31 janeiro 2008

Melhores e piores de janeiro

Bom, janeiro já foi pro saco! E a partir de hoje, no último dia do mês, a gente vai postar aqui o que cada integrante deste Blog leu de melhor e pior no mês. As opiniões são pessoais, ok?

Vale esclarecer que não precisa ser um lançamento daquele mês, é só pra dar uma idéia pros nossos leitores.

Serão três indicações para os melhores (não necessariamente em ordem de preferência) e uma ou duas pras piores.

Então, mãos à obra!

Tom Strong está de voltaSidney Gusman

Melhores: As Aventuras de Tintim – O Caso Girassol (Companhia das Letras), Lost Girls - Livro Três – O Grande e Terrível (Devir), Tom Strong – A Invasão das Formigas Gigantes (Pixel)

Piores: Guerra Civil # 7 (Panini) e Crise Infinita Especial de Natal (Panini)

Bone: cada vez melhorMarcelo Naranjo

Melhores: Bone # 11 - A Caverna do Ancião (Via Lettera), Os Eternos (Panini) e Pixel Magazine # 8 (Pixel)

Piores: Homem-Aranha - Potestade (Panini) e Guerra Civil # 7 (Panini)


Eis uma edição insuperávelSérgio Codespoti

Melhores: Complete Calvin & Hobbes (Andrews McMeel), Legion of Super-heroes - V4 # 1-30, de Keith Giffen e Jason Pearson (DC), da década de 1980, e Talvez isso... (Casa 21)

Pior: nenhum

E dá-lhe Espírito da MachadinhaMarcus Ramone

Melhores: 100 Balas - Pequenos Vigaristas, Grandes Negócios (Pixel), Tina e Os Caçadores de Enigmas # 3 (Panini) e Zagor Especial # 12 - A Horda Selvagem (Mythos)

Piores: Spawn - Godslayer (Pixel) e Guerra Civil Especial # 2 - Escolha seu lado (Panini)

Muito mais do que a mulher do CrumbEduardo Nasi

Melhores: Need More Love (MQ Publications), Shortcomings (Faber and Faber) e As Célticas (Pixel)

Pior: Connor Hawke – Sangue de Dragão (Panini)

Os policiais aqui dão as cartasZé Oliboni

Melhores: DC Especial # 13, 14 e 16 - Gotham City contra o Crime (Panini)

Pior: Marvel Especial # 4 - O que aconteceria se... (Panini)



A última edição deste bom mangáGuilherme Kroll Domingues

Melhores: Slam Dunk # 31 (Conrad), Piratas do Tietê – Livro 2 (Devir) e 100 Balas - Pequenos Vigaristas, Grandes Negócios (Pixel)

Pior: nenhum

As meninas aprontam todas aqui!Delfin

Melhores: Lost Girls - Livro Três – O Grande e Terrível (Devir), Icon: a hero's welcome (Milestone) e Nathan Never - Albo Gigante # 1 - Doppio Futuro (Sergio Bonelli)

Pior: Mighty Avengers # 5 (Marvel), de 1997


E o Morcego começou assim...Ricardo Malta Barbeira

Melhores: Batman Crônicas - Volume 1 (Panini), Samurai X (JBC), que tinha parado de ler no # 30 há uns dois anos, e Walter Ego (L&PM)

Pior: nenhum

29 janeiro 2008

Charge: e o Oscar vai para...

O leitor do Universo HQ Wellington Marques me enviou uma charge bem bacana sobre as diversas adaptações da Marvel para o cinema. Aí vai ela!

Sai dessa, Surfista! - Charge de Wellington Marques
Aliás, se você tiver charges e quiser nos mandar, fique à vontade. Se elas se enquadrarem dentro do "espírito" do UHQ e do nosso Blog, a gente coloca no ar, sempre creditando o autor.
Elseworlds

As pessoas acham engraçado quando aparece por aqui um vídeo de minha identidade secreta, mas, na verdade, é tudo muito natural. São apenas as versões alternativas de universos que nós conhecemos muito bem. E que estão unificadas desde 1986, quando todas as Terras foram fundidas em uma só.

Por isso, temos que conviver, num mesmo lugar, com várias versões de uma pessoa (quantas vezes não lhe disseram que você era a cara de alguém que você nunca ouviu falar?), bem como diferentes visões de um mesmo herói. É o que aconteceu lá na Índia, lar de uma das versões de Clark Kent menos conhecida por aqui.

Todos sabem que, de versão para versão, os Clarks gostam sempre de alguém diferente. E muitas vezes a Lois Lane que se dane, pois há um monte de mulheres melhores e bem mais maneiras. O nosso Clark Kent (que aqui flagramos no dia de volta às aulas - na verdade autografando seu livro) que o diga. Já o Clark indiano tem um gosto bem mais super-heróico e acabou aproveitando o amálgama que ocorreu para se enamorar da Mulher-Aranha.

Duvida? Então vá com fé e aperte logo o play! E repare em como um amor lateral e transparente faz você verdadeiramente bailar no ar!


28 janeiro 2008

Imagens do Dia - Mais Kill Bill

Outro dia fiz um post, com uma imagem do filme Kill Bill, desenhada por Eduardo Risso. E como o pessoal está procurando por mais, aí vai outra leva de imagens.

Desta vez os personagens do filme são desenhados por Jason Pearson.





Problemas Técnicos

Esta manhã o servidor do Universo HQ está com alguns problemas técnicos. Afinal, é segunda-feira, não é mesmo?

Em breve tudo estará funcionando normalmente.
Prateleira de quadrinhos

Prateleira de quadrinhos

Outro dia, postei uma a estante de quadrinhos superselecionados da Shakespeare and Company, de Paris. Hoje não vou tão longe: aí está uma parte da minha coleção. Na foto, tem um pouco de mangás, de álbuns underground e/ou alternativos e de produções brasileiras, além de alguns títulos perdidos no meio da bagunça.

Como já tinha feito na outra vez, a foto está relacionada ao Flickr. Quem clicar vai encontrar vários links que conduzem a algumas resenhas do Universo HQ feitas não só por mim, mas por boa parte do corpo de colaboradores.

27 janeiro 2008

Com a palavra, Wander Antunes

Recentemente, o Nasi criou um post no qual mostrava-se surpreso pelo fato de o ótimo Wander Antunes ter sido escolhido como melhor roteirista de 2007 numa eleição feita pela revista Mundo dos Super-Heróis.

Isso porque a cédula trazia a seguinte mensagem: "A votação é exclusiva para trabalhos com tema de HQs de super-heróis e de aventura. Não vale quadrinhos de humor, terror, mangá ou outros".

Bem, o próprio Wander Antunes me escreveu para comentar o assunto. Segue seu depoimento abaixo:

Oi, Sidney, quanto tempo, né? Feliz 2008 proceis. Cara, tentei enviar pro blog do UHQ, mas não rolou, então tomaí.

Então, fui o melhor roteirista brasileiro de supers de 2007? Papagaio! Olha, escritor escreve. Depois que o trabalho vai pra rua cada um lê e interpreta com quiser, né? Mas, enfim, mesmo sendo ruim nesse negócio de classificar as coisas em gênero, diria que tanto o Zózimo como o Solano são mais crônicas de costume do que qualquer outra coisa. E que tão bem longe de serem HQs de super-heróis.

Enfim, agradeço a lembrança, os votos e tudo mais. Mas, a meu juízo, não sou o melhor roteirista de super-herói - gênero que aprecio bastante - de 2007.

Abs

Wander
Se eu fosse um super-herói

Certamente eu seria o Italian Spiderman! Terrore! Suspenso! Goblin!!!



Pra quem me conhece: não é mesmo a minha cara?

P.S.: Sim, sei que o Ramone já postou aqui essa preciosidade. Mas recordar é viver, he, he, he, he, he!

24 janeiro 2008

Separados no nascimento?

Outro dia, eu estava tirando um sarro do Nasi e do Delfin, pelo fato de os dois endeusarem o Grant Morrison acima do que ele merece, na minha opinião, lógico.

Eu acho o cara um roteirista competente, mas não brilhante. Sou muito fã de Homem-Animal e da sua fase na Liga da Justiça. Curto Os Invisíveis, apesar de ser hermético a dar com pau, e acho bom - e apenas isso - o Grandes Astros - Superman e Asilo Arkham. E não gosto de 7 Soldados da Vitória (ao menos até reler tudo na seqüência, com a lista de "extras" ao lado) e do final de X-Men (o começo é bacana).

Aí, o Delfin me fala que o Morrison tinha trazido o Bat-Mirim de volta todo remodelado (fase ainda inédita aqui). Pra manter o clima, tirei um sarro, mesmo sem ter lido. Foi quando ele me mandou a imagem do personagem "remasterizado", desenhado por Tom Daniel.

Assim que vi, não tive dúvidas: "Pô, estilizaram o Batman do Paul Pope?". Pior que todos concordaram.

E aí, seriam os dois... separados no nascimento?

O novo Bat-MirimO Morcego do Paul Pope

23 janeiro 2008

O Coringa está mesmo morto?

Diante das informações que estão sendo movidas para lá e para cá desde ontem, a conspiração já é existente. E as piadas. É claro que ninguém aqui gosta de brincar com a morte de uma pessoa, então vamos pelo outro lado: e os motivos por trás? A família de Heath Ledger já declarou publicamente que não acredita na versão de suicídio. Segundo seus parentes, existem meios de comprovar isso. Uma hipótese interessante, já que sua carreira, mesmo após Brokeback Mountain, continuava em ascensão.

Mas o que mais está encafifando a cabeça de todos é o sumiço de uma informação importante da maioria dos sites e jornais: o apartamento em que foi encontrado morto pertencia à atriz Mary-Kate Olsen, famosa por filmes mirins e adolescentes que co-protagonizou com a irmã gêmea, Ashley.

Em lugar dessa informação, muitos sites divulgaram que ele teria sido encontrado junto com uma massagista. Não citam se essa massagista está viva ou morta, por exemplo. Tem cara de cortina de fumaça. E com razão: imagine uma das queridinhas da América envolvida com uma overdose? E MK não faz exatamente o estilo polemicista de Britney Spears. Pelo contrário, sua imagem é mais pra Sandy, irmã do Junior.

Ainda assim, há quem bote a boca no trombone. Fiz isso ontem mesmo em meu blog e, como soube hoje cedo, fui secundado por (e, obviamente, secundei) alguns divulgadores influentes na internet, como o escritor Warren Ellis, que divulgou a informação em seu boletim eletrônico Bad Signal.

Fox Mulder, neste momento, saberia de algo que nós não sabemos. E talvez alguém realmente saiba. E, nessas horas, já ensinava o filme Homens de Preto: as melhores fontes de informação poderão ser aquelas às quais normalmente se dá a menor credibilidade. Portanto, fique atento, pois até em site de fofoca pode pintar uma pista real e interessante.

Ah, e não menos importante: as piadas infames sobre a morte do Coringa já começaram. Haja nerd nesse mundo, viu!

22 janeiro 2008

Morreu Heath Ledger

Isso é o tipo de coisa que ninguém deseja noticiar. Heath Ledger, ator australiano de apenas 28 anos, faleceu hoje, terça-feira, 22 de janeiro.

O último papel do ator foi como o Coringa, no novo filme do Batman, que continua inédito e estreará este ano.

Ledger foi encontrado morto em Manhattan, Nova York, possivelmente devido a uma overdose.

Mais informações amanhã no Universo HQ.

Imagem do dia


Eduardo Risso desenhando Pulp Fiction, precisa dizer mais alguma coisa?
Notícias! Notícias!

Como muitos leitores dizem aqui no blog que gostariam de comentar notícias do UHQ, vamos lá a algumas que saíram nesta semana:



Do que vem por aí (no Brasil), de cara já não gostei de mais uma divisão de equipes dos Vingadores.

Quanto ao resto, é esperar pra saber no que vai dar. Será quando veremos o que realmente a Guerra Civil fez com os supertipos da Marvel.


Já tá na minha agenda. Essas bizarrices (científicas, mas, ainda assim, bizarrices) me atraem.

Isso não quer dizer que, se eu ganhasse esses poderes, sairia por aí vestindo colante colorido e combatendo o mal. Eu só não usaria o colante colorido. :-)


O Ídolo de Cristal é uma puta história. Não considero a melhor do Tex e posso enumerar uma cacetada de outras aventuras acima dela. Mas continua sendo uma excelente HQ. É um clássico que marcou a trajetória de Tex no Brasil.

Foi publicada várias vezes, uma delas em edição colorida (pela Editora Globo). Por isso, só não leu quem não quis. Eis outra oportunidade.

20 janeiro 2008

Apetrechos Nerds

Os Estados Unidos, terra do capitalismo, as empresas licenciam todo o tipo de produtos para separar os nerds de seu dinheiro. O site 80stees, por exemplo, é especialista em apetrechos, badulaques e camisetas de coisas da cultura nerd, como a mochila do Yoda aí em baixo.

Confira as outras coisas que o site disponibiliza clicando aqui. Pena que não há nada semelhante por terras tupiniquins.


19 janeiro 2008

Prateleira de HQs: Shakespeare and Company

Quadrinhos na Shakespeare and Company

A Shakespeare and Company é a mais famosa livraria de língua inglesa de Paris. E é muito mais do que uma mera casa comercial.

A história é um pouco longa. No período entre-guerras, uma jovem norte-americana chamada Sylvia Beach fundou na Rive Gauche do Sena a Shakespeare and Company original, uma referência cultural da época, que congregava os maiores nomes entre seus clientes e, quando se aventurou a editar livros, lançou pouquíssimos, mas entre eles estava nada menos que o revolucionário Ulisses, de James Joyce.

Depois que Sylvia fechou as portas, o bibliófilo George Whitman abriu a nova versão da livraria, que exibe seu letreiro amarelo na Rue de la Bûcherie, que também fica na Rive Gauche, e agora bem em frente à Notre Dame. Além de vender livros, George historicamente concede, em troca de algumas poucas horas de trabalho por dia, abrigo a jovens escritores a fim de passar uma temporada em Paris. E eles, claro, surgem do mundo todo.

A especialidade da casa é a literatura, como não poderia deixar de ser. A prioridade é a boa literatura: é difícil achar os best-sellers fuleiros.

Mas eles têm uma prateleira de quadrinhos tão pequena quanto bem selecionada. É a que está na foto acima. Não há nada de lixo: tudo que tem vale a pena.

Por isso, este post tem um efeito especial: se você clicar na foto, vai cair no bom e velho Flickr. , vai encontrar a mesma foto, mas com algumas vantagens. Dá para ampliar e ver os detalhes. E, ao aproximar o pointer do mouse, vão surgir links das capas dos livros que conduzem às resenhas do Universo HQ.

18 janeiro 2008

Tiras ruins


(Para ler, amplie. Para ampliar, clique na imagem.)


Hoje é um dia especial. Tenho um desenhista convidado. Ao deparar com minhas tiras, o Milo Manara teve pena de mim e pediu pra desenhar uma delas. Não é uma preciosidade?

Ok, ok, eu confesso. É mentira.

A real é que roubei a página do preview de El Gaucho (uhu! Nota máxima no review!) que a Conrad disponibiliza em seu site e fiz uma, digamos, reconstrução. Nem a idéia é original: o Ziraldo tem umas HQs ótimas envolvendo discursos de semiótica proferidos por Tarzan. São uma preciosidade. Plagiei-o na cara dura e tive um resultado muito aquém.

A única coisa nova nessa lambança toda é que se trata de uma tira ruim nova, feita a respeito do tema mais candente da semana: o desfecho de Guerra Civil.

17 janeiro 2008

Melhores super-heróis do ano

O conceito de super-herói, o leitor há de convir comigo, é um troço mais elástico que o ranho ressecado do Homem-Borracha. Eu costumo dizer (e escrever) que as HQs de super-herói são um gênero, mas confesso aqui que é uma afirmação sem muita convicção. Tenho pra mim que, se for pra valer, o gênero dessas histórias são um híbrido de aventura e ficção científica com doses de uns outros gêneros. Afinal, o shortinho por fora da calça tem cacife de definir um gênero por si só? Sei lá.

O fato é que fiquei meio pasmo com o resultado do ranking da revista Mundo dos Super-Heróis, especializada em superpoderosos uniformizados. Segundo o Blog dos Quadrinhos, do Paulo Ramos, que publicou o resultado em primeira mão, o melhor roteirista brasileiro de super-heróis é o Wander Antunes.

Sim, o Wander, veja só, que desde a revista Canalha considero um dos grandes roteiristas deste país. Mas que eu jamais veria como um autor de super-heróis.

Tudo bem que super-heróis tem lá, como eu ia dizendo, a sua elasticidade de ranho de Homem-Borracha. E até aí tudo bem: as imagens que ilustram esse post são, propositalmente, TODA a edição final de Promethea, dos surtados Alan Moore e JH Williams III. Pra ser lida, a revista tem que ser desgrampeada, desmontada e transformada em um pôster a ser lido em ordem aleatória. Incluí-as pra relembrar que meu conceito de super-herói é tão amplo que até essa viagem tá no páreo.

Mas ver O corno que sabia demais chega até a me entristecer. E por puro egoísmo, admito. Porque eu, bem como outros integrantes da equipe do Universo HQ, fomos gentilmente chamados para a eleição.

Eu queria ter votado no Wander, principalmente porque deixei a categoria em branco. Abri mão do voto por ter convicção de que ninguém se destacou diante dos demais -- e que escolher um seria injusto. Mas o Wander se destacou, sim. Fez um dos grandes álbuns do ano. Só que não é de super-herói, e sim uma crônica de costumes, bem aos moldes de Nelson Rodrigues. Não tinha ninguém com superpoderes nem trajando fantasias em suas páginas

Em tese, a cédula era clara: "A votação é exclusiva para trabalhos com tema de HQs de super-heróis e de aventura. Não vale quadrinhos de humor, terror, mangá ou outros". Portanto, O corno nem poderia ser votado. Muito menos eleito. Mas foi, justamente porque o gênero é moldável

Se linhas próximas aos super-heróis estavam no páreo, meus votos teriam sido bem diferentes. A detetive Júlia, aqui rebatizada J. Kendall, teria levado alguma coisa. Eu também teria votado no John Constantine com mais ênfase. E o prêmio de adaptação, que também deixei em branco, teria ido pro longa de Persépolis, da Marjane Satrapi.

Afinal de contas, qual é o limite de um gênero que já nasce híbrido, forjado?

16 janeiro 2008

Uma visão mais ampla

São tão poucas as vezes que um editor ou alguém responsável por uma editora nacional se manifesta oficialmente sobre as diretrizes e os planos da empresa que dirige. Por isso, quando acontece, parece até um grande evento.

Um bom exemplo é a nota que o Sidão fez hoje sobre a situação dos títulos da Conrad, abrindo espaço para o Rogério de Campos, diretor da editora, se manifestar.

Há algum tempo os leitores andavam preocupados com a falta de periodicidade dos títulos da editora. Isso, somado ao fato de nunca serem divulgadas as tiragens e a vendagem das revistas, começa a gerar diversos comentários e suposições sobre possíveis cancelamentos e, até, sobre a saúde financeira da editora.

Assim, é muito importante alguém que representa a editora se manifestar, explicar a situação, dizer os planos. E fica mais interessante ainda, quando essa pessoa faz como o Rogério e fala sobre a situação do mercado.

Ele comenta, aliás, algo que sempre me preocupou (até já fiz um post sobre isso), que é a quantidade de títulos no mercado. A Conrad tem títulos que são garantia de lucro certo, como Calvin e Sandman, mas não pode lançar um livro novo a cada mês, pois os leitores não agüentam comprar.

Dessa forma, precisa fazer um planejamento maior e buscar um equilíbrio entre as necessidades financeiras da editora e o poder aquisitivo do leitor.

Existe um dado interessante no texto que precisaria ser estudado mais a fundo. Ele fala que o mercado sofrerá uma grande "mexida" com a descoberta dos quadrinhos pelo público consumidor de livros.

É certo que os quadrinhos estando em livrarias sempre acabarão atraindo um ou outro freqüentador assíduo, porém, esse leitor de livros está pronto para uma HQ? Ele sabe que quadrinhos não são só coisas de criança? Conhece os diferentes títulos, gêneros e demais opções que tem na área?

Um cuidado que as editoras precisam ter é que não basta mudar o formato do seus títulos e colocá-los em livrarias. Está mais do que na hora de se pensar em formar um novo público ou se correrá o risco de um auto-engano.

Enquanto não se tomar medidas mais profissionais de divulgação, as editoras não estarão criando um novo público nas livrarias, e sim migrando as pessoas que já compravam nas bancas.

15 janeiro 2008

Tiras ruins




Em outubro do ano passado, o Naranjo pôs no blog uma série de tiras que ele mesmo fez. Na época, mandei a ele uma resposta desenhada no Paint, aquele programinha tosco de imagens que vem no Windows.

Taí. Conforme prometi, é mais uma das tiras ruins que crio nas horas vagas. E essa é medonha!

12 janeiro 2008

O reizinho está nu?

Bom, se você é um leitor atento, deve saber que a história dos quadrinhos tem alguns marcos clássicos, ainda que alguns sejam mais desconhecidos do que outros. Um desses mais desconhecidos, apesar de republicado há pouco tempo por aqui, é O Reizinho, de Otto Soglow.

O lançamento recente de que falei foi na coleção Opera King, da Opera Graphica, que publicou no formato de revistas com lombada quadrada vários clássicos de tiras da King Features Syndicate americana – algo curioso, quando se nota que Soglow foi posto pra correr da King pelo seu dono, o famoso William Randolph Hearst, dois anos após o criador ter estreado seu Little King na prestigiosa revista The New Yorker. Por um ano, Soglow, contratualmente, foi impedido de publicar material para sua criação, tendo que escamotear a série sob o disfarce de uma tira chamada, nada sutilmente, O Embaixador (The Ambassador).

O Reizinho tinha uma característica pouco comum até hoje nos quadrinhos: era uma série muda, tal qual o Pinduca (Henry) de Carl Anderson (que viria a ser seu concorrente, já distribuído pela KFS, na mesma época em que Soglow pôde voltar à sua tira, em 1934). Tiras mudas, quando bem feitas, tem um potencial adicional às tiras normais: a potencialização de sua universalidade.

O Reizinho foi uma tira das mais longevas nas mãos de seu próprio criador, durando até a morte de Soglow, em 1975. Ainda em vida, o criador ganhou dois dos mais prestigiosos lauréus de sua época: o Reuben, em 1966, e o Elsie Segar, em 1972. Depois disso, no entanto, não havia mais quem pudesse carregar o cetro. Isso, claro, até a virada do século, quando um outro rei, surgido na distante Zurique, resolveu mais uma vez usar a coroa. E este post é para corrigir, enfim, o imperdoável erro de nunca se ter comentado, no UHQ, sobre o badaladíssimo When I am King, de Demian5, provavelmente o primeiro webcomic a quebrar os paradigmas de leitura e execução na rede mundial e que abriu as portas para incontáveis novos criadores, em boa parte graças ao seu grande divulgador, Scott McCloud.

When I am King (que podemos traduzir para Quando sou Rei) foi lançado em outubro de 1999 e pegou todo mundo de surpresa: uma tira muda, tal e qual a criação de Soglow, totalmente produzida e pensada para o meio digital. Cada episódio de cada capítulo se utiliza de modo expressivo da técnica da página infinita. Todas as semanas, um novo episódio ia ao ar, fazendo com que os leitores crescessem e se espalhassem naquele universo que tinha recém-descoberto os instant messengers e que fervilhava nos antigos métodos de chat coletivos.

Algumas características marcantes da série: a utilização de cores que só se poderia ver corretamente numa tela, a estilização extrema, a liberdade criativa total (sem qualquer preocupação, como o contrato com uma editora), o uso de animações e a criação de recursos iconográficos para representação de movimentação (que romperam com todas as escolas até então conhecidas). A história era a franca favorita para vencer o Prêmio Ignatz, que pela primeira vez agraciaria uma obra criada para o meio digital, mas a premiação foi suspensa naquele 2001, graças a Osama e seu ataque-a-la-logotipo-do-Bradesco.

When I am King é único e, para a sorte de todos, ainda é mantido no ar pelo seu criador, que decidiu cobrar (barato, aliás) pela visualização de suas outras obras em quadrinhos online. Boa parte, é bom que se diga, inacabada. Se você ainda não conhece, pode clicar e se preparar para ganhar horas de real divertimento com este divertido Rei (quase um Faraó, aliás) que, em suas buscas pelo deserto, tem que lidar com inúmeros perigos e, quem diria, um camelo muito, muito atrevido.

11 janeiro 2008

Nelson Leirner


Para o fim de semana: este é um vídeo que gravei em outubro do passado, durante a 6ª Bienal do Mercosul, evento de arte contemporânea realizado em Porto Alegre.

Ele mostra a obra do artista Nelson Leirner, conhecido por fazer instalações monumentais com bonecos. É um dos meus artistas brasileiros favoritos.

Seus trabalhos são extremamente mergulhados na cultura pop, mas sempre com um tom crítico: nunca se trata de uma mera fileira de bonecos. O trabalho é ambíguo: fica entre o lúdico e a contestação. Desta vez, a montagem lembra uma parada militar feita por personagens do imaginário pop.

É uma pena que eu tenha registrado o trabalho apenas com o celular: como a qualidade da imagem é baixa, os detalhes minuciosos foram pro saco. Mas ainda dá pra ver uns Mickeys, umas Minnies e uns Donalds, Playmobils e um gigantesco Superman.

A propósito: Leirner também está com uma obra exposta no Itaú Cultural, na Av. Paulista, em São Paulo. É uma banca de revistas que não tem informação. Suas prateleiras são ocupadas por essas coleções de bonecos, séries de carrinhos e quadrinhos de super-heróis da Panini. E, sinceramente, uma porrada no estômago de quem passa dos limites e acha que HQs são tudo na vida. Só que lá é proibido fotografar e filmar, então essas imagens eu fico devendo.

E outro a propósito: por falar em Bienal do Mercosul, quem está em São Paulo não pode perder a exposição do Öyvind Fahlström, que em sua pop art também faz arte seqüencial experimental. Mais detalhes aqui.

Que crescimento é esse?


Estava lendo a matéria das melhores do ano do Sidão e comecei a ficar preocupado com o tanto que teria que se gastar para comprar tudo que saiu no ano. A gente sempre prega que tem que ter diversidade nos quadrinhos, contudo, na hora em que tudo que queremos é publicado, começa a ficar preocupante o tamanho do investimento a se fazer.

Para ter uma idéia, fazendo uma conta do que foi efetivamente lançado no mês de dezembro, cheguei em um valor arredondado de R$ 1.105,00, sendo que, deste valor, R$ 650,00 são só de títulos da Panini. Fazendo uma comparação do poder aquisitivo que se precisaria ter, esse gasto é bem próximo a três salários mínimos, algo bem incompatível com a renda da maioria dos brasileiros.


Um dado interessante: em fevereiro de 2006 fiz o mesmo levantamento para um texto no Pop Balões e o gasto naquele mês era em torno de R$ 500,00, ou seja, em dois anos houve um aumento de mais de 100% no gasto com quadrinhos. Sendo que a inflação foi relativamente baixa, isso mostra que estamos cada vez com mais páginas de quadrinhos sendo lançados todos os meses.

A questão é que, toda vez que olho para esses números, lembro daquela preocupação: esse crescimento é sustentável ou é uma bolha que vai explodir na nossa cara a qualquer momento? Realmente não gosto de fazer previsões, mas pense comigo: o número de leitores não cresce tanto, pelo menos não na proporção em que os títulos estão sendo lançados e as pessoas não têm dinheiro e nem desejo de comprar tudo. Dessa forma, temos os mesmo leitores de anos atrás, gastando mais ou menos o mesmo tanto que podem.

Nem precisa ser matemático ou economista para ver que para essa conta fechar muitos títulos estão vendendo pouco. Não há como saber o lado das editoras, porque elas não divulgam as tiragens e muito menos os números das vendas, mas muitas vezes tenho medo delas estarem construindo castelos de areia.

Temos que ter muita diversidade, precisamos de quadrinhos de todos os tipos e quadrinhos bons que chamem a atenção da mídia não especializada, mas seria importante as editoras pensarem em ações que aumentem os leitores, porque só entupir as bancas e livrarias de quadrinhos e acertar com um ou outro best seller não vai garantir o futuro do mercado.
Ano de mudanças

Ontem recebi o boletim Direto da redação, que a Panini distribui toda semana aos leitores. Uma coisa me chamou atenção: no breve texto de introdução, o editor Rogério Saladino fala duas vezes que 2008 será um ano de grandes mudanças.

Logo no começo, ele diz: "Afinal, este será um ano de mudanças em todos os lados, tanto na Marvel quanto na DC!"

Na conclusão, lá está: "Numerologicamente, 2008 é um ano para mudanças (li isso num jornal), então, leitor, prepare-se para mudar tudo!" (tomei a liberdade de incluir a vírgula faltante).

Como o Saladino é um cara tarimbado, não posso crer que foi um mero deslize. Alguma coisa ele quis dizer com isso.

Está aberta a temporada de especulações: que mudanças serão essas?
Os Melhores de 2007 no ar

Os Melhores de 2007Rapaz, eu sabia que convidar esses malucos ia deixar o blog "turbinado". Viram que nem precisei fazer as honras da casa? ;-)

Bom, acaba de entrar no ar a minha matéria com os Melhores de 2007. Preferi esperar a sexta, para entrar junto com alguns reviews mencionados no texto.

São três categorias: minissérie/edição especial (totalmente ou com partes inéditas); série regular e republicação. Confira os “eleitos” e opine.
Dica de bom filme nacional

Olá. Faço parte do novo time de colaboradores daqui do blog do Universo HQ. Já colaboro com o site há algum tempo (desde 2004, quase quatro anos!), escrevendo algumas notas e resenhas, mas nada que chegue perto dos números do Zé Oliboni e do Nasi.

Meu principal trabalho no site são as resenhas dos mangás One Piece e Naruto, mas quando sobra um tempo escrevo sobre outras HQs também.

Também tenho um site meu sobre cultura Nerd, chamado Homem Nerd, trabalho como assistente editorial na editora Alameda, sou fãzaço de quadrinhos (como não poderia deixar de ser), literatura, cinema, games, futebol, entre outras coisas. Mas vamos parar por aqui senão a lista ficaria enorme e temos tempo de sobra daqui pra frente.

Enfim, não é tudo, mas já é um bom começo. Agora, vamos ao que interessa.

Parafraseando o Delfin, minha dica do dia não é exatamente sobre quadrinhos, mas vale a pena mencionar. Trata-se do filme nacional Meu Nome Não é Johnny, dirigido por Mauro Lima e estrelado por Selton Mello.

A película conta a história real de João Guilherme, um rapaz de classe média que, de usuário, se torna o maior fornecedor de cocaína do Rio de Janeiro no início da década de 1990.

O longa tem uma narrativa interessante, bem desenvolvida. A direção é eficiente e as atuações são ótimas. O principal destaque vai para a segunda metade da trama, que narra o cárcere do protagonista. A partir daí, se torna um excelente "filme de cadeia" brasileiro.

Não é um Na Cadeia, de Brian Azzarello (arco que mostra John Constantine na prisão), mas ainda assim é uma ótima diversão. Vale a pena conferir.


Uns posts abaixo, o Delfin falou da nova versão de Dan Dare. Pois a Virgin Comics disponibilizou a série gratuitamente na internet.

A propósito, a série é bem bacana mesmo.

A cena do pub chega a dar vontade de tomar uma pint de Guinness neste minuto.

Parece que, enfim, a Virgin deu uma dentro.

A julgar pelo material da editora que saiu por aqui, fraquinho de dar dó, nosso amigo sir Richard Branson estava carecendo de mais fôlego em suas empreitadas quadrinhísticas. E tomara que a Panini não ensebe e traga logo o inglês pra cá.

10 janeiro 2008

Quadrinhos a descobrir

E aí: leu este?Com o boom dos quadrinhos no Brasil nos últimos anos, está cada vez mais comum a idéia de que o mercado brasileiro publica tudo o que é importante e relevante e que não sobra nada de muito especial inédito lá fora. Trata-se, claro, de uma patuscada, espalhada por aí por um inocente ou mal-intencionado.

Logo de cara, penso no argentino Liniers, no norte-americano Adrian Tomine, nos espanhóis, nos franco-belgas, nos canadenses e em todo o resto do mundo. As nossas prateleiras ainda estão carentes de muita coisa.

Mas não dá pra culpar só a falta de iniciativa dos editores, mesmo que essa seja a primeira reação. Afinal, pra que os caras vão se dar ao trabalho de publicar se não tem gente pra comprar e ler?

Quanta gente leu Mas ele diz que me ama? E Pyongyang? Fun Home? E essa edição das primeiras HQs do Batman, que são surpreendentes?

Quem leu este belo álbum?E os álbuns nacionais? Outro dia, no blog da Pixel, o editor Cassius Medauar perguntou quem tinha lido os quadrinhos brasileiros da editora, porque todo mundo diz que quer, mas na hora de comprar, os leitores desaparecem. E então eu amplio aqui a pergunta: e A Relíquia? E A Boa Sorte de Solano Dominguez?

Tudo bem que o mercado até comporta alguns títulos mais sofisticados, mas qual a elasticidade do bolso e da boa vontade dos nossos leitores? Quem está disposto a trocar quatro revistas ruins por um álbum de boa qualidade? Essa vai ser uma questão-chave para os próximos meses.

Olhando para os últimos anos, conversando e trocando e-mails com outros leitores, fico com uma impressão bastante ambígua. Por um lado, é ruim: muita gente desconhece e prefere ignorar nossos melhores lançamentos. Mas tem um lado legal: o leitor brasileiro ainda tem muito material de altíssima qualidade a descobrir nas nossas bancas e livrarias.

Olá, meu nome é Eduardo Nasi e faço resenhas e notas no Universo HQ.

Nas horas vagas, também faço tirinhas esquisitas. Se eu resenhasse minhas próprias tirinhas, daria nota 4,5, mas o Sidão diria na pizza de fim de ano que achou muito alta

Hmm... Talvez ele tenha razão.

De hoje em diante, vou postar aqui no blog também.
Tem lugar pra mais um aí?

Pois é, ainda vou ter que lidar com a formatação deste blog (ou ele se arruma sozinho?), mas o fato é que me chamaram e aqui estou. Você já me viu nas resenhas, em alguma rara nota para o UHQ ou, se repara nos créditos, em diversas revistas das linhas Vertigo, 2000 AD e ABC, aqui e ali, desde 1998, de Metal Pesado a Pixel.

Apresentação básica: Delfin, 36 anos, atualmente coordenador editorial da Editora Aleph, designer gráfico, jornalista, piloto um DelRey na internet e outro na vida real, capricorniano chato, prefiro as crises do Dan Didio aos novos dias do Joe Quesada, odeio pedras nos rins, adoro açaí, podia falar que sou solteiro se não soubesse que só marmanjo pinta por aqui, se tiver pizza de pepperoni me chame, se tiver rodízio de sushi também, se tiver um problema e ninguém mais puder ajudá-lo é porque você não conseguiu contratar o Esquadrão Classe A, não é mesmo, rapaz?

Mas a vida é assim e, por isso mesmo, estou aqui compartilhando a minha alegria em estar neste upgrade do blog e, a partir de hoje, se prepare para compartilhar informação (nem sempre útil), algumas risadas, alguns causos e de vez em quando uma cólica renal.

Não, esquece a cólica e me traz uma porção de salaminho e uma Serramalte, ok? E você pode se sentar, aumentaram o tamanho da mesa do boteco e agora é certeza de que sempre cabe mais um.

Dica do dia? Encomende hoje mesmo a sua primeira edição da nova série de J. Michael Straczynski para a Marvel: The Twelve. Tem jeito de ser uma das histórias de heróis mas legais do ano.

Surpresa pouco comentada? Garth Ennis e o Dan Dare, pela Virgin Comics. O maior herói espacial inglês (responsável, quase sozinho, pelo nascimento e consolidação de todo um mercado de ficção científica infanto-juvenil até hoje crescente no Reino Unido) tem toda a sua história respeitada, inclusive a polêmica versão de Grant Morrison e Rian Hughes. Será que pinta por aqui?

Tome cuidado sabe com o quê? A edição de estréia do Hulk, nova fase, vermelho como um pimentão. Vá daqui a algum tempo numa loja, folheie e, depois, pense se vale gastar algum nisso.
Um universo sempre em expansão

Eu não sei exatamente de onde veio a idéia do Sidney de abrir mais esse espaço para a gente falar sobre quadrinhos e tudo mais. Acho que começou com o post que eu fiz no blog do Pop Balões outro dia e ele quis reproduzir aqui. Nele eu estava falando, como fã, o que acho das atuais mudanças no Homem-Aranha.

Enfim, por essas e outras o blog do Universo HQ está com o time reforçado por um grupo que entende muito do que fala, e olha que é um pessoal que fala bastante.

Você já nos conhece das resenhas, notas e até das fotos das pizzas do UHQ, mas, na maioria das vezes, esses textos não dão uma noção exata de quem somos, do que gostamos e do que estamos lendo (de quadrinhos ou não). Principalmente, não dá para saber que somos mais que colaboradores de um site, e sim amigos que volta e meia trocam umas idéias interessantes sobre um pouco de tudo.

São justamente esses pensamentos diferentes que, conforme der, vamos expor por aqui. Você poderá ler Delfin, Eduardo Nasi, Ricardo Malta (aquele da tatuagem do Calvin) e Guilherme Kroll. Todos fãs de quadrinhos, cinema, literatura e um punhado de coisas interessantes.

Vale relembrar que aqui o tom não é tão sério, não temos a obrigatoriedade de ser objetivos, como nas resenhas ou notícias. Por isso, prepare-se para opiniões fortes que podem abrir aquelas divertidas discussões nas quais ninguém tem razão, mas todos têm suas justificativas.

Aliás, uma vantagem de estar aqui no blog é que você pode falar o que acha e entrar nessa conversa com a gente.

É isso. Boas-vindas para nós e boa leitura para você. E não deixe de falar o que pensa nos comentários.

Zé Oliboni edita o Pop Balões apesar de só ter entrado em um balão uma vez na vida.

08 janeiro 2008

FTP, mas pode chamar de FDP!

Galera, estamos com a atualização de hoje pronta desde as 7 da manhã, mas o Barata, nosso webmaster, não está conseguindo "subi-la" porque nosso FTP não está acessível, devido a uma manutenção no servidor.

Estamos enchendo o saco dos caras pra ver se conseguimos sanar isso.

Atualização: conseguimos colocar as notícias online após as 17 horas. E hoje nem é segunda...

07 janeiro 2008

Às vezes, não dá para agüentar nem um dia a mais

Por Zé Oliboni

Retirado do Blog do Pop Balões, a respeito da palhaçada que a Marvel acaba de fazer com o Homem-Aranha.

Pobre Homem-AranhaNesse post estou comentando um dos tais spoilers, que falam sobre coisas que ainda não saíram no Brasil, mais especificamente sobre o futuro (presente nos Estados Unidos) do Homem-Aranha. Se você não quer saber disso, pare de ler ou não diga que eu não avisei.

No final do ano, os fãs do Aranha tiveram a confirmação de uma notícia bem difícil de engolir. O fim da saga One More Day “resetou” a cronologia do herói. Com uma justificativa bem melosa e chinfrim sobre a não existência de um amor puro como o de Peter e Mary Jane ser um forte golpe no ego de Deus, Mefisto deu a opção para Peter salvar a Tia May, que tomou um tiro como uma conseqüência da Guerra Civil. Para isso, ele deveria permitir que o tempo voltasse e, assim, nunca tivesse se casado com MJ.

Ou seja, os último 20 anos de histórias do Homem-Aranha simplesmente não existem mais, uma vez que ele, obviamente, optou por salvar a Tia May, tão cheia de vida e com tanto pela frente.

Sei lá, como fã do Aranha acho isso muito triste.

Já tentaram dar fim na MJ de várias maneiras. Até mesmo logo depois do casamento dos dois poderiam ter matado a personagem, se quisessem, naquela fase em que o Caesar a rapta e a esconde debaixo do nariz do Peter.

Poderiam deixá-la morta quando o Hulk destruiu o avião onde ela supostamente estava... mas não... tem que ser de uma forma tosca...

Além de toda a situação forçada, o que vem a seguir vai cair naquela coisa de o que aconteceu o que não aconteceu; terá um bilhão de problemas cronológicos e um caminhão de outros enroscos porque o personagem esteve muito interligado com toda a Marvel e isso não pode ser ignorado.

Bem dizia a músiquinha: Homem-Aranha, nunca bate, só apanha... da prórpia MarvelComo fica a Guerra Civil se o Aranha não revelou a identidade? E os novos Vingadores? E a Saga do Clone? Simplesmente nunca existiu, como todo mundo faz de conta? Vão recontar todas essas drogas?

Quem é esse novo Aranha sem tudo isso? A versão Millennium mais velha no universo normal?

Quer saber? Na boa, mesmo que descobrirem o novo melhor escritor da nossa geração, com o melhor desenhista do planeta, mesmo que as histórias sejam excelentes e mereçam nota 10 ou até mais, cara... tudo isso poderia ser feito sem apelar desse jeito...

A grande verdade é a seguinte: os editores e os roteiristas de hoje são medíocres demais para pegar uma situação e trabalhar com ela. Então, dão um passo maior do que a perna, fazem algo chocante como Peter Parker revelar que é o Homem-Aranha e depois não sabem mais como trabalhar isso. E a única saída é desfazer tudo.

Sou fã do Aranha e vou ler até o fim, mas se era para fazer isso, que matassem logo o personagem e começassem algo novo. Ou criassem uma nova versão, algo como This Time is Real Ultimate Spider-Man (TTIR Spider-Man), mas não venham dizer que essas histórias que vão sair agora são do Homem-Aranha “oficial”, porque não vai colar.
Um gigante pouco reconhecido

Filmaço
Na pausa do final de 2007, assisti mais uma vez, junto com meus filhos, a um desenho animado que considero maravilhoso, que teve uma boa acolhida pela crítica, mas não o devido reconhecimento nas bilheterias - talvez porque, na época do lançamento, em 1999 (2000 no Brasil), a Warner trabalhou mal a divulgação.

Trata-se de O Gigante de Ferro, um filme baseado num livro de Ted Hughes que tem uma história envolvente, com um cenário bem saudosista. A relação do garoto Hogarth com o enorme ser metálico que vem do espaço é tocante. E ainda termina com um gancho perfeito para uma continuação que nunca rolou. Uma pena.

Além disso, há diversas menções aos quadrinhos. A principal - e melhor - é quando o robô "se transforma" no Superman, mostrando os ideais que o Homem de Aço representa são valorizados - ao menos em obras de ficção.

Bem, se você não assistiu a O Gigante de Ferro, faça isso logo. Se já viu, encare uma reprise. Vale demais a pena.

A relação do Gigante com o garoto emociona

06 janeiro 2008

O Superman original: leitura pra lá de recomendadaComo contei no meu primeiro post de 2007, todo ano levo pro meu refúgio, no interior de São Paulo, uma batelada de coisas que estavam atrasadas para ler.

E, como faço sempre, segui à risca minha mania: a última leitura do ano que se encerra e a primeira do que começa têm que ser "filés". Nada de quadrinho ruim. Eu já leio várias tranqueiras durante 12 meses, por dever do ofício.

Em 2004, terminei e comecei com A Guerra dos Gibis, melhor livro teórico que li sobre quadrinhos brasileiros, do ótimo Gonçalo Júnior. No ano seguinte, os escolhidos foram aventuras de J. Kendall - Aventuras de uma Criminóloga e Mágico Vento. De 2006 para 2007, os eleitos foram os dois últimos álbuns de Ken Parker, pela Tapejara.

Neste reveillon, a última leitura foi Superman - Crônicas, que saiu na última semana de 2007. Um álbum incrível, à altura da grandiosidade do primeiro dos super-heróis. Resenha sexta-feira no Universo HQ.

Não é o melhor de Tintim, mas diverteE para “inaugurar” 2008, As Aventuras de Tintim – O Caso Girassol, que é inferior aos dois álbuns anteriores, em Tintim e seus amigos vão à Lua (também preparei resenhas de ambos para o final desta semana), mas ainda assim é uma leitura prazerosa.

Depois dessas duas leituras clássicas, fiquei renovado para suportar o monte de ruindades que vem por aí! Mas não dá pra reclamar. Em meio a tanta coisa de qualidade pra lá de duvidosa, têm saído materiais excelentes no mercado nacioinal, como você confere na matéria dos melhores de 2007, que entra no ar nesta semana no UHQ.

Então, que seja um grande 2008!
Presentes de natal

Este vai pra caixa-forteCá estamos, de volta para mais um ano. Pra começar, resolvi mostrar o presente de natal que ganhei da patroa: The Complete Calvin & Hobbes, uma caixona contendo três livros em capa dura com todas as tiras de Calvin e Haroldo (como seu tigre de pelúcia é conhecido no Brasil), do genial Bill Watterson.

Um presentaço, pois ter todas as tiras em livros do mesmo formato é algo que não rolará no Brasil, já a Conrad seguirá os tamanhos dos álbuns originais, que vão se alternando.

A coletânea é tão pesada que estou com receio de colocá-la na estante de madeira da sala (aquela que arrumei outro dia - veja aqui). Esta terá que ir pra caixa-forte, não pro cofre!

O baixinho tá nervoso!E pra completar a festa, ganhei de dois amigos esta estatueta do Wolverine sobre a cabeça de um Sentinela devidamente detonado. Ela é da série Titanium e beeeem legal. E como minhas estantes são como coração de mãe, sempre cabe mais um! :-)