brincadeira?

DG - É brincadeira. Mas é o tipo de brincadeira que, se a mulher cair, é sério... Deixa de ser brincadeira.

Agora que se encerrou a sua Twitter Fight com o suposto João Gordo [veja mais neste post], você tem algum comentário ou piada nova sobre isso?

DG - Não. Parei de fazer piada com o João Gordo. Pra fazer as pazes eu até ia convidar ele pra almoçar, mas vi quanto tenho na poupança e não ia dar pra pagar a conta.

Mesmo antes do Clube da Comédia e do CQC, você tinha um blog com charges e um podcast. A internet alavancou sua carreira de alguma forma?


DG - O Youtube foi o que mais me popularizou. Uns três anos atrás eu andava na rua e via gente me dizendo: "Que bom, hein, Nogueira!" [veja o vídeo abaixo pra entender]

Pra encerrar: da mesma forma que estou indicando você para os nossos leitores, indique alguém que você lê/assiste/ouve/acompanha.

DG - Eu indico pros leitores esse site [UHQ]. Navegue. Fuce. Veja quantos artistas excelentes o Brasil tem... algo excelente o Brasil tinha que ter né?

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Fique agora com dois vídeos de shows stand-up do Danilo. Para saber mais sobre ele viste o site http://www.danilogentili.com e siga essa figura no twitter.com/danilogentili





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Zé Oliboni pode ser seguido no twitter.com/oliboni
Na Folha, Xico Sá mostra que é Dez na Área

Comemoração ou xingamento?Começo a ver com outros olhos o jogador ajoelhado na capa comemorando um gol. Parece que agora ele está dizendo: "Porra, sete anos pro álbum ser descoberto pelo grande público pra acontecer essa patacoada?".

Ainda sobre o tema, reproduzo abaixo o ótimo texto do jornalista Xico Sá, publicado hoje na mesma Folha de S.Paulo em que começou a absurda perseguição ao álbum Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol - aliás, confira aqui a minha resenha sobre a obra, da época do lançamento.

Com o perdão do trocadilho, Xico Sá mostra por que é Dez na Área!

Quem tem medo de palavrão?

Xico Sá

Ele é uma bênção no futebol, na literatura, na topada, no desafogo, no pânico, no trânsito de SP. E na cama

AMIGO TORCEDOR, amigo secador, em uma ida ao campo de futebol o homem diz mais palavrões do que nos gritos e sussurros de alcova durante a sua vida inteira. Não é diferente no sofá de casa, e o mesmo acontece com os técnicos, os digníssimos professores, e com os boleiros, mesmo os santinhos do pau oco e os sonsos atletas de Cristo.

Em uma pelada, mesmo de criança, fala-se mais palavrões do que na última casa de tolerância da Vila Mimosa. Como me disse uma noite a Tia Olga, madame responsável pela iniciação sexual de muitos garotos de São Paulo, todo homem ao chegar ao baixo meretrício ganha ar solene, circunspecto, grave, respeitoso. É no futebol que a criatura, antes da chamada fase oral canibalística, manifesta-se um marquês de Sade.

As histórias em quadrinhos do livro "Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol" (ed. Via Lettera) são fichinhas, café pequeno, Zibia Gasparetto, padre Zezinho, uma Bíblia diante de um menino de nove anos e sua turma atrás da bola. Cito o tal livro devido à sua adoção seguida de banimento em escolas estaduais paulistas, como vimos nesta Folha. Não julgo quem o acolheu nem quem o demonizou. Não tenho ciência pedagógica para a valiosa tarefa, mas duvido de que o referido conteúdo fosse espantar alguém que já bateu uma pelada.

Sim, pode ser inadequado, no sentido moral e cívico, para a faixa etária do ensino básico, mas a gurizada iria se divertir e se interessar mais pela leitura do que sob a palmatória da chatice bilaquiana ou alencarina. "Última flor do Lácio, inculta e bela,/ És, a um tempo, esplendor e sepultura;/ Ouro nativo, que na ganga impura/ A bruta mina entre os cascalhos vela..." E dá-lhe Bilac na rapaziada.

Aqui em casa eu prefiro o time que contou as inocentes historinhas do "Dez na Área": Allan Sieber, Caco Galhardo, Custódio, Fábio Moon e Gabriel Ba, Fabio Zimbres, Lelis, Leonardo, Maringoni, Osvaldo Pavanelli e Emílio, Samuel Casal e Spacca. Tem ainda o Karmo, na posição de gandula.

Noves fora o quiprocó pedagógico, é mesmo um belo livro sobre futebol. Como diz o genial Tostão no prefácio: "Faltava uma obra como essa para crianças e adultos". A maldade do palavrão está na cabeça de quem o condena. O palavrão é bênção divina no futebol, na literatura, no desafogo, na topada, no pânico, no trânsito. E na cama.

Agora lembrei de uma fala de Ronaldo na sabatina da Folha. "Ele [Ronald] é uma criança doce, que não fala palavrão, é educado. É praticamente um europeu", disse ele, sobre o filho que vive na Europa. Mal sabe o Fenômeno que o acervo de palavras cabeludas de muitos países de lá é infinitamente mais rico do que o nosso, como lembra o sociólogo Gilberto Freyre no prefácio do "Dicionário do Palavrão", obra do pernambucano Mário Souto Maior (ed. Record).

A versão alemã de livro do gênero, que inspirou a edição brasileira, tem 9.000 verbetes. O volume nacional ficou em um terço dessa maçaroca. Na França e na Espanha, puta madre, nem se fala. Coisa de botar no chinelo a "Mesa-redonda sexo-futebol debate!", a sensacional história narrada pelo Caco Galhardo que fecha o "Dez na Área...".
Batman completa 70 anos


E não é que o Homem-Morcego agora é um senhor septuagenário?

Nada que atrapalhe as aventuras deste super-herói, que já mostrou, em obras como O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, que a idade não atrapalha em nada o combate ao crime. Com exceção de uma ou outra dorzinha na coluna.

Para celebrar a data, o Universo HQ preparou uma atualização especial com nada menos que 27 resenhas, abrangendo diversas épocas da trajetória de sucesso do Batman.

Desejo a todos uma boa "bat-leitura". Para tanto, é só clicar aqui!

E, como sempre, pode comentar à vontade.

20 maio 2009

A catrefa vai atacar


Lá estava eu, tranquilo, com mais uma coluna quase pronta nas mãos. Nela, eu especulava sobre alguns aspectos não muito agradáveis que poderiam de repente vir a ser consequência do recente boom do mercado brasileiro de quadrinhos. Era tudo um exercício de especulação.

Aí, ontem pela manhã, chegou por e-mail do Guilherme Kroll citando uma matéria da Folha de S.Paulo. O texto mostrava que um tema que eu vinha tratando apenas como hipótese tinha saído do condicional e se tornado fato concreto. A despeito dos palavrões que contém, a coletânea Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol tinha sido comprada pelo governo estadual e estava nas salas de aula de crianças de nove anos.

Na hora do almoço, a situação ficou ainda mais quente: o governador José Serra saiu disparando umas declarações enviesadas por aí, dizendo que era uma HQ de mau gosto.

(Aliás, peço perdão, mas não consegui localizar o autor do retrato do governador que escolhi para abrir este post. É apropriado demais para evitar. O crédito será dado - ou a imagem retirada - assim que o dono se manifestar.)

Reescrevi o texto na última hora para aproveitar o gancho jornalístico.

A coluna está aqui. A opinião dos senhores leitores será bem-vinda nos comentários.

Em tempo: gostaria de pedir a todos que quiserem comentar no Twitter e em outras redes sociais que usem a tag #deznaarea para que seja mais fácil de mensurar o caso. Afinal, o nome do álbum e a complexidade do caso não ajudam, ainda mais quando limitados a 140 caracteres.

Além disso, também se pode copiar o usuário @joseserra_ (com o underline no fim). Isso ajuda o governo a ver que tem uma pluralidade - e que nem todo mundo concorda que ótimos quadrinhos são de "mau gosto".

19 maio 2009

Por que o Twitter é legal # 39

O artista brasileiro Rafael Albuquerque acaba de "twittar" a capa que fez para a revista norte-americana Superman & Batman # 63. Clique para ampliar.

O talento de Gustavo Duarte

Sou muito fã do trabalho do Gustavo Duarte. E faz tempo. Além de um baita caricaturista, ele faz charges e cartuns com a mesma competência.

Abaixo, um desenho antigo dele, mas bem ligado a quadrinhos.

Flash, by Gustavo Duarte
Para conhecer mais do trabalho do Gustavo, visite o blog dele.

18 maio 2009

Túnel do Tempo

As HQs especiais com o selo Elseworlds (batizada no Brasil de Túnel do Tempo), da DC Comics, colocavam os personagens da editora em realidades alternativas nas quais os heróis surgiam em outras épocas.

A Marvel também também teve tramas com seus caracteres em outros tempos, como é o caso de 1602, de Neil Gaiman, Andy Kubert e Richard Isanove.

O site Sillof tem uma proposta parecida, a diferença é que ele não faz HQs, mas sim figuras de ação. Dentre elas, há versões vitorianas dos súpers da Marvel e da DC e uma steampunk de Star Wars. De dar água na boca a todos os fãs de quadrinhos.

Star War Steampunk

Star Wars em 1942

Liga da Justiça de 1880
Os Vingadores da Era Vitoriana
A propósito

Será que o Levi vai editar Trindade?

17 maio 2009

Sunday Comics



A semana começou com boas notícias a respeito dos quadrinhos argentinos: a tira Macanudo, de Liniers, sairá na Folha de S.Paulo. Não bastasse isso, a Zarabatana confirmou o lançamento de Macanudo # 2 para o começo do próximo semestre.

Historicamente relegadas ao undécimo plano por aqui, as histórias em quadrinhos de nossos vizinhos ainda têm muito mais a oferecer.

Um desses casos é a tira Éden, de Kioskerman, um trabalho delicado, sutil e muito bonito - muito diferente do que se lê costumeiramente.

Para acompanhar Éden, há algumas opções. Uma é ir ao site de Kioskerman, no qual se encontra o acervo de tiras. A outra é assinar, por e-mail, o boletim semanal, que avisa quando o novo trabalho entrou no ar.

Há ainda um projeto paralelo de Kioskerman, que é o blog 30 preguntas con señores/as del comics, em que ele faz perguntas para quadrinhistas como Tute, Lucas Nine e o próprio Liniers.

Como sempre, vale reforçar: o espaço de comentários serve não só para falar sobre a HQ, mas também para indicar outros quadrinhos digitais.

E que venham mais argentinos, uruguaios, paraguaios, chilenos, americanos, holandeses, russos, africanos... Quanto mais diversidade, mais bacana fica o mundo das HQs.

16 maio 2009

Notícias da Birmânia

Esta semana, jornais do mundo todo noticiaram um fato que tem muito a ver com uma HQ lançada recentemente no Brasil, pela Zarabatana: Crônicas Birmanesas, do canadense Guy Delisle. A líder da oposição ao governo e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, mencionada várias vezes no álbum, foi acusada de descumprir os termos da prisão domiciliar.

De acordo com acusação, ela teria relação com a invasão de um turista norte-americano ao local onde fica sua casa, mantido sob vigilância 24 horas por dia.

Se condenada, Suu Kyi pode ficar presa por mais sete anos, o que, segundo comentaristas políticos, seria uma forma do governo impedir que ela dispute as eleições em 2010.

A transferência de Suu Kyi para a prisão de Insein aconteceu 12 dias antes do fim da pena a que ela esteve submetida desde 2003.

Tais fatos mostram como a situação em Mianmar (nome oficial da Birmânia), testemunhada por Delisle, ainda está se desdobrando.

Quem apreciou a obra de Guy Delisle pode se sentir motivado a acompanhar mais de perto esses tristes desdobramentos. Certamente, o autor se sentiria recompensado se essa situação fosse revertida.

15 maio 2009

Following friday – Os Seminovos

Começa hoje a nova seção de entrevistas rápidas que apresentam pessoas cujos trabalhos se relacionam de alguma forma com quadrinhos, animação, cinema e tudo aquilo de que tratamos no UHQ.

Para estrear, Os Seminovos. Essa banda mineira de rock tem emplacado vários hits no YouTube com os videoclipes das suas músicas, reuniu diversas comunidades no Orkut e - com esse boca a boca virtual – garantiu até aparições em programas de TV.

O grande diferencial d´Os Seminovos são suas letras com muito humor, sátiras e até críticas políticas – temas que o compositor e chargista Maurício Ricardo conhece muito bem, uma vez que desde 2000 ele mantém o site Charges.com.br.

Aliás, é ele que, representando a banda, responde minhas perguntas.

A primeira coisa que eu e os outros leitores que são chamados de nerds desde sempre queremos saber é: você e o pessoal da banda são nerds? Já estão com cinco milhões na conta?

Maurício Ricardo: Eu e o [Neto] Castanheira sem dúvida, no sentido da curiosidade tecnológica. O Tchana também, porque se formou em engenharia. Mas nenhum de nós foi nerd antissocial: todos tocamos rock desde a adolescência. Agora, os cinco milhões da música foram só pra aumentar a autoestima dos colegas nerds mais jovens (rs).

Sobre a música Ela é Otaku: algum de vocês faz cosplay? Leem mangás? Depois de virar hit na internet, começaram a aparecer convites para os eventos de animê?

MR: A gente já tá bem tiozão pra isso. O [Neto] Fog pagou de cosplayer pro clipe. Pintaram muitos convites, sim, mas ninguém quer pagar nada, então a gente fica por aqui mesmo.

O Clip E o Bambu tem uma sequência bem interessante de desenhos. Você mesmo quem fez, Maurício? Quais suas principais referências? Lê quadrinhos hoje em dia? Quais?

MR: Sim. Esse negócio de transformar pornografia em desenhos inocentes é uma brincadeira que eu fazia desde criança. Minhas influências são a revista Mad de antigamente, quadrinhos da Disney, Laerte, Angeli, irmãos Caruso... Mais tarde, Robert Crumb e outros alternativos. Hoje leio menos quadrinhos, mas ainda me amarro numa graphic novel boa. Minha última aquisição foi o Watchmen completo. Eu tive uma cópia nos anos 80, mas perdi.

Como vocês definem a banda?

MR: A melhor banda dos anos 80 que não existia na época.

No manifesto da banda, publicado no seu site, vocês defendem, entre outras coisas, o marketing viral em contraponto ao mercado fonográfico fechado. Produzindo seus vídeos e músicas e distribuindo gratuitamente na internet acreditam que podem profissionalizar a banda ao ponto de viver dela sem entrar na indústria fonográfica?

MR: Na teoria, sim. Mas hoje vejo que sem um bom empresário pra vender shows fica difícil. A gente, com toda essa exposição, não conseguiu um.

Qual é o segredo do sucesso que vocês estão tendo com a banda na internet?

MR: Não sei se tem fórmula. Sou suspeito pra falar, mas acho que temos uma boa banda, com boas composições e bons arranjos. E tem o Charges.com.br pra lançar cada música, o que ajuda bastante.

Fale dos novos ou seminovos projetos do grupo.

MR: Tá tudo muito confuso. Cada um correndo pra um lado pra sobreviver, e o sucesso na Internet é uma curtição que não virou dinheiro. A meta é achar um meio de levar nosso show até as pessoas. A gente tem público, só não temos como chegar até ele, pela falta de contato e de interesse dos promotores.

Para fechar: a banda está no Twitter?

MR: Ainda não. Eu, particularmente, sou muito dispersivo pra entrar numa comunidade com atualizações o dia todo.

Da mesma forma que estou indicando você para os nossos leitores, indique alguém que você lê/assiste/ouve/acompanha.

MR: Stephany! Rs. Me pegou. Acho que o Pedra Letícia tá numa gravadora, né? Os caras são bem legais.

That’s all folks!

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Fique agora com dois divertidos vídeos da banda:

Escolha já seu nerd - Dica do Eduardo Nasi


Ela é Otaku - Dica do Delfin




Veja todos os vídeos da banda no canal deles no Youtube e no site oficial

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Para me encontrar pela net é fácil. No Twitter/oliboni e também no Blog do Pop Balões

13 maio 2009

A arte pode ser realista sem ser "dura"

Nesta semana, Sérgio Codespoti está de volta com sua coluna Chiaroscuro. Relembrando seus tempos como professor da Quanta Academia de Artes, ele fala dos desenhistas de quadrinhos que fazem artes realistas.

O problema é quando o uso frequente de referências fotográficas prejudica a narrativa e deixa o desenho "duro", como no trabalho de Greg Land.

E você, o que acha?

Como sempre, pode comentar à vontade.
Leitor anônimo foi responsável pelo furo do dia


"Fechamos, sim, com o Liniers e devemos estrear na semana que vem as tiras dele na Ilustrada. São demais."

A frase é do editor de arte da Folha, Fábio Marra, em depoimento para Telio Navega, do blog Gibizada.

E assim se encerra a história que começou um dia atrás com um comentário do autor anônimo do blog Meandros. Foi ele quem catou, nos comentários do blog de Liniers, a informação de que Macanudo sairá no Brasil.

Leitor do Blog do Universo HQ, ele deixou a notícia nos comentários sobre a tira Macanudo feita pelo brasileiro Adão Iturrusgarai.

A descoberta de "Meandros" acabou pautando alguns dos principais veículos que cobrem a área de quadrinhos no Brasil. A informação também repercurtiu pra dedéu no microblog Twitter - e comprovou mais uma vez que Liniers fascina a internet brasileira.

A apuração foi coletiva: cada jornalista apurou uma parte da informação. O Universo HQ postou a informação aqui e a replicou no site. A seguir, recebemos a confirmação do sempre atento Claudio Martini, da Zarabatana. O Érico Assis, do Omelete, falou com Sylvia Colombo, editora do caderno Ilustrada. Mais tarde, Paulo Ramos, do Blog dos Quadrinhos, e Telio Navega confirmaram a negociação com o editor de arte da Folha.

Toda essa horizontalidade da informação em rede é sinal dos tempos de internet, claro.

Mas é preciso reconhecer: quem deu a largada foi, insisto, o anônimo "Meandros". Ele merece todo o crédito.

De novo: valeu, "Meandros".

E que venha Macanudo.

12 maio 2009

Mais sobre Liniers

Claudio Martini, editor da Zarabatana, acaba de confirmar por e-mail: não só a Folha vai publicar Macanudo, mas também a Zarabatana vai lançar o álbum Macanudo # 2 no início do segundo semestre.

UPDATE 12/5, 13h56min - No microblog Twitter, o jornalista Érico Assis acaba de postar a seguinte mensagem: "Liniers deve começar mês que vem na Folha de S.Paulo, segundo Sylvia Colombo, editora da Ilustrada."

UPDATE 12/5, 20h10min - No seu Blog dos Quadrinhos, o jornalista Paulo Ramos publica o resultado da conversa com Fábio Marra, responsável pelo departamento de arte da Folha. Marra diz que, apesar de todas as confirmações, o contrato ainda não foi assinado.

Paulo também acrescenta uma informação importante: "Segundo Marra, se o negócio for concretizado, a tira será veiculada de segunda a sábado. Ele não soube dizer se alguma das séries atuais será excluída."

11 maio 2009

Liniers na Folha

Tudo indica que o quadrinhista argentino Liniers vai ter seu trabalho publicado no jornal brasileiro Folha de S.Paulo.

A informação foi dada pelo próprio artista em seu blog, nos comentários sobre a tira de Macanudo desenhada por Adão Iturrusgarai (reproduzida abaixo neste blog).

Liniers já teve o primeiro volume de Macanudo publicado pela Zarabatana e HQs lançadas de forma esparsas em publicações como a Graffiti 76% Quadrinhos.

Vou ali perguntar umas coisas para umas pessoas e aviso assim que souber de mais detalhes.

E, a propósito, o alerta é de um leitor deste blog. Ele deixou a mensagem sem assinar o nome, restringindo-se a fazer link para o blog Meandros. Valeu mesmo, "Meandros".
Adão desenha Macanudo

De tempos em tempos, o quadrinhista argentino Liniers chama outros artistas para fazer Macanudo, sua excelente tira diária.

Ontem, o artista convidado foi o brasileiro Adão Iturrusgarai. O resultado está aí abaixo foi publicado no La Nacion. Para ver em tamanho decente, clique na imagem para ampliá-la.

10 maio 2009

Sonho não realizado

No começo deste ano, durante o período de férias do Universo HQ, fiz um free-lance que me tomou um tempo absurdo, mas era daqueles trabalhos que mereciam todo o esmero.

Alguns meses antes, o Cassius Medauar, ainda funcionário da Pixel, me pediu para fazer a adaptação do livro Sandman Companion, do Hy Bender. A tradução foi do meu sócio no UHQ, Sérgio Codespoti. No Brasil, a obra seria batizada como O mundo de Sandman.

A versão brasileira de Sandman Companion terá que esperarQuando o Cassius me ofereceu esse frila, bem antes de todo o rolo da Pixel, a grana nem era tão bacana, mas havia um argumento que me fez aceitar: depois de ter editado toda a série de Lorde Morpheus para a Conrad e de ter trabalhado em especiais (como Noites sem fim e Dead boys detectives), esta era uma das poucas obras ligadas ao Mestre do Sonhar que não haviam passado pelas minhas mãos em sua versão brasileira.

Por isso, topei!

Com a saída do Cassius da editora, pensei em parar o trabalho, mas ele me disse que editaria o material como free-lance, pois a Ediouro havia dado sinal verde para continuar.

E lá fui eu. Começava, então, um trabalho insano. Pra quem não conhece o livro, trata-se de um longo bate-papo entre Hy Bender, que conhece bastante de Sandman, e Neil Gaiman.

E nas quase 300 páginas do livro, Bender e Gaiman fazem centenas de citações de frases ditas nas histórias, para, em seguida, comentá-las. (Eu escrevi centenas, mas creio que passem de mil, fácil.)

Aí, o que fiz? Caxias do jeito que sou, chequei uma a uma todas as citações, para que elas saíssem no livro exatamente como foram publicadas nos álbuns da Conrad. E os nomes dos personagens também, claro.

Quando terminei o trabalho, a situação da Pixel já estava bem mais séria. Mesmo assim, mantive a esperança. Afinal, se o livro podia sair, talvez o mesmo rolasse com o restante dos materiais de quadrinhos que haviam sido interrompidos.

Como todos sabem, isso não aconteceu. A Ediouro rescindiu o contrato com a DC e O mundo de Sandman foi para o limbo, junto com outros tantos materiais bacanas.

É importante esclarecer que o trabalho me foi pago. No entanto, depois de tanto empenho, eu queria mesmo era ver o Mundo de Sandman publicado, para que os fãs, ao lerem a edição, confirmassem que o material fora produzido por alguém que tem pela série o mesmo carinho e admiração de cada um deles.

Mas esse é um sonho que não foi realizado.
Café oriental


Eu não gosto de café solúvel, mas comprei uma lata da marca Iguaçu. Isso porque a tal lata traz, por ocasião dos 100 anos da imigração japonesa no Brasil, uma bela ilustração em estilo mangá.

Depois, procurando a figura para colocar aqui no blog, descobri que há mais dois modelos com o mesmo tema. Ou seja, elas já podem ser colocadas na categoria de itens colecionáveis.

Infelizmente, no site da marca não há mais informações sobre essa série ou mesmo sobre a data comemorativa. Imagino que, a essa altura, já seja um pouco difícil encontrar as tais latas (comprei essa em Jaú, interior de São Paulo, onde moro), visto que o centenário da imigração japonesa foi comemorado no ano passado.

Mas se alguém se interessar e arriscar uma busca, sinta-se a vontade para divulgar os resultados aqui no blog para que outros possam encontram essas pequenas obras de arte.

Atualização: descobrimos que o autor dos desenhos é o talentoso Eduardo Ferrara. Vale a dica, Barata!
Sunday Comics


Olá, bem-vindo a mais uma Sunday Comics, a seção dominical de quadrinhos virtuais deste blog - sabe como é: agora que os quadrinhos dominicais virtualmente sumiram, a gente se vira por aqui.

Depois de uma semana toda catando webcomics para comentar, acabei topando meio por acaso no Twitter com as páginas de Valido fez a cobra fumar.

A HQ é de Arthur Muhlenberg, com arte do Arnaldo Branco - por sinal, um Arnaldo bem diferente do que estamos acostumados a ver.

Como ele mesmo definiu em seu site: "OK, meu desenho sério é algo Carlos Zeferiano (sem querer ofender o cadáver repousante do mestre), mas achei que tinha que assumir essa responsabilidade para contar a história de um dos heróis do passado rubro-negro."

Além de suas visíveis qualidades estéticas, o que chama a atenção nessa história é o tema: futebol. Volta e meia alguém comenta sobre a curiosa ausência de HQs da paixão esportiva nacional nas nossas bancas e livrarias - com a exceção da revista do Ronaldinho Gaúcho e de uma ou outra iniciativa esparsa.

Dissidências de times à parte, Valido fez a cobra fumar é um exemplo do quanto os quadrinhos sobre futebol podem render.

Nos comentários, vale a regra de todo domingo: pode comentar a HQ e indicar outros quadrinhos digitais pro pessoal ler.

09 maio 2009

As Coleções dos Leitores

Em primeiro lugar, um muito obrigado aos leitores que participaram e enviaram fotos ao Universo HQ de suas coleções.

Você confere agora a confusão, organização, disposição, arrumação, colocação e tudo mais que faz parte de uma coleção de quadrinhos e figuras de ação, neste universo tão divertido do colecionismo.

(Clique para ampliar as imagens!)

Em ordem alfabética:

Alex Maltesi e suas prateleiras, caixas, revistas raras e mais!





Bagunça também "faz parte", como nas imagens de Alexandre Ribeiro da Silva:





Amalio Damas traz apenas uma pequena amostra de seus livros, e um artigo raro: a Bíblia em Quadrinhos.


Caio Romani mostra que prateleira serve pra isso: memorabílias e afins.


Figuras de ação e chaveiros? É com o Cristiano Correa. E não se fala mais nisso!





Pra não ficar dúvida, Filipe Chagas aponta onde estão os quadrinhos:






Gerson Watanuki e uma prateleira pra lá de especial:




Giorgio Galli tem nas revistas gigantes da Ebal suas raridades favoritas. E muitos outros itens também.




Guilherme Veneziani e seu espaço predileto:



Pilhas e mais pilhas, todas bem organizadas. É a caixa forte do Guiller Lacerda.




O Gustavo Lima gosta mesmo é de figuras de ação.






O canto predileto do José Renato Silva Santos Filho.


Que Batcaverna, que nada. É o que você confere nas imagens do Leandro Nascimento. Te cuida, Batman!









Falando no morcego, Santa Organização, Batman! É a coleção do Luciano Lino. Deve ser bom encontrar a revista que você procura rapidamente, né? Pra completar, uma edição rara.





Ficou meio desfocado, mas o Marcelo Castro Moraes curte passar o tempo é no local da foto!


O Marcos avisou: "Minha coleção não cabe em duas fotos". Além disso, ele customiza figuras de ação, olha que bacana.





Marcus Cirino e Silva e uma exteeeeeeeeensa prateleira!




Olha a mulherada no pedaço, gente! É a Milena Azevedo e duas recheadas - e reforçadas - estantes!



As estantes e os álbuns de Paulo Sérgio Agostinho:



Coitado de quem tentar desarrumar os álbuns do Rafael Schossig!





Se é pra guardar direito a coleção, utiliza o quarto todo de uma vez, oras bolas. É o que fez o Ricardo Alves de Lima Quartim!




O verdadeiro baú do tesouro do Sandro Silva.



Sérgio Coutinho curte mesmo é sua estante.


Finalmente, tudo no plástico e nas prateleiras na casa do Wesley Serejo Leite!



Ufa! Quanto gibi! Obrigado novamente a todos!

Resta do pessoal do UHQ criar vergonha na cara e postar suas coleções por aqui, não?